quarta-feira, maio 19, 2010

Summer of '42

Peripécias da pílula

Peripécias da pílula
RUY CASTRO
RIO DE JANEIRO - De repente, 50 anos da pílula -no começo, chamada de anticoncepcional; logo depois, de pílula, apenas. O ano-base pode ter sido 1960, mas ela só seria comercializada em meados da década. E, quando isso aconteceu, dividiu a vida em antes e depois. As mulheres passaram a deter o controle sobre a reprodução, e os homens tiveram de mudar a cabeça e o comportamento. Para melhor.
Pois, mesmo assim, as feministas do Terceiro Mundo ficaram contra a pílula. Ela faria parte de uma conspiração do imperialismo americano para despovoar países como o Brasil, o México, Uganda ou o Haiti e permitir sua ocupação pelos EUA. Para evitar isso, segundo as feministas brasileiras, cada mulher deveria ter dez filhos, embora elas próprias, muito ocupadas, tivessem poucos ou nenhum.
Então vieram os anos 70 e, quando se convenceram de que os EUA não precisavam zerar a população de Xique-Xique ou Quixeramobim para saquear nossas riquezas, as feministas enxergaram na pílula o instrumento da emancipação profissional e sexual da mulher. Mas, aí, com dez anos de bola em jogo, começaram a aparecer certos efeitos colaterais da pílula, e isso as colocou de novo contra ela.
Sim, por que só as mulheres pagariam a conta? -perguntavam. Afinal, se os homens também se beneficiavam, por que não se inventava a pílula do homem? O fato é que os cientistas arregaçaram as mangas nesse sentido, inclusive na China, mas não sei no que deu. Só sei que, um dia, as feministas se tocaram para o óbvio: se os homens tivessem uma pílula para si, retomariam o poder sobre a reprodução e voltaríamos ao século 13. Daí decidiram deixar as coisas como estavam.
E, justo ao contrário do que elas temiam, a população do Terceiro Mundo nunca cresceu tanto quanto depois da pílula.

Aumenta número de queixas de exploração sexual de menores no Disque-Denúncia

Aumenta número de queixas de exploração sexual de menores no Disque-Denúncia

O Dia - 19/05/2010
RIO - Denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes cresceram nos três primeiros meses do ano. O Núcleo de violência doméstica do Disque-Denúncia recebeu 219 queixas de exploração sexual, 52 a mais que no ano passado. A central registrou queda no total de reclamações de abusos sexuais: 390 até março contra 414 no primeiro trimestre de 2009. 
Só em 2009 foram feitas 866 denúncias de prostituição infantil e 1.453 de abuso sexual. A triste estatística será lembrada hoje no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e adolescentes. O abuso sexual acontece principalmente dentro da própria família, e a exploração ocorre em redes de prostituição.
No Rio de Janeiro, 100 educadores de escolas públicas e particulares participam hoje de oficina sobre o uso seguro da Internet para jovens. A iniciativa, como O DIA antecipou domingo, se baseou em pesquisa sobre hábitos virtuais de 514 estudantes fluminenses entre 10 e 17 anos.
O trabalho, uma parceria dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, e das ONGs Safernet Brasil e Childhood Brasil, ensinará os educadores a identificar crimes cibernéticos, como aliciamento, difusão de imagens pornográficas e o ciberbullying (humilhação pela Internet). “É preciso que todos conheçam os riscos e saibam se prevenir”, diz a procuradora da República Neide Cardoso, do MP Federal do Rio.

