sexta-feira, junho 25, 2010

Relacionamentos - Texto de Rubem Alves e musica de Sound Garden

Imunidade não coloca deputado acima da lei

MANDATO RESPONSÁVEL
Imunidade não coloca deputado acima da lei
POR ALESSANDRO CRISTO

A imunidade parlamentar não dá ao político o direito de acusar a quem quiser quando bem entender. É como se pode resumir a posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (24/6), ao decidir aceitar uma queixa-crime movida pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) contra um colega de Congresso Nacional. Segundo a denúncia, em um programa de rádio, o também deputado Silvio Costa (PTB-PE) chamou Jungmann de “corrupto”. Até hoje, a jurisprudência da corte era a de considerar o parlamentar imune, e arquivar a ação. No entanto, os ministros decidiram que o direito não é absoluto.
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo recebeu a queixa-crime por injúria, crime previsto no artigo 140 do Código Penal. Para o relator do caso, ministro Marco Aurélio, o artigo 53 da Constituição diz que são invioláveis os parlamentares no exercício de seus mandatos, dispositivo que tem como objetivo permitir atuação independente. No entanto, segundo o ministro, o instituto não permite ações estranhas ao mandato, como ofensas pessoais, sem que haja consequências.
"A não se entender assim, estarão eles acima do bem e do mal, blindados, a mais
não poder, como se o mandato fosse um escudo polivalente, um escudo intransponível"
, disse o ministro em seu voto. "Tudo indica que a pecha atribuída decorreu de desavença pessoal, não relacionada com o desempenho parlamentar, com ato próprio à Casa Legislativa em que integrados os envolvidos."
Uma vez aceita a queixa, o acompanhamento da instrução da ação penal permitirá, disse o ministro, que a corte descubra se existe elo entre o que se espera do mandato parlamentar e o que foi veiculado na queixa-crime. Acompanharam o relator os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cezar Peluso.
Não é só o fato de Silvio Costa ter acusado Jungmann longe da tribuna da Câmara dos Deputados que o candidata ao banco dos réus, segundo o advogado do queixoso, Pedro Machado de Almeida Castro. “Não houve nexo entre suas palavras e o exercício do cargo”, diz. O entendimento da corte até então, como explica o advogado, era o de que, se Costa tivesse se manifestado no Congresso, estaria protegido de responder criminalmente. “O caso é uma exceção.”
Ao receber a queixa, no entanto, a corte muda de postura. E terá, no acórdão, a tarefa de estabelecer os limites. “Será como legislar um pouco”, confirma o advogado. Segundo ele, mesmo que a ação tenha apenas começado, o mero recebimento da queixa já abre um precedente diferente. “Ninguém está acima da lei.”
Raul Jungmann e Silvio Costa são adversários políticos em Pernambuco, o que leva a questão ainda mais para o lado pessoal. Em debate na Rádio CBN em abril do ano passado, do qual participou o também deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), discutia-se sobre o que ficou conhecido como a farra das passagens aéreas na Câmara dos Deputados. De acordo com a queixa, durante o debate, ao citar o conterrâneo do PPS, Silvio Costa disse: "O deputado Chico falou agora em milha. Falar em milha é uma hipocrisia. Tem um deputado, Raul Jungmann, um corrupto de Pernambuco, que eu vou dizer terça-feira que ele é realmente um corrupto, ele foi efetivamente dizer: 'não, eu não comprei a passagem pra minha filha com o dinheiro não, eu comprei com milha.' Só que a milha é oriunda da cota de passagem”.
Em sustentação oral, o advogado de Jungmann disse que a imunidade parlamentar não se cinge ao Congresso e às suas dependências, mas que se aplica sempre que o deputado estiver no exercício de suas funções, dentro ou fora do Congresso Nacional. Para ele, Costa chamou seu cliente de corrupto em situação fora do contexto do exercício funcional, sem qualquer nexo com os mandatos.
Durante o julgamento, o ministro Carlos Britto considerou que a imunidade parlamentar é extensiva ao caso. Segundo ele, o direito é absoluto, tanto que o próprio parlamentar nem mesmo pode abrir mão dele. A ministra Cármen Lúcia ponderou. Segundo ela, também existe cláusula pétrea de proteção à honra, e os direitos não podem se sobrepor.
Na opinião de Castro, advogado de Jungmann, a liberdade dos parlamentares nas CPIs também não é absoluta. “Não se pode extrapolar o limite de opinião, de adjetivação da pessoa, ou sugerir que esteja havendo crime”, entende. Para ele, no entanto, essa é uma área “cinzenta”.
Clique aqui para ler o voto do ministro Marco Aurélio, relator do caso.
Inq 2.813

