quinta-feira, junho 17, 2010

Dossiê: policial diz que intenção era grampear Serra

Dossiê: policial diz que intenção era grampear Serra
17 de junho de 2010 | 11h 17
ROSA COSTA - Agência Estado
No depoimento que presta à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional nesta manhã, o policial aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa, informou que desde o primeiro encontro com integrantes da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff, percebeu que a intenção dos jornalistas Luiz Lancetta, Amaury Ribeiro e do empresário Benedito de Oliveira era a de grampear o candidato do PSDB, José Serra, seus familiares e amigos e não o de "monitorar" a casa onde está montado o comitê de Dilma em Brasília.
"Perguntei a eles: vocês querem reeditar o ''aloprados II?''", disse Onézimo, referindo-se ao dossiê utilizado por petistas contra Serra na campanha ao governo de São Paulo. "Como recusei a proposta, fiquei sem o contrato de R$ 1,6 milhão, em 10 parcelas", disse.
Onézimo afirmou que o pagamento seria feito "preferencialmente" em dinheiro. O policial informou que Lancetta se apresentou nesse primeiro contato como sendo "representante" do coordenador de campanha de Dilma, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, enquanto Benedito - chamado de Bené - se identificou como sendo o responsável pelo pagamento do serviço.
Onézimo contou que se sentiu frustrado por não encontrar Fernando Pimentel no grupo, como teria sido aventado quando recebeu o convite. 

Pregação durante a Copa


TSE decide que políticos condenados antes da Lei da Ficha Limpa também estão inelegíveis

TSE decide que políticos condenados antes da Lei da Ficha Limpa também estão inelegíveis
Na lista dos barrados em decorrência dessa decisão do TSE está, por exemplo, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), condenado por improbidade administrativa
17 de junho de 2010 | 22h 17
Felipe Recondo e Mariângela Gallucci/BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira, 17, que os políticos condenados por órgãos colegiados antes de sancionada a Lei da Ficha Limpa também estão inelegíveis. As mudanças na lei, portanto, não valem somente para aqueles políticos que forem condenados a partir da sanção e publicação da norma, em 7 de junho deste ano.
Na lista dos barrados em decorrência dessa decisão do TSE está, por exemplo, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), condenado por improbidade administrativa. Além dos casos de condenação, a lei vale também para os parlamentares que renunciaram ao mandato para evitar processos de cassação por quebra de decoro. Esta lista é extensa: o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, o ex-senador Joaquim Roriz (PSC) e os ex-deputados distritais Junior Brunelli e Leonardo Prudente, flagrados recebendo dinheiro do mensalão do DEM.
