segunda-feira, setembro 20, 2010

Tom Jobim+Vinicius de Moraes+Toquinho+Miúcha

Lulismo e ferida aberta

Lulismo e ferida aberta
Fernando de Barros e Silva - FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - O cientista político André Singer publicou ontem na Ilustríssima o ensaio "A História e seus Ardis: o lulismo posto à prova em 2010". Como indica o subtítulo, trata-se de uma tentativa de entender a eleição em curso a partir deste fenômeno, o lulismo. O texto funciona como adendo ao artigo que Singer publicou em 2009, na revista do Cebrap, sobre as "Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo".
O cerne da análise (e a sua força) está na identificação do realinhamento sociopolítico que foi gestado no primeiro mandato e veio à luz na campanha da reeleição.
Lula venceu em 2002 na esteira do desgaste do segundo governo FHC, ancorado no apoio de camadas médias historicamente associadas ao PT. Em 2006, quem elegeu Lula foi sobretudo o eleitorado de baixíssima renda, beneficiado por uma política social (Bolsa Família, crédito consignado, salário mínimo etc.) cuja eficácia até então não tinha sido bem dimensionada.
Enquanto a crise do mensalão dava combustível à ojeriza ao PT nas classes médias, o lulismo surgia nos braços do povo, em grande medida descolado do petismo. A ligação com o getulismo é evidente.
Quando, diz Singer, "um governo põe em marcha mecanismos de ascensão social como os que se deram no New Deal, e como estamos assistindo hoje, determina o andamento da política por um longo período". Nessa configuração de forças, a escandalização da campanha funciona como último suspiro de uma oposição que não consegue falar aos mais pobres, mas que encontra acolhida nas camadas intermediárias da sociedade (sobretudo entre os mais conservadores).
O lulismo sairá vitorioso das urnas, mas é uma incógnita saber como se comportará na ausência de seu criador. Ainda mais agora, após as revelações da traficância na Casa Civil envolvendo personagens diretamente ligados à candidata oficial. O caso Erenice abre uma ferida que a provável vitória de Dilma não será suficiente para cicatrizar.

Construtora não pode cobrar juros antes da entrega do imóvel

STJ – SUPERIOR – TRIBUNAL DE JUSTIÇA - DECISÃO - 20/09/2010 - 14h34
Construtora não pode cobrar juros antes da entrega do imóvel
As construtoras que negociam imóveis na planta não podem cobrar juros sobre as parcelas pagas pelo promitente comprador antes da entrega das chaves. Decisão nesse sentido foi tomada pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar recurso com o qual a construtora Queiroz Galvão pretendia desobrigar-se de devolver em dobro os juros pagos por uma cliente, na Paraíba.
A cobrança dos juros antes da entrega do imóvel era prática comum entre as construtoras, mas começou a ser limitada após o surgimento do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, o qual considera nulas as cláusulas de contrato tidas por abusivas.
Em 2001, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça editou portaria declarando abusiva qualquer cláusula "que estabeleça, no contrato de venda e compra de imóvel, a incidência de juros antes da entrega das chaves". Em 1997, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios firmou com 27 construtoras um termo de ajuste que proibia esses juros.

No caso julgado pela Quarta Turma, a compradora havia sido obrigada em contrato a pagar correção monetária pelo INCC e juros de 1% ao mês sobre as parcelas anteriores ao recebimento do imóvel, a chamada “poupança”. Ela entrou na Justiça com pedido de revisão do contrato e devolução em dobro dos valores pagos indevidamente, tendo ganhado em primeira e segunda instâncias. A construtora recorreu ao STJ.
“Não impressiona a alegação de que a construtora capta recursos no mercado financeiro para a construção do empreendimento, pagando juros que devem ser repassados ao comprador do imóvel”, afirmou o relator do recurso, ministro Luis Felipe Salomão, ressaltando que “todos os custos da obra – inclusive os decorrentes de financiamento realizado pela construtora – estão embutidos no preço do imóvel oferecido ao público”.
Para o relator, a cobrança de juros durante a obra, antes da entrega das chaves, é descabida porque, nesse período, a construtora é quem usa o capital do promitente comprador e este nem sequer tem o gozo do imóvel. “O que há é uma verdadeira antecipação de pagamento, parcial e gradual, pelo comprador, para um imóvel cuja entrega foi contratualmente diferida no tempo”, disse o ministro.
Ao proclamar seu voto contra o recurso da construtora, no que foi acompanhado por toda a Turma, o relator concluiu que, “se há aporte de capital, tal se verifica por parte do comprador para com o vendedor, de sorte a beirar situação aberrante a cobrança reversa de juros compensatórios de quem entrega o capital por aquele que o toma de empréstimo”.
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Junião, hoje no Correio Popular (Campinas/SP)