Estão aparelhando até o Dunga

Estão aparelhando até o Dunga

Sandro Vaia – Publicado em 25/06/2010 originalmente no Blog do Noblat

O futebol é uma caixinha de surpresas, mas a micropolítica, quando movida por interesses subalternos, pode ser uma caixinha de obviedades.
Vamos estabelecer,para começo de conversa, que o técnico Dunga não é um primor de simpatia, e que muita gente se irrita com as narrações impressionistas de Galvão Bueno, principalmente quando coloca a sua alma nas chuteiras de sua preferência- que podem ser as chuteiras da pátria em jogos da Seleção, ou as chuteiras dos times que preenchem mais casinhas do Ibope de audiência da Globo.
Uma rusga dividiu nesta semana o técnico da Seleção que está a caminho do hexa e a TV Globo, que lidera a audiência em todos os segmentos sociais e em todas as categorias de programas- o que atrai não só o olho gordo dos concorrentes, como o despeito político dos que não se conformam com a sua hegemonia, que classificam equivocadamente como “monopólio”.
E como foi que essa salada russa entre a malcriaçao de Dunga, uma campanha no Twitter contra Galvão Bueno e Tadeu Schmidt, que poderia parecer um embate de idiossincrasias entre os que gostam e os que não gostam do técnico da Seleção e os que gostam e os que não gostam das transmissões esportivas da Globo conseguiu ser transformada num fato político?
Procurem os incansáveis ativistas de sempre.
Procurem os sites,os blogs, os twitters dos que invejam a desenvoltura com que o tenente coronel Hugo Chavez trata os órgãos de imprensa dos quais não gosta.Foi aí que nasceu uma campanha “Um Dia Sem Globo”, que foi vendida como um desagravo ao valente técnico que não seu rendeu à tirania global.Dunga virou,além de um gênio futebolistico de última hora, um herói da resistência.”Um Dia sem Globo”, no recôndito do inconsciente coletivo deles, é o prenúncio de uma vida sem imprensa-ou de uma imprensa sob controle.
A campanha é tão inocente quanto os seus mentores.É fácil reconhecê-los. Deixam as suas impressões digitais por todo canto.Se fossem descontentes normais, fariam como fazem as pessoas normais: usam as opções disponíveis e escolhem o canal de sua preferência,o narrador de sua preferência, o comentarista de sua preferência, sem tentar transformar isso num ruidoso fato político.
Nada impede,como disse um twitteiro , que qualquer pessoa resolva ficar não um dia mas 10 anos sem ver Globo,uma vez que o aparelho de TV e os seus controles lhe pertencem, e através deles pode eliminar de sua vida o que não quer ver.
A leitura é óbvia: a campanha é desonesta intelectualmente e mal intencionada porque seu verdadeiro motivo- que é o de fazer bullying ideológico contra a imprensa independente- está disfarçada em defesa do pobre técnico perseguido pela emissora que, segundo a mitologia corrente nesses meios, trata mal o governo que tem uma aprovação nunca antes vista neste país.
Não se fale em livre concorrência ou livre direito de escolha entre essas pessoas, porque esse é o tipo de linguagem que eles se recusam a entender.Não concebem que as pessoas sejam capazes de discernir e escolher livremente o canal de TV que querem ver-ou escolher livremente qualquer outra coisa.Sempre pensam, antes, em algum tipo de coerção.Não concebem a vida sem controle, sem dirigismo, sem patrulha. Abominam o livre arbítrio, e como não sabem o que fazer com ele, querem abolir o dos outros.
Se você acha a Globo soberba, o Galvão um chato,não gosta de novelas, odeia o Jornal Nacional, mude para o canal que quiser, quando quiser,e não quando uma milícia ideológica mandar.A liberdade é sua, não a entregue a terceiros.
 Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br 

