quarta-feira, setembro 29, 2010

Plano de saúde não pode rescindir contrato em razão de idade avançada dos segurados

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - DECISÃO - 29/09/2010 - 08h02
Plano de saúde não pode rescindir contrato em razão de idade avançada dos segurados
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é ilegítima a rescisão de plano de saúde em razão da alta sinistralidade do contrato, caracterizada pela idade avançada dos segurados. O entendimento foi unânime. O caso envolve um grupo de associados da Associação Paulista de Medicina (APM) e a SulAmérica Seguro Saúde S/A.
Os associados alegam que a APM enviou-lhes uma correspondência avisando que a SulAmérica não renovaria as suas apólices coletivas por causa da alta sinistralidade do grupo, decorrente de maior concentração dos segurados nas faixas etárias mais avançadas. Informou, ainda, que eles deveriam aderir à nova apólice de seguro, que prevê aumento de 100%, sob pena de extinção da apólice anterior.
O juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido, pois a ocorrência de alta sinistralidade no contrato de plano de saúde possibilita a sua rescisão. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença, ao entendimento de que o “expressivo incremento dos gastos despendidos pelos autores para o custeio do plano de saúde não decorreu da resilição do contrato (extinção por acordo entre as partes), nem de ato ilícito de o que quer que seja, mas da constatação de que o plano de saúde cujo contrato foi extinto perdera o sinalagma (mútua dependência de obrigações num contrato) e o equilíbrio entre as prestações”.
No recurso especial enviado ao STJ, a defesa dos associados pede para que a seguradora mantenha a prestação dos serviços de assistência médica. Quer, assim, a anulação da decisão do tribunal paulista que entendeu que o aumento da mensalidade não ocorreu por causa da rescisão do contrato ou de qualquer outro ato, mas pela constatação de que o contrato do plano de saúde foi extinto pela perda de suas obrigações e do equilíbrio entre as prestações.
Em seu voto, a relatora, ministra Nancy Andrighi, reconheceu a ilegitimidade da APM para figurar na ação e extinguiu o processo, sem a resolução do mérito.
Quanto à legitimidade da rescisão do contrato, a ministra destacou que o consumidor que atingiu a idade de 60 anos, quer seja antes da vigência do Estatuto do Idoso, quer seja a partir de sua vigência, em janeiro de 2004, está sempre amparado contra a abusividade de reajustes das mensalidades dos planos de saúde com base exclusivamente na alta sinistralidade da apólice, decorrente da faixa etária dos segurados.
Segundo a ministra Nancy Andrighi, o caso em questão não envolve os demais reajustes permitidos em lei, os quais ficam garantidos às empresas prestadoras de planos de saúde, sempre ressalvada a abusividade.
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Brum, em O Jornal de Hoje


Brasileiro ganha prêmio internacional em concurso de jovens cientistas

Brasileiro ganha prêmio internacional em concurso de jovens cientistas
Jovem encontrou uma maneira de baratear a coloração de tecidos com ajuda de fungos
Do R7, com EFE
No grupo dos países latino-americanos se destacou o brasileiro Lopes, um jovem pesquisador de 20 anos, natural de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul
A 22ª edição de um concurso da União Europeia para jovens cientistas, que começou no dia 26 de setembro e terminou besta terça-feira (28) em Lisboa, Portugal, tem um projeto do Brasil entre os vencedores.
O brasileiro William Lopes ganhou na categoria Internacional, dedicada a projetos de países não pertencentes aos 27 Estados-membros da União Europeia. Ele desenvolveu um trabalho sobre a utilização do fungo aspergillus níger para o tratamento de tintas.
Os vencedores, que ganharam o equivalente a R$ 16.250 (7 mil euros) cada, foram o projeto tcheco sobre as nanopartículas de CO2 - aplicável na pesquisa de armazenamento dos gases do efeito estufa -, o polonês com um estudo sobre formigas e o húngaro sobre educação científica.
Máire Geoghegan, comissária europeia para investigação, inovação e ciência, elogiou os participantes.
- Jovens como esses contribuem para moldar o futuro e acho que estamos em boas mãos.
O museu da eletricidade da capital portuguesa recebeu 85 projetos de 124 jovens, entre 14 e 21 anos, provenientes de 37 países, 27 da União Europeia e dez convidados, entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá, Israel e China.
No grupo dos países latino-americanos se destacou o brasileiro Lopes, um jovem pesquisador de 20 anos, natural de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Seu projeto premiado tem como objetivo baratear o processo de coloração de tecidos como o couro e foi bem recebido pelo público. Ele diz que sua ideia é sustentável.
- É uma iniciativa amiga do meio ambiente e mais barata. Já tem várias empresas interessadas.
O estudante fez outro estudo que mostra a capacidade do mesmo fungo de absorver pigmentos de corantes descartados em rios pela indústria de couro.
O concurso Jovens Cientistas da União Europeia começou em 1989 e visa promover a cooperação internacional e estimular novos talentos.

