segunda-feira, maio 31, 2010

AROEIRA, para o Jornal do Sul


Os homens mais inteligentes são aqueles que estão atentos às transformações sociais e que se deram conta de que mais vale ter uma mulher incrível ao lado do que uma coleção de biscates

Fiéis e inteligentes
Martha Medeiros
As mulheres acabam de ganhar um belo argumento contra os don juans: segundo uma pesquisa divulgada recentemente, homens fiéis são mais inteligentes que os infiéis. Dito assim, parece conversa pra boi dormir, mas há uma informação importante por trás desse resultado. Satoshi Kanazawa, especialista em psicologia evolutiva da London Schools of Economics, descobriu que há uma mudança de mentalidade em curso, e essa é a grande notícia.
Todos sabem a força da cultura herdada. De geração em geração, homens lidam com sexo de uma maneira menos romântica que as mulheres. Realizam suas fantasias e desejos à revelia de seu estado civil, amparados pela teoria ancestral de que nasceram para espalhar o maior número de sementinhas e assim garantir a permanência da espécie. Com um álibi bom desses, a infidelidade masculina acabou sendo considerada apenas uma travessura, e, se a traição magoava as parceiras fixas, azar das parceiras fixas. Perde-se um ônibus, logo vem outro, não é o que dizem?
O que o sr. Kanazawa revelou ao mundo é que os homens começaram a perceber que esse rodízio pode ter um alto custo emocional. O sexo clandestino é muito divertido e o risco de ser descoberto pode deixá-lo ainda mais saboroso, mas se for realmente descoberto, surpresa: já não haverá uma Amélia para perdoar. Antigamente, as mulheres faziam olho branco não só porque “homem é assim mesmo”, mas porque a sociedade não recebia de braços abertos as desquitadas, e, além de sozinhas, elas teriam que viver de pensão e reduzir seu padrão de consumo, sem falar no trauma causado aos filhos. Uma derrocada familiar que era facilmente evitada: bastava fingir que nada estava acontecendo.
Hoje, independentes financeiramente, com a sociedade as reverenciando e conhecedoras de truques para não envelhecer jamais, as mulheres já não têm por que ficar aturando desaforo. Se a linha de ônibus deles é frequente, a nossa também, basta fazer um sinal. Mas não é a variedade que costuma nos dar uma bela história de vida pra contar.
Afora as imutáveis diferenças hormonais que determinam o comportamento sexual de machos e fêmeas, o aspecto cultural pode realmente estar passando por uma evolução. Os homens mais inteligentes (cuja pesquisa inclui também os ateus e os politicamente liberais, mas nisso ninguém se ateve) são aqueles que estão atentos às transformações sociais e que se deram conta de que mais vale ter uma mulher incrível ao lado do que uma coleção de biscates, e resolveram reduzir a farta distribuição de sementinhas. Sendo homens seguros, não precisam copiar o padrão machista de seus pais e avós. Captaram, com mais rapidez que os neurologicamente desfavorecidos, que o risco de perder a mulher amada é grande e que a fidelidade pode ser um bom investimento a longo prazo. Como é que ficaram tão espertos?
Precisaram ficar. Suas mães e avós, também muito inteligentes, pavimentaram essa mudança antes deles.

Triste realidade: Quem casa uma dia ainda vai se separar, nem que seja pela morte, dizem os advogados

