terça-feira, outubro 19, 2010
Vale a pena...
Vale a pena...
Renata Lo Prete - Folha de S. Paulo - 19/10/2010
Em privado, alguns expoentes do PT questionam a orientação da campanha de Dilma Rousseff de se concentrar no ataque ao governo de José Serra em São Paulo. Argumentam que isso tende a reverberar numa faixa do eleitorado restrita aos 35% obtidos por Aloizio Mercadante, que perdeu a disputa estadual no primeiro turno para o tucano Geraldo Alckmin.
Defendida pelo QG dilmista como instrumento para desconstruir o legado de Serra, a crítica sistemática a setores como educação e segurança embute o risco de afastar Dilma definitivamente da parcela do eleitorado local que optou pelos "verdes" e até por Alckmin.
...ver de novo? A cada rodada de críticas de Dilma às gestões tucanas no Estado, Serra insistirá na tecla de que a petista "não gosta de São Paulo". Trata-se de reedição da tática usada por Alckmin contra Mercadante.
Tro-lo-ló Serra, que no debate Folha/Rede TV! tentou mais uma vez se desviar do assunto Paulo Vieira de Souza discorrendo a respeito do suposto caráter "racista" do apelido do ex-diretor da Dersa, trazia, entre os papeis acomodados sobre seu púlpito, uma folha onde se lia, em letras grandes, "Paulo Preto", e abaixo uma série de curtos tópicos de texto.
Em família Filha de Paulo Preto, a jornalista Tatiana Cremonini, que se tornou funcionária do cerimonial do Palácio dos Bandeirantes no primeiro mês do governo Serra, estava antes na prefeitura paulistana. Em 2005, quando o tucano administrava a capital, ela foi contratada para a diretoria de eventos da SPTuris.
Como um ímã Frase de Aloysio Nunes, então secretário da Casa Civil, na solenidade de entrega do prêmio "Engenheiro do Ano" a Paulo Preto, em 2009: "Não é apenas o seu preparo técnico, mas a paixão que dedica ao seu trabalho que consegue magnetizar aqueles que colaboram com você".
Oremos 1 Distribuído no final de semana passado para instrução da liturgia das missas em igrejas católicas de todo o país, o folheto "O Domingo" traz um texto que atribui a agentes do governo federal atuando na Amazônia práticas como suborno e enriquecimento ilícito.
Oremos 2 O artigo, assinado pelo teólogo João Batista Libânio, primo de Frei Betto, registra que o Brasil vive uma "fase crítica", de tomada de "decisões importantes", e que "ainda há tempo de revertê-las". A editora responsável não informa a tiragem da publicação e alega que o tema foi selecionado em razão da Campanha da Fraternidade de 2011, sobre a conservação do planeta.
Às falas "Vocês proibiram a Dilma de falar no Lula?", perguntou, em tom reprovador, o presidente de honra do PSB, Roberto Amaral, a José Eduardo Cardozo no último intervalo do debate de domingo. "Não! De jeito nenhum!", reagiu o petista.
Sem tela Até hoje fora da propaganda de televisão de Dilma, o candidato a vice, Michel Temer, encontrou João Santana no estúdio do debate Folha/Rede TV!. "E aí"?, perguntou o peemedebista, que gravou seu depoimento há mais de uma semana. "É terça, é terça", explicou o marqueteiro.
Pra quê? Entre os tucanos, há quem veja com temor a decisão de fazer Aécio Neves circular pelo país em prol da candidatura Serra. Essa ala argumenta que, se Minas pode decidir a eleição e Aécio comanda boa parte do eleitorado local, não faz sentido retirá-lo do Estado.
Tiroteio
"É um sinal dos tempos. O Nelson Rodrigues falava em 'padres de passeata'. Agora assistimos aos "bispos da panfletagem".
DO DEPUTADO FERNANDO FERRO (PT-PE), sobre os panfletos, apreendidos pela Polícia Federal em São Paulo, que pregam voto contra o PT devido à posição favorável à descriminalização do aborto assumida pelo partido.
Contraponto
Minuto de reflexão
Em recente evento de campanha, o deputado estadual Campos Machado, presidente do PTB-SP, exortou o correligionário Frank Aguiar a rezar um Pai Nosso pela recuperação da saúde do senador Romeu Tuma.
Surpreso e meio sem jeito, o cantor e vice-prefeito de São Bernardo do Campo declinou do pedido. Argumentou que preferia não se arriscar, pois conhece pelo menos "três versões" da oração.
Campos Machado não se deu por vencido:
-Então vamos fazer uma oração silenciosa...
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