Apresentadora comete gafe em programa com modelos

Apresentadora comete gafe em programa com modelos
A apresentadora de um programa de reality show com modelos na Austrália surpreendeu as participantes e os telespectadores ao revelar o nome errado quando anunciou a vencedora do programa.
Como manda o figurino dos reality shows, o anúncio no final do programa Australia's Next Top Model, na terça-feira, foi marcado por muito suspense.
A apresentadora Sarah Murdoch primeiramente anunciou que a vencedora do concurso tinha sido Kelsey Martinovich - uma jovem de 19 anos ainda teve tempo de concluir o discurso de vitória.
Foi aí que Murdoch voltou atrás e confirmou que a vitoriosa havia sido a outra finalista, Amanda Ware, de 18 anos.
“Sinto muito. Foi tudo um acidente. (A vencedora) é Amanda”, disse a apresentadora, uma ex-modelo, diante de um auditório lotado com 2 mil pessoas. “Não sei o que dizer agora.”
Depois, ela pediu desculpas, voltou a dizer que estava “sem palavras” e afirmou que isso acontece quando se faz televisão ao vivo. “É loucura, loucura, loucura”, disse.
O canal Foxtel disse que o fiasco foi causado por falhas na comunicação entre os diretores do programa e a apresentadora.
Mas Martinovich não saiu de mãos abanando. Ela levou um prêmio de consolação de quase US$ 20 mil e garantiu contratos como modelo.

Assinou, não leu...