REGIMES POSSÍVEIS
Quem casa uma dia ainda vai se separar
POR FABIANA SCHIAVON

Ouvindo as juras de amor eterno ao pé do altar, ninguém de bom coração pode imaginar que o casamento não seja para sempre. Mesmo o padre e o juiz sabem que um dia a casa cai e fazem votos para que a união dure "até que a morte os separe". A menos que coisas piores (ou melhores) abreviem o idílio e levem a uma separação prematura, o que, conforme indicam as estatísticas, acontece cada vez com mais frequência. Então, antes de dizer sim, é bom que todo mundo se prepare para o grave momento de dizer não. Juridicamente, aí é onde mora o perigo.
“Um casamento é um contrato e pode não dar certo”, afirma Antonio Carlos Donini, autor do livro Meu Bem, Meus Bens. Segundo o advogado, hoje em dia não faz diferença para a sociedade se a pessoa é solteira, casada ou divorciada. Como as relações são baseadas no afeto, se esse sentimento acaba não há motivo para manter o casamento. As estatísticas confirmam essa tendência.
Os últimos dados do IBGE, referentes a 2007, informam que para cada quatro casamentos, ocorre uma separação. Foram 916 mil casamentos e 231 mil separações. Já os dados de de 2008,  apontaram crescimento de 25% nos atos de separações e 34% nos atos de divórcios consensuais. O levantamento foi feito para medir os efeitos da Lei 11.441/07, que permite a partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa. Antes só era possível dizer adeus ao par através da via judicial.
Quando se pensa em relacionamento estável, o primeiro princípio levantado pelo advogado é que são os fatos, e não o papel,  que vão dizer se existe uma relação entre os pares do casal. O contrato firmado, de qualquer forma, serve para definir o regime de bens e marcar, oficialmente, a data de início da relação.
Quem decide dividir a mesma casa, sem documentar o fato, assume uma união estável e estará automaticamente sob o regime de comunhão parcial de bens. Em caso de separação cada parceiro só vai partilhar os bens comuns, que forem adquiridos no período “dessa sociedade”. A chamada união estável, segundo a advogada Marcia Carraro Trevisioli, é uma relação afetiva, existente entre duas pessoas de sexos distintos, que desejem constituir família “e que não tenham qualquer impedimento para realizar o casamento, se assim o desejarem”.
Quem optar pela união estável pode fechar um contrato para definir o regime de bens, se haverá pensão alimentícia, incluir cláusulas de descumprimento e tudo o mais que quiser. “Não tem um padrão para ser feito. É um indício de prova do relacionamento e da escolha do regime”. O Brasil, só permite incluir no contrato matrimonial temas de ordem patrimonial. Outros países, como os Estados Unidos, preveem maior abertura para as cláusulas. O advogado lembra casos famosos como o do ator Charlie Sheen, famoso por suas traições. A mulher decidiu incluir no contrato a multa de US$ 3 milhões em caso de traição.
Uma diferença importante neste caso é em relação à herança. O cônjuge sobrevivente tem direito ao que foi adquirido de forma onerosa, com esforço comum, o que inclui ajuda financeira e outras formas de apoio, como quando um dos dois decide cuidar dos filhos para que o outro conquiste um bem comum. O restante, o que constitui a herança propriamente dita, vai em primeiro lugar para os filhos; não havendo filhos, a herança fica para os pais do finado e, por último, para o conjuge sobrevivente.
A diferença do casamento é que ele cria um parentesco civil, legal, conforme explica o professor e advogado Nelson Sussumo Shikicima. Em inseminação artificial, por exemplo, a mãe é um parente natural, mas o pai é um parente civil. Sogro e sogra também surgem com o parentesco civil. “Não existe ex-sogro ou ex-sogra, eles são para sempre. Você jamais poderia casar com seu sogro, por exemplo, porque ele será sempre seu parente”, brinca Shikicima.

O casamento e suas opções
No casamento, a relação é tão forte que o compromisso já se inicia com o noivado. “Noivado é uma promessa de casamento. A desistência pode provocar dano moral, mesmo antes da distribuição dos convites”, explica o professor. Dependendo da escolha do regime de bens do casal, é necessário também registrar um pacto nupcial. Trata-se de um contrato feito antes do casamento por escritura pública. Nele, é possível estipular algumas cláusulas em relação aos bens do casal. “Pessoas ricas, milionárias, por exemplo, podem estabelecer que quanto mais tempo durar o casamento, maior será a indenização em caso de separação”, explica. No exterior, há multa por débito conjugal (quando não se consuma a conjunção carnal do casal), por exemplo, mas no Brasil a prática só serve para bens.
No Brasil, precisam optar pelo pacto nupcial os casais que não quiserem adotar a comunhão parcial de bens. O documento deve conter as formas e disposições de administração de bens e sua partilha. É possível incluir outras disposições, mas a intenção do pacto é resolver os aspectos patrimoniais. “Em caso de união estável, costumamos sugerir o pacto de convivência. Neste caso, este documento estabelece em que termos se dará esta relação, principalmente no que di respeito aos aspectos patrimoniais”, explica Marcia.


