terça-feira, junho 29, 2010

"Ele queria que eu abortasse a criança"

"Ele queria que eu abortasse a criança"
O Globo - 29/06/2010 - Vera Araújo

Em outubro do ano passado, grávida de cinco meses, Eliza Samudio revelou que o goleiro Bruno a ameaçara de morte. "Se eu te matar e jogar em qualquer lugar, eles não vão descobrir que fui eu", teria dito o goleiro, segundo Eliza. A vítima relatou a ameaça numa entrevista ao jornal "Extra", ao deixar a delegacia de Atendimento à mulher (Deam) de Jacarepaguá, onde denunciou que o jogador, junto com três amigos, teria tentado obrigá-la a abortar o bebê. Na época, ela contou que disse ao goleiro que, se ele a matasse, iriam atrás dele. 
De acordo com a diretora do Departamento de Polícia de Atendimento à mulher (DPAM), delegada Martha Rocha, Eliza foi ouvida na delegacia de Jacarepaguá e fez exame de corpo de delito. Martha contou que a delegada pediu à Justiça medidas para proteger a vítima e que o inquérito se encontra no Ministério Público. 
No vídeo feito pelo "Extra", Eliza contou que, um dia antes de ela depor, Bruno e três homens conhecidos como Macarrão, Russo e Negão - que seriam amigos de infância de Bruno - ficaram rodando com ela no carro do goleiro. Segundo a estudante, ela foi agredida no rosto com duas bofetadas e o atleta do Flamengo apontou uma arma para a sua cabeça. "Aí, eles começaram a me bater. Ele me disse: "Você não queria aparecer? Não procurou os jornais?"Ele estava muito louco. Falou que fumou maconha a noite toda e que estava bebendo. Ele me levou para o apartamento dele e me deu um monte de remédios para dormir e uma bebida horrorosa. Ele queria que eu abortasse a criança na sexta-feira", contou a jovem. 
De acordo com Eliza, Bruno já a ameaçara antes e teria dito: "Eu sou pior do que você pensa. Eu sou frio e calculista. Espera a poeira abaixar que eu venho atrás de você. Você não vai ter este filho porque eu não quero".

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Kahakuloa Village na costa norte acidentada do West Maui, Hawaii

 Kahakuloa Village na costa norte acidentada do West Maui, Hawaii. Kahakuloa foi ocupada pelo povo havaiano desde cerca de 300 aC Sua população gira em torno de uma centena, a maioria dos quais são descendentes diretos dos antigos habitantes da aldeia.

Em receptação de bem furtado dos Correios aplica-se a pena em dobro

Em receptação de bem furtado dos Correios aplica-se a pena em dobro
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial a um homem denunciado por receptação dolosa de uma balança digital pertencente à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Ele pretendia afastar a aplicação da qualificadora prevista no § 6º do art. 180 do Código Penal. Esse dispositivo determina a aplicação em dobro da pena por receptação quando o crime for praticado contra bens e instalações do patrimônio de empresa concessionária de serviços públicos, entre outras. A relatora afastou a qualificadora, mas ficou vencida. Prevaleceu o entendimento que, de acordo com a Constituição Federal, a ECT é empresa pública, pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço postal, de natureza pública e essencial. Os bens da empresa estão sob regime de direito público e diretamente ligados à atividade essencial. Por essa razão, nos crimes de receptação de bens furtados da ECT incide a majorante da pena.

Principais casos de espionagem entre Estados Unidos e Rússia

Principais casos de espionagem entre Estados Unidos e Rússia

MOSCOU (AFP) - A detenção de dez pessoas suspeitas de espionagem ligadas ao serviço de inteligência russo, na segunda-feira, nos Estados Unidos, soma-se a uma lista de casos que passaram nos tribunais envolvendo os dois países desde o fim do regime comunista, em 1991:

1994 - Estados Unidos:
Aldrich Ames, ex-analista que trabalhou durante 31 anos para a Agência Central de Inteligência americana (CIA), é condenado a prisão perpétua pela venda de informações a Moscou por 2,5 milhões de dólares. Por sua traição, teriam morrido 12 agentes duplos que trabalhavam para os Estados Unidos .