Assinou, não leu...
Um artigo polêmico às vésperas da eleição e vários filmes melhores do que 'Lula' para disputar o Oscar
Artur Xexéo – O Globo
Um ano é tempo suficiente para mudar o jogo da perspectiva de uma eleição. Em setembro do ano passado, quando foi discutida, votada, aprovada e sancionada pelo presidente da República a Lei 12.034, conhecida como minirreforma eleitoral, o país parou para discutir a propaganda política na internet. Acreditavase que a rede seria a principal arma de captação de eleitores nas eleições de agora, e políticos queriam que novas regras não prejudicassem seu desempenho na corrida pelo voto. A uma semana de o Brasil voltar às urnas, já pode ser dito que a internet não fez diferença no quadro eleitoral de 2010, a não ser como principal difusor de piadas eleitoreiras.
Em compensação, um artiguinho, com menos de duas linhas, que não foi debatido, não provocou polêmica, que parecia inofensivo, transformou-se, às vésperas da decisão, na principal questão das eleições de outubro.
O Artigo 91-A completa amanhã um ano de vida. Foi um ano de anonimato. Mas, se ele continuar existindo por mais uma semana, pode ser o responsável por uma abstenção recorde e fator de uma possível reviravolta nos resultados que as pesquisas vêm apontando até agora. Diz o 91-A: “No momento da votação, além da exibição do respectivo título, o eleitor deverá apresentar documento de identificação com fotografia.” Ainda tem um parágrafo único (“Fica vedado portar aparelho de telefonia celular, máquinas fotográficas e filmadoras, dentro da cabina de votação”), mas esse não tem a menor importância.
O partido do governo já percebeu que a população não está inteiramente informada da regra, que muito provavelmente grande parte do eleitorado não possui dois documentos e que as camadas mais pobres, as que dão seu voto maciçamente para Dilma, serão as que mais vão se surpreender com a lei na hora da votação. Por isso mesmo, o PT, justamente o partido do presidente da República, aquele que sancionou a Lei 12.034, a do agora polêmico Artigo 91-A, pede a inconstitucionalidade da medida. Em contrapartida, o DEM, o mais barulhento dos partidos da oposição, aquele que na opinião do presidente deveria ser extirpado, contesta a ação e exige que fique tudo como está, torcendo para o circo pegar fogo. Da confusão, tiram-se duas conclusões: primeira, em termos de eleição, a internet não está com essa bola toda; segunda, o presidente Lula continua assinando documentos sem ler.
Fabio Barreto, o diretor de “Lula, o filho do Brasil”, nunca escondeu que sua intenção era fazer um filme de mercado. O cineasta queria contar uma história que sensibilizasse a plateia e ponto final. Não fez um filme para ganhar o Oscar, por exemplo. Embora seus produtores contassem com um público acima de qualquer bilheteria já registrada no Brasil, “Lula” não foi muito longe. Mas também não se pode dizer que tenha sido malsucedido.
Terminou sua carreira no país com 832 mil espectadores, um número respeitável para nosso mercado. Só fica atrás dos filmes espíritas deste ano (“Chico Xavier” e “Nosso Lar”), que ultrapassaram a barreira dos três milhões de espectadores, e de “O bem amado”, que está saindo de cena com 937 mil espectadores. É por isso que a indicação do Ministério da Cultura para que “Lula” concorra a uma vaga no Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro é surpreendente. A justificativa tem sido sempre — e desta vez não foi diferente — de que a comissão constituída pelo ministério não seleciona o melhor filme do ano, mas, sim, aquele que tem mais chances de “agradar à Academia”. A última vez em que o Brasil emplacou um candidato ao Oscar foi em 1998, com “Central do Brasil”. Desde então, o Ministério da Cultura tem provado que não tem a menor ideia do que seja o tal gosto da Academia. Já está mais do que na hora de o critério de seleção ser o gosto da comissão julgadora. Escolhe-se o melhor filme do ano, e seja o que Deus quiser. Não são poucos os filmes que, neste 2010, poderiam ter a chance de chegar lá: “As melhores coisas do mundo”, “A suprema felicidade”, “Bróder”, “5xFavela”, “É proibido fumar”, “Os famosos e os duendes da morte”... Se “Lula” conseguir uma vaga, vai ser a maior zebra da História do cinema brasileiro.
Em sua estreia, “Por um fio”, a versão brasileira de “Os descabelados”, cometeu um pecado mortal para um reality show: o som foi um desastre. Uma boa captação de som é fundamental para um programa que vive do que dizem, na intimidade, ou, no caso em questão, durante sua atividade profissional, os participantes.
No primeiro episódio de “Por um fio” mal se entendia o que diziam os cabeleireiros.
O estúdio do programa, onde concorrentes e jurados se encontravam, emitia um eco desagradável que também tornava o som impossível mesmo fora da provas de competição.
Faltou ainda um bordão para Juliana Paes. Esses programas “pegam” quando o espectador começa a repetir a frase sempre dita por quem comanda o show, como o “Você está despedido!”, de Donald Trump em “O aprendiz”, ou o “Auf Wiedersehen” , de Heidi Klum em “Project runway”. Juliana está à vontade, mas o roteiro do programa não lhe dá chance de oferecer muito à dinâmica do concurso. É um certo desperdício conseguir Juliana Paes como apresentadora e não dar muita coisa para ela fazer. Foi só um primeiro episódio, mas, como a primeira temporada já foi toda gravada, vai ser difícil consertar. Minha geração de jornalistas sempre teve o sonho de entrevistar Geraldo Vandré. Pode até ser que o compositor de “Caminhando” não tenha dito coisa com coisa a Geneton Moraes Neto. Mas a entrevista, enfim, foi feita.
Mais um ponto para Geneton.
E-mail: axexeo@oglobo.com.br

MARINA SILVA!


Desenvolvimento verde pode ser caminho para 'Brasil superpotência', diz diretor do Greenpeace

