sexta-feira, agosto 13, 2010

Waldez, no Amazônia Jornal

Militares avistaram discos voadores na Barra da Tijuca

Militares avistaram discos voadores na Barra da Tijuca
Relatório já liberado pela FAB traz fotos e estudo sobre a aparição
O Dia Online

Rio - ‘Parecia um DC-3, só que voava lateralmente.” Foi assim que um militar classificou objeto voador que avistou na Barra da Tijuca, em documento reservado que a Aeronáutica vem liberando aos poucos para consulta pública. Comparando o que via ao avião de passageiros  DC-3, o militar traçou com nanquim o movimento a que assistiu e o fotografou. Entregou tudo às autoridades aeronáuticas, que durante 52 anos mantiveram o relato guardado em seus arquivos, com o carimbo ‘reservado’.

É esse material que começou a ser discretamente entregue ao Arquivo Nacional há um ano e meio e que, a partir desta semana, por meio de portaria assinada pelo comandante da Força Aérea, brigadeiro Juniti Saito, será liberado com regularidade. A partir de agora não virão apenas relatos antigos, mas também registros recentes de avistamentos feitos por pilotos, controladores e demais usuários do sistema de controle do espaço aéreo.
O registro do estranho disco que sobrevoou a Barra da Tijuca em 1952 integra agora o acervo ‘Objeto Voador Não-Identificado’ (Ovni) da unidade do Arquivo Nacional em Brasília. Por anos ficou guardado no Rio, no Centro de Documentação e Histórico da Força Aérea (Cendoc), no Campo dos Afonsos, também na Zona Oeste do Rio. Nesse arquivo reservado, recebeu a classificação “Envelope 02 1971”.
São ao todo nove fotos, sete desenhos em nanquim e quatro figuras desenhadas sobre a reconstituição do que a Força Aérea chamou de ‘Caso Barra da Tijuca, ano de 1952’.

Escola de sargentos
Em outro documento, este de 1971, há relato sobre aparição de Ovni na cidade mineira de Varginha. O registro é atribuído a um “informante” da FAB.
Ele relata as famosas aparições de Ovnis sobre Varginha e seu deslocamento para a cidade vizinha de Três Corações. Lá permaneceu, segundo o documento liberado pela Força Aérea, “pairado sobre a ESA (Escola de Sargentos das Armas), do Exército, onde também alguns militares teriam testemunhado o fato”.
O registro foi levado a sério. Recebeu encaminhamento para o Estado-Maior da Aeronáutica e o comando de Zona Aérea. Recebeu carimbo de ‘reservado’ e observação alertando aos destinatários serem eles responsáveis pelo sigilo do documento.

ELVIS, para o Correio Amazonense

O Machado do Largo

O Machado do Largo
Paulo Pacini – Jornal do Brasil
Nos primeiros tempos da cidade, o rio Carioca chegava ao seu final dividindo-se em dois, a maior parte desaguando na Praia do Flamengo, após curva caprichosa por onde passa a rua Senador Vergueiro, mas possuindo também um "braço norte", que descia a rua do Catete até a Glória, encontrando o mar junto ao Outeiro.
Chuvas torrenciais, que como hoje atingiam a cidade, faziam com que transbordasse com freqüência, criando um alagado conhecido então como Lagoa da Carioca, e que, com a lenta ocupação, passou a ser chamado Campo das Pitangueiras e das Laranjeiras. Acabou recebendo o nome atual no início do século XIX, quando um açougueiro, gênio anônimo em semiótica, sinalizou seu estabelecimento através de um grande machado, mostrando inteligência além de criatividade, pois a maioria das pessoas na época era analfabeta.
O Largo do Machado de 1900 e a garagem de bondes da
Companhia Jardim Botânico
O largo cresceu a partir da chegada da côrte em 1808, fato incentivado pela presença da rainha Carlota Joaquina, que ali montou uma de suas várias residências. Ela também aproveitou e comprou uma capela próxima, construída em 1720. Com o retorno da família real a Portugal, o espólio da rainha foi anos depois a leilão para cobrir as dívidas, sendo a propriedade de Laranjeiras arrematada por Antônio José de Castro. Posteriormente, foi adquirida pela Irmandade de N.Sª da Glória em 1835, originando o presente templo, cuja pedra fundamental foi lançada em 1842, com a presença do imperador, mas cuja inauguração só ocorreria em 1872.
Além da igreja e o belo prédio da Escola Amaro Cavalcanti, resultado da iniciativa de D. Pedro II após a guerra do Paraguai, transferindo a verba arrecadada para construção de uma estátua em sua homenagem, o largo é parte da história do transporte carioca, pois lá ficava importante garagem da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, tendo sido ponto final da primeira viagem em bonde elétrico, em 1892, que teve como passageiro o então presidente da República, Floriano Peixoto. Perto do largo, na rua Dois de Dezembro, ficava a primeira usina geradora a fornecer energia elétrica para os novos veículos. 
Centro residencial e comercial de vida intensa, o Largo do Machado prossegue no século XXI como um dos lugares mais tradicionais e populares do Rio.

