domingo, novembro 07, 2010
Como está não dá
Como está não dá
RENATA LO PRETE - FOLHA DE SÃO PAULO - 07/11/10
Tamanho é o pacote de bondades que o Congresso tenta introduzir no Orçamento que o governo já discute internamente a possibilidade de deixar a votação para fevereiro de 2011, já sob a nova legislatura.
Além das questões do salário mínimo, que os parlamentares tentam aproximar dos R$ 580 reivindicados pelas centrais sindicais, e do reajuste do Judiciário, há agora a encrenca das emendas individuais, cujo teto seria elevado dos atuais R$ 12,5 milhões para R$ 15 milhões ou mesmo R$ 17 milhões - em 2003, o limite eram R$ 2 milhões. O Planalto está decidido a não aceitar nenhum aumento nesse quesito.
Quer mais? - De um integrante do primeiro escalão, ao ver num programa de TV um analista repetir o bordão de que a ida de Antonio Palocci para a Casa Civil daria credibilidade ao governo de Dilma Rousseff: ‘A mulher teve 56 milhões de votos! Precisa de mais credibilidade?’.
Kkkkk - Dizem os mais próximos que nada diverte tanto Dilma, atualmente, quanto espiar o noticiário e ver quanta gente já está ‘nomeada’ para seu ministério.
Cabeça feita - Reeleito ao Senado, Edison Lobão (PMDB-MA) diz a quem quiser ouvir que não aventa a hipótese de presidir a Casa. Quer, isso sim, voltar a ser ministro de Minas e Energia.
O de sempre - Mesmo porque José Sarney (PMDB-AP), depois de mais uma vez espalhar que estaria muito cansado e sem disposição para um novo mandato na presidência do Senado, começa a deixar claro que pretende continuar onde está.
Calendário - No dia 14, termina o prazo dado pela Justiça para que a PF conclua as investigações sobre tráfico de influência na gestão de Erenice Guerra na Casa Civil. Como haverá pedido de prorrogação por mais um mês, se este novo prazo for cumprido as conclusões serão divulgadas em 14 de dezembro, dia do aniversário de Dilma.
Pode esperar - Senadores tucanos identificam no horizonte sinais de que José Serra tentará postular a presidência do PSDB. E apostam que isso vai dar encrenca.
Pré-sal 1 - Cumprida sua função na campanha eleitoral, o assunto Paulo Preto será devolvido às profundezas pelo PT, nada interessado em prospectar um terreno que faz fronteira com a Castelo de Areia, operação da Polícia Federal com potencial de dano tanto para tucanos quanto para petistas.
Pré-sal 2 - O caso Paulo Preto só será trazido à tona bem mais adiante e num único cenário: o da candidatura a prefeito do senador eleito Aloysio Nunes (PSDB-SP), de longe o tucano mais próximo do ex-diretor da Dersa.
Excel - Geraldo Alckmin encaminhou às secretarias esta duais questionário sobre temas específicos de cada pasta, incluin do a listagem completa de nomes de titulares, adjuntos, che fes de gabinete e coordenadores. Pediu respostas até terça-feira.
Nem tão verde - A definição do espaço do PV no futuro governo Alckmin ainda é objeto de conversas entre os dirigentes do partido e o eleito. Em privado, os ‘verdes’ desejam uma secretaria de orçamento mais robusto do que a do Meio Ambiente.
Mãos de tesoura - Na reestruturação administrativa prometida por Alckmin, pelo menos uma pasta já é candidata a perder status de secretaria: Ensino Superior.
Espertolândia - Um veterano da área filosofa: ‘Em política, só tem bobo a partir da sétima suplência’.
Tiroteio
O primeiro ato do governo Tião Viana deveria ser aprender a lição de Obama sobre como perder eleição sem reclamar.
DO DEPUTADO ACM NETO (DEM-BA), usando o discurso em que o presidente americano assumiu a responsabilidade pela recente derrota de seu partido nas urnas para criticar o petista, segundo quem o povo do Acre cometeu ‘injustiça’ com Lula ao optar majoritariamente por Serra, e não por Dilma.
Contraponto
Vamos ao que interessa
Na última cerimônia de formandos do instituto Rio Branco realizada no governo Lula, Celso Amorim rememorou, ao discursar, o dia de 2002 em que Lula o chamou para ser ministro das Relações Exteriores.
- Com muito jeito, disse duas coisas a ele. Primeiro: ‘olha, presidente, eu tenho uma ligação histórica com o PMDB’. Ele disse: ‘isso não tem importância’.
A segunda ressalva dizia respeito a futebol:
- Eu disse: ‘sou Santos’. E ele: ‘isso é mais grave’.
Naquele ano, Santos e Corinthians fizeram a final do Campeonato Brasileiro - e o time de Lula perdeu.
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