Desenvolvimento verde pode ser caminho para 'Brasil superpotência', diz diretor do Greenpeace
Rogerio Wassermann - Da BBC Brasil em Londres - Quarta-feira, 29 de setembro de 2010 - 14h21
Para diretor do Greenpeace, Brasil pode se tornar exemplo a ser seguido.
Um modelo de desenvolvimento "verde" pode ser o caminho para o Brasil se estabelecer como uma “superpotência” mundial e um exemplo a ser seguido, na avaliação do diretor-geral da organização ambiental Greenpeace International, Kumi Naidoo.
Naidoo, que se tornou conhecido como ativista contra o apartheid em seu país natal, a África do Sul, dirige o Greenpeace desde novembro do ano passado. Ele é uma das personalidades ouvidas pela BBC Brasil como parte da série de reportagens "O que falta ao Brasil?", que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido.
“O Brasil está bem no caminho da transição entre uma economia ‘emergente’ e uma economia ‘industrializada’. Se eu pudesse dar apenas um conselho para o próximo presidente do país seria isso: Não baseie seu crescimento em modelos que não serviram bem ao mundo”, diz Naidoo.
“Considerando a crise do aquecimento global, apenas os países que incluírem a preocupação ambiental em seus planos de desenvolvimento econômico, tecnológico e social terão sucesso como líderes do futuro”, afirma o ativista.
Mudanças climáticas
Para ele, o Brasil hoje está “à beira de se tornar uma superpotência”, mas pode cair para qualquer lado no que se refere a ser um modelo “verde” para o resto do mundo.
“Nas décadas passadas, as superpotências eram estabelecidas por corridas por acumulação de armas e pelas viagens espaciais. Dado o perigo que o planeta enfrenta hoje como resultado das mudanças climáticas, a corrida hoje somente pode ser ‘verde’”, afirma Naidoo.
Para ele, “ao resistir os estímulos a emular modelos econômicos que provocaram a atual crise ambiental, o Brasil pode provar ao mundo que um novo caminho de desenvolvimento é possível - um com os melhores interesses de seus próprios cidadãos e do resto do planeta em mente”. “O mundo precisa de um Brasil verde”, afirma.
Naidoo disse ter se reunido com os três principais candidatos à Presidência do Brasil e ter ficado impressionado com o interesse aparente deles na proteção ambiental.
O diretor do Greenpeace se disse desapontado, porém, pelo fato de que as questões ambientais importantes, incluindo as discussões sobre o novo código florestal e de infraestrutura urbana, quase não foram tocadas durante a campanha presidencial.
Segundo ele, o Brasil até agora conseguiu manter um “incrível crescimento econômico” sem destruir muito seus recursos ambientais, na comparação com a Europa ou os Estados Unidos.
“Seu território, apesar de pouco menor que o dos Estados Unidos, engloba seis biomas, 62% dos quais ainda cobertos de matas nativas. Vocês têm quase 8% dos recursos mundiais de água doce, e seus rios têm mais espécies de peixes do que todos os rios da Europa juntos. Seu país é o único no mundo com o potencial de conservar a biodiversidade em uma escala continental”, observa.
Segundo ele, o fato de que a matriz energética brasileira é composta em 80% por fontes renováveis pode servir de exemplo para o mundo de que é possível garantir um bom padrão de vida à população sem recorrer ao uso de combustíveis fósseis.
Como comparação, a China tem mais de 90% de sua matriz energética baseada em combustíveis fósseis (carvão, petróleo ou gás natural), apesar de ter construído a maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, que superou em tamanho a usina de Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai.
Naidoo se diz desapontado, porém, pelo fato de o Brasil “já ter começado a mostrar sinais perigosos de uma inclinação a colocar a produção de commodities acima da proteção ambiental e do respeito aos seus cidadãos”.
Ele critica o fato de, apesar de a matriz energética brasileira ainda ser prioritariamente limpa, a maior parte vem de grandes usinas hidrelétricas, cujas represas provocam um impacto social e ambiental grande.
“O Brasil hoje deveria expandir o uso da tecnologia de pequenas hidrelétricas sem grandes projetos como Belo Monte”, afirma.
Para Naidoo, outro campo para preocupação é o cuidado com as florestas.
“A Mata Atlântica, segunda maior floresta brasileira após a Amazônica, praticamente desapareceu como resultado de desmatamento sem controle. Quase 20% da Amazônia consiste hoje de pasto ou terras degradadas. Quase metade do Cerrado, cerca de 45 milhões de hectares, foram convertidos para o uso agrícola em menos de 20 anos”, cita o diretor do Greenpeace.
“Os biomas remanescentes no Brasil são raramente monitorados e, de uma maneira geral, o controle das florestas em todo o país ainda é extremamente fraco. Em 2008, os satélites do governo registraram quase 3 milhões de hectares de novas florestas degradadas na região”, comenta.
“Hoje 80% da população brasileira vive em centros urbanos, onde um número assustador de 35 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso a sistemas de esgoto”, complementa.

