quinta-feira, maio 13, 2010

Pelicano para o Bom Dia, SP


A reportagem é interessante a aborda um tabu na sociedade. Por mais que a relação entre os dois seja agradável e madura, ambos têm de conviver com a desconfiança e o preconceito de amigos e parentes.

Homens que se apaixonaram por garota de programa contam suas experiências
WILSON DELL'ISOLA - Colaboração para o UOL - 17/04/2010 - 15h00
Nos capítulos da novela “Viver a Vida”, os telespectadores acompanharam o romance vivido entre Jorge (Mateus Solano) e a garota de programa Myrna (Aline Fanju). Por mais que a relação entre os dois seja agradável e madura, ambos têm de conviver com a desconfiança e o preconceito de amigos e parentes. Um pouco diferente da novela, os homens da vida real estão mais preocupados com a fidelidade da garota. A primeira pergunta que passa pela cabeça dos que cogitam esta relação é: uma prostituta ou ex-prostituta pode ser uma mulher fiel ou sempre vai estar sujeita a fraquejar? Pois saiba, meu amigo, que para dar certo - como em qualquer outro relacionamento - seu papel é oferecer segurança e companheirismo.

Foi o que aconteceu com o técnico em informática Rubens*, 31 anos, que conheceu uma garota de programa em um bar e começou a se envolver. “No início, quando nos conhecemos e nos primeiros encontros, ela dizia ser advogada. Depois de quase três meses de relacionamento, quando a coisa estava se tornando mais séria, ela abriu o jogo”, revela o técnico, que comenta sua reação: “No momento em que soube, virei as costas e fiquei sem entrar em contato por aproximadamente um mês. Com a ausência, senti muita falta e voltamos a nos encontrar. No começo, foi mais difícil aceitar e tivemos diversas discussões. Não é qualquer homem que aguenta. Hoje somos casados de papel passado e tudo, ela atua em outra profissão e temos uma filha linda.”

O caso recente que mais repercutiu na mídia, entretanto, foi o da ex-garota de programa Raquel Pacheco, 25, mais conhecida pela alcunha de Bruna Surfistinha, que na época mantinha um blog onde descrevia as experiências que realizava com seus clientes. Um destes clientes, inclusive, tornou-se namorado da prostituta – ainda no período em que a moça atendia seus clientes – e veio a se casar com ela em seguida. Agora Raquel largou a profissão, depois de ter feito sucesso com as suas histórias.

Experiência ruim - Depois de ser casado por cerca de 15 anos, o jornalista Ronaldo* se apaixonou por uma garota de programa com quem estava tendo relações há mais de um ano. A moça já não cobrava pelo tempo que dispunha com o então cliente, que muitas vezes preferia conversar durante o período. “Ela era mais nova, mais bonita e ganhava até melhor do que eu. Mas a convidei para morar comigo e ela topou”, conta. Depois que passaram a dividir o mesmo teto, entretanto, as coisas foram mais difíceis do que o imaginado: “Ela chegava todos os dias muito tarde, com cheiro de outros homens. Aquilo me torturava, porque eu tinha um imenso carinho por ela e ficava imaginando o que ela tinha feito com os clientes. Tentei fazer terapia, mas cheguei ao limite”. Ronaldo pediu que a companheira deixasse a profissão, mas o pedido foi rechaçado. O romance, então, chegou ao final. Dessa vez, nada feliz.

Palavra de profissional - De acordo com o psicólogo
Ailton Amélio da Silva, professor da Universidade de São Paulo, namorar uma garota de programa exige uma estrutura psicológica muito grande: “O sexo já é um tabu na sociedade por si só, ainda mais se a pessoa tem a atividade como profissão. Se alguém tem interesse em levar adiante este tipo de relacionamento, deve estar ciente de que sofrerá enormes dificuldades sociais”. Amélio também alerta para outra questão, que costuma assombrar a cabeça dos homens: “O que automaticamente atrapalha esse tipo de relação é o ciúme, que é absolutamente natural nestes casos. O homem, geralmente, gosta de possuir, de ser exclusivo. Entender que a sua namorada ou esposa fará sexo com diversos outros homens e levar a questão com serenidade exige muito equilíbrio. Não é fácil conviver com o fato sem que isso seja uma tortura”.