1996-1997 - Estados Unidos:
Harold James Nicholson, agente da CIA do mais alto escalão é acusado de espionagem e condenado em junho de 1997 a 23 anos de prisão nos Estados Unidos por ter vendido informações aos russos.

1997 - Rússia:
Moise Finkel, cidadão russo, é condenado em Moscou a 12 anos de prisão por ter entregado aos Estados Unidos informações sobre os submarinos russos.

1998 - Estados Unidos:
David Sheldon Boone, ex-militar americano que trabalhava para a Agência de Segurança Nacional (NSA), é acusado em novembro de espionagem e de complô contra os Estados Unidos por suas atividades em benefício da KGB e da sua sucessora FSB.

1999 - Estados Unidos:
Stanislav Goussev, segundo secretário da embaixada da Rússia em Washington, é preso em dezembro nas imediações do Departamento de Estado americano e acusado de espionagem antes de ser expulso.

2000 - Rússia:
Edmond Pope, ex-oficial dos serviços secretos do Exército americano é acusado em abril pela justiça russa de espionagem e divulgação de segredos de Estado. É condenado a 20 anos de reclusão e perdoado pelo presidente russo Vladimir Putin.

2000 - Estados Unidos:
George Trofimoff, oficial aposentado dos serviços secretos do Exército americano é preso em junho na Flórida por espionagem em favor da ex-URSS. É condenado à prisão perpétua em setembro de 2001.

2001 - Estados Unidos:
Robert Hanssen, alto dirigente da contraespionagem americana - o birô Federal de Investigações (FBI) - é acusado em fevereiro de espionagem em favor da Rússia e condenado à prisão perpétua.

2002 - Rússia:
Oleg Kaluguin, general da KGB, exilado nos Estados Unidos desde 1995, é condenado em junho à revelia, por alta traição, a 15 anos de reclusão por um tribunal de Moscou. Dirigiu nos EUA a rede de espiões soviéticos durante a Guerra Fria.
Alexander Sypatchev, coronel dos serviços de inteligência russos, é condenado em novembro a oito anos de prisão por um tribunal militar de Moscou por ter tentado transmitir à CIA segredos de Estado.

2003 - Rússia:
Alexander Zaporojski, ex-agente da inteligência russa, é condenado em junho a 18 anos de prisão por espionagem em favor de Washington. Entregou à CIA informações sobre as atividades dos serviços secretos russos no exterior.

2004 - Rússia:
O russo Igor Sutiaguin acusado de espionagem a favor dos Estados Unidos e condenado em abril a 15 anos de prisão por ter transmitido informações sobre o sistema de defesa nuclear russo.

2010 - Estados Unidos:
Guennadi Sipatchev é condenado em maio a 4 anos de prisão por entregar ao Departamento de Defesa americano cartografia que permitiria aos Estados Unidos dirigir seus mísseis contra bases militares na Rússia.

Alagoanos passam uma semana ilhados e comem barro para sobreviver

Alagoanos passam uma semana ilhados e comem barro para sobreviver
Cento e cinquenta sem-terra, a maioria crianças, isoladas há mais de uma semana em um vilarejo em Branquinha
 