Grãos da Terra - "Vambora"

Marina cresce em quase todas as regiões, mostra CNT/Sensus

Marina cresce em quase todas as regiões, mostra CNT/Sensus
Marina Silva melhorou se desempenho em quase todas as regiões, segundo pesquisa Sensus
Da Agência Brasil
Foto: Thays Cabette/Divulgação
A pesquisa do Instituto Sensus, encomendada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), divulgada nessa quarta-feira, mostra que, na análise por regiões, o desempenho da candidata do PV à Presidência, Marina Silva, apresentou um aumento nas intenções de voto.
Em comparação com a pesquisa anterior, feita entre os dias 10 e 12 de setembro, Marina passou de 10,8% para 17,7% entre os eleitores das regiões Norte e Centro-Oeste.
No geral, Marina Silva apresentou crescimento de 2,7 pontos percentuais na pesquisa estimulada. Passou de 8,9% para 11,6%. José Serra caiu quase um ponto percentual. Na pesquisa anterior, estava com 26,4%. Agora, aparece com 25,6%. Dilma Rousseff apresenta redução de três pontos percentuais no índice na pesquisa estimulada. Passou de 50,5% para 47,5%.
No Nordeste, a candidata apresenta um aumento de seis pontos percentuais – passando de 4,5% para 10,5%. No Sul, o crescimento foi um pouco menor: de 8,9% para 9,3% e no Sudeste, uma ligeira queda, mas ainda dentro da margem de erro da pesquisa. Na pesquisa anterior, era de 11,2%, agora é de 10,9%.
A candidata do PT, Dilma Rousseff, apresentou redução nas intenções de voto em praticamente todas as regiões. No Norte e Centro-Oeste, a queda foi mais expressiva: passou de 47,6% para 40,9%. No Nordeste, a candidata caiu pouco mais de 7 pontos percentuais, passando de 69,2% para 62%. No Sul, se manteve praticamente estável, ficando em 34,3% contra 34,9% da pesquisa anterior e no Sudeste, está com 44,8%. Na pesquisa anterior, estava com 44,1%.
O candidato do PSDB, José Serra, também apresentou índice menor nas intenções de voto em relação à pesquisa anterior. A maior queda ocorreu nas regiões Norte e Centro-Oeste: 10 pontos percentuais. Passou de 33,3% para 23,8%. No Nordeste, manteve praticamente o mesmo percentual (caiu de 17,2% para 17%). No Sul, houve aumento de 3,3 pontos percentuais. Estava em 36,1% na pesquisa anterior e agora aparece com 39,4% dos votos. No Sudeste, estava com 26,9% e agora registra 27,2% dos votos.
De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, a queda nos índices de Dilma Rousseff e de José Serra e o aumento expressivo das intenções de voto em Marina Silva, se devem às denúncias relativas à Casa Civil e à Receita Federal, divulgadas nas últimas semanas.
“Essa onda verde se deve às denúncias e aos ataques feitos entre os outros candidatos. Se os ataques surgem de um lado em direção a outro, quem ganha é quem está de fora”, disse.

Mas, segundo Clésio, a pesquisa aponta que estas eleições, tecnicamente, podem ser resolvidas no primeiro turno. Dilma Rousseff aparece com 54,7% dos votos válidos. José Serra, com 29,5%, e Marina Silva, com 13,3%.
“Para haver segundo turno, seria preciso tirar 4,7 pontos de Dilma Roussef, o que equivalem a 6,3 milhões de votos”, explicou.
A pesquisa mostra ainda que a maior parte do eleitorado já definiu seu voto: 70,7% já sabem em quem vão votar. Ao contrário de 24,6%, que ainda estão indecisos. E com relação à expectativa de vitória, 74,1% dos entrevistados acreditam que Dilma Rousseff será a nova presidente do Brasil. Diferentemente dos 13,4% que apostam na vitória de José Serra e 2% acreditam na vitória de Marina Silva.