Contratos de casamento
► Comunhão parcial de bens - A comunhão parcial de bens é o regime padrão, desde 1977, quando foi aprovada a Lei do Divórcio. Nesse regime, em caso de separação, são divididos os bens comiuns, aqueles  conquistados com esforço do casal, ou seja, adquiridos onerosamente. O que foi doado, não entra. Se o casal investiu em uma poupança, por exemplo, são incluídos até os juros rendidos durante o relacionamento.
Em caso de herança, o cônjuge vivo, que já tem direito à meação dos bens comuns, também divide os bens particulares do cônjuge morto com os demais herdeiros, que podem ser os filhos do casal, ou na falta desses, os pais do finado.
► Separação de bens obrigatória – Esse regime é adotada quando o casamento ocorre por força judicial, por se encaixar nas causas de efeito suspensivo. São casos como noivos que ainda não atingiram a idade legal para o casamento — mínimo de 18 ou máximo de 60 anos —, ou viúvos que tiverem filhos em outro casamento. Após o término da partilha pelo inventário, é possível alterar o regime de bens.
► Separação total de bens – Nesse caso, o patrimônio do casal não se comunica, ou seja, cada um é dono de sua parte, sem qualquer divisão de bens.
► Comunhão Universal de bens – Neste caso, o casal divide tudo, não importa o que foi adquirido antes ou depois do casamento. Isso vale para bens adquiridos e também dívidas. No caso de herança, o sobrevivente, que pela meação tem direito a metade de todos os bens do casal, ainda divide a outra metade com os demais herdeiros.
► Participação Final dos Aquestos (bens) – É pouco utilizado por ser um misto entre a comunhão parcial e a separação de bens. É como se o casal tivesse que manter uma contabilidade constante do que foi adquirido e gasto, colhendo recibos, nota fiscais, que comprovem o que pertence a cada um, em caso de separação. Nestes casos, vale mais a pena optar pela separação de bens.
Mudança de regime durante o casamento - É possível também mudar o regime de bens adotado durante o casamento. O pedido deve ser feito via judicial, de forma consensual entre o casal e ainda deve ser justificado.

Quem é culpado, perde tudo?

A principal dúvida que surge em momentos de conflito é a questão da culpa, segundo Donini. Ele lembra que a separação não precisa ocorrer somente em casos de descumprimento conjugal. “Um casal pode pedir o divórcio baseado no fato de que, simplesmente, não há mais amor”.
Segundo o especialista, em caso de traição, não importa quem foi infiel, os direitos são iguais para os dois parcdeiros, não havendo prejuizo para nenhuma das partes em termos patrimoniais ou no que se refere à guarda dos filhos.  “A mulher para ter direito a pensão, por exemplo, tem que provar que não tem mais espaço no mercado de trabalho. Uma mulher com menos de 36 anos dificilmente consegue pensão alimentícia”, explica o advogado.

Guarda dos filhos
O regime de guarda dos filhos via de regra é estabelecido entre as partes, mas a lei determina que a guarda deva permanecer com aquele que detém melhores condições para mantê-los. A escolha do regime de bens não interfere na guarda. “As condições de que falamos não são meramente financeiras, mas emocionais, sociológicas, dentre outras”, explica Marcia. Quando não há diferenças fortes entre o casal, é possível também a determinação da guarda compartilhada, em que pai e mãe têm direito de participar das decisões referentes à vida dos filhos. Nesse caso, as crianças moram com uns dos genitores, mas o outro tem livre direito de visitá-lo.
Pensão
O pagamento de pensão é definido pela necessidade de quem pede e a possibilidade de quem paga. “O dever de alimentos decorre do dever de mútua assistência, e para pleiteá-lo, deve ficar claro que aquele que alega a necessidade não tem meios para se manter com os próprios proventos”, informa a especialista.
Sucessão empresarial
Se o casal escolheu a comunhão universal ou a separação total de bens, eles ficam impedidos de serem sócios, já que nesses tipo de regime, o objetivo é proteger o patrimônio familiar e os bens do sócio acabam se confundindo com os bens da sociedade. As relações societárias não se confundem com a relação conjugal, devendo ser tratadas em órbitas diferentes. “Quando se pensa na hipótese de dissolução da sociedade conjugal, é possível determinar com quem ficariam as cotas mediante compensação financeira, mas isso poderá ser contestado ou requerido, independente de estar no contrato.”
Testamento