A indústria brasileira nos próximos anos

A indústria brasileira nos próximos anos
Luiz Carlos Mendonça de Barros - VALOR ECONÔMICO
O processo de abertura tem sido muito positivo tanto do ponto de vista macro como na vida dos consumidores
Em 2007 o Valor publicou um artigo escrito por mim e pelos economistas Paulo Miguel e José Roberto Mendonça de Barros, sobre a influência da China na indústria brasileira. Chamava-se "China - Um dragão de três cabeças."
A imagem que construímos - a China como um poderoso dragão de três cabeças - ainda não tinha assumido os contornos claros que podemos observar hoje. Era preciso um exercício de futurologia para entender como se daria a interação das duas economias. Hoje, quase três anos depois, as coisas estão muito mais claras para o analista.
Dizíamos então que uma das cabeças do dragão chinês - aquela que engolia quantidades fantásticas de produtos primários - seria responsável por uma expansão muito forte de nossas exportações. Uma das formas de medir os efeitos dessa primeira cabeça é pela evolução dos chamados termos de troca de nosso comércio exterior. Em 2000 cada US$ 100 de exportação brasileira comprava US$ 90 de produtos importados; agora, em 2010, os mesmos US$ 100 exportados compram US$ 120 de importação.
O aumento de nossas exportações fez com que o Brasil apresentasse saldos comerciais crescentes e, a partir de 2006, se transformasse em um país credor internacionalmente (reservas maiores do que a dívida externa total). Dizíamos que, com essa nova realidade externa, a economia brasileira começaria a viver um processo de abertura importante, com as importações de bens finais e intermediários crescendo de forma sistêmica.
A partir do momento que os canais de importação e distribuição se estruturassem as importações de bens industriais finais e de componentes cresceriam rapidamente pelo simples movimento de arejamento de uma economia ainda muito fechada. Esse movimento sempre gera um aumento da eficiência produtiva, pois as empresas nacionais são obrigadas a se modernizar para conseguir competir com as importações.
O que surpreende hoje são a rapidez e a intensidade com que isso ocorreu. O comportamento do preço do aço é didático nesse sentido: por décadas, sem a concorrência das importações, o preço do aço brasileiro sempre foi negociado com um ágio - de 20% a 30% - sobre os preços internacionais. Hoje essa diferença não ultrapassa 10%, valor compatível com os custos de logística para trazer esse produto do exterior. O mesmo vem ocorrendo com os preços de vários bens de consumo, principalmente os automóveis. Como sempre acontece no Brasil, os agentes econômicos reconheceram rapidamente as oportunidades abertas pela confiança na nossa moeda e pela intensa disponibilidade de produtos em um mundo desenvolvido em recessão.
Neste período - 2006 até os dias de hoje - o processo de abertura tem sido muito positivo tanto do ponto de vista macro como na vida dos consumidores brasileiros. No nível macro dois aspectos precisam ser ressaltados: a criação de outro canal de oferta de bens industriais e a diminuição do poder de controle de preços de setores importantes nas cadeias produtivas. Ambos vêm funcionando como instrumentos auxiliares no controle da inflação por parte do Banco Central e no aumento sistêmico da eficiência de nosso aparelho produtivo. No nível micro, o resultado mais importante do processo de abertura é certamente o aumento da oferta de bens de melhor qualidade e preços ao consumidor brasileiro.
Mas temo que a penetração das importações em nosso mercado esteja agora entrando em uma fase menos positiva. Com os canais de importação consolidados e com os agentes econômicos no Brasil já acostumados a olhar para o exterior, a queda da competitividade do aparelho produtivo, por aumento de custos internos, passa a afetar mesmo as empresas que são competitivas e eficientes. E se olharmos para frente o cenário não é nada animador.
De um lado está o imobilismo do governo no sentido de incorporar à sua agenda de prioridades a questão da competitividade. Isto fica ainda mais grave com o aumento da presença do Estado em áreas importantes e a baixa eficiência dos órgãos públicos responsáveis pela regulação e controle de setores ligados à logística. Do outro está o aparecimento de gargalos de oferta que até hoje não existiam. O mais importante deles é o mercado de trabalho com a escassez de mão de obra especializada começando a criar aumentos salariais muito superiores ao de outras economias com as quais competimos. Essa pressão de custo é ainda mais grave na medida em que o real forte leva a um aumento ainda maior quando os salários são medidos em dólares.
Se esse cenário não for revertido, vamos começar a perder segmentos produtivos, principalmente na indústria, que ainda são competitivos quando isolamos esses fatores externos às empresas. E a chamada desindustrialização deixará de ser um fenômeno de correção de desequilíbrios estruturais criados por uma economia muito fechada e passará a refletir a destruição de partes eficientes de nosso aparelho produtivo. Também nessas condições deixaremos de nos aproveitar da terceira cabeça do dragão chinês, aquela que importa bens industriais de valor intermediário.