Os ministros indicaram que não poderá haver aumento da sanção para os políticos que foram condenados definitivamente no passado pela Justiça Eleitoral. Antes, a pena de inelegibilidade era de 3 anos. Com a nova lei, passou para 8 anos. Nessa situação estão políticos que foram cassados recentemente pelo TSE, como os ex-governadores do Maranhão, Jackson Lago (PDT), da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). No entanto, como os ministros não decidiram especificamente sobre essa questão, os três ex-governadores ainda podem se tornar inelegíveis.
Na raiz desse julgamento está uma mudança de última hora feita pelo Senado no texto da lei aprovado pela Câmara. Uma emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) alterou o projeto para dizer que aqueles "que forem" condenados e não os que "tenham sido" condenados estariam inelegíveis. Os senadores aprovaram o texto com essa mudança e passaram a entender que apenas políticos condenados após a sanção e publicação da lei estariam inelegíveis.
Alegavam que a lei não poderia retroagir para prejudicar os políticos. Em consulta ao TSE, o deputado Ilderlei Cordeiro (PPS) perguntou qual era o entendimento da Justiça Eleitoral. O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, chegou a consultar um professor especialista em semântica e concluiu que os políticos condenados antes da lei poderiam ser barrados.
"Não se trata de retroatividade de norma eleitoral. Mas de sua aplicação aos registros de candidatura futuros. A causa de inelegibilidade incide sobre a situação do candidato no momento do registro da candidatura", afirmou durante o julgamento o relator da consulta, ministro Arnaldo Versiani.
O ministro rejeitou também o argumento de que a lei estaria impondo uma pena, que seria a inelegibilidade, a pessoas que ainda não foram condenadas definitivamente pela Justiça. "Quando se trata de inelegibilidade ninguém está sendo considerado culpado do que quer que seja", disse Arnaldo Versiani. "Como a inelegibilidade não constitui pena não significa que esteja se antecipando o cumprimento de uma eventual pena", afirmou.
Para justificar o entendimento de que a inelegibilidade não é uma pena, o ministro lembrou que alguns grupos são inelegíveis, como os juízes e parentes de políticos. Versiani disse que a inelegibilidade não precisa ser imposta na condenação. "A condenação é que, por si, acarreta a inelegibilidade", afirmou. "No caso da inelegibilidade, o que se busca é a proteção da sociedade", disse a ministra Cármen Lúcia. "Como não é pena, não há retroação", acrescentou.
O ministro Marco Aurélio Mello votou contra. "Aprendi desde cedo que no sistema brasileiro o direito posto visa evitar que o cidadão tenha sobre a sua cabeça uma verdadeira espada de Dâmocles. Aprendi que a lei não apanha fatos passados", afirmou.
Com a decisão desta quinta-feira, 17, os políticos atingidos pela nova lei deverão ter seu registro de candidatura, cujo prazo termina em 5 de julho próximo, negado pela Justiça Eleitoral nos estados. Ministros do TSE, consultados pelo Estado, estimam que será desencadeada uma enxurrada de demandas para tentar reverter a inelegibilidade, que acabará no Supremo Tribunal Federal (STF).