O testamento pode ser feito a qualquer tempo, da maneira que se desejar. A lei apenas dá alguns limites, como por exemplo, ceder o bem mais valioso para apenas um dos filhos. “O testamento encerra muitos problemas no momento da sucessão, podendo proteger aquele mais fraco ou proteger fortunas de um eventual golpe do baú”, conta Marcia Trevisioli.
Sobrenome
Antes de 1977, ao casar, a mulher era obrigada a incorporar o sobrenome do marido ao seu proóprio nome. Depois da lei do divórcio essa prática se tornou facultativa. 

Satélite tira foto inusitada de lua de Marte

Satélite tira foto inusitada de lua de Marte
A foto ao lado pode parecer muitas coisas. O que você acha que é?

No dia 7 de março, um satélite que voa ao redor de Marte flagrou um lado pouco conhecido de uma das duas luas do planeta, Fobos. Ela é rochosa e, pelo menos no lado fotografado, nem um pouco uniforme. 

Como a nossa lua, Fobos está virada sempre para o mesmo lado, por isso só algum veículo fora da órbita de Marte conseguiria ver tal lado fotografado. A nave Mars Express, da Agência Espacial Europeia, fez exatamente isso. A foto foi tirada em altíssima resolução e só foi publicada agora.

Em 2011, a Rússia enviará uma missão chamada Fobos-Grunt para aterrissar na lua marciana, coletar amostras de solo e retornar para a Terra para análises.

Fobos (medo) é uma lua de Marte e recebeu o seu nome de um dos ajudantes do deus romano da guerra, Marte. Fobos é um corpo escuro que parece ser composto à superfície por material do tipo C. É semelhante aos asteróides do tipo C (condritos carbonáceos escuros) que existem na cintura exterior de asteróides. Alguns cientistas especulam que Fobos e a outra lua de Marte, Deimos, são asteróides capturados. No entanto, outros cientistas apontam evidências que contrariam esta teoria. Fobos mostra padrões estriados que são provavelmente fracturas causadas pelos impactos que provocaram as maiores crateras desta lua.

Fobos foi descoberto há mais de 130 anos e faz lembrar um tubérculo de batata de 20 km com uma cavidade em forma de cratera e sempre com a mesma face voltada para Marte. A gravidade na sua superfície é tão pequena que uma pedra atirada para o alto jamais voltará e sumir-se-á nas profundezas do espaço. Além disso, em diferentes locais de Fobos a gravidade é diferente. Por isso, o impulso de desaceleração da sonda deverá ser muito bem calculado para que a sonda não passe ao lado do satélite. Estes aspectos dificultam os cálculos do esquema de pouso em cima de Fobos. Neste contexto, os dados telemétricos obtidos pela sonda “Mars Express” serão muito valiosos.

