terça-feira, julho 13, 2010

Físico nuclear iraniano é livre para deixar país, diz governo americano

Físico nuclear iraniano é livre para deixar país, diz governo americano
Amiri está nos EUA por vontade própria, diz Departamento de Estado.
Governo iraniano afirma que ele foi sequestrado, mas americanos negam.

A TV iraniana mostrou imagens de Shahram Amiri em junho

O físico nuclear iraniano Shahram Amiri se encontra nos Estados Unidos por vontade própria e é livre para patir, declarou nesta terça-feira o porta-voz do departamento de Estado americano.
A declaração foi feita depois do anúncio de que Amiri, sequestrado - segundo Teerã - pelos serviços secretos americano no ano passado, teria se refugiado na representação de seu país localizada na embaixada do Paquistão em Washington.
O cientista confirmou, num telefonema à TV estatal iraniana, que se encontra na representação de seu país e declarou que os Estados Unidos "são o grande perdedor" no caso de seu sequestro.
"Desde o dia em que minhas declarações foram colocadas na internet, os americanos se deram conta de que eram os perdedores neste caso", declarou Amiri, entrevistado pelo site da TV, sem que se veja seu rosto ou ouça sua voz.
Ele também se alegara de estar na representação de seu país e expressa seu desejo de voltar o mais rápido possível para o Irã.
"Depois da publicação de minhas declarações na internet e a desonra dos Estados Unidos, queriam me enviar de novo para o Irã sem fazer barulho, através de um voo para outro país, para poder negar tudo", acrescentou.
Shahram Amiri desapareceu em junho de 2009 na Arábia Saudita, para onde havia viajado para uma peregrinação muçulmana. Teerã afirma que ele foi sequestrado pelos Estados Unidos com a ajuda dos serviços de inteligência sauditas.
No final de março, o canal americano ABC afirmou que Amiri, apresentado como um físico nuclear, havia desertado e estava colaborando com a CIA.
Segundo a imprensa iraniana, Amiri é um "pesquisador de radioisótopos médicos da Universidade Malek Ashtar", subordinada à Guarda da Revolução, o exército ideológico do regime islâmico.
Em 7 de junho, a televisão estatal iraniana difundiu um vídeo no qual um homem que diz se chamar Amiri afirmava ter sido sequestrado pelos serviços secretos americanos e estar detido perto de Tucson (Arizona, sudoeste dos Estados Unidos).
Depois o Irã solicitou, por vias legais, informações sobre ele.
Os Estados Unidos desmentiram ter sequestrado o físico e se negaram a esclarecer se ele se encontrava em seu território.
No final de junho, outro vídeo divulgado pelos meios de comunicação iranianos mostrava o mesmo homem que dizia ter fugido e que se encontrava em Virgínia (leste).
O Irã convocou em 7 de julho o adido de negócios da embaixada suíça, que representa os interesses americanos em Teerã, para protestar contra o sequestro de Amiri pela CIA.
"O adido de negócios suíço (Georg Steiner) foi convocado nesta terça depois da publicação de novos documentos vinculados ao sequestro de Shahram Amiri pelas forças de segurança americanas", assinalou o ministério das Relações Exteriores iraniano sem detalhar os documentos.
A chancelaria iraniana afirma ter entregado à embaixada suíça as provas do sequestro de Amiri pela CIA.
"Esperamos que o governo americano anuncie o mais rápido possível os resultados de sua investigação sobre este cidadão iraniano", afirmou Teerã, acrescentando que os Estados Unidos são responsáveis pela sorte de Amiri.
Na noite de segunda-feira, Amiri pediu refúgio no escritório de representação iraniano que funciona na Embaixada do Paquistão em Washington.
O governo iraniano diz que o cientista foi sequestrado por agentes da CIA (a agência de inteligência americana) no ano passado, em peregrinação à cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita.
Os Estados Unidos negam essas acusações.
"Amiri está nos Estados Unidos por sua própria vontade e ele é livre para partir", disse Clinton.
"Na verdade, ele tinha uma viagem marcada para o Irã ontem (segunda-feira), mas não conseguiu terminar os preparativos necessários para chegar ao país passando por outros países", afirmou a secretária.
Não há voos diretos entre os Estados Unidos e o Irã. Os dois países não mantêm relações diplomáticas.

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