Erasmo, para o Jornal de Piracicaba

Vulnerabilidade do Brasil é grande, diz especialista sobre dengue

Vulnerabilidade do Brasil é grande, diz especialista sobre dengue
Para diretor de centro de referência, casos de Roraima preocupam.
Instituto Evandro Chagas confirmou três casos do vírus tipo 4 no País.

Mário Barra Do G1, em São Paulo
A confirmação de três casos de dengue tipo 4 no Brasil trouxe à tona a preocupação de autoridades do Ministério da Saúde e de especialistas sobre a doença no país. Detectadas em quatro bairros diferentes de Boa Vista e diagnosticadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de Roraima, amostras de soro foram levadas ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, para contraprova.
Uma quarta análise, coletada de um morador do bairro de Pricumã, ainda aguarda o resultado, a ser divulgado na semana que vem. Entre as outras amostras, cinco são de dengue tipo 1 e uma do vírus 2. Os demais soros não atestaram a presença de doença, mas os procedimentos de cultura de coleta ainda não terminaram no IEC.
Identificado no Brasil pela primeira vez em 1981, o vírus não difere dos demais tipos causadores de dengue quanto aos sintomas que produz no corpo. O perigo trazido pelos casos de Roraima está no fato da população brasileira simplesmente não ser imunizada contra a dengue tipo 4. Ao surgir novamente em pessoas que já tiveram a doença causada pelos tipos 1, 2 ou 3, casos hemorrágicos podem surgir, podendo levar os pacientes à morte.
Preocupação
Para Luiz José de Souza, diretor do Centro de Referência da Dengue de Campos de Goytacazes (RJ), a situação da dengue no Brasil é preocupante. "Independente do quadro, a situação já é muito complicada, acredito que esse verão já deva contar com alguma epidemia aqui no sudeste", afirma o médico.
Para o especialista, mudanças de temperatura, chuvas frequentes e alagamentos são fortes indícios para novos surtos de dengue mesmo em cidades grandes como a capital paulista. "Pelo nosso conhecimento epidemiológico, acredito que São Paulo está prestes a receber uma epidemia de dengue", alerta o especialista. "Acredito que neste verão já sejam registrados casos."
Sobre o vírus VDEN-4, Luiz afirma que o caso ainda está isolado em Roraima, mas requer cuidado especiais já que a vulnerabilidade do país é grande. "No passado, a circulação de pessoas era muito menor e mesmo assim estados como o Rio de Janeiro tiveram surtos de dengue", explica o diretor do CRD. "No caso dessa nova versão do vírus, todos os habitantes do Brasil são vulneráveis."
"O VDEN-4 entrou no país em 1981, também em Boa Vista, mas foi minimizado pela presença do tipo 1, que quatro anos mais tarde se espalhou a ponto de chegar ao Rio de Janeiro", afirma Luiz.
O ministro da saúde, José Gomes Temporão, comentou o problema nesta sexta-feira (13). “A probabilidade de que o vírus possa circular não é 100% segura. O vírus pode ter um comportamento inesperado e não se expandir com a velocidade com a qual poderia se supor, mas ele pode, sim, circular pelo território nacional. Existem vários voos diretos de Roraima para São Paulo e outros estados. O que nós temos que fazer é nos preparar para, no próximo verão, termos uma redução drástica da presença do vetor”, declarou à Agência Brasil.