Relatório indica que Irã produziu o dobro do urânio que deveria sair do país

Relatório indica que Irã produziu o dobro do urânio que deveria sair do país
BBC Brasil
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a agência nuclear da ONU, acredita que o Irã produziu quase o dobro da quantidade de urânio enriquecido que os países ocidentais querem que seja retirado do país.
Em um relatório confidencial, cuja cópia foi obtida pela BBC, a AIEA afirma que o Irã estocou quase duas toneladas e meia de urânio com baixo grau de enriquecimento.
De acordo com Bethany Bell, correspondente da BBC em Viena, sede da agência, esta quantidade equivale a duas vezes o necessário para fabricar material nuclear físsil suficiente para uma ogiva nuclear.
Segundo Bell, esta descoberta poderá aumentar ainda mais a oposição do ocidente ao acordo fechado entre o governo iraniano, o Brasil e a Turquia para a troca de urânio com baixo nível de enriquecimento por urânio enriquecido.
O relatório da AIEA afirma ainda que o Irã continua com o processo de enriquecimento de pequenas quantidades de urânio para níveis mais altos, de até 20%.
Síria
Em um outro relatório, a AIEA afirmou que a Síria disse a inspetores da ONU, pela primeira vez, que já fizeram experiências nucleares de pequena escala, que envolveram processamento de urânio.
A agência nuclear da ONU acrescentou que o significado destas experiências ainda não está claro.
Atualmente a agência está investigando alegações de que uma instalação síria, destruída por um ataque israelense em 2007, era um reator nuclear que ainda não estava funcionando.

O que atrasa o progresso da África?

O que atrasa o progresso da África?
KOFI ANNAN
O continente é muito diverso, mas suas nações estão ligadas pelos mesmos desafios, que dificultam o crescimento econômico
Este é um ano importante para a África, uma vez que a Copa do Mundo colocou o continente no centro da atenção mundial. Agora, os seus pontos fortes e as suas fragilidades estarão mais do que nunca sob o escrutínio internacional. Que história será relatada?  As nossas economias estão dando provas da sua capacidade de resistência. Após um período de enormes dificuldades na sequência da crise mundial, a recuperação econômica está em curso, em forte contraste com a falta de esperança presente no resto do mundo. 
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem taxas de crescimento de cerca de 5% do PIB até o final do ano.  Conforme salienta o Relatório do Progresso Africano de 2010, publicado em 25 de maio, a cotação da África está subindo. Mas esse relatório coloca igualmente algumas perguntas difíceis.  Considerando a riqueza do nosso continente, como é que tantas pessoas continuam ainda presas na pobreza? Por que o progresso para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) é tão lento e desigual? Por que tantas mulheres são marginalizadas e privadas de direitos? A que se deve o aumento da desigualdade? 
Ao tentar responder a essas perguntas, temos de ter cuidado com generalizações. O continente africano é profundamente diverso. As suas nações encontram-se ligadas por desafios comuns, que dificultam o desenvolvimento humano e o crescimento equitativo, tais como fraca governança e investimento insuficiente em mercadorias e também em serviços públicos.  Aprendemos muito ao longo da última década sobre as nossas necessidades. Entre os vários ingredientes necessários, um Estado de Direito e sistemas de responsabilização são essenciais para assegurar que os recursos sejam utilizados eficaz e eficientemente.
O que, então, atrasa o progresso?  A falta de conhecimento e de planos não são o cerne da questão. Agendas boas, até visionárias, foram formuladas por líderes africanos e formuladores de políticas em todas as áreas, da integração regional até a capacitação das mulheres.  A falta de fundos também não é a barreira insuperável, considerando os vastos recursos naturais e humanos do continente e o fluxo de saída da riqueza em curso, frequentemente ilícito, mesmo que sejam necessários ainda mais recursos. O problema é a vontade política, tanto internacional como na África. 
No plano internacional, isso é mais uma consequência da incapacidade de transmitir a importância de colocar as necessidades dos países subdesenvolvidos e africanos no centro das políticas globais.  É necessário intensificar e reforçar os esforços para explicar o modo como esses benefícios, quer se trate de disponibilizar políticas de comércio mais justas, quer se trate de combater a corrupção, não são apenas altruístas ou éticos, mas igualmente práticos e no melhor interesse dos países mais ricos.  Os líderes africanos são os principais responsáveis por impulsionar o crescimento equitativo e fazer os investimentos necessários para alcançar os ODM. O continente tem, hoje, líderes defensores do desenvolvimento.  Precisamos de mais. Infelizmente, seus esforços ainda são ofuscados na mídia internacional pelo comportamento autoritário e autoenriquecedor dos outros líderes. A África é uma nova fronteira econômica. A abordagem e as ações do setor privado e dos tradicionais e novos parceiros internacionais da região são cruciais para ajudar o continente a ultrapassar esses desafios. A comunidade internacional pode desempenhar um papel decisivo, assegurando que a África se encontre em campo justo e imparcial.  Mas o destino da África está, mais que tudo, nas suas próprias mãos.
KOFI ANNAN, economista ganês, é presidente do Painel para o Progresso da África. Foi secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2001.