Bombeiros resgataram 150 sem terra que ficaram ilhados (Foto: AFP - Evaristo Sá)
Soldados do Corpo de Bombeiros de São Paulo, enviados para auxiliar na busca de vítimas das cheias em Alagoas, resgataram cerca de 150 sem-terra, a maioria crianças, isoladas há mais de uma semana em um vilarejo na cidade de Branquinha, um dos 15 municípios do estado em situação de calamidade. A suspeita dos bombeiros é que mais pessoas estejam ilhadas na área rural dos municípios banhados pelos rios Mundaú e Paraíba, região mais afetada pelas enchentes. As buscas serão intensificadas hoje.
- Eles comiam barro para sobreviver. Era um lugar muito, muito pobre, as casas eram de barro e com teto de palha. Acho que só a pobreza e o costume de enfrentar tanta dificuldade explicam a resistência deles - contou o gerente médico do Samu, Maxwell Padilha, que atendeu o grupo, depois do resgate.
Apenas uma mulher precisou de atendimento médico, com hipertensão. O grupo pôde ser resgatado somente por helicóptero, que pousou perto do vilarejo com mantimentos. O aparelho quase afundou na lama ao aterrissar.
Com a demora dos governos para estabelecer as regras para a reconstrução de casas para os atingidos pelas enchentes em Alagoas, a população começa a agir por conta própria. E, mais uma vez, reconstroi as casas nos locais onde ocorreu a tragédia. Além disso, muitos voltam para residências parcialmente destruídas e condenadas pela Defesa Civil. Como a chuva continua na região, há mais risco de novos problemas.
- A casa do meu vizinho caiu, e uma parede da minha ficou trincada. Estou preocupado, mas não tenho para onde ir - afirma Romival Soares de Souza, aposentado de 76 anos, morador de Paulo Jacinto, a cerca de 100 quilômetros de Maceió.
Na cidade, alguns moradores estão inclusive refazendo as ligações de energia elétrica que as autoridades ainda não fizeram, pelo risco de choques, curtos-circuitos e incêndios.
- Liguei a minha geladeira e ela voltou. Agora, vou pagar R$ 40 para um menino que lava e seca os sofás ao mesmo tempo. A televisão é o que sinto mais falta, mas ainda vou esperar para ligar. Não tenho muita ilusão, mas vá que ela volte a funcionar? - conta outra aposentada, Francisca Natalice da Silva.
A situação mais grave é em Quebrangulo, onde as águas do Rio Paraíba destruíram as principais vias. Moradores limpam os restos de suas casas por conta própria, em ruas onde a lama é dominante. Chamava a atenção a obra tocada pelo comerciante Genivaldo Vilela da Silva, de 58 anos, que resolveu reconstruir o mercadinho que possuía na principal esquina de Quebrangulo, e hoje está em ruínas. Para a obra, ele contratou oito homens por R$ 300 por dia e gastou R$ 2 mil para os materiais da primeira semana de serviço.
- Dizem que vão transferir a gente, mas sabemos como essas coisas demoram. Não posso ficar seu meu negócio até lá - explica Genivaldo.
O engenheiro Adilson Lessa, da Secretaria Estadual de Infraestrutura de Alagoas, se espantou com a obra:
- Estamos concluindo a avaliação de danos, mas temos dificuldades. Não consigo falar com o prefeito, o único engenheiro da cidade nunca está aqui. Mas é claro que indicaremos que o ideal é refazer as casas em local distante do rio - afirmou.
Neste fim de semana, voltou a chover e várias cidades voltaram a alagar. Em Murici, os moradores diziam que a enchente "foi normal", por não ter derrubado casas. A rua da residência da família do senador Renan Calheiros (PMDB) está alagada e seu irmão e prefeito, Remi, está morando na prefeitura. Na cidade, parte dos 2.500 desabrigados estão em galpões às margens de uma rodovia. O Exército doou iogurtes e outros alimentos entregues por empresas, e muitas mulheres e crianças chegaram a se animar:
- Nunca tinha comido iogurte dessa marca, isso é coisa de rico -- afirmou Josefa Feliciano da Silva.
Em Recife, uma criança de 2 anos, Renata Bezerra da Silva, morreu na madrugada desta segunda, no deslizamento de uma barreira que aterrou a casa onde ela estava, no bairro de Linha do Tiro. Além disso, o corpo de Leonilson Ferreira da Silva foi encontrado na cidade de Gameleira, aumentando para 20 o número de pessoas mortas pela chuva em Pernambuco. Ontem, voltou a chover, e, em Palmares, o nível do rio subiu e alagou diversas ruas.
As chuvas começaram na região há cerca de dez dias, atingindo principalmente Pernambuco e Alagoas. No total, mais de 50 pessoas morreram nos dois estados, onde ainda há milhares de desabrigados e desalojados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Alagoas e Pernambuco semana passada e prometeu ajuda do governo federal.

Tendas Bazaar, Turquia

Fotografia por Aksurmeli Mehmet

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