quarta-feira, agosto 04, 2010

Para cientista israelense, armas trazem paz - Analistas israelenses advertem para 'terceira guerra do Líbano'

Para cientista israelense, armas trazem paz
RICARDO MIOTO - DE SÃO PAULO

Aumann, 80, na foto,  é íntimo da guerra. Nasceu em uma família rica de judeus ortodoxos na Alemanha, que foi para os EUA fugindo dos nazistas.
Foi um dos melhores jovens matemáticos dos EUA nos anos 1950. Com a criação de Israel, mudou-se. Seu filho mais velho morreu no Exército israelense, em 1982.
"A paz não é feita com concessões, mas se mostrando pronto para guerrear. Os romanos foram campeões da paz. A "Paz Romana" durou 200 anos. Qual o lema? Se quer paz, prepare-se para a guerra. É teoria dos jogos. Não é legal, mas é verdade."
A teoria dos jogos mostra que o ataque é uma estratégia muito vantajosa quando um lado percebe fraqueza no outro, diz. O exemplo clássico da teoria, aliás, é o dilema do prisioneiro. Se dois comparsas ficarem quietos, ambos serão soltos. Se apenas um ficar em silêncio, ele é condenado. Se ambos falarem, os dois são presos.
Como um não sabe o que o outro fará, não colaborar é a melhor opção --afinal, se o comparsa ficar quieto, você é solto; se ele falar, você seria preso de qualquer jeito.
 "Compare a Guerra Fria e a Segunda Guerra. Negociar com Hitler não trouxe a paz." Antes de morrer, conta, o filho lhe escreveu. Dizia que não há bem sem o mal.
  
Analistas israelenses advertem para 'terceira guerra do Líbano'

A tensão na fronteira entre Israel e o Líbano, que ficou evidente no incidente que causou a morte de cinco pessoas na terça-feira, pode levar a uma "terceira guerra do Líbano", afirmam analistas israelenses.
Vários desses analistas alertaram que a tensão crescente pode gerar uma escalada grave da violência entre os dois países.
Depois da primeira guerra do Líbano, em 1982 e da segunda, em 2006, a expressão "terceira guerra do Líbano" torna-se mais frequente nos veículos de comunicação israelenses.
De acordo com o analista militar da TV estatal Ioav Limor - na foto, "se a mensagem de Israel não for entendida do outro lado (o Líbano), poderemos definitivamente estar à beira de uma deterioração que levaria a um novo confronto no Norte".
Em artigo publicado no jornal Israel Hayom, Limor afirmou que se a reação das tropas israelenses for "dura o suficiente" para dissuadir o exército libanês de disparar contra soldados israelenses, Israel poderá continuar desfrutando da tranquilidade na fronteira norte.
Segundo o analista, os disparos entre o Exército libanês e as tropas israelenses, que resultaram na morte de cinco pessoas - três soldados e um jornalista libaneses e um oficial israelense - foram consequência da troca de comandantes na divisão libanesa que controla aquela região específica.
Incidente "pontual" O analista do jornal Haaretz Amos Harel também afirma que o incidente na fronteira foi "pontual" e foi causado pela decisão de um comandante libanês que resolveu abrir fogo contra as tropas israelenses.
No entanto, de acordo com Harel, um incidente pontual "tem potencial de gerar uma explosão".
"Nos últimos meses tem havido um atrito crescente entre os Exércitos do Líbano e de Israel ao longo da fronteira", afirma Harel, "especialmente a nona divisão do Exército libanês, na qual a maioria dos oficiais é de xiitas, tem adotado uma linha agressiva em relação às tropas israelenses".
Em artigo publicado um dia antes do incidente na fronteira, outro analista do jornal Haaretz, Amir Oren, também aponta para o perigo de uma terceira guerra no Líbano, porém desta vez no contexto iraniano.
Oren cita um relatório de Dan Kurtzer, ex-embaixador americano em Israel, que afirma que Israel poderá procurar uma oportunidade para "agir no Líbano" com o objetivo de destruir os armamentos do Hezbollah, "para impedir um contra-ataque" se as instalações nucleares do Irã forem atacadas.
A tensão crescente na região também se expressa verbalmente.
As autoridades israelenses reagiram em termos duros ao incidente na fronteira.
O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que os disparos das tropas libanesas contra as israelenses foram "uma violenta provocação".
O comandante da região norte do Exército israelense, general Gadi Eizenkot, classificou o incidente como uma "emboscada premeditada" do Exército libanês.
O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota acusando o Líbano de uma "violação grosseira" da resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (acordo de cessar fogo ao final da guerra do Libano, em 2006).
Segundo o ministério, nos últimos anos houve uma "longa lista" de violações por parte do Líbano, "principalmente o armamento maciço do Hezbollah no sul do Líbano".

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