Para onde vai o CNJ?

Para onde vai o CNJ?
FERNANDO DE BARROS E SILVA
SÃO PAULO - Há menos de um mês, na primeira reunião que presidiu do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, o ministro Cezar Peluso, também presidente do STF, perguntou aos 14 conselheiros se tinham algum adendo a fazer à ata da reunião anterior, a última presidida por Gilmar Mendes. É uma praxe. E ninguém quis retificar nada, com exceção do próprio Peluso.
Constava no documento que o vice-presidente (que era Peluso) estivera "ausente justificadamente" do encontro. Na frente de todos, Peluso disse que aquilo não fazia sentido, porque ele jamais havia sido convidado para tais reuniões. E fez questão de frisar que nunca havia sido chamado a participar de nada no CNJ. Era uma crítica direta, entre tantas outras, que ele vem desferindo internamente contra Gilmar.
As quizilas vieram a público ontem na Folha, com a revelação de que Gilmar e Peluso trocaram e-mails ríspidos na última sexta a respeito do controle de gastos com projetos implementados no CNJ durante a gestão anterior.
Peluso vai na jugular do colega quando questiona, especificamente, os valores despendidos com diárias e passagens de juízes auxiliares envolvidos no mutirão carcerário. Ele sabe que esse programa é a menina dos olhos do seu antecessor.
E, de fato, em menos de dois anos, o mutirão colocou em liberdade mais de 20 mil pessoas que se encontravam indevidamente presas. É um resultado social relevante, sobretudo para os mais pobres.
Em nome da transparência, os ministros têm agora o dever de esclarecer publicamente todos os ruídos em torno dos gastos do CNJ.
Mas tão importante quanto isso é não perder de vista que o CNJ, na gestão de Gilmar, foi um órgão efetivo, que, entre outras coisas, começou a enfrentar as caixas-pretas dos tribunais nos Estados.
Nenhum dos brigões faz boa figura no episódio.
Mas é Peluso que precisa agora dizer a que veio. Qual é, afinal, sua agenda para o CNJ, além de cortar as asas do antecessor?

Billie Holiday - Tenderly

Quase metade dos médicos receita o que fábrica indica

Quase metade dos médicos receita o que fábrica indica

Dados são de pesquisa inédita do Conselho Regional de Medicina de SP Quatro em cada cinco médicos recebem visita de fabricantes; desses, 48% indicam remédios sugeridos pela indústria

CLÁUDIA COLLUCCI FOLHA DE SÃO PAULO
João Brito - 27.mai.2010/Folhapress
Visitantes com brindes na feira Hospitalar; pesquisa revela que 93% dos médicos
 receberam benefícios de empresas 