Gilmar


Uma ilha cercada de São Paulo por todos lados

Uma ilha cercada de São Paulo por todos lados

Maria Inês Nassif

VALOR ECONÔMICO
Ao longo das últimas eleições, o PSDB tem se tornado uma ilha cercada de São Paulo por todos os lados. Desde que perdeu as eleições presidenciais de 2002, o partido de José Serra iniciou uma queda ininterrupta na sua bancada federal, que tem sido atenuada pelo desempenho eleitoral no mais rico - e mais denso eleitoralmente - Estado da Federação. São Paulo é a sua âncora eleitoral possivelmente porque é o único Estado onde se criou uma ligação propriamente orgânica do partido com o eleitorado. A parcela do eleitorado paulista que vota no PSDB está escolhendo um projeto político e ideológico identificado com o partido. Nos demais Estados, essa identificação é mais fluida.
Em 1998, quando era poder, tinha um candidato à reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso, e uma sólida base de apoio, o PSDB paulista fez 15 deputados federais com os cerca de 20% dos votos obtidos no Estado. Em 2002, sob o baque da derrota de Serra, elegeu apenas 11, com 17,8% dos votos. Em 2006, São Paulo se descolou da tendência nacional pró-PT, na disputa pela Presidência, e fez Serra governador já no primeiro turno, uma bancada de 18 deputados federais eleita com 21,1% dos votos do Estado para a Câmara e ainda deu 54,2% ao então candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.
A tendência do PSDB nos demais Estados, no entanto, é a de perder espaço e bancada federal quando disputa na condição de oposição ao governo federal. No Sudeste, elegeu 43 deputados, em 1998; viu esse número cair, em 2002, para 26, ano que o PSDB perdeu o governo federal; em 2002, esse número subiu para 29, mas graças a São Paulo. Em Minas, obteve 17,5% dos votos para a Câmara em 1994, atingiu 24,4% nas eleições seguintes e caiu para 14,8% em 2002, índice rigorosamente mantido em 2006. O PSDB perdeu bancada federal no Rio desde 1998 - naquele ano, elegeu 11 deputados, em 2002 fez apenas 5 e, em 2006, 3 deputados. Saiu de 13,6% do eleitorado fluminense, em 1998, para 7,2%, em 2006. No Espírito Santo, os 24,7% que obteve para a Câmara, em 1998, foram reduzidos para 12,3% em 2006.
Na Região Sul, houve um discretíssimo aumento de bancada, de 6 para 7 deputados, em função da vitória para o governo do Rio Grande do Sul. A façanha não deve se repetir em 2010, após o desastroso governo de Yeda Crusius. Ainda assim, com governadora eleita e tudo, o PSDB saiu de uma posição de 6,1% dos votos gaúchos para a Câmara, em 2002, para 8,4%, em 2006 - uma participação muito discreta na bancada federal gaúcha. Em Santa Catarina, teve também pequeno aumento de votação para deputado federal: saiu de 8,7% dos votos, em 98, para 9,5%, em 2006. No Paraná, registra quedas pequenas, porém constantes, desde 1998: saiu de 15,6% naquele ano para 14,2% em 2002 e 13,3% em 2006.
Nas demais regiões, a bancada tucana decaiu, de 1998 para cá: na Região Norte, os oito deputados 1998 viraram 6, em 2006; no Nordeste, o PSDB viu sua bancada de 1998, de 34 deputados, despencar para 19, em 2006; e no Centro-Oeste, os oito deputados que tinha em 1998 são agora 6.