Ainda assim, assegura Amélio, é preciso ponderar que as prostitutas são mulheres carentes, com inseguranças afetivas profundas e um estilo de vida doloroso. “Elas sobrevivem da própria exposição. Isso machuca, e o preço a se pagar por isso é caro e cumulativo. Elas carregam rótulos”, diz.

* Os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados


Resgate

Resgate
KENNETH MAXWELL - Folha de S. Paulo - 13/05/2010

OS "MERCADOS" se recuperaram depois do anúncio do imenso pacote europeu de assistência aos membros do sul do continente que vêm encontrando dificuldades.
A despeito das medidas de austeridade anunciadas pelo governo grego, dos tumultos nas ruas de Atenas e da morte de três funcionários em um banco atacado com coquetéis molotov, os membros da UE que usam o euro não haviam conseguido entrar em acordo quanto a medidas para conter a crise financeira. Os alemães, especialmente, se opunham a qualquer "resgate".
O problema básico era a crescente incapacidade da Grécia para manter o serviço de sua imensa dívida pública pagando juros de mercado. Os europeus e o FMI, sob intensa pressão, aprovaram um resgate que oferecerá US$ 140 bilhões à Grécia em prazo de três anos.
Com apoio relutante da Alemanha, os ministros das Finanças da UE, agindo com o apoio do FMI e do banco central dos Estados Unidos, aprovaram também o equivalente a quase US$ 1 trilhão em garantias de empréstimos, o que inclui um compromisso de aquisição de títulos de dívida nacionais pelo Banco Central Europeu a fim de impedir que o "contágio" se expanda e de ajudar a sustentar a situação financeira da Grécia, bem como a de Portugal e Espanha.
Vai funcionar? A Grécia assumiu o compromisso de reduzir as bonificações de Páscoa, verão e Natal de seus funcionários públicos e aposentados, vai elevar os impostos sobre combustível, tabaco e álcool, elevar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos e impor o uso de medicamentos genéricos no sistema estatal de saúde.
Mas o "Washington Post" relata que uma avaliação interna do FMI é pessimista. O estudo aponta que o choque social ainda não se fez sentir no país em toda a sua profundidade.
Até mesmo ligeiras variações de comportamento no crescimento, inflação, medidas de austeridade e elevação de impostos farão com que a carga da dívida grega aumente, a despeito dos esforços internacionais para reduzi-la. O FMI projeta anos de queda nos salários e padrões de vida e desemprego ampliado. O quadro não é bonito.
Já diante da crescente indignação quanto ao acordo, a chanceler alemã, Angela Merkel, sofreu sério revés em eleições regionais importantes e foi forçada a abandonar seus planos de cortar impostos.
Josef Schlarmann, líder regional da União Democrata Cristã, partido de centro-direita de Merkel, acusou a chanceler de "fazer pouco para resistir ao resgate à Grécia".
Seria desnecessário dizer que os bancos continuam a ser pagos.

