quarta-feira, agosto 04, 2010

Cícero, para O Jornal de Brasília

Funcionários da Gol falam em sobrecarga

Funcionários da Gol falam em sobrecarga
Atrasos e cancelamentos de voos ainda persistem
Claudio Nogueira – Jornal do Brasil

Pelo segundo dia consecutivo, problemas com aviões da Gol Linhas Aéreas tumultuaram os aeroportos brasileiros. Até às 21h de ontem, a companhia registava 37,8% de atrasos nos voos. Em nota, a empresa esclareceu que um problema no software que processa as escalas de trabalho dos tripulantes fez com que parte deles atingisse o limite de horas de trabalho estipulada pela legislação. Para amenizar a situação, a empresa vai usar aviões maiores, visando transportar mais passageiros.
Uma funcionária da Gol, que trabalha no Aeroporto Santos Dumont, afirmou que os tripulantes da companhia reclamam da sobrecarga de trabalho, e que uma gerente da empresa teria dito que o problema seria resolvido até amanhã. Ainda segundo a atendente, que pediu anonimato, a situação torna bastante difícil o trabalho no saguão do aeroporto: É uma situação complicada e constrangedora para nós, até porque, não podemos dizer aos passageiros que os atrasos nos voos ocorrem por causa de falta de tripulantes.
Num blog mantido por funcionários da empresa, os tripulantes reivindicam melhores condições de trabalho, plano de previdência privada, escalas funcionais e 25% de aumento nos salários. Existe a possibilidade de uma greve na sexta-feira, dia 13.
Duopólio é criticado Especialistas criticam a formatação do mercado brasileiro das companhias aéreas, consolidado pelo duopólio formado por Gol e TAM que responde por quase 90% dos voos no país e afirmam que isto pode estar por trás dos efeitos em cascata nos aeroportos. O economista Gustavo Cunha Mello, sócio da Correcta, uma das maiores empresas de seguros aéreos no Brasil, também se preocupa com a pouca opção de trabalho dos pilotos, o que poderia proporcionar a aceitação de condições desfavoráveis, comprometendo a segurança de voo. Ele lembra que cerca de 80% dos acidentes aéreos teriam envolvimento dos pilotos.
Mesmo quem está descontente com a situação de trabalho numa empresa acaba se submetendo às condições apresentadas explica Mello. Gol e TAM não trabalham com prejuízo, mas reduzem drasticamente seu lucro para impedir a livre competição das pequenas empresas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou inspetores para acompanhar o planejamento da escala na empresa, e diz fiscalizar a assistência devida pela companhia a seus passageiros.
Também exigiu um plano de ação para remediar os atrasos e cancelamentos.
A ouvidoria da agência analisa uma reclamação do Sindicato Nacional dos Aeronautas com 520 denúncias trabalhistas.
A Gol se comprometeu a colocar em operação cinco Boeings 767, usados normalmente para fretamento, e a apresentar relatório semanal sobre as quantidades de horas voadas pelos tripulantes.
A administradora de empresas Ana Paula Tozzi, que voou 88 vezes no ano passado, acredita que a população é refém das duas companhias aéreas.
Em outubro de 2009, quando a TAM trocou o sistema, foi a mesma coisa.
Houve atrasos violentos, e até check in manual teve que ser feito lembra a passageira.