A análise da votação do PSDB para a Câmara dos Deputados, nas últimas quatro eleições, mostra que, exceto por São Paulo, ter a Presidência é fundamental para que as sessões estaduais mantenham ou aumentem suas bancadas federais, mesmo nos Estados em que o partido dispõe de importantes quadros ideológicos.
No Amazonas, por exemplo, Estado do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, o Estado saiu de uma votação de 12,9% dos votos, em 1998, para 1% em 2002, e 0,7% em 2006. No Ceará de seu ex-presidente Tasso Jereissati, o PSDB chegou a ter 46,8% dos votos em 1998, baixou para 43,1% em 1998; caiu ainda mais em 2002, para 31,5% dos votos, e em 2006 teve 21,1% dos votos. É certo que, nesse último caso, a votação cearense do PSDB foi esvaziada pela eleição de Ciro Gomes (PSB) para a Câmara, com mais de 16% dos votos. Mas é certo, também, que a perda de influência do PSDB no Nordeste também sofreu o impacto da saída de Ciro do PSDB do Ceará, em 1996, e da consolidação da influência de Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco - hoje os dois são do partido socialista. Em 1998, eram cearenses 12 dos 34 deputados que os tucanos tinham no Nordeste; em 2002, partido elegeu apenas oito deputados no Ceará, de um total de uma bancada de 23 eleitos na Região Nordeste. Em 2006, foram eleitos apenas 4 deputados do PSDB cearense. Em compensação, o PSB, partido que abrigou Ciro Gomes nas eleições de 2006, saiu de 2,3% dos votos cearenses, em 2002, para 21,1% nas eleições passadas.
Em Pernambuco, Estado do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, o partido não consegue expressão. Em 2002, ano em que conseguiu sua maior bancada no Estado, o partido teve 14,7% dos votos à Câmara. Quatro anos depois, estava reduzido a 6,1% dos votos para a Câmara.
Os números mostram que, à exceção de São Paulo, o PSDB acompanha a lógica dos partidos tradicionais: o eleitorado não se identifica com a legenda, mas a escolhe porque é governista. Estar associado, ou não, a um orçamento ou a uma máquina administrativa conta muito para fazer uma maior ou menor bancada, à semelhança do que ocorre com o seu parceiro, o DEM, ou com o hoje maior partido do país, o PMDB. Este, aliás, apenas conseguiu reverter uma tendência de queda que se iniciou quando deixou de ser governista - entre o último mandato de FHC (PSDB) e o segundo de Lula (PT) - na hora em que compôs com o governo petista. Ser governo é tão útil ao PMDB quanto o PMDB é útil na base aliada de qualquer governo. No quadro partidário iniciado em 1979, com o fim do bipartidarismo imposto pela ditadura, dos grandes partidos, apenas o PT mantém um aumento constante de bancada, independente de ser ou não governo. O partido sofreu o impacto do escândalo do Mensalão, em 2006, quando recuou dos 18,4% de votos, obtidos em 2002, para 15%, mas ironicamente essa queda ocorreu na única eleição em que disputou na condição de partido governista. Enquanto foi oposição, teve aumento constante de bancada. O PSB também tem crescido de forma constante, mas regionalmente, carregado por suas votações no Norte e no Nordeste.
Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras

Período eleitoral

Período eleitoral

Merval Pereira – O Globo

Em tempo de eleições, não é permitido aos candidatos ter opinião sobre temas delicados, sejam eles a atuação da seleção brasileira ou o aumento dos aposentados. Ou melhor, só é possível ter opinião quando ela não afeta o interesse de um grupo fundamental de eleitores, como no caso dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, que tiveram um aumento acima da inflação. Por isso, não se ouviu de nenhum dos candidatos, e nem mesmo do próprio presidente Lula, uma crítica que fosse à atuação pífia da seleção brasileira em sua estreia na Copa do Mundo da África do Sul. Por puro receio de ser taxado de pessimista, de antipatriota.
Vai que a seleção melhora, o que dirá o torcedor comum do candidato que a criticou no primeiro jogo? É uma situação paradoxal essa: é certo que a maioria dos torcedores não gostou do primeiro jogo, e isso deveria permitir que também os políticos criticassem a seleção. Mas não há quem queira se arriscar. Torcer virou sinônimo de ser patriota, e junto com o futebol carrancudo e sem brilho da era Dunga foi-se também a graça de criticar por criticar, de falar mal dos jogadores, de discordar das opções táticas do treinador.
Ninguém pode pedir Ganso no lugar de Josué ou Neymar em vez de Grafitte, sem correr o risco de ser apontado como um portador do “complexo de vira-latas”, da mesma maneira que os críticos da atuação do governo brasileiro no caso do acordo nuclear com o Irã são acusados de antipatriotismo. Não foi à toa que os candidatos, sem exceção, limitaramse a demonstrar confiança na seleção de Dunga e a aceitar como verdadeiras as desculpas oficiais para o péssimo desempenho da seleção contra a fraquíssima Coreia do Norte: ansiedade, nervosismo da estreia.
Dilma, diretamente de Paris, toda fantasiada de torcedora verde-amarela, Serra numa churrascaria do Rio ao lado da presidente do Flamengo, uma vereadora tucana, e até Marina de um hotel em São Paulo, nenhum deles se atreveu a fazer uma crítica ao time. Da mesma maneira, os que falaram foram favoráveis à decisão do presidente Lula de sancionar o aumento dos aposentados e vetar o fim do fator previdenciário.
Serra preferiu o silêncio.
Ora, todos os candidatos defendem uma reforma da Previdência que equilibre as contas, mas nenhum é capaz de explicitar que reforma seria essa, na certeza de que as mudanças que necessitam ser feitas trarão mais dissabores do que bondades. Portanto, a discussão séria de um problema que afeta o futuro do país fica para quando o candidato for eleito. E, mesmo assim, dependendo da situação.
O presidente Lula, que aprovou a duras penas no início de seu governo uma parte da reforma da Previdência, nunca mais a regulamentou, o que significa que na prática ela não existe.
Não quis correr o risco de perder a enorme popularidade.
O desagradável disso tudo é ver como a incoerência revelada não constrange ninguém.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, esbravejou contra a “irresponsabilidade eleitoral” de seus colegas logo após a aprovação, certo de que o presidente Lula vetaria o aumento, como a área econômica do governo pedia.
Quando o presidente Lula espertamente sancionou o projeto, recebendo todos os louros pelo aumento, Vaccarezza deu o dito por não dito. Também o presidente Lula bravateou no primeiro momento que vetaria qualquer proposta que desequilibrasse o Orçamento, mesmo em tempo de eleições. Mobilizou seus ministros econômicos para anunciar os perigos de um aumento real nessa dimensão para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, para depois desautorizá-los em público e aparecer como herói dos idosos.
Uma manobra política perfeita, que certamente renderá votos para sua candidata oficial. A direção do Partido Verde anda satisfeita com os resultados obtidos até agora pela candidatura de Marina Silva à Presidência, e vem procurando tirar o maior proveito das seguidas entrevistas que ela está dando neste momento da campanha.
Para o presidente do PV do Rio, Alfredo Sirkis, o simples fato de ela estar com 10% a 12%, quando em outubro do ano passado estava com 3%, já indica uma mobilização social em curso. Na avaliação da direção do partido, as campanhas cada vez mais se concentram nas últimas três semanas do processo, e as novas mídias têm jogado um papel crescente, embora não se possa ainda afirmar que poderá ser decisivo.
 Sirkis lembra que em 2008, na campanha para a prefeitura do Rio, a um mês das eleições, o candidato Fernando Gabeira ainda estava em quarto lugar, com menos de 10%, e acabou perdendo no segundo turno por pequena diferença para o atual prefeito, Eduardo Paes. Sirkis também não crê que a ideia de governar com o PT e o PSDB seja necessariamente utópica, como classifiquei na coluna de ontem. No raciocínio de Sirkis, esses partidos social-democratas, cada um à sua maneira, não se juntariam em um governo comandado por um ou outro, mas Marina poderia promover esse “realinhamento histórico” com sua mediação, criando uma alternativa de um governo programático à rendição ao PMDB ou ao DEM. Para fazer recuar o fisiologismo, o clientelismo e o assistencialismo da política brasileira, cada vez mais dependente dos “centros assistenciais”, é preciso mudar o sistema eleitoral para o voto proporcional por lista ou o distrital misto, defende Sirkis. Atualmente, diz ele, os três partidos que lançaram candidatos à Presidência (PT, PSDB e PV) são os que ainda possuem alguma referência programática, e não é absurdo se pensar que um dia possam governar juntos.