Astrônomo amador descobre que listra de Júpiter desapareceu

Astrônomo amador descobre que listra de Júpiter desapareceu
Portal Terra
ESTADOS UNIDOS - Júpiter, o maior planeta do sistema solar, perdeu uma de suas características listras, o que o deixou um pouco mais branco. O gigante gasoso é conhecido por ter duas listras mais escuras, ao norte e ao sul, e a segunda ainda era visível em 2009. O planeta passou um período muito próximo do Sol para ser observado, mas, quando voltou a um ponto visível, astrônomos amadores notaram que alguma coisa faltava. As informações são da New Scientist.
Apesar da surpresa, não é a primeira vez que essa listra desaparece. A primeira vez que se notou foi em 1973, quando a espaçonave Pioneer 10, da Nasa - a agência espacial americana -, registrou as primeiras imagens próximas do planeta. No início dos anos 90 ela também desapareceu temporariamente.
Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, na Califórnia, Estados Unidos, diz à reportagem que essas faixas aparecem escuras simplesmente porque nuvens mais claras e altas não costumam ficar ali, ao contrário de outras regiões do planeta, e, portanto, são visíveis as nuvens escuras e mais baixas. "Você está olhando para diferentes camadas das estruturas de nuvens do planeta", afirma.
Segundo o cientista, o cinto escuro desaparece quando nuvens esbranquiçadas se formam naquela região e bloqueiam as mais escuras. Contudo, os cientistas ainda não entendem o que causa essa formação de nuvens no sul de Júpiter. Ela ocorre em um período generalizado e misterioso de mudanças no planeta, quando as cores de outras listras e pontos do planeta também mudam. "Tinha um monte de coisa acontecendo", diz o cientista.

Georges Braque



Georges Braque (Argenteuil, 13 de maio de 1882Paris, 31 de agosto de 1963) foi um pintor e escultor francês que fundou o Cubismo juntamente com Pablo Picasso.

As rodovias de Shanghai

Fotografia por Sung Whang Ming , My Shot

SPONHOLZ


O direito de julgar

O direito de julgar
Roberto Romano
Na semana passada, em artigos publicados no Correio Popular e no jornal O Estado de São Paulo, discuti problemas como a censura, a crise no direito de expressão, os autoritarismos vários. É preciso indicar um traço da civilização que não tem sólidas bases em nossa terra: o direito ao livre juízo. Ao discutir a mentira, algo essencial no poder tirânico que recebeu o nome enganoso de Raison d´État, um dos maiores defensores do direito moderno, Grotius, assim escreve: “Da mentira, na medida em que é proibida por sua própria natureza (...) nenhuma outra explicação pode ser dada a não ser esta: ela viola um direito permanente da pessoa a quem o discurso ou sinais são dirigidos (...). O direito em questão não é geral ou derivado, mas específico a essa forma de permuta e nascido com ela. Não é outro que a liberdade de juízo que os seres humanos reconhecem, por uma espécie de acordo tácito, deverem uns aos outros em suas relações verbais" (De jure belli ac pacis, 3.1.11, citado por André Gombay,Descartes, São Paulo, Artmed Ed., 2009, página 111).
Quando jornais são proibidos de informar os leitores sobre um assunto coletivo, no qual se determina o roubo cometido contra o erário do Estado por dirigentes políticos ou pessoas privadas, nega-se à cidadania o direito de livre julgamento. Para bem ajuizar, indivíduos e grupos devem, obrigatoriamente, conhecer os fatos na sua maior profundidade e extensão. Ao censurar um órgão da imprensa, proibindo-lhe executar o seu munus, tribunais não apenas permitem que a sombra do sigilo obnubile o que, por definição, é público (o atentado contra os impostos pagos pelos contribuintes e que deveriam servir ao Bem Comum na saúde, educação, segurança, ciência e técnica, lazer, etc) como também violentam uma prerrogativa anímica sem a qual não existiria Estado democrático legítimo. Neste último, o povo soberano, superior aos poderes constituídos, tem direito de inspeção, julgamento e decisão contra os eleitos e os que aplicam a justiça em seu nome. Mas no Brasil, a soberania popular existe apenas na letra, a sua realidade não foi conquistada. Os abusos, a impunidade, a falta de respeito das autoridades (autoridade vem de ser autorizado, e se fôssemos uma república onde o povo seria soberano, autorizado por ele) diante do “cidadão comum”, provam o quanto não somos um Estado democrático (democrático vem da palavra grega demos, ou seja, povo).
Ao impor censura aos jornais, alguns juízes cometem (e peso muito bem as palavras) um pequeno golpe de Estado contra a soberania popular. Como em todos os golpes, os cidadãos são considerados menores que deveriam ser tutelados, seja pelas fardas, seja pelas togas, seja pelos partidos autoritários e totalitários. Ou, como ocorre na Venezuela, pelo fardado travestido de presidente.
Cito a Fundação Rei Balduino: “Se imprensa e justiça são os dois pilares da democracia, elas mantêm há muitos anos relações tensas, às vezes violentas. (...) Na Justiça é em especial a falta de transparência, de humanidade, de eficácia o que mais se objeta contra ela, sobretudo pela mídia. (...) A mídia invoca a liberdade de expressão, o direito à informação e o segredo das fontes, nos limites fixados pelas regras deontológicas e do direito, a Justiça lhe recorda muitas vezes, sobretudo no campo civil, que ela deve respeitar a vida privada, o direito de defesa, o segredo judiciário, a presunção de inocência. A partir daí, o destino dos jornalistas que operam no setor tem sido levar em conta toda uma série de sensibilidades específicas. Sensibilidade, pois, dos acusados, postos a nu diante do público. E sensibilidade dos policiais e juízes, ciumentos da eficácia de seu trabalho e também de sua autoridade. Mas também sensibilidade do público que possui direito a ser informado corrretamente.” (Presse e Justice, un Guide pour journalistes, http://www.presse-justice.be/home.php). É possível, com muita prudência, atenuar as tensões mencionadas. Mas sempre preservando as prerrogativas dos cidadãos: o direito de julgar. E sem livre imprensa, tal direito desaparece.