Loja obriga mãe a limpar urina de filha que vazou da fralda

Loja obriga mãe a limpar urina de filha que vazou da fralda
JB Online
DA REDAÇÃO - Uma loja em Vila Velha, no Espírito santo, obrigou uma dona de casa  a passar por constrangimento no sábado, após a sua filha de dois anos sentar num dos tapetes da mesma. Como vazou urina da fralda da menina, os funcionários da loja obrigaram a cliente a limpar os mesmos. Veja o vídeo.
Sabe quando a gente vai num restaurante, bebe, come, palita os dentes, e então percebe que está sem dinheiro? Antes mesmo de alguém pensar numa solução civilizada, como ir buscar a carteira em casa, encontrar um caixa 24h, pagar no cartão ou assinar uma promissória, com certeza algum engraçadinho já terá soltado aquela de “ir lavar os pratos”.
Pois a loja de departamentos Riachuelo do Shopping Praia da Costa, em Vila Velha (ES) está adotando esta medida, mas não para clientes inadimplentes. Pais relapsos, que acaso vierem a descuidar dos dejetos de seus filhos enquanto consomem, estão obrigados a limpar a urina (e similares) de seus filhos, com material de limpeza de procedência duvidosa da própria loja e sob a supervisão de uma “tia” da faxina, à apreciação pública.
Só que como a gata borralheira em questão era uma empresária capixaba consciente dos seus direitos de consumidora, duas autoridades foram imediatamente acionadas para apreciarem o caso: a imprensa e o YouTube:

Radiohead - 15 Step - by Kota Totori

Brasil passa de consumidor a exportador de ecstasy

ESCALADA DAS DROGAS

TRÁFICO

Brasil passa de consumidor a exportador de ecstasy

Mercado de drogas sintéticas avança no país, que tem 1,65 milhão de usuários, segundo as Nações Unidas
Publicado em 25/06/2010 |GAZETA DO POVO -  FABIANE ZIOLLA MENEZES
Enquanto o mercado global de heroína e cocaína se estabiliza, o de drogas sintéticas avança. É o que mostra o Relatório Mundial de Drogas, divulgado nesta semana pelo Escritório sobre Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (Unodc) 2010, que analisou dados de 2008 sobre o consumo de drogas. Estima-se que no Brasil existam mais de 1,65 milhão de usuários de anfetaminas, ecstasy e LSD (sigla para dietilamina do ácido lisérgico), os principais representantes dessa classe de substâncias ilícitas. O uso está intimamente ligado ao público jovem e aos que querem emagrecer.
Recentemente, o Brasil entrou no rol de fabricantes de ecstasy. Em 2008, o primeiro laboratório da droga, de pequena escala, foi descoberto no país, mais precisamente em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Na época, mil unidades foram apreendidas. No ano seguinte, um segundo laboratório, que produziu cerca de 2 milhões de comprimidos em pouco mais de um ano – quantidade três vezes maior que as 620 mil unidades apreendidas pela Polícia Federal entre 2002 e o ano passado –, foi fechado em Imaruí (SC). Neste ano, o país também entrou na lista dos “ex portadores” da droga. Apreensões de ecstasy na Holanda, Sué cia e França apontaram o Brasil como origem.
Rivaldo Venâncio, chefe da Delegacia de Repressão a En torpecentes da Polícia Federal no Paraná, no entanto, diz que o tráfico de ecstasy e LSD é de difícil rastreamento e praticado, normalmente, por jovens de classe média. “Existe um movimento no sentido do Brasil para outros países no qual se ‘exporta’ cocaína e os traficantes recebem como pagamento não dinheiro, mas drogas sintéticas”. Ele explica que a apreensão é difícil porque essas drogas são de pouco volume e os traficantes, de alto nível social, não se encaixam no perfil normalmente investigado pela polícia. “Facilmente se esconde 200 pontos de LSD junto à bateria de um telefone celular”, exemplifica.
Dependência
A fundadora do Núcleo de Es tudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a psiquiatra Maria Theresa Aquino, diz que o atendimento a jovens usuários de ecstasy aumentou muito tanto no núcleo quanto no seu consultório. “Mas a quantidade de dependentes da droga é ínfima”.
O coordenador científico do Programa de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), Arthur Guerra de Andrade, confirma o baixo grau de dependência do ecstasy em relação a outros entorpecentes. “Isso ocorre porque o uso dessa droga acontece em momentos específicos, dispersos, como as festas de fim de semana. Ninguém toma uma ‘bala’ (outro nome pelo qual o ecstasy é conhecido) e vai trabalhar.” O uso frequente da droga nos ditos momentos de lazer, no entanto, provoca dificuldades em se manter uma vida regrada, com consequências sociais, como a perda do emprego.
O psicólogo do Centro Psiqui á trico Metropolitano, referência para Curitiba e região, Vasco Carneiro dos Santos Filho, diz que em 30 anos de atuação atendeu dois casos de dependência de anfetaminas. “Há também os casos de associação de drogas. É muito difícil achar um usuário puro.”
Efeitos
O ecstasy é comercializado sob a forma de comprimido ou cápsula, geralmente com um símbolo gravado, sendo conhecido, entre outras nomenclaturas, por E, XTC, Adão e Eva, Pastilha. É como um medicamento sem controle de qualidade. Repetir uma dose que “não deu em nada antes” não significa estar seguro, já que a formulação pode ser totalmente diferente.
Sintetizado e patenteado em 1914, inicialmente como moderador de apetite, o ecstasy tem seu efeito alucinógeno caracterizado por alterações na percepção do tempo, diminuição da sensação de medo, ataques de pânico, psicoses e alucinações visuais, e provoca efeitos estimulantes como o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, boca seca, náusea, sudorese e euforia. Segundo os especialistas, essa combinação de efeitos pode levar a problemas como desidratação e hipotermia.
No caso do LSD, a experiência do usuário é bastante particular. Alucinógeno poderoso, com alguns microgramas tem-se uma gama de alterações, que dependem da história de vida e das expectativas de cada indíviduo. “Enquanto alguns experimentam um estado de excitação e atividade, outros tornam-se quietos e passivos. Sentimentos de euforia e excitação alternam-se com episódios de depressão, ilusões assustadoras e sensação de pânico”, explica o psiquiatra e pesquisador Luiz Renato Carazzai.