Bira


Marés em alta

Marés em alta

Deu no JBlog do Kiko – 16/05/2010

Infográfico mostra como as novas frentes frias castigam Copacabana.

Eder, para o Comércio Araraquara


FALTA FUTURO PARA VENEZUELA E CUBA

FALTA FUTURO PARA VENEZUELA E CUBA
EDITORIAL - O GLOBO - 16/6/2010

Os adversários de Hugo Chávez são sempre acusados de corrupção e de crimes financeiros ou contra o povo. Feito isto, vão para trás das grades. A máquina de propaganda do governo, tipo rolo compressor, se encarrega de convencer os chavistas de que os adversários são os vendilhões do templo. Mas qualquer observador imparcial vê que não é assim. Chávez é ferrenho inimigo da imprensa independente do país, particularmente das grandes redes de TV. Já tirou do ar a RCTV e vive perseguindo a única que ainda adota uma postura crítica a seu governo - a Globovisión. Não espanta, portanto, que um tribunal de Caracas tenha emitido ordem de prisão contra o dono da rede, Guillermo Zuloaga, acusado de especulação. Se não estivesse foragido, já estaria preso. Qualquer semelhança com Cuba não é mera coincidência. Na verdade, é muito mais que isto. Conforme reportagem do GLOBO, Fidel Castro, depois de uma reunião com Chávez, em 2006, saiu-se com esta: "Somos venecubanos." Raúl Castro, sucessor do irmão, numa visita a Caracas, confirmou: "Cada dia mais somos a mesma coisa." 
Com a economia cubana à míngua, o regime chavista surgiu como a grande tábua de salvação. A Venezuela fornece a Cuba diariamente 100 mil barris de petróleo, e o comércio bilateral atinge US$7 bilhões anuais, segundo o ex-general venezuelano Antonio Rivero, contrário à aproximação. Cuba paga em serviços que vão muito além dos 15 mil médicos que atendem venezuelanos pobres em programas sociais chavistas como o Barrio Adentro. A própria segurança de Chávez é cubana. 
Os dois governos se entrelaçaram de tal forma que "um país entrega sua soberania ao outro", conforme disse ao GLOBO, em Caracas, o ex-chanceler venezuelano Simón Alberto González. A forte relação bilateral tem, obviamente, motivação ideológica. Chávez, o mentor do "socialismo bolivariano", quer assegurar seu lugar no panteão das esquerdas como o sucessor da Revolução Cubana que, ao longo do tempo, se radicalizou e se tornou a grande inimiga do "império" - os Estados Unidos. O autoritário coronel venezuelano já ocupa espaços nesse sentido, desde que, é claro, os americanos não deixem de comprar seu petróleo sulfuroso. 
O grande problema é que o modelo é insustentável. A matriz ideológica (Cuba) depende da ligação umbilical com a matriz econômica (Venezuela) para se manter viva. Cuba enfrenta condições cada vez mais difíceis e, se não democratizar o regime, não conseguirá atrair os investimentos de que necessita para melhorar a vida da população, ficando dependente de forma crescente de Chávez. 
Este, ao tornar seu regime cada vez menos democrático, cada vez mais parecido com o de Cuba e cada vez mais dependente do petróleo, arrisca-se a afundar de vez um país rico como a Venezuela, cuja economia já cambaleia, com crescimento negativo do PIB e a maior inflação da América do Sul. Não há futuro para a ditadura cubana, que mantém prisioneiros políticos e os deixa morrer em greve de fome. Nem para um regime vociferante como o da Venezuela, que quer empurrar o país na contramão da História. A continuarem assim, morrerão abraçados. 

Onde fica o gol?

Onde fica o gol?

MARTHA MEDEIROS - 16 de junho de 2010 - Zero Hora

Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que por causa dessas incertezas perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou: “Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar”.
– Isso que você nem é muito fã do esporte – comentei.
– Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando.
Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol?
Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E, até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.
“Goal”, em inglês, significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede, ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.
Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até o meio-dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.
Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito.
Essa é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.