Identificação do vírus
As cepas do VDEN-4 isoladas no IEC foram identificadas com exemplares isolados na Venezuela na última década, representantes do genótipo 2 do vírus.
Para realizar a confirmação, o vírus foi isolado por meio da introdução de soros dos suspeitos de terem contraído dengue em uma cultura de clones das células de mosquitos Aedes albopictus conhecida como C6/36. A nota técnica do Ministério da Saúde sobre os casos de Roraima, ao citar o "padrão ouro", faz referência a este tipo de diagnóstico laboratorial.
O IEC também utiliza uma técnica molecular conhecida como RT-PCR, que reconhece o vírus por meio de fragmentos do genoma.
Segundo Pedro Fernando Vasconcelos, chefe do Departamento de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, no caso do vírus 4, o isolamento feito em Belém é necessário para confirmar a doença e esclarecer qualquer dúvidas sobre a circulação pelo Brasil.
O procedimento justifica, segundo o especialista, a refutação de casos como os identificados em 2008 na capital do Amazonas, rejeitados como amostras de VDEN-4 pelo IEC. "A confirmação laboratorial das amostras procedentes de Manaus foram negativas para o tipo 4 tanto no IEC como pela Fiocruz, no Rio de Janeiro", afirma Pedro. "Provavelmente o que aconteceu naquele caso foi contaminação laboratorial."
Combate em Roraima
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima, foram intensificados os trabalhos de combate ao vírus desde a identificação do caso índice no dia 30 de julho pelo Lacen local. Na próxima semana, serão instaladas ovitrampas, vasilhas plásticas com água e um composto bioquímico, usadas como armadilhas aos mosquitos responsáveis pela transmissão do vírus.
Mosquitos da dengue desovam um recipientes com água parada como tampas de garrafas e pneus. Os ovos caem na água depois de três dias para o nascimento das larvas começa, mas também podem permanecer até 450 dias no recipiente antes da geração de novos exemplares do mosquito. É possível que mesmo um pneu seco contenha ovos e que consiga dar origem a larvas durante o próximo contato com a água.
O Lacen de Roraima recebeu 30 kits laboratoriais adicionais para realização de novos exames por um período de trinta dias. Na capital, equipes orientadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde, fazem buscas ativas, controle focal para eliminação de criadouros nos bairros dos casos índices, borrificação, aplicação de questionários e ações de educação em escolas.
Até o dia 12 de agosto, o estado apresentava 8.242 notificaçações de dengue, com 5 mil confirmações e 223 casos graves de doença. No mesmo período do ano passado, eram 5.131 notificacações, 2.745 casos confirmados, com 142 graves.

Irã quer Brasil como mediador para fim do impasse com a comunidade internacional

Irã quer Brasil como mediador para fim do impasse com a comunidade internacional
Ivanir José Bortot e Renata Giraldi
Da Agência Brasil
Em Brasília