Coisas de cinema

Coisas de cinema
Rogério Bonato , Jornal do Brasil
RIO - Foz do Iguaçu é uma terra pacífica, mesclada por 72 etnias, entre elas, de descendentes e oriundos de países árabes, onde há muçulmanos sunitas e xiitas. Não se tem notícia de uma única ação terrorista na região, apesar da propaganda mentirosa em contrário. Tudo começou com o atentado contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992 e com a tragédia que arrasou a Associação Mutual Israel-Argentina em 1994. Alguém apontou o dedo acusador para a tríplice fronteira, e a região transformou-se na sucursal do inferno. Mais tarde, depois do fatídico atentado de 11 de setembro de 2001 e a invasão de Cabul, a situação ficou pior.
Quem poderia imaginar que um tímido calendário de farmácia, com a inocente foto de uma cascata, encontrado na casa de um suposto terrorista de Cabul, teria se transformado na única prova irrefutável da ligação macabra entre Foz do Iguaçu e o eixo do terror? Geólogos, turismólogos, biólogos, fotógrafos e entendidos nas belezas do Parque Nacional do Iguaçu tentaram explicar que aquele calendário não retratava nossa atração turística, mas a irracionalidade não deu ouvidos e Foz, com os seus 230 mil habitantes, viu-se inserida no mapa da guerra. Sem perdão, a cidade sofreu um bombardeio de acusações, cidadãos pacatos tiveram seus negócios fechados, alguns foram detidos, e o que se viu foi a ruína de uma região que dependia da imagem para sobreviver. E não ficou só nisso. Em 2003, um professor e jornalista norte-americano, chamado Jeffrey Robinson, escreveu e assinou o maior compêndio de idiotices contra a região, conhecido como The merger, ou A globalização do crime, um best-seller naturalmente lido pelos políticos e formadores de opinião americanos. O que pensar de uma região definida por Robinson como “o ânus do mundo, um posto avançado para os cartéis da droga da América do Sul? Este lugar inóspito se chama Ciudad del Este... essa cidade de 200 mil punguistas, prostitutas, arruaceiros, revolucionários, rufiões, traficantes e viciados em drogas, assassinos, chantagistas, piratas, quadrilheiros, extorsionários, contrabandistas”.
A cidade reagiu ao ataque com humor e com o passar dos anos conseguiu promover eventos, fez do limão azedo a limonada e trouxe de volta os seus visitantes. A farsa impulsionada pela raiva incontida foi freada. No caso do novo projeto da cineasta Kathryn Bigelow, é bom lembrar que Foz do Iguaçu é o paraíso dos diretores, como em A missão, Miami vice e Mr magoo. Enfim, a região centralizou inúmeras produções de qualidade e, mesmo com as invencionices da ficção, superou confusões geográficas capazes de existir apenas na cabeça de alguns roteiristas, como o Amazonas desaguando nas Cataratas.
Agora o “terror” volta a assombrar os moradores e os empresários, que investiram em grandes negócios no ramo do turismo, transporte, hotelaria, e o assunto rouba o sono de todas as pessoas que sabem que terroristas, caso existissem, teriam explodido a Itaipu Binacional, ou mesmo as pontes da Amizade e Tancredo Neves, que interligam o Brasil, Paraguai e Argentina. Neste caso, a preocupação é que o “terror” das telas do cinema possa causar vítimas, dependendo de uma ou outra frase no roteiro, pois a verdade e a ilusão, sabemos, estão separadas por uma linha muito tênue para quem viaja naqueles mágicos 90 minutos.
Rogério Bonato é presidente do braço público da Iguassu Film Commission