Privacidade do usuário é tema polêmico

Privacidade do usuário é tema polêmico
DEBATE >> Questões como anonimato na rede e registro de computadores estão abertas para participação da sociedade
ALEXANDRE ORRICO – FOLHA DE S. PAULO – 19/05/2010
Regular sem censurar, registrar usuários sem invadir a privacidade alheia, proibir o anonimato sem tolher a liberdade de expressão. Lançado em outubro de 2009 pela equipe responsável do Ministério da Justiça, em parceria com a FGV-Rio, o Marco Civil tenta resolver essas questões. No dia 8 de abril foi reaberto o debate, com base na minuta preliminar de anteprojeto de lei, a partir das contribuições recebidas na primeira fase. Até aqui o debate promovido via internet já atraiu mais de 37 mil visitas e cerca de 1.700 contribuições. Durante o seminário "Marco Civil da Internet no Brasil", realizado pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), o diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google no Brasil, Ivo Correa, defendeu a criação do Marco Civil, em especial o artigo que isenta os intermediários de culpa sobre o conteúdo gerado por terceiros. Ivo afirmou que o Google possui 1.500 ações judiciais no Brasil hoje, a maioria relativa a conteúdos disponibilizados no Orkut.
"Em aproximadamente 45% das ações, a empresa foi considerada culpada por conteúdos com os quais o Google não tem nada a ver. O Google não produz um centímetro de conteúdo, com exceção de mapas", afirmou. "Ninguém em sã consciência criaria o Google, o Orkut ou o Twitter no Brasil", diz Correa. O coordenador do Marco Civil, Guilherme de Almeida, concorda: "Para não matar a inovação na internet, o projeto agora diz que apenas a Justiça pode determinar a remoção". Durante o mesmo seminário, Gilmar Mendes, ex-presidente e ministro do STF, disse temer que a medida sobrecarregue a Justiça. "É preciso discutir a judicialização, não negar acesso, mas encontrar meios alternativos para que as pessoas só procurem os tribunais se necessário", afirmou.

Registro de IP Cada computador tem um número único, chamado de endereço IP (Internet Protocol). De forma genérica, ele indica o local de um computador na internet -mais ou menos o equivalente ao CEP de uma casa. Gravar o endereço IP de uma máquina pode ajudar a identificar um criminoso virtual -mas, por outro lado, também pode significar uma afronta à privacidade do internauta. "É uma questão ainda aberta do Marco Civil" comenta Paulo Rená, gestor do projeto. Hoje em dia fica a cargo do provedor a decisão de guardar ou não as informações dos usuários, assim como o período durante o qual esses dados serão armazenados. O Marco Civil propõe um prazo máximo de seis meses para esse arquivamento. Mas ainda não prevê prazo mínimo nem sanções.

Anonimato "Apenas o anonimato absoluto pode garantir a liberdade de expressão" diz Frederico Pandolfo, o maior comentarista do projeto. No Marco Civil, a privacidade está garantida, mas o usuário terá seu IP gravado em servidores. Ou seja, não existirá anonimato se o projeto for aprovado com o texto de hoje.

Marco Civil tenta garantir direitos iguais

Marco Civil tenta garantir direitos iguais
NEUTRALIDADE >> Projeto veda discriminação na velocidade do tráfego, mas há críticas a artigo que pode ter várias interpretações
ALEXANDRE ORRICOFolha de São Paulo – 19/05/2010
A internet é um meio de comunicação diferente da TV ou do jornal impresso. Ao assinar um provedor de conexão de internet, você tem direito automático ao uso do Google ou de blogs pessoais de seus amigos, sem que nem você nem os sites sejam obrigados a pagar para que isso aconteça. Você não precisa "assinar" os sites, como assina os canais de TV a cabo, nem pode ter a conexão reduzida quando entrar neste ou naquele endereço. Esse é o princípio do conceito conhecido como neutralidade da rede, segundo o qual todas as informações devem navegar na mesma velocidade. Nos Estados Unidos, a discussão está no ápice. Afinal, quem usa mais deve pagar mais?
No Brasil, em outro ponto polêmico, o Marco Civil propõe a garantia da neutralidade, que hoje em dia pode apenas "ser depreendida da constituição ou de uma leitura extensiva do Código de Defesa do Consumidor", diz Paulo Rená, gestor do projeto do Marco Civil. A polêmica está no artigo 12 da seção III: "O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, conteúdo, serviço, terminal ou aplicativo, sendo vedado estabelecer qualquer discriminação ou degradação do tráfego que não decorra de requisitos técnicos destinados a preservar a qualidade contratual do serviço". "O trecho pode abrir espaço para que o provedor continue bloqueando e limitando a banda do usuário para determinadas atividades, desde que justifique como sendo em prol da qualidade do serviço", afirma Frederico Pandolfo, 25, analista de sistemas, pessoa que mais comentou no projeto. "Isso vai dar margem a continuidade do nefasto traffic shaping", comenta Jorge Zhukov, participante do debate. Victor Hugo, outro comentarista, propõe: "Prezados, não seria melhor colocar que o prestador de serviço de internet não deve interferir no tráfego de dados e ser transparente nos procedimentos que ele adotará?".
O traffic shapping citado por Jorge é um exemplo de violação do princípio. Quem usa com frequência protocolos para downloads de arquivos, como o BitTorrent, sabe o que o termo significa. Alguns provedores limitam a conexão de usuários que ultrapassem um limite de Gbytes para down- loads. Outros limitam a velocidade mesmo antes da cota estabelecida ser atingida. Sem a neutralidade garantida, o internauta pode enfrentar lentidão extrema ao acessar um determinado site de notícias e, ao mesmo tempo, navegar com tranquilidade num site noticioso parceiro do provedor de internet, por exemplo. Em geral, empresas com maior poder financeiro seriam beneficiadas. "Imagine que você ligue para a pequena pizzaria da esquina da sua casa, e a primeira coisa que ouve é "você será atendido dentro de 2 minutos, mas caso queira ligar para a Pizza Hut, o atendimento será imediato'". Quem faz a analogia é Craig Newmark, criador do site Craigslist, exemplificando o que o fim da neutralidade da internet representaria.
Provedores "Somos defensores da neutralidade de rede e contra qualquer tipo de filtro. Isso é contra a própria internet", diz Eduardo Parajo, presidente da Abranet. Mas ele faz um adendo: "Desde que não seja explicitamente claro no momento de contratação do usuário". Questionado se os contratos não podem ser abusivos, Parajo diz: "Isso é consequência de um problema sério que temos: falta de concorrência no setor. Se ele [o internauta] está tendo esse tipo de dificuldade, o ideal é procurar outro provedor".
Reclame Em caso de algum conflito com o provedor, o usuário deve procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon ou o Idec, e até mesmo recorrer à Justiça comum. O internauta também pode denunciar a má qualidade dos serviços prestados por meio de sites especializados, tais como o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br).