Sonhar ainda não paga imposto

Sonhar ainda não paga imposto
EDUARDO EUGENIO GOUVÊA VIEIRA - O GLOBO - 20/09/10
Os brasileiros pagam de impostos mais de R$ 1 trilhão por ano, um terço de toda a riqueza gerada pelo país no mesmo período. São quase cinco meses por ano trabalhando para pagar esse total para a máquina pública. Um absurdo legal.
Foi para avaliar o nível de conscientização sobre a carga tributária e o volume incidente nos produtos e serviços que pesquisamos o que pensa a população a respeito. Em síntese, descobrimos que ela sabe que paga muitos impostos, mas não sabe exatamente quanto paga, acha que não recebe serviços públicos compatíveis e quer o tema discutido na campanha eleitoral.
Para se ter uma ideia do quanto se paga de impostos em nosso dia a dia, o micro-ondas que aquece o nosso leite matinal paga 59%, a torradeira que nos dá pão quente, 48%, e a manteiga que lhe dá mais gosto, 36%.
Ao sair de casa vestido com uma calça jeans, saiba que pagou 39% de impostos e outros 36% sobre os sapatos que usar. O celular no bolso pagou 40%, o MP3 com suas músicas, 49%, e a pasta de couro na mão, mais 42%. Se for motoqueiro, pagou 65% no seu preço final, ou se for motorista de um carro médio, outros 40,74%.
Almoço em restaurante significa 32% de impostos na conta, somente o sal da batata frita paga 15%, e o refrigerante, 46%. Ao optar por uma cerveja ou um vinho, pagará 54,80%; se preferir uísque, pagará 61,22%. Mas cuidado para não ter ressaca, pois um analgésico contra dor de cabeça paga 33,87% de impostos.
Nós, da indústria, contribuímos há anos com sugestões para o desenvolvimento de um sistema tributário mais transparente, justo e eficiente. A nossa carga tributária de 35% do PIB é bem superior à de países em desenvolvimento, daí a urgência da reforma tributária.
Diminuir e simplificar o sistema é fundamental para podermos competir.
Mas é preciso atacar a raiz do problema.
O sistema tributário é a fonte de financiamento das funções do Estado e está diretamente condicionado ao comportamento das despesas públicas. E, dentro da caracterização do problema, o destaque é para a composição do orçamento público federal.
O que se nota nitidamente é que a despesa corrente primária da União cresce em taxas superiores à do PIB. E isso é que leva o governo ao aumento de alíquotas ou à criação de novos tributos.
Para os empresários, a reversão da situação tem que estar associada a uma combinação de controle do gasto público e à redução da carga tributária, para que as despesas se adaptem ao nível desejável de tributação. E para se atingir esse objetivo é necessário adotar uma política clara e bem definida dos gastos correntes do governo, com o aumento dos investimentos públicos.
Na verdade, o que se espera dos novos governantes e parlamentares é menos impostos e mais dos impostos.
Daí a nossa missão de conscientização para o problema da excessiva carga tributária, desde o momento em que usamos uma escova de dentes pela manhã, que custou 34% só de impostos, até a hora de dormir sobre um lençol que custou 26,05% e um colchão sobre o qual incidiram outros 28,26% de impostos.
Sonhar com um sistema tributário mais racional do que o atual não custa nada... e não paga imposto.
Por enquanto!
EDUARDO EUGENIO GOUVÊA VIEIRA é presidente da Fierj.