Inflação 'come' renda do trabalho

Inflação 'come' renda do trabalho
Ganho real cai 0,9% em maio, após 4 altas seguidas. Desemprego fica em 7,5%, menor taxa em 8 anos
Clarice Spitz – O Globo

Sob impacto da inflação, a renda do trabalhador nas seis principais regiões do país recuou pela primeira vez no ano. O poder de compra caiu 0,9% na passagem de abril para maio, interrompendo uma trajetória de quatro altas consecutivas, informou ontem o IBGE.
A piora na renda veio acompanhada de uma ligeira alta no desemprego, que subiu de 7,3% em abril para 7,5% em maio. Mesmo assim, a taxa de desocupação do mês passado foi a menor para maio desde o início da atual Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, em 2002. Em maio do ano passado, a taxa estava em 8,8%.
E, para os especialistas, os números mostram ainda um cenário muito favorável para os trabalhadores.
— O mercado de trabalho está com uma taxa de desemprego muito baixa para padrões históricos. Ela subiu neste mês, mas não espero que vá haver aumento de desemprego sistemático — afirma José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e consultor da Opus Gestão de Recursos.

Documentação apreendida em escritório de advocacia não serve de prova contra cliente

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - 22/06/2010 - 08h00
Documentação apreendida em escritório de advocacia não serve de prova contra cliente

