quarta-feira, junho 30, 2010
Florestas destruídas
Florestas destruídas
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou levantamento mostrando que em abril e maio de 2010 foram devastados 161 km² de floresta amazônica no bioma formado pelas florestas dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás. O total de florestas destruídas é equivalente a mais de cem vezes a área do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, um dos maiores parques do país. O mapa do desmatamento do Imazon revela que foram destruídos 65 km² de floresta em abril e outros 96km² em maio, mas, mesmo assim, houve uma redução em comparação ao mesmo período de 2009, com queda de 47% em abril e 39% em maio. Como a Amazônia Legal está coberta por nuvens em virtude do período de chuvas, tudo indica que a destruição da floresta tenha sido maior, mas o retrato fiel do desmatamento poderá ser visto somente depois que os satélites do instituto conseguirem mapear melhor a região pesquisada.
O fato é que o homem continua desmatando a floresta amazônica e toda essa destruição teria sido evitada se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tivesse cumprido a promessa de criar a Polícia Ambiental Federal, uma força policial que seria formada por três mil agentes especializados para atuar em todo o Brasil com uma fiscalização firme, exercida de forma ostensiva por agentes federais, bem pagos e imunes à corrupção. Além de endurecer a legislação contra os criminosos que avançam sobre a Amazônia Legal, o governo não teria outra medida a tomar senão ampliar a presença do Estado na região, mas a fiscalização ostensiva que seria feita por profissionais federais treinados e bem equipados, ficou apenas no papel. Como não conseguiu criar a Polícia Federal Ambiental, o Ministério do Meio Ambiente poderia firmar convênios com as Forças Armadas para desenvolver ações de combate ao desmatamento, afinal, o Exército Brasileiro tem um enorme contigente verde-oliva na região amazônica e esses homens altamente capacitados, armados e ambientados com a região poderiam combater a ação dos madeireiros.
Resultado: além do desmatamento de 65 km² de floresta em abril e outros 96km² em maio, os satélites do Imazon detectaram ainda 16 km² de degradação florestal, ou seja, de destruição parcial da mata em abril e outros 48 km² de degradação no mês de maio. Em abril de 2010, o desmatamento ocorreu principalmente em Mato Grosso, Estado que respondeu por 59% de toda destruição da floresta amazônica, seguido do Pará, com 23% de desmatamento, e por Rondônia, com 10%. O restante ocorreu no Amazonas, com 6% de destruição e Acre, que desmatou 2% das suas florestas. Já em maio, a maior parte da devastação aconteceu no Amazonas, que respondeu por 33% de todo desmatamento detectado pelo Imazon, seguido de Mato Grosso, com 26%, Rondônia, com 22%, Pará, com 17% e Acre, com 2%. Enquanto em abril a devastação se concentrou na região central de Mato Grosso e ao longo da BR-163, no trecho entre Santarém e Cuiabá, bem como entre os municípios de Altamira e Novo Progresso, em maio o desmatamento aconteceu mais no sudeste do Amazonas, nos municípios do entorno da BR-364 ao norte de Rondônia e na região central de Mato Grosso.
Cabe lembrar que o Ministério do Meio Ambiente anunciou a ampliação da fiscalização em Mato Grosso no ano passado com a promessa de ajuizar 75 novas ações contra desmatadores da floresta Amazônica no Estado, todos acusados pela destruição de 800 km² da floresta, área equivalente a 80 mil campos de futebol, além do transporte irregular de 3.000 caminhões de madeiras ilegal, que foram apreendidos durante operação desenvolvida pela Polícia Federal. Como o aperto na fiscalização, bem como as ações judiciais ficaram apenas na promessa, o desmatamento ganhou força, tanto que o Imazon revela que a maioria do desmatamento em abril aconteceu em áreas privadas ou de posse como assentamentos de reforma agrária, terras indígenas e unidades de conservação. O mais lamentável é que o governo federal chama de bandidos aqueles que desmatam a floresta, o que não deixa de ser uma verdade, mas, ao mesmo tempo, aparece como o maior destruidor do ambiente na Amazônia Legal, já que não consegue impedir a devastação florestal em áreas que estão sob a tutela do Incra, do Ibama ou da Funai.
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