Nani, na Folha de SP


Ensinando o ódio

Ensinando o ódio

DEMÉTRIO MAGNOLI - O Estado de S. Paulo - 13/05/2010

 "Uma certa miopia social pode ser mais produtiva politicamente do que um olho perfeitamente são." A frase, do ex-diretor da Capes Renato Janine Ribeiro, conclui uma comunicação acadêmica consagrada às políticas de identidades - ou seja, no caso do Brasil, especialmente às políticas de preferências raciais. O cerne do texto encontra-se na ideia de que "uma estratégia política das diferenças (...) pode sustentar uma tática política da desigualdade, num sentido fortemente compensatório - isto é, de que para chegarmos à igualdade será preciso passarmos pela desigualdade".

Renato Janine é um pensador íntegro, não um panfletário rancoroso. Seu texto, pontilhado de dúvidas e perplexidade, é algo como uma renúncia à utopia marxista organizada em torno da luta de classes. No lugar do fracassado programa revolucionário, seria a hora de aceitar a "miopia" mais "produtiva" das políticas diferencialistas, que descortina o cenário de uma sociedade constituída por segmentos identitários: afro-brasileiros, europeus étnicos, indígenas, quilombolas...

O marxismo, a ditadura do proletariado e o totalitarismo stalinista, que não são idênticos uns aos outros, certamente formam galhos da vasta árvore iluminista nascida à sombra do estandarte da igualdade. Mas, ao contrário do que parece sugerir Renato Janine, a árvore tem muitos galhos saudáveis. Fora da esfera soviética, as lutas sociais romperam o círculo de ferro do liberalismo elitista. O voto feminino, a educação e a saúde públicas, os sistemas de previdência social atestam a "produtividade" de um credo assentado sobre o princípio da igualdade política dos cidadãos. Por que motivo deve ser abandonada a obra infinita, ainda tão precária entre nós? Como se justifica a sua substituição por uma estratégia que fragmenta o povo em segmentos circundados pelas muralhas das "identidades"?