JOÃO GILBERTO - CHEGA DE SAUDADE

Florbela Espanca


"A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento"
Florbela Espanca

O que é isso, companheira?

O que é isso, companheira?
FERNANDO DE BARROS E SILVA

SÃO PAULO - "Vocês notaram que do Gabeira ninguém fala? Esse sim sequestrou. Ele era o escolhido para matar o embaixador. Ninguém fala porque é candidato ao governo do Rio e se aliou ao PSDB". Marta Suplicy falava como militante petista, em defesa de Dilma Rousseff. Mas, dentro dela, falava também a sinhazinha que Marta tantas vezes não consegue reprimir: "Esse sim sequestrou"!
A frase lembra, é claro, o "relaxa e goza", que ela, ministra do Turismo, dirigiu às vítimas do caos aéreo em 2007. Lembra ainda a pergunta que seu programa de TV fazia a Gilberto Kassab na campanha de 2008: "É casado? Tem filhos?". Da primeira, Marta se desculpou logo. Da segunda, premeditada, veio se desculpar só recentemente, numa entrevista para a TV. O deputado deve esperar mais um pouco.
Gabeira tinha o codinome de Honório quando alugou a casa que serviu como cativeiro do embaixador Charles Elbrick, sequestrado em setembro de 1969. Era uma figura secundária na operação. Não integrou o grupo que capturou o americano nem, muito menos, seria seu assassino se as coisas desandassem. O provável algoz de Elbrick, conforme todos os relatos, seria Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, veterano da ALN que comandava a ação. A ideia do sequestro, que Elio Gaspari no seu livro chama "o grande golpe", havia sido de Valdir. Era este o nome de guerra de Franklin Martins, atual ministro de Lula.
Tudo isso é história conhecida, que Marta deve saber. Mais, pelo menos, do que se sabe a respeito da atuação de Dilma entre 1967 e 1970, na Colina e na VAR-Palmares, também adeptas da luta armada. "Lutei contra a ditadura do primeiro ao último dia, com os meios e as concepções que eu tinha", disse ela outro dia no programa de TV do PT. Era uma fala sinuosa, cheia de termos proibidos, como se Dilma precisasse ocultar do grande público algo de que, no fundo, se orgulha. Gabeira é diferente. Este, sim, virou a página da guerrilha. E não consta que seja um monstro de direita.