LUIZ GARCIA: Quadro eleitoral

O GLOBO

As eleições deste ano podem ser as mais limpas da história recente da República. Pelo menos, se valer o exemplo de São Paulo. Lá, ainda faltando a análise de cerca de 700 candidatos a candidaturas, a Procuradoria Eleitoral do estado já impugnou 45 candidatos, e ainda falta analisar a situação de cerca de 700.
É uma situação inédita. Ainda bem que não se deve a um surto de desonestidade na classe política do estado: trata-se de bendita consequência da Lei da Ficha Limpa, que está estreando nas eleições nacionais.
Sem surpresa para a plateia, Paulo Maluf está na lista. Foi condenado, já em segunda instância, por superfaturamento numa compra de mais de uma tonelada de frangos quando era prefeito de São Paulo, ao preço de R$ 1,39 milhão. E também responde a processo criminal em Nova York por crime financeiro. São Paulo — a propósito, por coincidência ou por ter o maior colégio eleitoral do país — é campeão em impugnações: são 45 candidatos sob risco de serem mandados para o chuveiro antes de o jogo começar.
Igualmente deixando os espectadores bocejando de tédio, o Maranhão é vicecampeão de impugnações, com um total de 42 casos. Mas a Justiça Eleitoral do estado, ignorando o que decidira o Tribunal Superior Eleitoral, preferiu ignorar os casos de candidatos condenados antes de 4 de junho deste ano. Aqui no Rio, o TRE julgou, entre 32 outros casos, a candidatura de Anthony Garotinho, e lhe deu ganho de causa, pelo menos até o julgamento definitivo pelo TSE.
Como se vê, a nova lei pode fazer muito para limpar o quadro eleitoral. Mas os partidos ainda podem fazer bastante para sujálo. E até de maneira surpreendente. Não há outro adjetivo para a história, ainda mal contada, de uma carta anônima supostamente produzida por petistas para sujar a ficha do ministro da Fazenda — e, se alguém esqueceu, também petista — Guido Mantega. No documento, uma filha do ministro é acusada do feio pecado de tentar tráfico de influência no Banco do Brasil.
Curiosamente, ninguém no PT optou pela saída de acusar a oposição pela autoria da tal carta. O presidente do partido, José Eduardo Dutra, preferiu alegar que a carta anônima não é um dossiê e não se sustenta. Tem até razão. Não deve ter sido por acaso que a oposição deu sinais claros de que não pretendia acumular capital eleitoral com o episódio. O senador Sergio Guerra, presidente do PSDB, deu o tom: “Eles são viciados em dossiês... são cheios de hábitos estranhos.” Foi apenas uma alfinetada — mas mais ferina que uma cacetada.

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Fotografia por Alex Tattersall