A duas semanas de o Grupo de Viena – formado pelos Estados Unidos, a França e a Rússia – retomar as negociações com o Irã em torno do desenvolvimento do programa nuclear, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, quer o Brasil como mediador para o fim do impasse com a comunidade internacional. Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, disse que os iranianos vão insistir que o acordo sobre a troca de urânio seja a base das negociações, sem a possibilidade de substituí-lo.
Para Shaterzadeh, a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudou a reforçar o papel relevante que os países em desenvolvimento desempenham no cenário internacional. “A presença do Brasil trouxe uma esperança e um suporte para os países em desenvolvimento”, disse ele, sem mencionar as suspeitas da comunidade internacional de que o programa nuclear do Irã produza secretamente armas atômicas. As suspeitas são negadas pelas autoridades iranianas.
O embaixador acrescentou que “a base das negociações é a Declaração de Teerã [nome oficial do acordo que determina a troca de urânio pouco enriquecido pelo material enriquecido a 20%]. A Declaração de Teerã deverá ser lembrada na história mundial”.
A retomada das negociações com o Irã pelo Grupo de Viena ocorre no momento em que o país é alvo de um série de sanções impostas pela maior parte da comunidade internacional. A adoção das sanções foi definida três semanas e meia depois de negociado o acordo para a troca de urânio. Inicialmente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fixou as restrições, depois vieram os Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá. As medidas restringem eventuais acordos e negócios, principalmente nas áreas militar e comercial.
No entanto, Shaterzadeh disse que a solução para encerrar a polêmica em torno da questão nuclear iraniana está na declaração firmada em 17 de maio, em Teerã. Na ocasião, Ahmadinejad assinou o acordo sobre a troca de urânio na presença de Lula e do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan. Para o embaixador, é necessário apenas definir alguns ajustes para a adoção do texto.
Pelo acordo, Ahmadinejad reafirma, no primeiro de dez itens, o compromisso de não proliferação de armas. A base da declaração é o acordo para o envio de 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. No prazo de até um ano, 120 quilos do material enriquecido, em território turco, a 20% será encaminhado para o Irã.
Nos demais parágrafos do texto, o governo do Irã informa estar convencido de que o acordo é o início de uma nova “proposta positiva e construtiva, em uma atmosfera de não confronto, que conduz a uma era de interação e cooperação”.
Há ainda a informação de que o urânio enriquecido na Turquia será de propriedade do Irã. Os iranianos, porém, admitem a inspeção de especialistas estrangeiros – uma referência à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Pela declaração, o Irã exige que sejam adotadas garantias e respeitados os termos do acordo.
No texto original do acordo, no 9º parágrafo, os governos da Turquia e do Brasil afirmam confiar nas negociações entre o Irã e o chamado grupo dos países 5 +1 – que reúne os cinco integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas: os Estados Unidos, a Rússia, China, França e a Inglaterra, além da Alemanha.
No último item, Brasil e Turquia elogiam os compromissos firmados no acordo e os esforços realizados para alcançá-lo. Em contrapartida, o governo do Irã informa que “também avalia os esforços construtivos de países amigos, Turquia e Brasil, criando o ambiente propício para a realização dos direitos nucleares do Irã”.

AROEIRA

Fidel completa 84 anos de volta à vida pública

Fidel completa 84 anos de volta à vida pública
Após cerca de quatro anos afastado, ex-presidente cubano faz frequentes aparições e provoca discussão sobre seu papel no governo
R7 Notícias
Crianças cantam parabéns para Fidel Castro, que completa 84 anos (reuters_tickers)

O ex-presidente cubano Fidel Castro completa 84 anos nesta sexta-feira, cerca de um mês após ter retornado à vida pública. Frequentes aparições na imprensa e um discurso na Assembleia Nacional encerraram um período de reclusão iniciado em 2006, quando Fidel se licenciou do cargo de presidente e foi submetido a uma cirurgia no intestino. Dois anos depois, alegando motivos de saúde, ele renunciou oficialmente e transferiu o poder ao irmão, Raúl.
Desde o início de julho, porém, Fidel participou com frequência de eventos e reuniões amplamente divulgadas pela imprensa estatal. Em agosto, ele lançou um livro de quase 900 páginas sobre a Revolução que o levou ao poder e discursou em uma sessão extraordinária da Assembleia Nacional, convocada por ele mesmo.

O discurso, que foi aberto à imprensa estrangeira, durou 12 minutos. Fidel entrou e saiu do plenário caminhando devagar e usando o braço de uma assistente, mas tem boa aparência e se diz "completamente recuperado".
O retorno de Fidel provocou discussões sobre o papel que ainda desempenharia na direção do país. Em suas recentes aparições, o líder cubano falou sobre temas internacionais, como a tensão nas Coreias e as divergências entre Estados Unidos e Irã, mas evitou assuntos relacionados à política interna. Isso fez com que alguns analistas defendessem a teoria de que os irmão Castro fazem uma espécie de "divisão de papéis": Raúl lida com as questões domésticas, Fidel se concentra nas questões internacionais.
A oposição, porém, chama atenção para o fato de que o retorno de Fidel ocorreu no dia 7 de julho, em meio ao anúncio da libertação de 50 presos políticos cubanos. Para o dissidente Guillermo Fariñas, que fez uma greve de fome de 135 dias para exigir tais libertações, o reaparecimento de Fidel Castro foi um "aval indireto" à decisão.

