Mas, quando Lula fala, elite é sempre sinônimo de malvado e injusto, de inútil e explorador, de odiar os pobres e gostar de ver o povo passar fome. De maior inimiga da democracia.
Que elite é essa? Não é a dos charutos e vinhos, das madames consumistas e filhos playboys, carros importados e amigos picaretas, dos coronéis rurais e urbanos, dos veteranos mamadores nas tetas do Estado. Esta está com Lula, o obedece no Congresso, financia suas campanhas, apoia seus programas econômicos e sociais. Seria até indelicado reclamar.
As novas elites não nascem na academia, nem no empreendedorismo e nem no mercado produtivo. Como os militares, nos tempos da ditadura, elas estão em toda parte, mas agora vêm dos sindicatos e da militância, são gestores, investidores com o capital alheio, novos poderosos com acesso a verbas e programas. Elas não se baseiam em excelência ou competência profissionais, mas em fidelidade, ideologia e militância. Não é ilegal ou imoral ser dessa elite, só engorda.
Mas a novidade da elite lulo-popular não acabou com a velha elite sarno-patrimonialista, juntou-se a ela nos privilégios. Lula não se contenta em multiplicar os pães e os peixes, multiplica as elites. Em 2020 teremos acabado com a pobreza, basta Dilma vencer. Com tantas elites, daqui a pouco vai nos faltar povo e não teremos mais a quem culpar pelo Brasil ainda não ser, mas só estar próximo, da perfeição - como o nosso sistema de saúde pública, nossos aeroportos e estradas.
Os novos fumadores de charutos e bebedores de vinhos se juntam aos antigos inimigos e brindam à vitória do velho slogan de Zé Dirceu quando era líder estudantil. Ao povo no poder.
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