Percepções

Percepções
Merval Pereira – O Globo

A expectativa de poder que o presidente Lula exala, mesmo no fim de seu segundo mandato, é a responsável pela percepção majoritária de que, ao fim e ao cabo, sua candidata Dilma Rousseff vencerá a disputa com Serra pela sucessão presidencial.
Essa percepção, ressalte-se, está baseada na capacidade de influência do presidente, mas, sobretudo, no jogo bruto que ele vem usando, não respeitando limites na faina para eleger sua escolhida.
A sensação generalizada é de que não há como resistir à combinação da popularidade presidencial com sua falta de escrúpulos na manipulação do poder político.
Apesar de, até o momento, as pesquisas eleitorais mostrarem uma disputa mais acirrada do que se poderia esperar diante dessa mistura explosiva que desequilibra a disputa, a opinião predominante entre os especialistas é a de que a vitória de Dilma é inevitável, justamente por causa de Lula.
 O cientista político Alberto Carlos Almeida, do Instituto Análise, especialista em destrinchar o comportamento do brasileiro comum através de pesquisas, autor de livros que desvendam “A cabeça do brasileiro” e “A cabeça do eleitor”, está convencido de que a eleição caminha “para uma derrota acachapante do Serra, com vitória da Dilma no primeiro turno”.
Ele revela que tem feito pesquisas mostrando uma cartelinha com o retrato do Lula dizendo que ele apoia a Dilma, e outra com o Serra e o Aécio, para representar a força máxima do PSDB. A pesquisa projeta uma vantagem de Dilma entre 15 a 20 pontos já no primeiro turno.
Segundo ele, até a última semana de agosto, primeira de setembro, esse cenário já se refletirá nas pesquisas como consequência da presença de Lula na propaganda televisiva.
“As pessoas estão experimentando uma grande satisfação com a conjuntura, e querem a continuidade do Lula”, diz ele, que usa sua teoria de “árvore de decisão” para apostar que o eleitor priorizará a continuidade do governo Lula a eventuais questões políticas ou partidárias.
Francisco Guimarães, do Instituto GPP, fez uma média das pesquisas mais recentes, principalmente Ibope e Datafolha, e diz que “a impressão que temos é de que a Dilma saiu na frente na campanha, cresceu muito até o início de junho e hoje temos um quadro mais estável. Independentemente do apoio de Lula”.
As médias mostram um resultado próximo do empate técnico, mas com tendência favorável a Dilma.
A média de votos válidos com os três institutos, incluindo o Vox Populi, mostra Serra em movimento cadente, saindo de 51% em janeiro para 42% em julho, enquanto Dilma vai de 39% a 46% no mesmo período.
A mesma média, só com Ibope e Datafolha, mostra Serra indo de 47% para 43% e Dilma, de 39% para 45%.
Por regiões do país, a média das pesquisas Datafolha e Ibope também mostra Dilma em ascensão, mesmo onde perde, e Serra caindo, mesmo onde ganha.
No Nordeste: Serra em abril com 40% e em julho ficou com 33%; Dilma foi de 48% para 55%.
No Norte-Centro-Oeste: Serra foi de 43% a 39% e Dilma, de 39% a 48%. No Sul, Serra vai de 58% a 52% e Dilma, de 30% a 38%.
No Sudeste: Serra cai de 54% para 45% e Dilma vai de 32% para 41%.
No Sudeste, a vantagem de Serra nessa estatística está influenciada pela última pesquisa do Datafolha, que ainda o dá na frente.
O Ibope mais recente já registrou um empate técnico, com Dilma em vantagem.
Mas há mais coisas em jogo do que a simples estatística, que, na definição do escritor italiano Pitigrilli, é a ciência que diz que, “se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um”.
Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, por exemplo, coloca um pouco de política em sua análise dos números e acha que a situação hoje, embora indique favoritismo de Dilma, não está definida.
Ele dá importância aos debates entre os candidatos, por exemplo, o que Alberto Carlos Almeida minimiza.
E acha que, com Dilma escondendo o PT e exibindo Lula, a única saída dos tucanos é destacar os perigos de um governo do PT sem Lula. O que Alberto Carlos Almeida considera uma tática equivocada.
Para Montenegro, no Nordeste a candidata oficial está consolidada, e no Sul o candidato oposicionista está consolidado. A decisão seria no Sudeste, com três problemas para Serra.
No Rio a diferença a favor da Dilma aumentou. Na opinião de Montenegro, nem Serra nem Dilma empolgam o eleitorado, “e se o PSDB fosse esperto jogaria suas fichas no Rio na Marina, para dividir os votos e reduzir a diferença”.
Em São Paulo, o governo do Serra, embora tenha sido muito bom, não tem marca, segundo Montenegro, o que faz com que o ex-governador tenha começado com 25 pontos de frente e hoje esteja com apenas 11.
Mas o grande problema do PSDB é Minas, onde Serra começou ganhando por 15 pontos, e hoje está perdendo por dez pontos.
“Acho que o Aécio (ex-governador Aécio Neves, candidato ao Senado), quando entrar na televisão, vai levantar o Anastasia (governador Antonio Anastasia, candidato à sucessão de Aécio) e embolar a eleição com o Hélio Costa (PMDB)”. Mas a pergunta é: isso ajudará o Serra? Montenegro chama a atenção para detalhes importantes da eleição: é a primeira vez em que o eleitor vai poder votar em trânsito para presidente, e isso pode ajudar um pouco a candidatura de Dilma, na visão de Montenegro, porque há uma migração muito grande do Nordeste para o Sudeste, principalmente para São Paulo, e muita gente não transferiu o título de eleitor.
A questão é saber se esse eleitor teve o cuidado de se registrar para votar em trânsito.
Outra novidade, porém, pode atrapalhar muito Dilma, na opinião de Montenegro: pela primeira vez o TSE está exigindo que se apresentem dois documentos na hora da votação — o título de eleitor e uma identidade.
“As pessoas mais pobres tendem a ter apenas um documento, porque documento é uma coisa cara”, comenta Montenegro, para quem no Nordeste isso pode ter efeito.

Telescópio capta explosão de supernova em 3D

Telescópio capta explosão de supernova em 3D

Astrônomos utilizaram o Telescópio Extremamente Grande (TEG), no Chile, para capturar pela primeira vez em 3D os momentos seguintes à explosão de uma estrela supernova.
A supernova 1987A, que fica a 168 mil anos-luz da Terra, foi vista pela primeira vez em 1987 e foi a primeira estrela cuja explosão pôde ser vista a olho nu em 383 anos.
As imagens tridimensionais mostram que a explosão foi mais forte e mais rápida em determinadas direções, o que explica o formato irregular, com algumas partes indo mais longe do que outras espaço adentro.
Esse fenômeno já tinha sido previsto por alguns dos mais recentes modelos de computação para supernovas, que indicavam a ocorrência de instabilidades de grande escala durante a explosão.
Os primeiros projéteis lançados pela supernova viajam a uma velocidade de 100 milhões de quilômetros por hora, cerca de 100 mil vezes mais rapidamente do que um avião de passageiros comum.
Mesmo assim, foram necessários dez anos para que eles atingissem um anel de gases e poeira criado anteriormente, durante a "morte" da estrela.
As imagens do TEG também mostram outra onda de destroços que viaja pelo espaço a uma velocidade dez vezes mais lenta e aquecida por elementos radioativos criados na explosão.
O estudo vai ser publicado na revista científica Astronomy and Astrophysics.