Olivia tabet - Reveille moi

Uma Dilma pouco conhecida

Uma Dilma pouco conhecida
EDITORIAL O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/09/10
Uma faceta da verdadeira Dilma Rousseff, que sua propaganda eleitoral tem escondido dos eleitores, se revelou numa entrevista dada em Porto Alegre há alguns dias, que, em artigo publicado sexta-feira no Estado, o economista Rogério Werneck considerou um desabafo "desoladoramente esclarecedor", mas cuja repercussão não correspondeu à sua importância.
A candidata governista à Presidência tem uma visão sobre a gestão do dinheiro público que deveria preocupar os eleitores-contribuintes. "O papo de ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber: com a inflação sob controle, com a dívida pública caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha", afirmou Dilma, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Na visão da candidata petista, ações de ajuste fiscal sempre vieram acompanhadas "dos maiores aumentos tributários" e de medidas de gestão de caixa, como cortes lineares de gastos e atraso na devolução de créditos tributários, que provocaram a redução dos investimentos em infraestrutura, saneamento, habitação, etc.
Não é de hoje que Dilma Rousseff se irrita quando ouve falar em necessidade de ajuste de longo prazo da estrutura de despesas do governo, para evitar o crescimento do déficit público, sem que, para isso, seja necessário aumentar a carga tributária, como ela tem aumentado ao longo da gestão do PT.
Há cinco anos, quando os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo (que continua no cargo), apresentaram um plano de longo prazo que garantiria a redução progressiva do déficit nominal, até sua eliminação, e da dívida pública, por meio do controle mais rigoroso das despesas - pois isso era necessário para assegurar a credibilidade da política fiscal do governo Lula -, Dilma, então ocupando a chefia da Casa Civil, tratou de desmontar com truculência a iniciativa de seus companheiros de governo. Em entrevista ao Estado, considerou o plano "rudimentar" e disse que "o debate é absolutamente desqualificado".
Depois disso, mudou o vocabulário - ajuste fiscal virou "coisa atrasada" -, mas não sua visão. Pior para o contribuinte.
Como mostrou Rogério Werneck no artigo citado, Dilma não consegue entender que, no atual regime fiscal, os gastos crescem mais do que o PIB. As contas públicas só fecham graças ao aumento contínuo da carga tributária. Se esse regime não mudar, por meio de um ajuste fiscal profundo que tanto desagrada à candidata petista, os contribuintes estarão condenados a pagar cada vez mais impostos - até um momento em que esse método se tornará insuportável - ou a dívida pública crescerá de tal modo que trará de volta todos os problemas que o País enfrentou até a primeira metade da década passada.
Dilma tem apontado para a queda constante da dívida pública em relação ao PIB como prova da eficácia do atual regime fiscal. Mas, além de omitir o contínuo aumento da carga tributária que sustenta esse regime, ignora também o fato de que, por meio de artimanhas contábeis, o governo desviou para o BNDES dinheiro proveniente da emissão de dívida do Tesouro sem que esse dinheiro fosse contabilizado na dívida líquida da União.
O aumento contínuo dos gastos públicos, sobretudo com o custeio da máquina, alimenta a demanda e impõe uma sobrecarga extra à política monetária na contenção das pressões inflacionárias, ou seja, exige juros mais altos. Se reduzisse os gastos, o governo abriria espaço para um alívio na política monetária.
Por fim, a manutenção do crescimento acelerado da economia exige o aumento da poupança interna, e as contas nacionais revelam que quem mais pode aumentar a poupança é o governo. Ou seja, se gastar menos com custeio, o governo pode aumentar sua margem para investir, pois ajuste fiscal, ao contrário do que supõe a candidata do PT, não significa corte de investimentos.
Em resumo, como observou Werneck, em matéria de ajuste fiscal, de Dilma pode-se dizer o que se disse dos Bourbons: nada aprendeu e nada esqueceu.