BAIXARIA NA CAMPANHA

BAIXARIA NA CAMPANHA
EDITORIAL - O ESTADO DE S. PAULO - 19/5/2010
A eleição presidencial deste ano no Brasil é a primeira com a maioria do eleitorado conectada à internet. Segundo dados recentes, são 67,5 milhões de internautas de 16 anos ou mais em 133 milhões de eleitores. E 86,3% dos 192 milhões de brasileiros frequentam os chamados sites de relacionamento, ou redes sociais, como Orkut, Twitter e Facebook. Esses números desenham as proverbiais duas faces da mesma moeda.
É indiscutível o seu efeito para a participação ativa da sociedade no processo de escolha de quem governará o País pelos próximos 4 anos ? para a democracia, portanto. A inclusão digital aproxima a campanha dos seus destinatários naturais e agrega legitimidade ao voto popular, pelo presumível aumento do nível geral de informação política. Para ficar no caso mais conhecido, sem a internet Barack Obama talvez não tivesse sido eleito o primeiro presidente negro dos EUA.
O lado negativo desse fenômeno é a ampliação do espaço para a disseminação vertiginosa de mentiras, calúnias e ofensas de toda sorte aos candidatos e entre os seus partidários. O que petistas e antipetistas dizem uns dos outros não se fala em casa de família. Isso não é novidade nem aqui, muito menos nos países onde quem não frequenta cotidianamente o universo virtual é como se fosse um alienígena. Numerosos autores já comentaram os resultados paradoxais da comunicação instantânea, irrestrita? E irresponsável.
O que vem ao caso, aqui e agora, é o contraste entre a conduta manifesta dos presidenciáveis e o que os seus apoiadores perpetram contra os respectivos adversários na internet. Por enquanto, nessa campanha à revelia de uma legislação eleitoral detalhista, restritiva e anacrônica, os "pré-candidatos" têm mantido um nível satisfatório de civilidade nos seus embates. É certo que Dilma Rousseff já chamou José Serra de "biruta de aeroporto" e os tucanos em geral de "lobos em pele de cordeiro". Mas, assim como os ataques dele a ela, concentrados em ressaltar a sua alegada falta de experiência em governar, em momento algum as estocadas descambaram para o desrespeito pessoal.
Só que nenhum dos lados pode ignorar as abjetas emanações dos porões da opinião. Isso transpareceu pela primeira vez no programa que o PT levou ao ar na quinta-feira passada. No primeiro momento, não se entendeu? Ou se atribuiu a um lance de marketing? A equiparação de Dilma ao herói sul-africano Nelson Mandela feita pelo presidente Lula, que conduzia o espetáculo. Não que ele medisse a sua candidata pela estatura histórica do líder que conseguiu o fim do apartheid em seu país. O que o programa tratou de fazer foi transformar limão em limonada. A internet, de fato, está infestada de mensagens acusando Dilma de "terrorista" por sua vinculação a organizações que recorriam à luta armada contra o regime militar, motivo por que foi presa, torturada e condenada. Pode-se argumentar que ela e os seus não lutavam pela volta da democracia, mas pela substituição de uma ditadura por outra. O ponto, no entanto, é que, diante da difamação da candidata, Lula lembrou que Mandela também aprovou o uso da força como último recurso contra o regime de supremacia branca na África do Sul. Neutralizaria, assim, a agressão e, de quebra, invocaria a favor de Dilma um nome glorioso? O que a imprensa assinalou.
Foi o bastante para que o espírito de baixaria da internet contaminasse a política. Em um discurso no domingo, a reincidente Marta Suplicy, ex-prefeita e provável candidata ao Senado, deu um vexame comparável à insinuação de sua propaganda de que Gilberto Kassab, o adversário que a derrotaria na disputa pela Prefeitura em 2008, era homossexual. "Ninguém fala" de Fernando Gabeira, queixou-se. "Esse sim sequestrou", investiu. "Ele era o escolhido para matar o embaixador (dos EUA Charles Elbrick, em 1969)", mentiu. "Ninguém fala porque o Gabeira é candidato ao governo do Rio e se aliou com o PSDB." Até o presidente do PT, José Eduardo Dutra, considerou infeliz a declaração? Que ficaria melhor no submundo do debate público na internet.