Pádua, para O Estado de Goiás

Leandrinho sonha em vestir a farda nos Jogos Militares

Leandrinho sonha em vestir a farda nos Jogos Militares
Atleta do basquete se inspira no irmão, que é militar, e se diz empolgado com o novo desafio
DA REDAÇÃO
O que leva um jogador da NBA, principal liga de basquete da América do Norte, a querer se alistar e vestir uma farda do Exército brasileiro? A resposta quem dá é o próprio atleta, o ala-armador Leandrinho. "A vontade de servir ao meu país e a admiração pelos militares", disse.
 Leandrinho não precisa do dinheiro que as Forças Armadas oferecem aos atletas de alto rendimento para iniciar a carreira e participar dos Jogos Militares em 2011. Ele também não necessita da estabilidade de quem veste uma das patentes. Recentemente, ele assinou contrato milionário com o Toronto Raptors.
Leandrinho faz tudo por carinho e já conversou com o chefe de equipe da seleção de basquete militar, coronel Pitaluga.
"Quem está negociando tudo é meu irmão, o Artur, que por 25 anos foi militar. Temos algumas pendências para resolver, mas acho que vai dar tudo certo", destacou o coronel.
Inspiração. Artur, de 49 anos, foi quem inspirou Leandrinho. Desde pequeno, o atleta, que ao fim da temporada 2009/10 trocou o Phoenix Suns pelo Toronto Raptors, na NBA, queria ser militar. Já o irmão desejava ser atleta.

"Ao ter a idade para servir, meu irmão não deixou. Ele viu que eu não podia largar a minha carreira, apesar de querer muito servir", lembrou Leandrinho, que ainda teve outro irmão militar, Marcelo, de 37 anos.
Para realizar o sonho militar, Leandrinho precisa resolver quatro pontos: conciliar os calendários; saber quem vai pagar um seguro exigido pela NBA para os atletas participarem de outras competições; saber se o Exército flexibilizará algumas exigências; e ver se a liga americana não colocará obstáculos.
Lembranças. O irmão de Leandrinho sabe da importância que teve na criação do ala-armador da seleção brasileira. E destacou o carinho que o jogador da NBA tem pelo Exército brasileiro. "Esse desejo vem do coração, é puro, não tem explicação nem interesse. É um amor antigo, daqueles que a gente não esquece", destacou Artur.

Irmão militar impediu alistamento
Personagem mais influente na infância do ala-armador Leandrinho, do Toronto Raptors, o seu irmão, Artur, foi um dos que mais o incentivaram a jogar basquete e um dos que mais o afastaram do Exército brasileiro.
"Ao chegar o momento de ele servir, eu mesmo falei: pelo amor de Deus, continue no basquete, que vai lhe dar futuro", lembrou Artur.
Artur também era "carrasco" nos treinos. Assim que ele começou no basquete, eu o botei para subir morros, fazer os exercícios de cordas. Ele reclamava, mas fazia", disse o irmão.

Força da ONU diz que soldados de Israel estavam no próprio território

Força da ONU diz que soldados de Israel estavam no próprio território

Beirute, 4 ago (EFE).- A Força Interina da ONU no Líbano (Finul) afirmou hoje que os soldados israelenses que pretendiam podar árvores no momento do incidente com libaneses estavam no próprio território e, portanto, não teriam ultrapassado a divisa militar entre as duas partes.
O porta-voz da Finul, coronel Narish Bhatt, em declaração divulgada pela agência local "ANN", disse que as árvores em questão estavam no lado israelense da chamada "linha azul", marca estabelecida pela ONU em 2000 para determinar a retirada das tropas de Israel do território libanês, após 22 anos de ocupação.
No ponto onde ocorreu a troca de tiros entre soldados dos dois países, perto da cidade de Adeisseh, existe um corredor entre a "linha azul" e a cerca técnica, um espaço de terreno que o Líbano considera de sua soberania.
No entanto, a Finul não considera uma violação da soberania libanesa que as tropas de Israel se mobilizem por essa faixa intermediária, o que deixa aberta a possibilidade de conflitos como o de ontem.
Segundo a declaração divugada pela "ANN", embora Blatt tenha reconhecido que os soldados israelenses estavam operando em seu lado da "linha azul", ele reconhece também que o Governo libanês "tem reservas sobre a 'linha azul', porque o considera parte do território libanês".
Além disso, "os israelenses também têm reservas sobre algumas partes da 'linha azul', porque acham que fazem parte do território israelense".
 Fontes militares ocidentais consultadas ontem pela Agência Efe já haviam confirmado que os soldados israelenses que estavam podando árvores se encontravam entre a "cerca técnica" fixada por Israel e a "linha azul".
Em declarações feitas ontem e reiteradas hoje, altos funcionários libaneses insistiram que a faixa de território em disputa é de soberania libanesa e, por isso, o tema continuará sendo fonte de conflitos.
Segundo a ONU, Líbano e Israel violaram reiteradamente a "linha azul" que foi fixada pela ONU. EFE