Perfil
Filho de um bem-sucedido produtor de cana de açúcar, Fidel nasceu em uma fazenda na cidade de Bíran, sul de Cuba, e cursou Direito na Universidade de Havana.
Em 1953, liderou um grupo de rebeldes no assalto ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, numa tentativa de derrubar o governo do general Fulgencio Batista (1940-1944 e 1952-1959). A ofensiva frustrada culminou na prisão de Fidel, libertado em 1955 por anistia presidencial.
No mesmo ano, durante exílio no México, conheceu o revolucionário comunista argentino Ernesto “Che” Guevara. Ao lado dele e de outros revolucionários – incluindo Raúl Castro – Fidel voltou a Cuba para novos confrontos com o Exército e, em 1959, derrubou o regime de Batista.
Logo depois, Fidel assumiu o poder e, em 1961, anunciou o caráter socialista da revolução. Milhares de cubanos partiram para o exílio e denunciaram a repressão aos direitos humanos sob o novo governo. O regime de Castro resistiu a medidas de pressão como o embargo econômico imposto pelos EUA e também ao colapso da União Soviética (1922-1991), que serviu como “protetora” da ilha.
Apesar de ter deixado a presidência do país, Fidel continua sendo o primeiro-secretário do governante Partido Comunista e é deputado da Assembleia Nacional.

Índios amazônicos do Peru querem criar partido para eleições de 2011

Índios amazônicos do Peru querem criar partido para eleições de 2011
UOL Notícias
Grupos indígenas da Amazônia peruana anunciaram que planejam lançar seu próprio partido político antes das eleições no país, programadas para 2011.
Seu líder, Alberto Pizango, disse que pretende fazer campanha para proteger a floresta e os direitos dos índios dos Andes e do Amazonas.
O anúncio acontece cerca de um ano após esses grupos terem protagonizado um dos maiores levantes indígenas da história recente do Peru.
Pizango, que está em liberdade condicional, acusado de liderar o levante, disse que talvez concorra à Presidência. Em entrevista coletiva, representantes da Aidesep (Associação Interétnica da Selva Peruana), maior organização de índios amazônicos do país, disseram que seu partido, a Aliança para uma Alternativa para a Humanidade (Aphu), nasce não apenas como um partido indígena, e sim com uma agenda nacional.
Na língua dos índios quechua, a palavra apu quer dizer "líder" ou "deus da montanha". Durante o evento, Pizango, que tem 45 años, disse que a Aphu "tenta abraçar todos os cidadãos do Peru que defendem os bosques, a natureza e a vida no planeta Terra".
Falando à BBC, o ex-ministro do Interior do Peru Fernando Rospigliosi protestou contra o lançamento do partido e disse que Pizango "não tem qualquer chance de chegar à Presidência".
"Isto é parte do efeito Evo, pelo qual líderes que promovem a desordem e recorrem a uma série de atos violentos julgam que isso pode levá-los ao poder", afirmou. "Mas o Peru não é a Bolívia. Aqui não vai acontecer isso".
Historicamente, a população indígena na região amazônica do Peru nunca foi representada na política nacional. Pizango disse que começou a coletar as assinaturas necessárias para que o grupo seja reconhecido como um partido político e que pretende fazer o registro formal em setembro.