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para excluir de investigação policial os documentos apreendidos em escritório de advocacia do qual os suspeitos eram ex-clientes. A maioria dos integrantes da turma julgadora entendeu que a apreensão dos documentos pela Polícia Federal foi ilícita porque, no momento em que aconteceu, a empresa suspeita e seu representante ainda não estavam sendo investigados formalmente, não havendo até então nenhuma informação contra eles. 
A legislação brasileira protege o sigilo na relação do advogado com seus clientes e considera o escritório inviolável, só admitindo busca e apreensão no local quando o próprio profissional é suspeito de crime. Ainda assim, nenhuma informação sobre clientes poderia ser utilizada, em respeito à preservação do sigilo profissional, a não ser que tais clientes também fossem investigados pelo mesmo crime atribuído ao advogado. 
A apreensão no escritório de advocacia Oliveira Neves foi autorizada pela Justiça e executada pela Polícia Federal no âmbito da operação Monte Éden, deflagrada em 2005 para investigar crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As atividades criminosas teriam sido praticadas por meio de empresas fictícias criadas em nome de “laranjas” no Uruguai e envolveriam membros do escritório de advocacia e alguns de seus clientes. 
Durante a busca, os agentes descobriram documentos que indicariam o envolvimento da empresa Avícola Felipe S.A. e de seu representante legal nos mesmos crimes investigados pela operação. Até aquele momento, porém, nada havia contra eles, tanto que sequer foram mencionados na ordem de busca e apreensão. 
Os agentes da Polícia Federal em São Paulo encaminharam à delegacia de Maringá (PR) os documentos apreendidos no escritório de advocacia, os quais motivaram a abertura de inquérito perante a 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba. O empresário suspeito contestou o uso de tais documentos, invocando a Constituição – que considera inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos – e o Estatuto da Advocacia – que garante a inviolabilidade do escritório profissional.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Depois de enchente, Branquinha se prepara para recomeçar do zero

Depois de enchente, Branquinha se prepara para recomeçar do zero
Pouca coisa ficou de pé na cidade de Branquinha, na zona da mata de Alagoas. As imagens de prédios no chão ou prestes a desmoronar lembram em muito o cenário deixado por bombardeios ou furacões.
A estrada de ferro também ajuda a demonstrar a força devastadora do rio Mundaú quando transborda: as águas arrancaram os trilhos do chão e retorceram o metal como se fosse plástico. A impressão que se tem ao conversar com os moradores é de que tudo vai ter que recomeçar do zero. A ideia de reconstruir a cidade em outro ponto mais alto – e mais distante do rio – está entre as que mais agrada a população. O projeto também conta com a forte simpatia da prefeita Renata Moraes que disse que vai conversar com o Governo Federal sobre o uso de terras no entorno do município, muitas das quais pertencem a usineiros ou são destinadas à reforma agrária. Mas isso tudo vai ter de ficar para depois de a emergência passar.
"Agora o que mais precisamos aqui é de organização. Temos que colocar a cidade em ordem para que depois possamos pensar em recomeçar tudo", disse a prefeita, em frente à sua casa repleta de cestas básicas doadas por particulares ou enviadas pelo governo para a população necessitada.
Sem prédios públicos
A comida teve que ficar na casa da prefeita – que também vêm funcionando provisoriamente como sede municipal – porque nenhum prédio público da cidade resistiu à enxurrada: o telhado da escola ruiu, as paredes do posto de saúde desabaram, a biblioteca foi arrastada e o cartório e a prefeitura foram destruídos junto com todos os documentos que havia dentro do prédio. "Estamos cavando aqui onde era minha casa pra ver se achamos os documentos da minha mãe. A enchente matou meu pai e agora pra pedir pensão minha mãe precisa da papelada dela", disse a moradora Ana Paula Silva. "E como o cartório foi destruído não sei o que vamos fazer se não conseguirmos achar os documentos."
Ana Paula diz que nunca vai esquecer da noite em que viu sua cidade se encher de água e seu pai ser arrastado. Ela conta que quando o rio começou a subir ela foi com a mãe e os irmãos para um ponto mais alto enquanto o pai decidiu ficar na parte baixa da cidade, em cima da laje da rodoviária municipal, para vigiar a casa deles. "Lá de cima do mirante a gente só via a luzinha do celular que ele usava como lanterna. De repente o prédio da rodoviária começou a ceder com ele em cima e a gente só ouvia meu pai gritando por ajuda", contou. "E a noite não passava e no escuro a gente só via água pra onde olhávamos. Eram ondas enormes vindo de um jeito que eu nunca tinha visto na minha vida."
Três dias depois do desaparecimento do pai de Ana Paula, o corpo dele foi encontrado rio abaixo. A família ainda encontrou algum conforto em poder fazer um funeral do parente. "Nem quero imaginar como estão as pessoas que tem parentes desaparecidos. Deve ser a pior coisa", disse Ana Paula.
Desaparecidos
E são muitas as pessoas ainda não localizadas depois da chuva. Os números são extremamente imprecisos – há comunidades isoladas onde as autoridades ainda nem chegaram – mas há relatos de mais de 600 pessoas não localizadas.
Os moradores de Branquinha torcem para que o constante cheiro podre que toma conta do ar seja apenas do esgoto que corre a céu aberto e do lixo abandonado. Mas sabem que também pode haver corpos ainda não encontrados sob os escombros da cidade.
O trabalho de limpeza da área já começou com diversos tratores e caminhões enviados pelo governo do Estado. E, enquanto as máquinas trabalham, centenas de pessoas circulam pelo entulho procurando recuperar alguma coisa. Raramente conseguem. "Achei umas cadeiras e uma mesa, mas estava já tudo completamente estragado. Não consegui aproveitar nada das minhas coisas", conta o agricultor Heleno Tavares.
Mas história dele é mais complicada: no ano 2000 quando o rio Mundaú também transbordou, embora com menos intensidade, a casa em que ele morava foi inundada. Tavares se mudou para uma casa um pouco mais distante do rio mas ainda nos baixos da cidade. Na semana passada quando viu a água começando a subir ficou com medo e aceitou o convite da uma amiga para guardar as coisas dele na casa dela, ainda mais distante do rio. "Ela me disse que na casa dela nunca entrava água. Mas dessa vez entrou e a casa dela desabou ainda antes da minha. Perdi tudo mais uma vez."