Líbano responderá a qualquer nova 'agressão' israelense (Exército)

Líbano responderá a qualquer nova 'agressão' israelense (Exército)

BEIRUTE, 4 Ago 2010 (AFP) - O Líbano responderá a qualquer nova "agressão" israelense, afirmou nesta quarta-feira à AFP um porta-voz do Exército, após informações sobre o envio de tropas de Israel à fronteira no dia seguinte aos confrontos entre militares de ambos os países.
"A resposta será a mesma em caso de qualquer agressão contra o Líbano na fronteira", afirmou o porta-voz em referência aos enfrentamentos de terça-feira que deixaram três libaneses mortos -dois soldados e um jornalista-, além de um militar israelense de alta patente.
"Qualquer agressão terá graves consequências", advertiu.
O Exército israelense mobilizou nesta quarta-feira reforços no setor da fronteira com o Líbano, onde eclodiram choques na véspera quando soldados israelenses se preparavam para arrancar uma árvore.
Um jornalista da AFP no local constatou que os soldados israelenses haviam arrancado nesta quarta-feira de manhã a árvore que foi objeto da disputa.

Erasmo, para o Jornal de Piracicaba

Palmada é covardia

Palmada é covardia

Siro Darlan *, Jornal do Brasil
RIO - Um grande debate tomou conta da sociedade sobre o direito de os pais espancarem ou não seus filhos. Espantoso que ainda haja uma aprovação de, segundo a pesquisa realizada, 54% para as práticas consagradas em nossa cultura de violência contra crianças quando até os animais irracionais são poupados de toda e qualquer forma de violência.
Essa prática tão arraigada no seio das famílias leva às mais hediondas formas de “educação” a ponto de chamarem alguns essa covardia contra seres indefesos de “palmada pedagógica”. Outros, sem identificar os malefícios do ato, afirmam que sempre foram espancados por seus pais e não são revoltados, nem ficaram pessoas violentas, sem se dar conta de que basta esse posicionamento a favor da violência para demonstrar o quão pernicioso para sua formação e caráter foram as palmadas sofridas por agentes que têm o dever natural de amar e cuidar.
Existem explicações históricas e culturais para a prática do espancamento por pais que coincidem com a chegada dos europeus a nosso continente. Os habitantes da terra sempre foram exemplos de respeito às crianças e idosos. Crianças sempre foram para os índios motivo de cuidado e respeito, e os idosos sinônimos de experiência e autoridade.
Já os invasores tinham que se impor através da falsa autoridade da violência, e o resultado além de dizimarem os donos da terra foi a cultura da violência contra crianças indefesas, uma vez que essa era a única forma de se imporem como autoridades.
Até hoje essa cultura influencia a opinião pública como demonstram o resultado da pesquisa e as reportagens estampadas nas principais revistas formadoras de opinião do Brasil, e o debate sempre presente pleiteando a redução da responsabilidade penal. É a prevalência do processo de exclusão sobre a educação. Espancar é a resposta imediata para quem quer impor uma falsa autoridade, que, embora pareça mais eficaz, mostra uma ineficiência gritante quando cotejado com a autoridade de quem ensina com conselhos, exemplos e cuidados.
As doutrinas políticas adotadas ao longo de nossa história mostram o desprezo com esse segmento da população somente erigido à categoria de sujeitos de direitos com o advento da Carta de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Até então crianças e adolescentes, denominados “menores”, eram meros objetos de atos de piedade como bem o demonstrou a doutrina da situação irregular vigente por longo prazo no Brasil.
Alguns lamentaram a edição da lei afirmando que os pais teriam ficado com as mãos atadas. Essa imagem não é verdadeira, porque as mãos dos pais devem ser usadas para dar carinho, para cuidar desses seres em desenvolvimento, para indicar o caminho do bem, da honestidade e do respeito ao próximo.
No cenário internacional, o castigo corporal contra crianças e adolescentes já é uma preocupação de longa data tanto que 25 nações já colocaram em prática a legislação protetora, e na Suécia os castigos corporais e humilhantes já são proibidos desde 1979. Outros países como Venezuela, Uruguai, Costa Rica, Espanha e Portugal tomaram a mesma iniciativa.
No Brasil, a lei é uma necessidade não com o objetivo de eventualmente punir pais que exagerem em seus métodos “educacionais” e sim para combater a cultura do medo e da violência covarde contra crianças, e contou com a iniciativa de especialistas que discutem essa e outras formas de violências contra pessoas em processo de desenvolvimento através da Rede Não Bata, Eduque.
O castigo corporal como método de disciplina se perpetrou como resultado da tolerância e da aceitação social e estatal, e a despeito de sua ineficácia educacional tem servido de fonte de violências cada vez mais intensas e acolhidas pela opinião pública, além de outras formas de violação aos direitos humanos de crianças e adolescentes que precisam ser combatidas em prol de uma sociedade mais solidária onde reine a paz, a concórdia e a justiça.
* Além de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Siro Darlan é membro da Associação Juízes para a Democracia.
21:52 - 03/08/2010

