segunda-feira, novembro 15, 2010
Sinal de alerta
Sinal de alerta
VALDO CRUZ
BRASÍLIA - A crise do banco PanAmericano deveria fazer a presidente eleita Dilma Rousseff refletir um pouco mais sobre a escolha de seu presidente do Banco Central.
A despeito das falhas de fiscalização, a solução dada pelo BC ao banco quebrado de Silvio Santos foi rápida, sem provocar grandes solavancos no mercado.
A atuação de Henrique Meirelles foi elogiada por gente do governo, do mercado e por aliados políticos. Passou segurança, coisa de gente que veio e conhece bem o funcionamento do sistema financeiro.
Manter Meirelles, pelo que comentam assessores de Dilma, está fora de cogitação. Não é isso, porém, que merece reflexão por parte da futura presidente.
Segundo amigos, antes mesmo da crise do PanAmericano, ela estava dividida entre uma solução caseira ou um nome de fora. No primeiro caso, sua opção seria promover a presidente o diretor de Normas, Alexandre Tombini.
Até pouco tempo, ela tendia a nomear Tombini, que conta com apoio dentro do PT e do Palácio do Planalto. Seria um nome sem compromissos com o mercado.
Um assessor confidenciou, contudo, que ela costuma lembrar que os últimos presidentes do BC vieram do mercado e trouxeram diretores com experiência no dia a dia do sistema financeiro.
Um modelo que deu certo com Armínio Fraga, no governo FHC, e Meirelles, com Lula. Só que, por conta da pressão de petistas, os diretores vindos do mercado foram saindo aos poucos.
Como seria a reação de um BC formado só com prata da casa diante de uma crise mais grave? Claro que não dá para dizer que seria insatisfatória. A turma caseira pode muito bem dar conta do recado. Fica, porém, a dúvida.
É nesse cenário, agravado pela crise do PanAmericano, que Dilma deverá definir seu BC. Meirelles está fora, mas ela deve estar sendo aconselhada a dar uma olhada para o mercado.
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