França evita apoiar pedido de Brasil e Turquia

França evita apoiar pedido de Brasil e Turquia


ANDREI NETTO, ENVIADO ESPECIAL - Agência Estado - 19 de maio de 2010 | 18h 04
Embora elogie a intermediação feita por Luiz Inácio Lula da Silva em Teerã, o governo francês não defendeu hoje a inclusão do Brasil e da Turquia no grupo de países que negocia a questão nuclear com o Irã.
Em comunicado distribuído à imprensa em Paris, o Ministério das Relações Exteriores da França foi lacônico ao comentar a possibilidade de ampliação do grupo que já discute o tema, formado por membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Graças aos bons trabalhos do Brasil e da Turquia, o acordo ocorrido sobre o reator de pesquisa de Teerã (TRR) será examinado à luz das proposições precisas e escritas que o Irã deve endereçar à AIEA", afirmou um porta-voz do MRE francês.
A chancelaria então evitou apoiar as intenções do Brasil. "As resoluções sucessivas do Conselho de Segurança das Nações Unidas dizendo respeito ao Irã sublinharam e reafirmaram o papel do G5+1 e da Alta Representante na busca de uma solução negociada com o Irã sobre a questão de seu programa nuclear", argumentou o porta-voz. "Não nos cabe modificar a composição desse grupo, que tem mandato da comunidade internacional até o fim do ano." 

A MOTIVAÇÃO DE UM PLANO TEMERÁRIO

A MOTIVAÇÃO DE UM PLANO TEMERÁRIO
EDITORIAL - O GLOBO - 19/5/2010
A iniciativa de Brasil e Turquia de fechar um acordo com o Irã sobre seu programa nuclear, para evitar a imposição de sanções ao país, sofreu duro golpe com o anúncio, pela secretária americana de Estado, Hillary Clinton, de que as principais potências, incluindo Rússia e China, também chegaram a um acordo.
Mas sobre o anteprojeto de resolução que submete o Irã a novas sanções a ser apreciado pelo Conselho de Segurança da ONU.A resposta-relâmpago das potências, à frente os EUA, ao acordo fechado com o presidente Ahmadinejad, em Teerã, pelo presidente Lula e pelo premier turco, Erdogan, realça as lacunas da empreitada de Brasil e Turquia. São elas: 1) a quantidade de urânio que o Irã se comprometeu a enviar ao exterior representa, hoje, percentual bem menor do estoque total do país do que quando o plano foi inicialmente apresentado pela AIEA, em outubro de 2009; 2) o acordo não faz qualquer menção à necessidade de o Irã abrir instalações nucleares à inspeção internacional, vital para constatar a finalidade do programa, se puramente civil ou também militar; e 3) imediatamente após o acordo ser fechado, o Irã anunciou que continuaria a enriquecer urânio.

Desde que, durante visita ao Oriente Médio, Lula se apresentou como candidato a mediador entre palestinos e israelenses, cresceu a desconfiança de que talvez ele estivesse sendo levado pela ingenuidade ou mero desejo de protagonismo mundial.Mas, em relação ao Irã, na companhia da Turquia, é claro hoje que não houve qualquer ingenuidade por parte da atual política externa brasileira.
O entendimento anunciado ontem pela secretária pôs por terra um dos efeitos mais esperados, tanto pelo Irã quanto pelo Brasil e pela Turquia, de seu feito diplomático em Teerã: a protelação das sanções, o que daria à ditadura teocrática iraniana mais tempo para, com suas centrífugas trabalhando a todo vapor, obter mais combustível para armas nucleares, que exigem percentual de enriquecimento bem acima dos 20% previstos no acordo. Quando se observa o jogo arriscado em que a diplomacia brasileira tem se metido em Honduras, em Cuba, na Venezuela, em votos contra a tradição brasileira em fóruns internacionais, e agora no Irã fica visível a política de confronto sistemático aos interesses americanos.
O New York Times, citando fontes da Casa Branca, informou que o presidente Obama conversou com Lula e Erdogan, durante a Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington, no mês passado, sobre a necessidade de não se dar ao Irã pretexto para não cumprir as exigências da ONU. Obama reiterou sua preocupação em cartas detalhadas aos dois líderes no final de abril. De nada adiantou. Há sérias consequências que, espera-se, estejam sendo levadas em conta pelos artífices dessa política brasileira, o Itamaraty do B. Uma delas se fez sentir no contra-ataque diplomático rápido dos EUA.
A opção brasileira pôs em risco um esforço necessário da comunidade internacional para conter um foco de desequilíbrio que tornará ainda mais volátil e perigosa a situação do Oriente Médio. Lembre-se de que o Irã é o patrocinador de grupos radicais terroristas como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza. Imagine-se um artefato atômico contrabandeado do Irã nas mãos de um desses grupos. Brasil adota política arriscada de confrontos sistemáticos com Washington.