Ski Lift, Taos, Novo México - Fotografia por Sherri Lunte


Penhora não registrada isenta comprador de imóvel a arcar com dívida de ex-proprietário

Penhora não registrada isenta comprador de imóvel a arcar com dívida de ex-proprietário
Depois de citado para pagar uma dívida, o devedor vendeu o único imóvel que possuía. O imóvel fora penhorado para garantir a quitação da dívida do antigo proprietário, entretanto o comprador alegou ter adquirido o imóvel de boa-fé e sustentou também que, para configurar a fraude à execução, seria preciso comprovar a sua má-fé ou o prévio conhecimento acerca da restrição do bem. O TJDFT concordou com os argumentos da credora de que houve fraude para não pagar a dívida, e por isso negou o pedido do comprador para retirar a penhora sobre o bem. O STJ aceitou o recurso de um comprador que adquiriu o bem do vendedor que tinha uma dívida com outra pessoa, asseverando que, sem o registro da penhora no cartório imobiliário, não fica caracterizada a má-fé do comprador que adquiriu o imóvel penhorado.

Novo exame de urina pode diagnosticar mal de Alzheimer

Novo exame de urina pode diagnosticar mal de Alzheimer
Portuguese
Um simples exame de urina pode revelar uma possível predisposição ao desenvolvimento do mal de Alzheimer, segundo afirma um grupo de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. De acordo com os cientistas, o novo teste facilitará o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento da doença.

Os cientistas da faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia descobriram que o exame de urina pode detectar vestígios de deterioração normalmente associada à condição conhecida como MCI - deterioração gognitiva branda - que inclui a perda de memória, um dos sintomas iniciais do mal de Alzheimer. Os pesquisadores descobriram que a urina pode conter isoprostanos, elementos químicos que segundo os cientistas são liberados pelo cérebro em conseqüência da doença.

MCI   Normalmente, metade dos pacientes diagnosticados com MCI desenvolvem o mal de Alzheimer nos quatro anos seguintes. Domenico Pratico, um dos pesquisadores do grupo da Universidade da Pensilvânia, disse que se o exame de urina for feito precocemente, pode ajudar os médicos a retardar o desenvolvimento da doença. "Este é o primeiro exame não-invasivo capaz de prever o mal de Alzheimer através de um diagnóstico clínico", disse o médico. "Como não há cura para o mal de Alzheimer, o novo exame de urina dá aos médicos a possibilidade de retardar o desenvolvimento da doença", acrescentou o doutor Pratico.

Versão simplificada Durante a pesquisa, cujo resultado foi publicado em Archives of Neurology, o doutor Pratico e sua equipe analisaram 123 pacientes, sendo 50 portadores do mal de Alzheimer e 33 que apresentavam sintomas de MCI. O novo exame de urina ainda não se encontra amplamente disponível, mas agora a equipe de cientistas está empenhada em desenvolver uma versão simplificada.
Rebecca Wood, presidente da Alzheimer´s Research Trust disse que o novo exame pode representar uma nova esperança para os pacientes que sofrem da doença.
"É sabido que o diagnóstico precoce é a única chance que temos de oferecer um tratamento eficaz de longo prazo para essa doença devastadora", disse Rebecca. "Os resultados da pesquisa parecem promissores, mas ainda será necessário fazer estudos mais detalhados para ampliar os benefícios encontrados", acrescentou ela.