Quase metade (48%) dos médicos paulistas que recebem visitas de propagandistas de laboratórios prescreve medicamentos sugeridos pelos fabricantes. Na área de equipamentos médico-hospitalares, a eficácia da visita é ainda maior: 71% dos profissionais da saúde acatam a recomendação da indústria. Os dados, obtidos com exclusividade pela Folha, vêm de uma pesquisa inédita do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), que avaliou o comportamento médico perante as indústrias de remédios, órteses, próteses e equipamentos médico-hospitalares. Feito pelo Datafolha, o levantamento envolveu 600 médicos de várias especialidades, que representam o universo de 100 mil profissionais que atuam no Estado.
Do total, 80% deles recebem visitas dos propagandistas de medicamentos - em média, oito por mês.
A pesquisa revela que 93% dos médicos afirmam ter recebido, nos últimos 12 meses, produtos, benefícios ou pagamento da indústria em valores até R$ 500. Outros 37% declaram que ganharam presentes de maior valor, desde cursos a viagens para congressos internacionais.
RELAÇÃO CONTAMINADA
Para o Cremesp, um terço dos médicos mantém uma "relação contaminada com a indústria farmacêutica e de equipamentos, que ultrapassa os limites éticos". "Para boa parte [dos médicos], a única forma de atualização é a propaganda de laboratório. E com ela vêm os presentes, os brindes. Isso tomou uma dimensão maior, mais promíscua, quando as receitas passaram a ser monitoradas", diz Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp. Em 2005, a Folha revelou que, em troca de brindes ou dinheiro, farmácias e drogarias brasileiras auxiliavam a indústria de remédios a vigiar as receitas prescritas por médicos. Com acesso a cópias do receituário, representantes dos laboratórios pressionavam os profissionais a indicar seus produtos e os recompensavam por isso. A prática não é ilegal, mas é considerada antiética. Afinal, quem pode pagar essa conta é o paciente. "Na troca de favores, o médico pode receitar um medicamento que tenha a mesma eficácia clínica do que o concorrente, mas que custa mais caro", explica o cardiologista Bráulio Luna Filho, coordenador da pesquisa do Cremesp.
APOIO
A maioria dos médicos (62%) avalia de forma positiva a relação com a indústria. Para 73% deles, os congressos científicos não se viabilizariam sem apoio da indústria de medicamentos e de equipamentos. Luna Filho pondera que, com a internet, o acesso a informações médicas está universalizado. "Essa conversa de que médico tem que ir para congresso no exterior para se atualizar é balela. Ele vai é para fazer turismo." Existem várias normas -inclusive um artigo no novo Código de Ética Médica, uma resolução da Anvisa e um "código de condutas" da associação das indústrias- que tentam evitar o conflito de interesses na relação entre médicos e laboratórios. "O problema é que não existe um controle rigoroso de nenhuma das partes", diz Volnei Garrafa, professor de bioética da UnB.

Casey


Dedução - Vladimir Mayakovsky

Dedução
Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo firme,
fiel
e verdadeiramente.

Vladimir Mayakovsky
(1893-1930)

Solda, para O Estado do Paraná


Chapéu feito de Fitas Cassetes Recicladas

Os Designers Alyce Santoro e Julio Cesar criaram um chapéu feito com o tecido Sonic Fabric que combina 50% de fitas cassetes recicladas com 50% de poliester.

Em uma década, número de pessoas nas ruas de SP cresceu 57%, indica estudo

Em uma década, número de pessoas nas ruas de SP cresceu 57%, indica estudo
Censo da População em Situação de Rua aponta que 93% são alfabetizados, 67% chegaram a ter carteira assinada e quase um e cada sete já foi vítima de algum tipo de violência
Gabriel Pinheiro, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Entre 2000 e 2009, o número de moradores de rua e albergados na capital paulista cresceu 57% -- de 8.706 para 13.666. Hoje, a idade média de uma pessoa em situação de rua é 40 anos. As conclusões estão no Censo da População em Situação de Rua, elaborado por estudos feitos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Centro de Estudos Rurais e Urbanos (Ceru) e apresentado nesta segunda-feira, 31, pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.
De acordo com a pesquisa, realizada entre 2009 e 2010, 93% desses moradores são alfabetizados, e a maioria (26,5%) tem ensino fundamental de 5ª a 8ª série (antigo ginásio) incompleto. A maior parte (46,2%) tem o próprio Estado de São Paulo como região de origem, seguido da Bahia (12,6%) e Minas Gerais (8,2%).
A análise aponta que 90% das pessoas em situação de rua possuem uma profissão, dos quais 20% ainda a exerce e 35,9% largou a carreira em período considerado recente, entre 1 ou 2 anos. A maioria trabalhava com construção civil (28,3%) e serviços de limpeza (13,8%). Mais de 67% dos moradores entrevistados chegaram a ter carteira de trabalho assinada.
Segundo a sondagem, a coleta de materiais recicláveis é a maior fonte de renda para pessoas em situação de rua (62,1%). A maioria se sustenta com o trabalho informal (66,9%), enquanto apenas 14% dos pesquisados vivem somente de esmolas. A maior parte do dinheiro vai para alimentação (69%), bebida (41,4%), cigarro (33,6) e droga (19,6%).
Entorpecentes. Apenas 25,6% dos moradores em situação de rua disseram não usar drogas ou álcool -- 37% consomem bebidas alcoólicas e 27,7% fazem uso de drogas e álcool. O crack é a droga mais usada (27,3%), seguida de maconha (21%) e cocaína (11,8%).
O estudo indica ainda que 26,8% desses moradores já passaram por casas de detenção, enquanto 25,1% saíram de clínicas de recuperação de dependência de drogas ou álcool e 11,2% têm passagem pela antiga Febem. Quase 67% dos entrevistados disse ter sofrido algum tipo de violência nas ruas -- em 46,3% dos casos, os agressores foram os outros moradores de rua, e em 27,9%, policiais.