Protestos
A Aidesep é uma federação que reúne mais de 60 tribos do Amazonas peruano. No ano passado, índios protestaram violentamente contra empreendimentos ligados à extração de petróleo no Amazonas. Pizango nega as acusações de ter liderado o levante, em que tribos bloquearam estradas perto da cidade de Bagua. Mais de 30 pessoas morreram nos confrontos entre índios e policiais. Entre os mortos, segundo relatos, estariam 24 policiais.
Pizango fugiu para a Nicarágua para evitar a prisão, mas retornou ao Peru em maio e está em liberdade condicional. O governo peruano estima que haja 400 mil índios na Amazônia peruana, mas Pizango afirma que eles são em torno de um milhão.
Ao contrário do que ocorre na Bolívia e no Equador, a grande população indígena do Peru não tem um papel ativo na política nacional peruana nos tempos modernos.
Em junho último, o presidente do país, Alan Garcia, se recusou a assinar uma lei que daria aos povos indígenas mais poder para suspender projetos envolvendo mineração e extração de petróleo em suas terras.
A lei foi aprovada pelo Congresso, mas Garcia disse que não poderia deixar comunidades indígenas interromperem o desenvolvimento que beneficiaria a todos os peruanos.

IQUE - No Jornal do Brasil

Cláudio, para o Agora São Paulo

Grandes grupos detêm 72% do crédito bancado pelo Tesouro

Grandes grupos detêm 72% do crédito bancado pelo Tesouro
VALOR ECONÔMICO
José Roberto Campos, de São Paulo
Dos R$ 180 bilhões concedidos pelo Tesouro ao BNDES e emprestados pelo banco a juros subsidiados, R$ 115,84 bilhões foram desembolsados até o início de julho. Eles se destinaram, na maior parte, às grandes empresas, que receberam 72% do total ou R$ 83,45 bilhões. Até agora, 29% do dinheiro foi encaminhado para projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou R$ 33,2 bilhões. Os números mostram que os projetos do programa estão sendo financiados com emissão de dívida e bancados com subsídios, e, também, que as grandes companhias se sentiram atraídas por juros inferiores aos de mercado para participar de negócios lucrativos - os do governo ou os próprios.
No repasse de pelo menos R$ 100 bilhões de aporte do Tesouro, que emite títulos pagando a taxa Selic, o custo médio total para o tomador final do empréstimo do BNDES com recursos do Tesouro foi de 7,95% ao ano. A remuneração média do BNDES foi de 2,25% (inclui remuneração básica, taxa de risco de crédito e de intermediação financeira), um pouco menor para grandes empresas (2,18% ao ano), um pouco maior para as médias e pequenas empresas (2,68% e 2,67%, respectivamente).
O BNDES foi autorizado a receber o dinheiro do Tesouro por meio de duas medidas provisórias (MPs), que se transformaram nas leis 11.948, de 16 de junho de 2009, e 12.249, de 11 de junho de 2010. O banco trimestralmente presta conta exclusivamente do uso do dinheiro bancado pelos cofres públicos ao Congresso, mas não faz alarde sobre isso. A primeira prestação de contas do ano foi concluída em abril, a segunda, anteontem.
Há diferenças importantes entre elas. O relatório de abril aponta que o primeiro aporte do Tesouro foi integralmente desembolsado entre janeiro de 2009 e março de 2010. O segundo relatório inclui o aporte adicional de R$ 80 bilhões, que sustentou a prorrogação do Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), destinado a estimular a produção e exportação de bens de capital e inovações tecnológicas.