"Partícula de Deus" pode ser composta por cinco outras partículas

"Partícula de Deus" pode ser composta por cinco outras partículas
Afirmação é sugerida por evidências de um novo experimento atômico
The New York Times | 24/06/2010 20:33

A "partícula de Deus" pode na verdade ser composta por cinco partículas distintas, sugerem evidências de um novo experimento atômico. Conhecida como bóson de Higgs, a partícula teórica tem sido há muito buscada por físicos que acreditam que ela é responsável por toda a massa do universo e por isso foi apelidada de "partícula de Deus".
Ela é também um dos alvos dos experimentos do Grande Colisor de Hádrons (conhecido como LHC), que começou a quebrar as partículas subatômicas na metade de sua potência máxima em março. De acordo com um modelo amplamente aceito da física, todas as partículas adquirem sua massa por meio da interação com o bóson de Higgs.
Mas algumas teorias dizem que o bóson de Higgs não é uma, mas sim várias partículas com massas semelhantes, mas diferentes cargas elétricas. Agora, pesquisadores do Fermilab, em Batávia, Illinois, disseram ter encontrado mais evidências para essa teoria de partículas múltiplas.
Em um experimento chamado DZero no laboratório do colisor de partículas Tevatron, os cientistas descobriram recentemente que as colisões de prótons e antiprótons produziam pares de partículas de matéria com mais frequência do que os pares de partículas de antimatéria.
A diferença é menor do que 1%, mas não pode ser explicada pelo modelo padrão que pressupõe a existência de um único bóson de Higgs, disse o coautor do estudo, Adam Martin, um físico teórico do Fermilab. "É um efeito muito pequeno, mas ainda é muito maior do que se você aceitar pelo que é dito na regras originais do modelo padrão", disse Martin.
"O modelo padrão com apenas uma partícula de Higgs é muito mínimo para explicar o resultado do experimento DZero."
Os resultados do experimento DZero podem, contudo, ser explicados se os cientistas assumirem que o bóson de Higgs é na verdade composto por cinco partículas do mesmo modelo padrão. "Quando  ampliamos o modelo padrão, o colocamos em novas partículas e novas interações", disse Martin, cujos resultados foram publicados recentemente no site de pesquisa em física arXiv.org.
"Essas novas interações podem até mesmo tratar a matéria e antimatéria de maneiras diferentes e, portanto, conduzir a efeitos maiores nos experimentos."
Se existem múltiplos bóson de Higgs, estes podem interagir com a matéria de maneira diferente, o que poderia levar a novas formas de física ainda não descobertas dentro do modelo padrão, dizem os cientistas. "Diversos esquemas para estender o modelo padrão incluem como primeiro passo acrescentar mais partículas ao bóson de Higgs", disse Martin.
Chris Quigg é um físico teórico, também do Fermilab, mas não esteve envolvido no estudo. Apesar de "bastante provocantes", os resultados ainda são preliminares, ressaltou Quigg.
"Não sei de nada que me faça duvidar explicitamente do resultado, mas quando algo é tão inesperado e tão sutil assim é preciso tempo", disse Quigg. "É importante não pularmos de alegria tão cedo sobre isso."
Se a equipe de Martin estiver certa e o bóson de Higgs for realmente composto por cinco partículas diferentes, então isso deve poder ser detectado pelo LHC na Suíça.
"Na nossa interpretação", Martin disse, "esse bóson de Higgs não pode ser muito pesado, por isso, devemos vê-lo definitivamente na era do LHC."
David Evans, físico da Universidade de Birmingham e chefe de projeto ALICE do LHC , acrescentou por e-mail: "Pessoalmente acho que é pouco provável que tenhamos cinco diferentes partículas no bóson de Higgs." "Mas, se isso foi provado, a existência do LHC se tornou ainda mais emocionante".
* Por Ker Than

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