IQUE - No Jornal do Brasil

O duopólio na aviação é ruim

O duopólio na aviação é ruim
Editorial, Jornal do Brasil
RIO - O ensaio de caos aéreo enfrentado por passageiros de todo o país na segunda-feira deixou muito claro o modelo de que o Brasil não precisa e que não pode manter se quiser que as coisas saiam a contento em eventos internacionais de porte como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Ver 26% de todo o tráfego aéreo com problemas por conta dos desacertos administrativos e gerenciais de uma só companhia é absurdo difícil de explicar ao Comitê Olímpico Internacional, à Fifa, enfim, a todas as entidades que olham para tais iniciativas com olhar de lupa. Os passageiros, aqui, não podem mais ficar à mercê de um duopólio disfarçado e sustentado por poderosas estruturas de apoio encasteladas nos organismos que deveriam ser os primeiros a zelar por um mercado mais aberto e capaz de garantir os direitos básicos de todos os que voam, seja profissionalmente, a trabalho ou por lazer.

Anunciada como a primeira companhia nacional criada dentro do espírito low cost - low fare, a Gol se esmera, nos últimos tempos, em tornar inesquecível da pior forma a experiência de se viajar em seus aviões. Com preços de tarifas que são quase sempre superiores aos das concorrentes, oferece em troca, além do serviço de bordo espartano – o que explicitaria, entre outras impressões, a de um conceito de custo baixo com tarifa cara, ou seja, margem de lucro maior – uma pontualidade questionável sob todos os aspectos. A confusão do início da semana não foi a primeira relacionada à grande oferta de voos charters com pacotes fechados com operadoras de turismo. Quando a companhia se justificou alegando “excesso de tráfego aéreo” e foi desmentida pelas autoridades aeronáuticas, o que se quis dizer é que o excesso era dela própria, não do mercado. Quem viajou recentemente pela companhia já ouviu tripulantes reclamando abertamente das condições de trabalho desgastantes.

O que aconteceu na segunda-feira, se houvesse algum tipo de controle sobre o setor, já teria merecido uma resposta drástica do governo. Mas isso é esperar muito da Anac, que apenas “exigiu explicações”. Quem voa sabe que a agência é uma ficção burocrática incapaz de fazer valer até a regulamentação que, com tanta pompa, anunciou em defesa dos passageiros. Reinstalados justamente para explicitar a ineficiência da Anac, os Juizados Especiais nos aeroportos se transformaram na única instância capaz de devolver o setor aos interesses de quem paga as passagens e espera um mínimo de organização.

É preciso liberar o mercado. É preciso que as outras companhias tenham acesso às operações em todos os aeroportos, não manter as menores – e possivelmente mais bem administradas – à margem de um crescimento condenado ao periférico. Assim, quando se vissem na situação em que a Gol os deixou na segunda-feira, os passageiros poderiam dar a melhor resposta aos gestores da companhia: deixar de usá-la.
21:50 - 03/08/2010

Skoob

BBC Brasil Atualidades

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