De acordo com Renato Janine, a luta de classes tenderia à guerra de extermínio, enquanto a "política das diferenças" se orienta pela meta do "reconhecimento do outro". A primeira assertiva é desmentida por cem anos de lutas trabalhistas nas democracias "burguesas". A segunda, por genocídios colossais ou pequenos massacres cotidianos que, da Alemanha nazista à Ruanda hutu e da Índia das castas à Nigéria das etnias oficiais, formam um plantel de experiências históricas sobre a dinâmica das políticas identitárias. As pessoas mudam de ideia, de partido, de estrato de renda e de classe social, mas não podem mudar de "raça" ou "etnia". Eis o motivo pelo qual as Constituições democráticas rejeitam a classificação oficial dos cidadãos segundo o critério do sangue.
"Nós tivemos de ensinar o povo a odiar os sulistas, a enxergá-los como pessoas que expropriavam os seus direitos", explicou um líder dos hauçás da Nigéria setentrional, referindo-se ao sistema de preferências étnicas inscrito nas leis do país. A "estratégia política das diferenças" é uma pedagogia do ódio destinada a construir comunidades identitárias coesas. No Brasil, percorremos a etapa inicial dessa trajetória pedagógica. Como em tantos outros lugares, tenta-se ensinar o ódio primordialmente na escola. A missão, conduzida pelo MEC, tem como alvos as crianças e os jovens das escolas públicas.
A palavra "revanche" encontrou sentido positivo na resolução do MEC, de junho de 2004, que regulamenta as Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Nela o Brasil é descrito como um país binacional no qual "convivem (...) de maneira tensa, a cultura e o padrão estético negro e africano e um padrão estético e cultural branco europeu". Neste país partido em dois, "não é fácil ser descendente de seres humanos escravizados", mas também é difícil "descobrir-se descendente dos escravizadores" e "temer, embora veladamente, a revanche dos que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados". Qual será a opinião de Renato Janine sobre tais passagens, convertidas em ato legal por Tarso Genro e referendadas por Fernando Haddad?
A pedagogia do ódio é também a da falsificação da História. A resolução, que manda celebrar o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, não traz palavra alguma sobre o movimento popular abolicionista, definindo o 13 de maio como "o dia de denúncia das repercussões das políticas de eliminação física e simbólica da população afro-brasileira no pós-abolição". No dia de hoje, se os professores seguirem as diretrizes do MEC, nenhum estudante ouvirá os nomes de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Antônio Bento e Luís Gama ou conhecerá os feitos de incontáveis anônimos, de todas as cores e classes sociais, que derrotaram a escravidão e derrubaram os pilares do Império. Por outro lado, serão apresentados a nada menos que um genocídio racial, evento que clamaria pela "revanche".
As palavras da resolução têm consequências cotidianas. Nas escolas públicas, o MEC distribui livros didáticos dedicados a dividir os jovens estudantes em "brancos" ("descendentes dos escravizadores") e "negros" ("os que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados"), enquanto suas comissões de seleção aplicam as diretivas oficiais para excluir as obras que não retratam o Brasil como o país binacional inventado por "uma certa miopia social". Uma gosma de doutrinação racial escorre para dentro das salas de aula, emporcalhando todo o sistema de ensino.
As pessoas aprendem a odiar. O ódio racial é um substituto míope, mas fácil, para a complexa, nuançada reflexão política sobre nossas ruínas sociais. Renato Janine não deixaria de comparecer ao simpósio promovido pela Capes e pela British Academy no qual fez o elogio da miopia. Estará ele presente quando jovens colegas de escolas públicas atirarem pedras uns nos outros porque os tons da pele separam seus destinos no umbral da universidade?
SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.