Máquina de preservativos

Máquina de preservativos
Carlos Alberto di Franco - O Globo - 20/09/10
A grande incidência de adolescentes contaminados pelo vírus HIV motivou o Ministério da Saúde a partir para a distribuição de preservativos diretamente nas escolas. Para facilitar o acesso estão sendo testadas máquinas que põem o produto à disposição automaticamente. Municípios dos Estados da Paraíba e de Santa Catarina foram escolhidos para testar e aprimorar o equipamento. O objetivo estratégico é ambicioso: instalar as máquinas em todo o sistema público de ensino. Destinatários: jovens entre 13 e 19 anos. Surpreende a precocidade do público-alvo inicial.
Máquina do bem ou do mal? O debate está aberto. Com razão. O avanço da aids, não obstante as campanhas milionárias em favor da camisinha, indica que algo não está funcionando. Esse aumento, sem dúvida preocupante, pode levar, mais uma vez, aos diagnósticos superficiais e, por isso, míopes: focar a questão apenas nas campanhas em favor do chamado "sexo seguro". A camisinha será a panaceia para conter a epidemia. Continuaremos padecendo da síndrome do avestruz. Bateremos nos efeitos, mas fugiremos das verdadeiras causas: a hipersexualização da sociedade.
Na verdade, caro leitor, as campanhas do governo não têm dado resposta adequada ao verdadeiro problema: a influência do gigantesco negócio do sexo, que, impunemente, acaba determinando comportamentos e atitudes. A culpa não é só do mundo do entretenimento. É de todos nós - governantes, jornalistas, formadores de opinião e pais de família -, que, num exercício de anticidadania, aceitamos que o País seja definido mundo afora como o paraíso do sexo fácil, barato, descartável. O governo, assustado com o aumento da gravidez precoce e com o crescente descaso dos usuários do preservativo, investe agora na máquina de camisinha. Não vai resolver. Afinal, milhões de reais já foram gastos num inglório combate aos efeitos. E o resultado está gritando na força dos fatos e dos números: a aids continua sendo um problema de saúde pública.
Impõe-se buscar soluções inovadoras e eficazes. Sempre intuí a necessidade de um aprofundamento sério no tema da formação da sexualidade. Em meu esforço de apuração, topei com uma experiência surpreendente: o programa denominado Protege tu Corazón. A história começa em 1993, na Colômbia. Tal como a grande maioria dos pais, Juan Francisco e Maria Luisa Velez começaram a se preocupar com a educação sexual que seria implantada nas escolas de seus filhos. A orientação proposta contrariava tudo o que haviam imaginado transmitir a seus filhos a respeito do amor, da sexualidade, da família e da vida. Confundia-se sexualidade com sexo, amor com sexo e alicerçava-se seu conteúdo exclusivamente no que denominavam "sexo seguro". O que queriam dizer com sexo seguro? Algo parecido com o que acontece por aqui. Fomenta-se, por um lado, a cultura da hipersexualização e da promiscuidade. Tenta-se, por outro, preservar os adolescentes de uma gravidez indesejada e da transmissão de DSTs com o uso dos preservativos. Ninguém, no entanto, se preocupa com as dramáticas consequências físicas, emocionais e afetivas provocadas pelo oba-oba sexual.
Esse casal não se limitou a lamentar, mas, com apoio de especialistas e, sobretudo, de outros pais de família, elaborou um Programa de Educação da Sexualidade para ser aplicado nas escolas. O programa espalhou-se por 18 países na América Latina, do Norte, Europa e nas Filipinas. Tem um slogan simples e direto: "Caráter forte, sexualidade inteligente." Ou seja, entende que, em primeiro lugar, a sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de se comunicar com outros, de se expressar e de viver o amor humano.
A proposta do programa é ajudar os adolescentes a fortalecer o seu caráter, de tal forma que a inteligência e a vontade adquiram prioridade sobre os sentimentos. Os adolescentes são normalmente impulsivos, inseguros, não se conhecem bem, e são essas carências que os fazem tomar decisões equivocadas e correr riscos desnecessários, sobretudo ao iniciarem um relacionamento sexual muito precoce. O programa Protege tu Corazón já está no Brasil (www.protegetucorazon.com.br) e desenvolve um projeto piloto no Colégio Ranieri, em São Paulo.
A metodologia é interativa, moderna, com material audiovisual, dramatizações, discussões em grupo, exercícios escritos, etc. Com essa metodologia se pretende que o adolescente seja levado a refletir sobre suas escolhas, sobre seus sonhos. Apresenta uma característica importante, que é fomentar o diálogo entre pais e filhos e, acima de tudo, o programa tem uma norma: "Propor, e não impor." Faz pensar e aposta na liberdade.
Os adolescentes, frequentemente bombardeados pela banalização do sexo, surpreendem-se ao perceber uma outra forma, positiva e responsável, de entender a sexualidade. Mas os principais protagonistas dessa mudança são os próprios pais. O programa na escola é uma ajuda poderosa para os pais, mas não pretende nem substituí-los nem subestimá-los. Ele os apoia e oferece ferramentas concretas para facilitar a comunicação entre pais e filhos. É uma parceria interessante e os resultados me impressionaram.
A iniciação sexual precoce, o abuso sexual e a prostituição infantil são, de fato, o resultado da cultura da promiscuidade que está aí. Ainda pouco se fala do Brasil no exterior. E quando se fala, infelizmente, o noticiário se reduz às ações do crime organizado, aos escândalos envolvendo políticos e governantes, às queimadas na Amazônia e à miséria da nossa periferia. Limitam nossa cultura e nossa arte ao rebolado. É uma pena. O Brasil é, sem dúvida, muito mais que o país do gingado e do carnaval.
DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO

Pelicano, para o Bom Dia (SP)


