sexta-feira, setembro 03, 2010
Dois meses após enchente, Palmares, em PE, ainda retira lodo das ruas
Dois meses após enchente, Palmares, em PE, ainda retira lodo das ruas
Batizado pelos especialistas de “Onda de Leste”, o fenômeno climático que atingiu 68 municípios em Pernambuco revelou sua pior face em Palmares, município de 58 mil habitantes localizado a 128 quilômetros da capital, Recife, onde praticamente tudo ficou debaixo d’água. Ainda hoje, dois meses após a tragédia, equipes do governo pernambucano trabalham para retirar da cidade a mistura de entulho e lodo que a enxurrada deixou.
No quinto dia da série sobre as eleições nas cidades devastadas por catástrofes climáticas, o G1 continua no Nordeste para mostrar como as famílias enfrentam a dura rotina da reconstrução no interior pernambucano. Dados do gabinete de reconstrução montado pelo governo e atualizados em 20 de agosto mostram que as chuvas atingiram quase 100 mil habitantes no estado. A tragédia provocou 20 mortes e o valor calculado pelo governo estadual para socorrer as vítimas e reconstruir as áreas atingidas chega a R$ 586 milhões.
Palmares foi uma das cidades pernambucanas mais atingidas pelas chuvas. A maioria dos habitantes foi expulsa de suas casas por causa da força das águas. Em menos de 24 horas, choveu 180 milímetros, o equivalente a 70% do esperado para todo o mês de junho na região. As águas do Rio Una, que banham a cidade, subiram rapidamente, tragando casas e formando ondas que surpreenderam a população.
Nos dias que sucederam a tragédia, a rotina de pânico com a chuva constante fez muitos moradores se arriscarem em carrocerias de caminhões para chegar até a parte mais alta da cidade. Pedestres se penduraram nos veículos, ainda em movimento, para conseguir subir as ladeiras até sair das áreas de risco de enchente.
A correnteza não poupou nem o muro do presídio da cidade, que acabou ruindo. Sem segurança, todos os detentos escaparam sem dificuldades. Nas ruas, foi preciso substituir 589 postes.
O hospital público estadual que ficava na cidade também sofreu com a enxurrada e terá de ser reconstruído. A estimativa do governo é de que a chuva tenha destruído mais de 14 mil casas e provocado estragos em mais de quatro mil quilômetros de estradas. Pelo menos 140 pontes desabaram e há 82 mil desabrigados e desalojados pela enchente.
O trabalho de reconstrução das áreas urbanas, iniciado logo nos primeiros dias após a catástrofe, ainda está na fase de cadastramento das vítimas. Atendimento a necessidades básicas, como a expedição de documentos, distribuição de vacinas e medicamentos, é feito pelas equipes de voluntários e servidores dos governos presentes na área.
Segundo o gabinete de reconstrução, desde junho, foram emitidas 6.263 carteiras de identidade, 2.782 carteiras de trabalho e 4.801 certidões de nascimento. Em Palmares, 280 moradores foram abrigados em 122 barracas fornecidas pelo governo federal.
Na área da saúde, o hospital de Barreiros, município próximo a Palmares, foi danificado. O governo estima que 66 postos de saúde foram avariados, e 19, destruídos.
Escolas estaduais ou municipais que precisarão ser reconstruídas ou reformadas totalizam 403. Serão gastos R$ 91 milhões na construção, reforma e manutenção das unidades escolares estaduais e municipais.
O governo também identificou danos em 44 cistemas de abastecimento de água nos municípios atingidos. Atualmente, ainda existem problemas pontuais em três municípios: Cortês, Palmares e Ribeirão.
Governo Federal
A destruição causada pela força das águas nos 68 municípios pernambucanos levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar a região no dia 24 de junho, seis dias após o começo da catástrofe.
Dados do Ministério da Integração Nacional mostram que o governo liberou R$ 25 milhões para Pernambuco logo nos primeiros dias da tragédia e outros R$ 50 milhões foram repassados ao governo estadual para a reconstrução e socorro de vítimas.
Outros R$ 200 milhões foram destinados pelo governo federal para investimentos nas obras de reconstrução de pontes, estradas e para a desapropriação de terrenos destinados à construção de novas casas. Fonte: G1
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