Veja vídeo que causou polêmica durante sabatina dos pré-candidatos em Brasília

Um vídeo que descreve o périplo de um prefeito pelos gabinetes de Brasília em busca de verbas para seu município causou polêmica durante a participação dos presidenciáveis, na manhã de hoje, na Marcha dos Prefeitos, em Brasília.

ribunal manda admitir e indenizar candidato reprovado em exame médico em concurso público

Tribunal manda admitir e indenizar candidato reprovado em exame médico em concurso público

O TRT da 4ª Região (RS) determinou que uma companhia de saneamento terá que admitir e indenizar por danos morais um candidato que, após ter sido aprovado nas provas objetivas de concurso público, foi excluído da seleção devido ao resultado do exame médico admissional. Segundo a empresa pública, a ressonância magnética realizada detectou um problema na região lombar do candidato que o impediria de exercer o cargo de agente em tratamento de água e esgoto. O TRT da 4ª Região, entretanto, considerou as afirmações do perito judicial, o qual atestou que o citado problema não traria qualquer limitação física ou funcional ao candidato. Assim, foi determinada a imediata admissão do autor, com o pagamento de salários devidos desde a data em que deveria ter sido efetivado, bem como o pagamento de indenização de 10 mil reais por danos morais.

Plagiar artigos científicos é uma prática que pode estar com os dias contados.

Plágio Acadêmico
Caçador de plágios

Plagiar artigos científicos é uma prática que pode estar com os dias contados. Pelo menos se depender da novidade que vem do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas, nos Estados Unidos. O grupo liderado pelo professor Harold Gardner desenvolveu um programa de computador que compara múltiplos documentos em bases de dados em busca de semelhanças no conteúdo. O software Etblast identifica a duplicação de palavras-chave e compara a proximidade e o encadeamento de palavras, entre outras variáveis. A novidade oferece um método eficiente e rápido para conduzir buscas na literatura científica e permite aos editores de revistas identificar a ocorrência de práticas questionáveis de publicação. A ferramenta também é útil para pesquisadores que desejam verificar se e quando o tema do projeto em que estão trabalhando foi objeto de publicações anteriores, não apenas para ampliar o conhecimento, mas também para identificar possíveis colaboradores. No desenvolvimento do Etblast, o grupo de Garner inicialmente usou o sistema para analisar mais de 62 mil textos publicados nos últimos 12 anos e disponíveis na base Medline, uma das principais na área médica. O software identificou que 0,04% dos textos com autores diferentes eram altamente semelhantes, em casos potenciais de plágio. O número pode parecer significante, mas em uma base com 17 milhões de artigos representa cerca de 7 mil textos. O programa também identificou que 1,35% dos artigos com um ou mais autores iguais eram suficientemente semelhantes para serem considerados como publicações duplicadas dos mesmos
dados, outra prática questionável. Os resultados foram descritos na edição de 15 de janeiro da revista Bioinformatics.
Na segunda fase do desenvolvimento, cujos resultados estão em comentário na edição de 24 de janeiro da Nature, o software foi aperfeiçoado e ganhou mais velocidade, tornando-se milhares de vezes mais rápido. Uma análise de 7 milhões de textos na Medline resultou em quase 70 mil artigos semelhantes.

"O plágio é a mais extrema e nefasta forma de publicação, mas submeter simultaneamente os mesmos resultados de pesquisas a diversos veículos ou repetir a publicação dos mesmos dados também podem ser considerados inaceitáveis em muitas circunstâncias", disse Garner. Mas o pesquisador lembra que, em relação a publicações repetidas, há algumas formas que podem ter valor para a comunidade científica. Um exemplo são atualizações dos progressos de estudos de longo prazo ou de análises longitudinais, que freqüentemente contêm reproduções literais de partes do texto original.

"Com nossa ferramenta, conseguimos identificar publicações semelhantes, mas nem o computador nem nós mesmos somos capazes de julgar se um artigo é um plágio. Essa tarefa cabe aos revisores, como os editores de publicações ou comitês de éticas das universidades, que são os grupos responsáveis para a determinação da legitimidade", destacou Garner. O pesquisador espera que o software possa ajudar a diminuir as práticas questionáveis na publicação científica. "À medida que ferramentas como o Etblast se tornarem mais conhecidas e usadas pelos editores e revisores durante o processo de submissão dos artigos, esperamos que o número de duplicações potenciais diminua consideravelmente", disse. O comentário A tale of two citations, de Mounir Errami e Harold Garner, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com. Boletim Agência Fapesp/SBPC, 30 jan. 2008.
Texto postado por Tania Mikaela, na comunidade Revisores