No repasse dos R$ 80 bilhões é obrigatória a destinação de 25% às micro, pequenas e médias empresas. Entre a primeira e a segunda prestação de contas foram desembolsados R$ 15 bilhões do dinheiro subsidiado, de modo que o primeiro relatório contém o destino da maior parte das verbas.
Por isso, na fatia de R$ 100 bilhões já emprestada, o grau de concentração é maior. As grandes companhias ficaram com 78% dos desembolsos, ou R$ 77,4 bilhões, e as restantes com 19% - 3% bancaram projetos de pessoas físicas. Quando se incluem recursos do segundo aporte, a concentração diminui ligeiramente e as demais empresas ficam com 23,5% dos R$ 115 bilhões.
A trilha do dinheiro segue a atual concentração regional. Do total de recursos subsidiados até agora, 41,2% ficaram com o Sudeste, 16,4% com o Sul e 15,8% com o Nordeste. Projetos da Petrobras, como gasodutos e aumento da produção de gás e petróleo, que beneficiam mais de uma região, consumiram 13% do dinheiro, ou R$ 15,1 bilhões.
Por meio do PAC, a União está subsidiando os investimentos da Petrobras, que fica com a parte do leão dos R$ 33,2 bilhões desembolsados - R$ 25,6 bilhões em empréstimos para a empresa e seus projetos na refinaria Abreu e Silva, em Pernambuco, na Transportadora Associada de Gás (TAG) e na Transportadora Gasene. As usinas hidrelétricas, como Jirau, Santo Antonio e Serra do Facão, compõem a maior parte dos financiamentos restantes, ao lado da concessionária de rodovias e projetos da Vale (R$ 332,4 milhões, em especial para a ampliação da capacidade de transporte da estrada de ferro Carajás-EFC de 70 milhões para 103 de milhões de toneladas), Alcoa (R$ 282,4 milhões) e CSN (R$ 215 milhões).
Os desembolsos com recursos do Tesouro contemplaram principalmente a indústria de transformação (43,1%) e a infraestrutura (39,4%). Por gênero de atividade, metade dos R$ 115 bilhões se agrupa em três setores: transporte terrestre (de cargas e passageiros, rodoviário, ferroviário e metroviário), que obteve R$ 30,43 bilhões, fabricação de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (R$ 22,2 bilhões) e eletricidade, gás e utilidades públicas (R$ 8,9 bilhões).
O banco não discrimina as empresas que tomaram os recursos, apenas menciona algumas que obtiveram empréstimos relevantes. Dos R$ 2,8 bilhões que o setor de telecomunicações recebeu no período, por exemplo, o relatório destaca que a Telemar Norte Leste, do grupo La Fonte e Andrade Gutierrez, ficou com quantia relevante para bancar seu programa de investimentos 2009-2011, da mesma forma que a Brasil Telecom, adquirida pela Telemar, para realizar a expansão da infraestrutura de rede e Tecnologia da Informação.
Participações significativas tiveram empréstimos para a Fibria, da Votorantim Papel e Celulose (para linha de produção de celulose branqueada de eucalipto em Três Lagoas), Anglo American Brasil, para a expansão da mina de Barro Alto, Cosan, para construção de unidade de produção de etanol e Thyssenkrupp Metalúrgica Campo Limpo, para financiamento de produção voltada à exportação.
Segundo o BNDES, os desembolsos de R$ 115,8 bilhões bancados pelo Tesouro Nacional se desdobraram em um total de R$ 172,1 bilhões, quando se incluem os recursos próprios. O banco financiou 100% de investimentos no montante de R$ 47,3 bilhões, emprestou R$ 8,3 bilhões para cobrir 90% de outros projetos e R$ 15,2 bilhões para até 80%. Por meio de cálculos utilizando como base o sistema de contas nacionais do IBGE, o banco chegou à conclusão que seus financiamentos mantiveram ou ajudaram a criar 4,136 milhões de empregos, somados os diretos e indiretos.

