quinta-feira, julho 01, 2010

Síria quer Brasil no Conselho de Segurança

Síria quer Brasil no Conselho de Segurança
Em Brasília, Assad elogia esforços do país e da Turquia no acordo com o Irã
Luiza Damé

BRASÍLIA. Em visita oficial de dois dias ao país, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, defendeu a posição brasileira sobre os conflitos no Oriente Médio, especialmente no que diz respeito aos territórios palestinos, e elogiou a participação do Brasil e da Turquia na negociação do acordo com o Irã sobre enriquecimento de urânio no exterior.
Assad foi recebido ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manifestou apoio à pretensão do Brasil de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
— Esse será um grande passo para corrigir o conselho e mudar a política que vai para um lado só, assegurando respeito aos direitos internacionais — disse o presidente sírio, no brinde no almoço oferecido por Lula
Lula critica o bloqueio à Faixa de Gaza Assad disse que o Brasil tem uma posição realista em relação aos conflitos do Oriente Médio, destacando que os dois países têm pontos de vista comuns sobre a construção da paz na região.
Para ele, os esforços dos países árabes e da América Latina vão ajudar a encontrar soluções para os problemas na região.
O presidente da Síria afirmou admirar a atuação do Brasil e da Turquia na negociação do acordo com o Irã.
— Esse acordo é fundamental para a solução do problema de forma pacífica, sem chegarmos a uma guerra. O Irã abriu o caminho para uma solução pacifica, enquanto Israel ainda ameaça a segurança e a paz na região, através da suas armas nucleares. A Síria acredita que a paz na região é a única forma para o desenvolvimento. Nós fizemos esforços para a paz, com a colaboração do Brasil, mas Israel sempre cria empecilhos — disse Assad citando o ataque ao Líbano em 2006 e ao barco turco com ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em maio.
Lula defendeu a criação de um Estado palestino e condenou o bloqueio a Gaza. O presidente destacou o papel da Síria na construção da paz no Oriente Médio e disse que conflito na região afeta o mundo inteiro. Além disso, Lula defendeu a devolução das colinas de Golã à Síria, região conquistada por Israel.
— Defendemos um Estado Palestino independente, soberano, coeso e economicamente viável, e que possa conviver em segurança e dignidade com Israel.
Isso só será possível com unidade. Contamos com a Síria para ajudar a alcançar uma verdadeira reconciliação entre palestinos — disse.
Lula condenou o bloqueio a Gaza e os atos terroristas. E defendeu a união de todos os países pela paz no Oriente Médio.
Essa é uma responsabilidade de todos. Esse conflito transcende as dimensões regionais.
Afeta o mundo inteiro. Recusamos a tese de que o Oriente Médio está fadado ao conflito, de que seus filhos estão condenados a reviver a irracionalidade da guerra. Não haverá reconciliação verdadeira se houver vencedores e vencidos. Temos urgência em ver a região pacificada, com todos seus povos vivendo em harmonia — afirmou.

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