Sérgio Paulo


CORREIOS EM CRISE

CORREIOS EM CRISE
EDITORIAL - JORNAL DO COMMERCIO (PE) - 13/5/2010
Serviço digno do respeito de gerações de brasileiros, os Correios têm experimentado seguidos golpes na credibilidade junto à população. O processo de deterioração da imagem da instituição teve um de seus marcos no escândalo de distribuição de propina que culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso. O desdobramento da CPI revelou o esquema do mensalão do PT, denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson em maio de 2005. De lá para cá, outras suspeitas de corrupção e seguidas paralisações, devido a movimentos grevistas, contribuíram para solapar o patrimônio de confiança acumulado pelos Correios desde a sua fundação, em 1852.
O atraso de documentos e boletos de pagamento é o principal alvo das reclamações. O reflexo da crise prolongada nos Correios pode ser visto com clareza em municípios como Caruaru, onde 35 carteiros realizam a entrega da correspondência para um contingente de 300 mil habitantes. O resultado é que há um atraso de até dez dias para que as pessoas recebam suas cartas, provocando revolta nos caruaruenses, pelo pagamento de juros e multas devido ao não pagamento de contas que chegam fora do prazo. Não por acaso, entre 2008 e 2009, as indenizações por extravios de documentos e encomendas cresceram 21% no País. Na entrega diferenciada - e mais cara - do Sedex, o prazo prometido de 24 horas entre capitais, não raro, tem se estendido por quase duas semanas.
Confirmando o alcance nacional da situação, a direção regional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) reconhece as dificuldades, não somente em Pernambuco, mas em todo o Brasil. Os problemas seriam decorrência da indisponibilidade de aviões para o transporte aéreo noturno, que estaria ocasionando uma situação extraordinária responsável por casos como o de Caruaru. O presidente da ECT, Carlos Henrique Custódio, já revelou a intenção de montar uma empresa aérea, em parceria com agentes privados. No entanto, como explicar a insuficiência de mão de obra? A categoria dos carteiros, que muitas vezes sofre na pele o transtorno de ser apontada como vilã, diz que são necessários pelo menos 60 profissionais para dar conta do trabalho em uma cidade do porte de Caruaru. 
A crise de imagem parece ser apenas a ponta do iceberg de um problema de maior amplitude, que afeta a qualidade dos serviços prestados por uma instituição que responde por uma atividade essencial para qualquer nação. Em documento de circulação interna com trechos divulgados pela imprensa, em abril, o diretor de Operações dos Correios, Marco Antonio de Oliveira, escreveu que se atravessa um período de mal generalizado, com a frota sucateada, sistemas de processamento desatualizados e problemas de indisciplina. Em sintonia com esse dado, a quantidade de correspondências sofreu uma queda de 1 bilhão nos últimos cinco anos, o que equivale a R$ 700 milhões anuais a menos na receita.
A pontualidade, a responsabilidade e o zelo pelas correspondências podem ter sido vítimas do aparelhamento da máquina pública, fenômeno já tratado neste espaço e pela maioria dos órgãos de comunicação. O loteamento de cargos que valeu denúncias de corrupção, configura nos Correios exemplar indício contra a prática do aparelhamento. A questão agora é saber até quando a falta de profissionalismo vai imperar na instituição, em nome de acomodações partidárias, afundando ainda mais a estatal.
O monopólio da movimentação postal para cartas e boletos bancários, garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, não dá aos Correios o direito de manter um serviço de má qualidade, que continua melancolicamente em declínio. Pelo contrário, é dever da instituição, como empresa pública, investir na constante melhoria dos serviços prestados ao cidadão. O preço pago pela sociedade é duplamente alto, desta forma, em virtude de entregas que não disponham de alternativas para distribuição. Ficamos reféns da ingerência política e administrativa que penaliza uma das organizações mais tradicionais do serviço público brasileiro. 