Marina: país precisa de um sucessor

Marina: país precisa de um sucessor

Ullisses Campbell - CORREIO BRAZILIENSE
Candidata do PV à Presidência diz que o Brasil não pode ter um “continuador”, referindo-se a Dilma, nem um opositor
São Paulo — A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse ontem em São Paulo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teve, em dois mandatos, a capacidade de superar todas as dificuldades que o Brasil enfrenta. Em sabatina a jornalistas do jornal Folha de São Paulo e ao responder a perguntas de internautas, a ex-ministra do Meio Ambiente de Lula disse que o presidente precisa de um “sucessor” e não de um “continuador”, referindo-se à candidatura de Dilma Rousseff (PT). Ao citar a candidatura de José Serra (PSDB), afirmou que “o Brasil também não precisa de um opositor para jogar no lixo tudo o que foi conquistado”. Em determinado momento, chegou a dizer que Dilma e Serra são parecidos.
Marina estava bem descontraída, ao contrário das outras vezes em que foi questionada abertamente. Pediu para os eleitores de Lula continuarem votando num Silva, mas dessa vez nela, que carrega o mesmo sobrenome do presidente. E riu ao ter de responder a uma internauta que queria saber se ela não deveria ter de fazer uma mudança radical no visual, como fizeram os demais candidatos. “Cada um procura se vestir da forma que se sente bem. É assim que eu me sinto bem. Já fiz umas pequenas alterações na aparência, principalmente no penteado (ela retocou recentemente os fios brancos). Acho que meu estilo é meio tribal”, brincou. Ao se referir à internauta que fez o questionamento, Marina disse que ela “se esforçou para ser educada”.
Apesar de ter tido vários embates políticos com Dilma Rousseff, quando ambas eram ministras do governo Lula, Marina disse que o ponto de vista sobre meio ambiente defendido à época pela adversária refletia um posicionamento do PT. Uma das brigas mais polêmicas das duas refere-se à questão dos transgênicos, com Marina posicionando-se de forma contrária. “Não colocaria o foco na pessoa da Dilma e sim numa visão do partido”, afirmou.
A candidata foi questionada também sobre um possível apoio a José Serra no segundo turno, mas se esquivou de responder às perguntas, dando a entender que estará na segunda fase da disputa. “Só falo de segundo turno no segundo turno.” Sobre a suposta condescendência ao PSDB, foi evasiva. “Esforço-me para ser justa. Temos que reconhecer os ganhos de cada um. Lula fez o país crescer e distribuir renda. Fernando Henrique Cardoso estabilizou a economia. Mas nenhum dos dois soube agregar a questão da sustentabilidade.”
Marina se mostrou à vontade ao ter de se posicionar sobre temas polêmicos, apesar de ser evangélica, mas preferiu ficar em cima do muro nas questões mais debatidas e cobradas por segmentos da sociedade. Disse, por exemplo, não ter opinião formada sobre a adoção de crianças por casais gays. “A minha tendência é sempre ficar do lado da criança”, ressaltou. Sobre descriminalização das drogas, afirmou ser terminantemente contra, mas também “não satanizo quem é a favor”.
A candidata se disse contra o casamento gay, apesar de defender os direitos civis de pessoas do mesmo sexo. Sobre a legalização do aborto, ela recomenda que seja feito um plebiscito, mas se disse contrária à interrupção da gravidez.

Pastores e Apóstolos


Manarola, Itália - Fotografia Por Hogie Paul


Manarola é um distrito da comuna de Riomaggiore, na província de la Spezia. É uma das localidades que constituem as famosas Cinque Terre, um dos trechos de maior atração turística da Riviera da Ligúria.
A oeste de Manarola estão outras três localidades de Cinque Terre: Monterosso al MareCorniglia e Vernazza, enquanto a leste está somente Riomaggiore.

Vem aí a tolerância zero com a bebida

Vem aí a tolerância zero com a bebida
Projeto que deve ser votado na semana que vem na Câmara acaba com o limite de seis decigramas de álcool por litro de sangue e cria uma nova tipificação de crime: conduta suicida, com pena de até 10 anos
Renata Mariz – Correio Braziliense