"O abuso sexual de crianças ou de jovens é chocante. Ele provoca nas vítimas uma dor imensurável"

Presidente da Suíça quer registro com nomes de padres pedófilos
A presidente da Suíça, Doris Leuthard, pediu, neste domingo, a criação de um registro nacional com o nome de padres acusados de abuso sexual de crianças.
Em uma entrevista ao jornal suíço Le Matin, Leuthard defendeu que esses religiosos sejam impedidos de ter qualquer tipo de contato com menores de idade e que sejam indiciados e julgados de acordo com a lei criminal do país.
"Isso, aliás, é importante para todos os pedófilos, sejam eles padres, professores ou pessoas que, de uma maneira ou de outra, lidem com crianças", afirmou. "Não faz nenhuma diferença que os autores (dos possíveis crimes) sejam laicos ou religiosos. Todos estão submetidos ao Código Penal suíço."
A Suíça é um dos países que recentemente registraram uma série de escândalos de abuso sexual infantil envolvendo clérigos da Igreja Católica.
Denúncias
Há algumas semanas, o abade Martin Werlen, membro de uma comissão da Congregação de Bispos da Suíça que investiga denúncias de abuso sexual disse, em entrevista, que cerca de 60 pessoas recentemente fizeram acusações sobre casos que teriam ocorrido nos últimos 15 anos.
"O abuso sexual de crianças ou de jovens é chocante. Ele provoca nas vítimas uma dor imensurável", disse Leuthard.
"É particularmente abjeto que padres, professores e outras pessoas que lidam com crianças abusem de sua posição e da confiança depositada neles para agredir sexualmente esses menores."
A presidente defendeu a criação de espaços para acolher as vítimas e disse que as denúncias devem ser tratadas firmemente.
"Aqui a Igreja deverá assumir sua parcela de responsabilidade", afirmou.
As declarações da líder suíça vêm à tona quando a Igreja e o papa Bento 16 estão sendo pressionados diante de acusações de abuso sexual por padres em vários países e de um possível acobertamento por parte dos líderes católicos.

Tocando em Frente- Almir Sater

Carlos Drummond de Andrade e Salvador Dali

O RELÓGIO
Carlos Drummond de Andrade


Nenhum igual àquele.
A hora no bolso do colete é furtiva,
a hora na parede da sala é calma,
a hora na incidência da luz é silenciosa.
Mas a hora no relógio da Matriz é grave
como a consciência.
E repete. Repete.
Impossível dormir, se não a escuto.
Ficar acordado, sem sua batida.
Existir, se ela emudece.
Cada hora é fixada no ar, na alma,
continua soando na surdez.
Onde não há mais ninguém, ela chega
e avisa
varando o pedregal da noite.
Som para ser ouvido no longilonge
do tempo da vida.
Imenso
no pulso
este relógio vai comigo.

Antologia poética. 51.ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 344.
Pintura: A persistência da memória, de Salvador Dali
O texto, ao lado da imagem, foi tema de questão do vestibular da UFG

Cineasta Panahi faz greve de fome no Irã, diz site

Cineasta Panahi faz greve de fome no Irã, diz site
Terça-feira, 18 de maio de 2010 18:17 BRT

TEERÃ (Reuters) - O premiado cineasta iraniano Jafar Panahi entrou em greve de fome na prisão, disse sua esposa a um site oposicionista na terça-feira.
O diretor foi preso em março, junto com a mulher e a filha, depois libertadas. Ele tem ligação com o político reformista Mirhossein Mousavi, candidato derrotado a presidente em 2009.
"Fui levado a interrogatório no domingo de manhã e acusado de ter filmado a cela, o que é pura mentira", disse Panahi por telefone à sua família, na terça-feira, segundo o site Jaras.
"Não comi nem bebi desde a manhã de domingo, e continuarei a fazer isso até que essas exigências sejam atendidas", disse ele, segundo o Jaras. O cineasta exige acesso a advogados, visitas familiares e libertação incondicional até que ocorra uma audiência judicial, disse a mulher dele, Tahereh Saeedi, ao Jaras.
Realizador de filmes provocativos, como "O Círculo" e "Fora de Jogo", Panahi já havia sido proibido neste ano de viajar ao Festival de Berlim.

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