De fato, um ratinho não é um elefante

De fato, um ratinho não é um elefante
Marcelo de Paiva Abreu - O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/09/10
Com a aproximação do fim do segundo mandato do presidente Lula, é natural que se faça um balanço das realizações. O Itamaraty não fugirá a essa regra. Abrindo a temporada de avaliações, o ministro Celso Amorim, em Genebra, destacou como feito da política externa brasileira a rejeição do acordo para formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), enfatizando, em contraposição, a relevância do Mercosul. O que se alega é que o Brasil teria evitado fazer parte do quintal dos EUA, com direito, inclusive, a menção na capa de The Economist (11/9/2010). De fato, não é bem assim. Quem ler a revista verá que a matéria, longe de fornecer munição ao ministro, é essencialmente uma incitação a que países mais razoáveis, notadamente o Brasil, sejam muito mais ativos como opositores do "nonsense" chavista quanto ao quintal ianque.
É certamente melancólico que o destaque tenha sido para uma política de obstrução, e não para políticas em relação às quais o Brasil se colocasse como "demandeur", na defesa dos seus interesses concretos. As referências do ministro à Alca deixam de mencionar que a continuada resistência brasileira às pretensões dos EUA, quanto a um acordo desequilibrado, data do início da década de 1990. Não foi uma realização do governo Lula, apenas culminou tendência que já se manifestava claramente antes de 2003. A diferença é que, em vez de esperar para ver o que seriam as propostas dos EUA relativas à liberalização agrícola, constatar que eram totalmente insatisfatórias e deixar o ônus integral do fracasso com os EUA, o governo preferiu deixar que altos funcionários manifestassem publicamente seu repúdio à Alca como instrumento de "anexação" e não de "integração". E, no entanto, alguns corifeus da política externa altiva e improdutiva ainda escrevem sobre o "suposto" antiamericanismo do Itamaraty.
Chamegos presidenciais à parte, a qualquer observador pareceria evidente que há um ranço antiamericano no governo, que atinge desde o próprio presidente até os escalões inferiores. Qualquer tentativa de diferenciar a posição do presidente da República da posição do Itamaraty conflita frontalmente com o que se viu nos últimos oito anos, com a cúpula do Palácio dos Arcos sempre disposta a se curvar às determinações do Planalto. Quando se enraíza o sectarismo, é difícil aceitar que existam posições intermediárias entre "entreguismo" e antiamericanismo.
Recente manifestação do presidente Lula usando metáfora escatológica - ao comparar EUA e Brasil a um elefante medroso e um ratinho na disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios norte-americanos ao algodão - confirma o diagnóstico de antiamericanismo como cacoete do governo, a despeito de desmentidos e negaceios. No terreno de fábulas pedagógicas mais adequadas, vale lembrar o final - de melhor gosto - de fábula de La Fontaine, também sobre elefante e ratinho, na qual um gato tem papel de destaque. Vendo passar o elefante e o seu séquito, que incluía um gato engaiolado, o rato se surpreendia que as pessoas admirassem o elefante e resistia à ideia de que ocupar mais ou menos espaço tornasse alguém mais ou menos importante: "Mas o gato, saindo de sua gaiola, fez ver ao rato, em menos de um instante, que um rato não é um elefante" (Fábulas, Livro VIII, fábula 15).
Sobre as vitórias na OMC, o presidente, da mesma forma que o ministro quanto à resistência à Alca, não foi generoso a ponto de mencionar que decorreram de ações iniciadas no governo anterior. Omissões, como as mentiras, quando reiteradas, acabam por desbancar a verdade.
Quando se pensa em substância, a política externa brasileira no octênio não foi um sucesso. E, no entanto, foram ampliados os meios à disposição do Itamaraty, inclusive com a criação de muitas dezenas de postos diplomáticos, tendo como pano de fundo a fixação no pleito por um lugar no Conselho de Segurança da ONU. Houve um rol de desgostos evitáveis: diplomacia hoteleira em Honduras; promiscuidades parabolivarianas na Venezuela, Bolívia e Paraguai; intermediações frustradas no Oriente Médio; e fracasso na indicação de diversos altos funcionários internacionais. No rol dos revezes honrosos está a participação construtiva nas negociações da Rodada Doha. Embora fosse claro desde cedo que os sócios do G-20 não tinham compromisso com a liberalização agrícola.
Houve efetivamente um "salto de qualidade do Brasil no exterior", mas é questionável em que medida isso decorreu da política externa. De longe, o fator estrutural mais importante para explicar este salto de qualidade foi a condução de políticas macroeconômicas prudentes herdadas do governo anterior, mesmo que relaxadas no final do segundo mandato. Foi possível levar o País a sério. Um fator também importante, mas de natureza conjuntural, foi o uso eficaz da imagem de Lula, líder carismático e responsável, prova do vigor da democracia brasileira.
O novo governo vai enfrentar muitos desafios na formulação da política externa. O certo é que mais do mesmo não vai dar.