Amorim, para o Correio do Povo

Crime de lesa-pátria

Crime de lesa-pátria
Por Armando L. M. de Paiva Chaves
A desapropriação de terras na Raposa - Serra do Sol, constituindo quase 10% do território de Roraima, plantadas com arroz, é assunto muito comentado. Proprietários há mais de meio século foram desalojados, com indenização zero ou pouco mais, para a constituição de reserva indígena, Contrariou os desejos da maioria da população, incluindo os índios, que não queriam a demarcação contínua, proposta pela Funai, com apoio das ONG que operam na área, mas na forma de ilhas. A decisão governamental foi questionada no STF, que não se julgou habilitado para impedi-la, mas estabeleceu numerosas exigências para a vida naquele descomunal território lindeiro com a Venezuela. Garantiu as prerrogativas de autoridades militares e policiais para continuar exercendo a vigilância na fronteira e prover a segurança interna.
A criação da reserva, além de lesões ao direito de propriedade, representa sério risco para a soberania nacional, por sua localização fronteiriça. Mas a principal ameaça está na quantidade de estrangeiros que lá operam, a pretexto de dar assistência aos índios. Identificando-se como integrantes de ONG, de missões religiosas ou de organizações humanitárias, têm privilégios de locomoção e circulação que não são concedidos aos brasileiros que vivem em Roraima. A restrição, até agora ignorada pelas autoridades constituídas, é inaceitável amputação do direito de ir e vir, constitucionalmente assegurado em todo o território nacional.
Noticiário recente dá conta de que é muito bem fundada a preocupação com a assistência prestada. A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) levou ao conhecimento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), diretamente subordinado à Presidência da República, que a Polícia Federal colheu na área informações que comprovam planejamento em curso para tornar a área independente das administrações federal e estadual.
 Mais grave, entretanto, foi a atitude tomada pelo Palácio do Planalto. Baixou determinação para o assunto não ser comentado por policiais e militares e recomendou à imprensa que evitasse explorar a notícia.
 Se de fato está ocorrendo, a urdidura desse plano merece a mais ampla divulgação, para conhecimento da sociedade e sua desintegração pela rejeição da opinião pública, simplificando a ação coercitiva da autoridade. O que se vê, ao contrário, é o sigilo, estranhamente acatado pela mídia, e o silêncio imposto aos integrantes dos órgãos públicos que têm responsabilidade pela segurança interna, pela soberania e unidade nacionais.
Na atualidade, os movimentos de secessão têm ocorrido com muita freqüência mundo afora, promovidos por concentrações de minorias étnicas e religiosas. Entre outros, são exemplo os curdos, que intentam formar nação independente em território subtraído do Iraque e da Turquia.  Os catalães, que defendem sua separação da Espanha. Os bascos, que se valem do terrorismo para impor a constituição de um país encravado entre castelhanos e franceses. Os irlandeses do Norte, que por décadas derramaram sangue pela sua separação do Reino Unido. O Tibet, subjugado pela China.
A ex-Iugoslávia foi formada por decisão política dos vencedores da 1ª Guerra Mundial. Reuniram num só país povos de etnias, idiomas e religiões distintas, que só conviveram com suas dissensões históricas enquanto conduzidas pela férrea determinação de Josip Broz Tito. Com a desagregação da União Soviética, vieram à tona idiossincrasias centenárias e proliferaram conflitos entre sérvios, croatas, albaneses, estonianos, dálmatas, montenegrinos, macedônios, que o sanguinário Milosevic não conseguiu submeter pela força. Uma a uma, foram correndo as secessões. A última, Kosovo, levou à intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), para dar um basta ao morticínio. A pacificação passou a ser vigiada por contingentes a serviço da ONU. Esta, recentemente, reconheceu a independência da ex-província.
No que tange aos interesses nacionais, há que acrescentar aos fatos históricos recentes e atuais a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, subscrita pelo governo brasileiro e ainda não votada pelo Congresso. Nela, entre muitas recomendações justas e válidas, está a do direito à autodeterminação, que dá suporte ao planejamento investigado pela Polícia Federal.
Considere-se também a opinião conhecida de figuras e grupos influentes em países de grande peso específico no cenário internacional, que propugnam pela internacionalização da Amazônia, de olho gordo em sua extensão, riquezas aqüíferas, vegetais, minerais e farmacêuticas.
Pretensões separatistas grassando pelo mundo. Resolução da ONU reconhecendo a independência de Kosovo. Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada por nosso governo. Campanha pela internacionalização da Amazônia. Descoberto planejamento em curso, com fortes humores de separatismo. E, acrescentando-se ao somatório, a recomendação de sigilo, escondendo da sociedade ameaça que, com os componentes explosivos relatados, pode desencadear efeitos letais sobre nossa soberania!
Não é apenas resultado de avaliação incompetente e inconseqüente.  Configura um crime. Crime de lesa-pátria.
Armando L. M. de Paiva Chaves
Publicado no site de Cláudio Humberto

Skoob

BBC Brasil Atualidades

Visitantes

free counters