O cerco aos motoristas que costumam dirigir depois de beber vai se fechar. No lugar dos seis decigramas de álcool por litro de sangue, definidos na Lei Seca como parâmetro para caracterizar uma conduta criminosa, parlamentares querem estabelecer a tolerância zero. O projeto, previsto para ser votado na semana que vem em uma subcomissão criada na Câmara dos Deputados sobre trânsito, não só extingue a quantidade mínima de bebida que o condutor pode ingerir como dá ao agente de trânsito poder para comunicar o flagrante à polícia.
“Hoje as pessoas simplesmente não assopram o bafômetro. Por isso, recebem todas as infrações administrativas, mas não as de cunho criminal. Como a lei fala em seis decigramas, o juiz precisa da prova material, no caso o resultado do teste, para condenar. Então, o que vemos é uma impunidade geral”, argumenta o deputado Marcelo Almeida, relator do projeto na comissão. Segundo ele, o agente de trânsito poderá utilizar, como provas da embriaguez, vídeos, fotos e testemunhas.
Uma outra inovação no relatório que Almeida apresentou terça-feira, sobre 171 matérias relacionadas ao trânsito que tramitam na Casa, é a criação de uma tipificação criminal: a condução suicida. Poderão ser enquadrados nesse artigo, pelo projeto de lei, pessoas que dirigirem com “temeridade manifesta e desapreço à vida alheia”. A pena é de três a dez anos. O novo tipo penal, segundo o relator, é inspirado no modelo espanhol. “Estamos falando do motorista que entra na contramão em alta velocidade, por exemplo, colocando-se como suicida e ao mesmo tempo homicida”, explica Almeida.
Embora a votação do relatório que contém os dois projetos esteja marcada para a próxima quarta-feira, o teor das propostas já começou a levantar discussões. Para o deputado José Aníbal, não faz o menor sentido retirar da lei o teor alcoólico considerado limite. “Ficará muito subjetivo. As pessoas serão processadas com base em quê?”, questiona o deputado. Ele menciona um projeto de sua autoria como alternativa melhor. “Batizei a proposta de ‘quem não bebe não teme’, a despeito dessa justificativa tola que as pessoas inventaram para não fazer o teste, sob o pretexto de que estariam produzindo provas contra si mesmas, meu projeto determina que tem que fazer. Se não fez, é culpa presumida, tem de arcar com as consequências”, destaca.
Marcelo Araújo, da comissão de direito de trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, avalia como positivo o texto que será votado na subcomissão. “O projeto não proibirá o uso do bafômetro, mas ele deixa de ser fundamental para haver uma condenação. O juiz poderá formar seu convencimento com base em diferentes provas, como ocorre em qualquer outro crime”, diz. Além disso, o especialista destaca que estipular uma quantidade de álcool no sangue como prova de embriaguez desconsidera as particularidades das pessoas. “Um homem de 1,90m, grande, com o estômago bem forrado, reage diferente a duas doses, comparando com uma mulher magra, que bebeu sem se alimentar.”
Araújo ressalta ainda que a pena continua a mesma, seis meses a três anos, podendo ser transformada em medida alternativa. “A intenção do projeto não é mandar gente para cadeia, mas sim fazer com que a lei seja cumprida. Porque se você ficar dependendo de as pessoas se submeterem ao teste, a legislação continuará inócua”, defende o advogado. Nenhum defensor da matéria, entretanto, afasta a possibilidade de efeitos colaterais, como extorsão por parte de autoridades, corrupção e até inocentes sendo condenados. “Acho que em uma minoria dos casos podemos ter problemas, sim. Mas é preciso fazer a mudança e aperfeiçoar o sistema”, ressalta Almeida.
De acordo com ele, o brasileiro terá de ser educado a não beber antes de dirigir. “Lembro-me do cinto de segurança, que ninguém usava há algumas décadas. Gente morria, filho era jogado para fora do carro, mas as pessoas não tinham o hábito. Com a bebida, terá de ser o mesmo processo”, destaca o relator da matéria. Ele afirma, porém, que, sem fiscalização, não haverá efeitos práticos de todas as alterações pelas quais a legislação de trânsito vem passando. A Lei Seca, por exemplo, completará dois anos no sábado. A educação, de acordo com Almeida, é outro ponto a ser reforçado no país.

País é número 1 na utilização de redes sociais pela internet

País é número 1 na utilização de redes sociais pela internet

FOLHA DE SÃO PAULO - Pesquisa feita pela Nielsen mostra que é no Brasil que as redes sociais (como Orkut e Facebook) têm maior penetração.
Segundo a enquete, 86% dos brasileiros que acessaram a internet regularmente em abril utilizaram alguma rede social, especialmente o Orkut.
Em segundo lugar aparecem os italianos, com índice de penetração de 78%.
Porém, quando o tema é o tempo médio gasto mensalmente com esses sites, o brasileiro cai para o sexto lugar (entre dez países), com cinco horas e três minutos. Os líderes são os australianos, com sete horas e 19 minutos.
O estudo mostra ainda que, a cada quatro minutos e meio on-line, um minuto é usado para as redes sociais.

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