O que Lula sabia

O que Lula sabia
RENATA LO PRETE - FOLHA DE SÃO PAULO - 20/09/10
 Quando Lula tomou a decisão de demitir, a 60 dias das eleições, o então presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e o diretor de gestão de pessoas, Pedro Magalhães Bifano, sabia que, além do descalabro administrativo, havia uma guerra de facções prestes a explodir na estatal. Pouco antes da degola, Custódio e Bifano tiveram uma briga feia, em que trocaram todo tipo de acusações. Foi numa reunião de diretoria, e a gravação do encontro foi mostrada a Lula, que então concluiu que a situação era insustentável.
Como no escândalo do mensalão, a luta por espaço nos Correios está na origem das revelações que resultaram na queda de Erenice Guerra da Casa Civil.
Menos, menos - Com todo o cuidado possível, o alto comando da campanha de Dilma Rousseff sugeriu a Lula desacelerar a agenda e não pesar tanto a mão, como fez ao defender que o DEM fosse “extirpado” da política brasileira e, anteontem, nos ataques à imprensa. Argumento: ele está (?) se despedindo; ela, se eleita, terá de dar conta da confusão armada.
Nem aí - Quem conhece Lula acha que a conversa será inútil. O presidente está, nas palavras de um auxiliar próximo, “com a macaca”.
O guardião - A participação de Michel Temer (PMDB) no comício de sábado em Campinas chamou atenção. Enquanto Lula e petistas tocavam fogo no circo, o vice de Dilma fez discurso conciliatório e focado nas conquistas econômicas do governo.
Atrás da porta - Na lembrança de funcionários da Casa Civil, Vinicius Castro, primeiro a cair no escândalo que derubou Erenice Guerra, passava boa parte do tempo fechado em sua sala. Se estava num esquema, tinha mais jeito de operador do que de chefe, opinam ex-colegas.
Quem diria - Menos de duas semanas atrás, reportagens especulativas sobre a composição do eventual governo Dilma diziam que, caso se decidisse por um perfil “menos político e mais administrativo” para a Casa Civil, uma opção da petista seria manter Erenice no cargo.
Dia D - O martelo ainda não foi batido, mas é provável que no dia 3 de outubro Dilma, depois de votar em Porto Alegre, siga para Brasília, onde acompanhará as apurações ao lado de Lula.
Precedente - Diante da possibilidade de eleger menos deputados do que o PT, e com isso perder a primazia na disputa pela presidência da Câmara, o PMDB agora lembra que o petista Arlindo Chinaglia ocupou o posto (de 2007 a 2009) quando os peemedebistas tinham a maior bancada. Outro argumento: o PMDB seria mais hábil em conseguir o apoio de outras siglas para seu candidato.
Difícil - Apesar desse discurso, pouca gente hoje acredita que será possível negar a presidência da Câmara ao PT se o partido de fato eleger a maior bancada, como sugerem pesquisas, especialmente porque no Senado o PMDB se valerá da mesma lógica para continuar no comando.
Picadeiro - Além de Tiririca, outro humorista se credencia para triunfar nas urnas, indicam as projeções. Batoré, hoje vereador no município de Mauá (SP), é o terceiro candidato do PP mais mencionado para a Câmara.
A bela - Bruna Furlan, 26, desbanca veteranos puxadores de votos do PSDB-SP nos levantamentos que computam citações a candidatos a deputado. Filha do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, e congregada da Igreja Cristã do Brasil, ela aparece no topo da lista da coligação tucana.
Funcionou - A situação da corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa paulista parece endossar a estratégia do PT de privilegiar, na propaganda televisiva, a pregação do voto na legenda. As menções diretas ao partido superam por ampla margem as indicações nominais a candidatos de qualquer sigla em pesquisas que examinam as inclinações do eleitorado.
Tiroteio Erenice diz que foi traída. Dilma diz que não sabia de nada. Ou Dilma foi enganada esses anos todos, ou o Lula está fazendo escola.
DO DEPUTADO GUSTAVO FRUET (PSDB-PR), comparando a reação de Dilma ao escândalo que levou à queda da sua ex-auxiliar de confiança com a maneira como o presidente Lula reagiu durante a crise do mensalão.
Contraponto Casual-chique Lula apareceu em comício no município de Contagem (MG), na semana passada, com visual descontraído: camisa branca sobre camiseta da mesma cor, ambas para fora da calça. Ao avistá-lo, o ex-senador Wellington Salgado (PMDB-MG) comentou, levando os presentes às gargalhadas:
- Demite o personal stylist, presidente. Até parece que o senhor já está aposentado!