Elis & Tom (VI) / Por toda minha vida

(Reuters) Soldados israelenses a bordo de um navio da marinha no Mar Mediterrâneo 31 de maio de 2010

Por Gilad Atzmon
Enquanto escrevo este texto a escala do massacre israelense letal no mar ainda não está clara. No entanto já sabemos que em torno de 04:00 hora de Gaza, centenas de comandos IDF invadiram o Free Gaza frota humanitária internacional. A imprensa árabe diz que pelo menos 16 ativistas da paz foram assassinados e mais de 50 ficaram feridas. Mais uma vez é devastadoramente óbvio que Israel não está tentando esconder sua verdadeira natureza: um assassino desumano coletiva alimentada por uma psicose e dirigido por paranóia.    http://aljazeera.com/news/

Deveres do Estado

Deveres do Estado
Jorge Maranhão - O Globo - 31/05/2010

Pela pobreza do debate eleitoral, se é que se pode falar em debate, parece que estamos a aguardar a Copa de futebol, que esta, sim, é que deve ser importante para o destino político nacional. Nessa fase preliminar, muito se tem ouvido falar de problemas e propostas de curto prazo, como a continuidade desta ou daquela política de governo, seja do Bolsa Família, do PAC ou de qualquer outro programa. Mas de questões realmente importantes, que se caracterizam como de políticas públicas, como a reforma política ou a questão do Estado, o que pensam os candidatos sobre sua natureza e missão? Como são questões substanciais, são sempre inter-relacionadas e de vital importância para uma avaliação de candidaturas. 
Se são deixadas de lado, revelam apenas a falta de qualidade do debate público, sua fulanização provinciana, seu maniqueísmo demagógico, do tipo que joga para a plateia: "Vai pro trono ou não vai?" Como cidadão eleitor e pagador de impostos, corro à mídia para entender as declarações dos candidatos sobre o papel do Estado e o debate se resume a se deve ser indutor ou regulador. Quando isso não responde se pode ou deve empreender. 
Sobre a reforma política, o silêncio é conveniente. Que tipo de relações institucionais deve prevalecer entre os poderes da República? O Poder Executivo pode mais do que o Judiciário? As funções das instituições do Estado podem ser confundidas com o funcionalismo público em geral, os empregados de uma estatal e os cerca de 30 mil cargos comissionados que o governo federal têm o poder de nomear? As instituições de Estado são os pilares mais importantes da democracia e das garantias fundamentais da cidadania, limitando-se às carreiras jurídicas, da advocacia pública, da defensoria pública e do ministério público, da segurança pública, da diplomacia, da arrecadação e fiscalização tributária, da previdência e do trabalho, das finanças, gestão, controle e regulação. 
E o bom cumprimento desses deveres do próprio Estado é algo que deveria estar na pauta de todos os debates, pois diz respeito ao cidadão. Enquanto o Estado não prover a todos os cidadãos de seus serviços essenciais, sua principal razão de ser, esse mesmo Estado não tem o direito de ser empresário, uma vez que, por sua própria natureza, jamais alcançará a eficiência competitiva do setor privado. Além de não sair do foco, isso vai obrigar o Estado a ser mais regulador e fiscalizador das atividades que são ou devem ser transferidas ao setor privado. Estas sim são questões do interesse do cidadão eleitor e pagador de impostos. As demais são da ordem do cidadão-torcedor! 

ELVIS, para o Correio Amazonense


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