O silêncio dos imponentes

O silêncio dos imponentes
JORGE BASTOS MORENO – O Globo
Líder do governo no Senado, Fernando Henrique Cardoso, depois de uma reunião do comando do PMDB, reconheceu: "O silêncio de Ulysses Guimarães é mais pesado do que a pata de um elefante".
Achei a frase muito interessante e a repeti ao próprio presidente do PMDB. O ponto fraco de Ulysses era a vaidade. Conseguir tocá-la era uma espécie de mágica que abria aquela mente extremamente fechada para qualquer inconfidência. Não deu outra. Ele nunca contava suas conversas com Sarney, mas, como gratidão pelo ego massageado, abriu o coração:
— Já que o Fernando Henrique te disse isso, vou contar um exemplo disso.
E foi aí que vi na prática a força da autoridade de um político. Contou-me ele que, numa conversa com Sarney, este lhe consultou:
— Ulysses, estou pensando em convidar o Airton Soares para ser ministro do Trabalho, com a saída do Pazzianotto. O que você acha?
Ulysses gostava muito do Airton, mas ali, naquele instante, sentiu que Sarney estava querendo minar sua liderança, já que o deputado representava o grupo ligado à deputada Roseana Sarney.
— Quando o Sarney me consultou, na verdade, ele queria me constranger: como presidente do PMDB, eu não poderia vetar a indicação de um integrante do meu partido. O que eu fiz? Fixei meus olhos nos olhos dele. Um silêncio constrangedor. Só eu e ele. E eu com os olhos nos olhos dele. Fiquei assim até ele abaixar a cabeça. Resultado: vetei o Airton com o meu olhar.
Quem ler o "Decálogo do Estadista", do próprio autor da façanha, vai encontrar interessantes lições. Resumo as principais:
Coragem — O medo tem cheiro. Os cavalos e cachorros sentem-no, por isso derrubam ou mordem os medrosos. Mesmo longe, chega ao povo o cheiro de seus líderes.
Talento — Não há estadista burro. Há de ser talentoso, embora possa não ter cultura. Como o samba, talento não se aprende na academia.
Sorte — Azarado não pode ser estadista. Trotski foi caçar pato e pegou pneumonia. Stalin tomou-lhe o lugar. Tem gente que cai de costas e quebra o nariz.
Paciência — A impaciência é a outra face da estupidez. Saber escutar é a santa paciência do político.
Não servirás a dois senhores — É incompatível a simultaneidade do político e médico, advogado e empresário. Agamenon recomendava: "Político não compra, não vende".
Autoridade — A autoridade é pessoal. Homem iluminado pela autoridade é visto por todos, ouvido por todos, onde está é a atração. Pouca gente tratava Getúlio de "tu". Creio que só Oswaldo Aranha, Flores da Cunha e João Neves da Fontoura. Autoridade é o poder de comandar com o olhar. A autoridade promove a pessoa a personalidade.

Zubin Mehta - Tico-Tico no Fubá - Orquestra Filarmônica de Munich

Jorge Braga, para O Popular


Aécio: 'Abre-se perspectiva de 2º turno'

Aécio: 'Abre-se perspectiva de 2º turno'
Adriana Vasconcelos* e Cristiane Jungblut - O GLOBO
Segundo o ex-governador, em Minas a vantagem de Dilma em relação a Serra e Marina também diminuiu
BELO HORIZONTE E BRASÍLIA. Os números da última pesquisa do Datafolha, sinalizando a possibilidade de um segundo turno na disputa presidencial, levaram ontem otimismo aos tucanos de todo o país. O ex-governador mineiro Aécio Neves falou, por telefone, com o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que não escondia sua satisfação com a mudança no cenário. Segundo Aécio, agora há uma perspectiva real de segundo turno. Ele ressaltou que, assim como no cenário nacional, a vantagem da candidata petista, Dilma Roussef, em relação a Serra e à candidata do PV, Marina Silva, também diminuiu em Minas Gerais.
- Acho que agora abre-se claramente uma perspectiva de segundo turno. Inclusive em Minas, houve uma diminuição da diferença. Seria muito bom que o Brasil pudesse conhecer melhor os candidatos - afirmou Aécio, que foi convidado por Serra para acompanhá-lo no último debate entre os presidenciáveis amanhã à noite na Rede Globo.
Na avaliação do ex-governador, não só os votos de eleitores indecisos como também os de Dilma estariam migrando para Serra e Marina.
Aécio prometeu intensificar a campanha em favor do presidenciável tucano nesta reta final. Embora tenha havido um convite para que Serra fizesse uma última visita a Minas antes da eleição, o comando da campanha presidencial tucana ainda não havia fechado nada.
Diante dos números do Datafolha, a ordem no comando da campanha é aumentar o ritmo das atividades para tentar acelerar o crescimento de Serra, já que Marina foi a mais beneficidada com o desgaste de Dilma. O maior cuidado é para não atacar a verde - até porque, neste momento, seu crescimento é que está ajudando a viabilizar um segundo turno.
Há um consenso, entre os tucanos, de que o debate da Rede Globo será decisivo para consolidar o quadro.
(*) Enviada especial

Skoob

BBC Brasil Atualidades

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