ELVIS, para o Correio Amazonense


O lulismo sem Lula

O lulismo sem Lula
Luiz Werneck Vianna - Valor Econômico - 20/09/2010
Esta coluna, pelos idos de agosto, já em meio à sucessão presidencial, deixou-se tentar por uma metáfora meteorológica, anunciando que ao longe soprava um vento sudoeste, sinal certo de chuva grossa. Bem, as chuvas chegaram, como se pode constatar das palavras, em um registro quase filosófico, como que apenas observando a mudança climática, com que o ex-ministro José Dirceu dirigiu-se em palestra a sindicalistas. Não será Lula quem sucederá a Lula, mas Dilma, e nem mesmo os marinheiros de primeira viagem, que são tantos, podem ficar indiferentes a mudanças de tal envergadura no regime dos ventos.
Fora da tripulação, o grande timoneiro desses últimos oito anos deverá, é claro, manter sua influência sobre a sua sucessora, embora, na prática, mesmo isso não seja uma operação fácil, sempre sob o risco de fragilizá-la na chefia do Estado e dos negócios da administração pública. Ainda mais que, a se confiar nos relatos sobre sua biografia, ela aparenta ser suscetível a arranhões em sua autoridade. Sem Lula, é trivial, o lulismo sai do governo, e o que fica nele é o PT e sua imensa base aliada, à testa o PMDB, com um dos seus principais condestáveis, Michel Temer, no posto estratégico da Vice-Presidência da República.
O tempo é novo e próprio à navegação
O programa do novo governo, dito à saciedade na campanha eleitoral que ainda transcorre, não é o de fundar principado novo, e sim o de imprimir continuidade às linhas mestras do que sucede, e personagens como Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Nelson Jobim, salvo incidentes extraordinários, devem ocupar postos-chave. Da base aliada, reanimados por prováveis vitórias eleitorais, deverão permanecer no proscênio políticos de genuína cepa conservadora, como José Sarney, Renan Calheiros, entre tantos outros de perfil semelhante, todos comprometidos, no essencial, com a continuidade dos princípios e práticas do governo Lula, principalmente com a sua expressão pluriclassista, em um arco que vai do agronegócio, passando pelo grande empresariado e pelo sindicalismo, ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Tais princípios e práticas não estão enunciados em um programa, consistindo, na verdade, em uma política a que se chegou erraticamente, reagindo-se às contingências das conjunturas interna e externa, particularmente em dois momentos cruciais: a crise, em 2005, do chamado "mensalão", que demonstrou ao governo a necessidade de ampliar a sua base de sustentação congressual, levando o governo à incorporação do PMDB; e a crise, em fins de 2008, do sistema financeiro mundial.
As respostas aos duros desafios que se apresentaram nessas oportunidades, a primeira delas admitindo a possibilidade de um impeachment, a segunda, pondo em risco a economia do país, acabaram por se traduzirem em um sistema de orientação política não escrito, implicando em uma reinterpretação, em chave positiva, da história brasileira, em especial com a valorização do papel do seu Estado.
O cerne desse sistema de orientação está no seu caráter pluriclassista e pluripartidário, reafirmado sem equívocos na campanha da candidata situacionista, em seu objetivo de consolidar e aprofundar a experiência do capitalismo brasileiro, tendo em vista inclusive a ultrapassagem dos seus limites nacionais, para o que conta com o Estado e suas agências produtivas e financeiras como instrumentos estratégicos. Dele igualmente fazem parte políticas destinadas à inclusão social de setores marginalizados, na forma dos programas de assistência social em curso.
O lulismo é isso e mais as habilidades de comunicação do seu inventor, especialmente na sua relação compadecida com as massas mais pobres da população. Reinterpreta, pois, a história do país, ao se por em linha de continuidade com ciclos afirmativos da modernização brasileira, como os de Vargas, o do JK e o do regime militar, contrapondo-se à versão do PT, que, desde as suas mais remotas origens, foi refratária a políticas centradas na questão nacional e em estratégias de modernização "pelo alto".
Não há motivo para espanto com o diagnóstico de que, em um eventual governo Dilma, se assim o quiserem as urnas, poderão ocorrer fortes tensões entre o lulismo e o PT - certamente com sua nova representação congressual bem mais encorpada -, que não conhecerão mais a arbitragem de Lula detendo os poderes de chefe de Estado. No caso, é de se esperar que as intervenções escoradas no carisma cedam lugar à política, inclusive porque Dilma, intocada por esse sortilégio, deverá governar com a aliança que suporta sua candidatura - é falso dizer, não se perde por esperar, que seus aliados não tenham ideias, apenas interesses -, e o PMDB, como já se sabe, se não compuser a maior bancada nas duas casas congressuais, ficará bem perto disso.
Por onde se devassa o horizonte, os sinais são os da volta da política. Os caminhos de hoje, filhos da contingência, saberão encontrar justificação no terreno aberto da batalha das ideias? Haverá intelectuais entre nós capazes de defender persuasivamente, para além dos sussurros de hoje, uma via de "nacionalismo revolucionário" em aliança com a burguesia, y compris o agronegócio? A esquerda está pronta a se reencontrar com os caminhos da democracia como valor universal, que já encontrou abrigo até em setores do próprio PT? De qualquer forma, o tempo é novo e próprio à navegação, mesmo que se saiba, de ciência certa, que a rota que tiver curso vai se defrontar com o carisma de Lula rondando por aí.

Fotógrafo captura mundo colorido e mortífero de louva-a-deus

Fotógrafo captura mundo colorido e mortífero de louva-a-deus
Jimmy Hoffman procura os insetos perto de sua casa na Costa Brava, Espanha.
BBC Brasil - 20 de setembro de 2010 | 8h 51
Depois de encontrar o inseto a ser fotografado, Hoffman pode passar até duas horas esperando pelo momento ideal.
O fotógrafo diz que os louva-a-deus são seus insetos favoritos por causa de seu comportamento predatório, suas formas e cores.
"Eu também gosto do fato de que eles conseguem rodar a cabeça em todas as direções e olham para você de uma maneira quase inteligente", diz Hoffman.
Flagrante: A foto favorita de Jimmy Hoffman é a que mostra um louva-a-deus prestes a atacar uma borboleta.
"Infelizmente para o louva-a-deus, a borboleta foi rápida demais e conseguiu voar antes de ser pega", diz o fotógrafo.
"Eu tirei a foto no momento certo e foi muito especial para mim, porque eu havia esperado por duas horas para que algo interessante acontecesse."
Depois disso, Hoffman batizou a foto de "paciência". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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