segunda-feira, maio 31, 2010

Em uma década, número de pessoas nas ruas de SP cresceu 57%, indica estudo

Em uma década, número de pessoas nas ruas de SP cresceu 57%, indica estudo
Censo da População em Situação de Rua aponta que 93% são alfabetizados, 67% chegaram a ter carteira assinada e quase um e cada sete já foi vítima de algum tipo de violência
Gabriel Pinheiro, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Entre 2000 e 2009, o número de moradores de rua e albergados na capital paulista cresceu 57% -- de 8.706 para 13.666. Hoje, a idade média de uma pessoa em situação de rua é 40 anos. As conclusões estão no Censo da População em Situação de Rua, elaborado por estudos feitos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Centro de Estudos Rurais e Urbanos (Ceru) e apresentado nesta segunda-feira, 31, pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.
De acordo com a pesquisa, realizada entre 2009 e 2010, 93% desses moradores são alfabetizados, e a maioria (26,5%) tem ensino fundamental de 5ª a 8ª série (antigo ginásio) incompleto. A maior parte (46,2%) tem o próprio Estado de São Paulo como região de origem, seguido da Bahia (12,6%) e Minas Gerais (8,2%).
A análise aponta que 90% das pessoas em situação de rua possuem uma profissão, dos quais 20% ainda a exerce e 35,9% largou a carreira em período considerado recente, entre 1 ou 2 anos. A maioria trabalhava com construção civil (28,3%) e serviços de limpeza (13,8%). Mais de 67% dos moradores entrevistados chegaram a ter carteira de trabalho assinada.
Segundo a sondagem, a coleta de materiais recicláveis é a maior fonte de renda para pessoas em situação de rua (62,1%). A maioria se sustenta com o trabalho informal (66,9%), enquanto apenas 14% dos pesquisados vivem somente de esmolas. A maior parte do dinheiro vai para alimentação (69%), bebida (41,4%), cigarro (33,6) e droga (19,6%).
Entorpecentes. Apenas 25,6% dos moradores em situação de rua disseram não usar drogas ou álcool -- 37% consomem bebidas alcoólicas e 27,7% fazem uso de drogas e álcool. O crack é a droga mais usada (27,3%), seguida de maconha (21%) e cocaína (11,8%).
O estudo indica ainda que 26,8% desses moradores já passaram por casas de detenção, enquanto 25,1% saíram de clínicas de recuperação de dependência de drogas ou álcool e 11,2% têm passagem pela antiga Febem. Quase 67% dos entrevistados disse ter sofrido algum tipo de violência nas ruas -- em 46,3% dos casos, os agressores foram os outros moradores de rua, e em 27,9%, policiais.

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