CLAYTON, em O Povo



SPONHOLZ


AFASTAMENTO TARDIO

AFASTAMENTO TARDIO
EDITORIAL - O ESTADO DE S. PAULO - 13/5/2010
O fato de o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, ter decidido afastar, por 30 dias, o delegado Romeu Tuma Júnior do comando da Secretaria Nacional de Justiça confirma que o governo só enfrenta o incômodo de cobrar obediência à lei e lisura ética de seus aliados políticos se a tanto for pressionado pela imprensa independente. Foi em 5 de maio que este jornal mostrou em reportagem as estreitas ligações do delegado Tuma Júnior com Li Kwok Kwen, também conhecido por Paulo Li, considerado um dos chefes da máfia chinesa especializada em contrabando no Brasil.
Matérias que se seguiram, baseadas em gravações judicialmente autorizadas da Polícia Federal (PF), davam conta de envolvimentos do secretário nacional de Justiça com tráfico de influência para a legalização de estrangeiros em situação irregular, liberação de dólares de origem ilegal apreendidos, tentativa de interferência em favor de candidato em concurso público, "central de favores" montada em seu gabinete para a solução de problemas de amigos, familiares, aliados e até de escritórios de advocacia com interesses no Ministério da Justiça ? tudo isso a poucos metros de onde despacha o ministro da Justiça.
É, de fato, estranho que o governo não tenha afastado o delegado Tuma Júnior de suas importantes funções há muito tempo, tendo em vista o curso das investigações da Polícia Federal. Em setembro do ano passado, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, aconselhou o delegado Romeu Tuma Júnior a prestar depoimento à Polícia Federal sobre suas ligações com Paulo Li e com episódios envolvendo seu nome nas gravações obtidas pela PF? Depoimento esse que o delegado prestou. Apesar desses veementes indícios, Romeu Tuma Júnior não só continuou secretário nacional de Justiça, como foi nomeado? Pasmem os leitores! ? Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria.
Além de o presidente do órgão nacional de combate à pirataria ser amigo íntimo? A ponto de convidá-lo a ficar no mesmo quarto de hotel, numa viagem ao interior? Do cidadão apontado como chefe da operação de contrabando de telefones celulares falsificados provenientes da China, estão sob sua responsabilidade, como secretário nacional de Justiça, o Departamento de Recuperação de Ativos, cuja função é recuperar valores enviados ilegalmente para fora do País, e o Departamento de Estrangeiros, que dá cumprimento à legislação concernente à imigração. Pois foi nessas áreas que ocorreram os ilícitos investigados pela Polícia Federal.
Em nota oficial, a Polícia Federal relaciona as investigações para apurar aqueles ilícitos e destaca: "A análise do conjunto de indícios existentes contra o secretário nacional de Justiça nas investigações foi concluída pela Corregedoria Regional da Polícia Federal em São Paulo em fevereiro de 2010, com parecer favorável à instauração de inquérito policial." Quer dizer, pelo menos há cerca de três meses o governo federal tinha conhecimento de que Tuma, um alto funcionário, ocupando cargo de confiança, estava envolvido em graves irregularidades? O que tornava um imperativo ético o seu afastamento do cargo. Mas o ministro da Justiça nada fez e o presidente da República não lhe cobrou as providências saneadoras cabíveis.
E, assim, um assunto de altíssimo interesse público, por dizer respeito ao comprometimento da própria função do Estado de fazer cumprir as leis e preservar a ordem pública, foi abafado, em parte pela omissão das autoridades, em parte porque as investigações transcorriam em segredo de Justiça. Esse silêncio, no entanto, foi rompido pela imprensa livre. E a repercussão do escândalo mostrou que o governo podia, sim, ter adotado medidas saneadoras, prontamente. Tanto assim que, com o assunto nos jornais, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu investigação sobre o comportamento do delegado Tuma Júnior e, logo em seguida, o ministro da Justiça anunciou o licenciamento compulsório do funcionário. Ele certamente não voltará às altas funções que ocupa. Já quem o colocou lá, por injunções meramente políticas, sairá sem maiores arranhões desse escandaloso episódio.

SENADO: FICHA LIMPA OU FICHA SUJA?

SENADO: FICHA LIMPA OU FICHA SUJA?
EDITORIAL - O GLOBO - 13/5/2010
O Poder Legislativo tem sido assaltado, com crescente assiduidade, por políticos egressos da criminalidade em suas variadas ramificações. Pessoas com contas a prestar à Justiça postulam cargos eletivos sem qualquer compromisso com a nobreza da missão de representar seus eleitores no Congresso, nas Assembleias ou nas Câmaras Municipais. Fazem-no tão somente com a intenção de, pelo voto, obter um anteparo institucional que os livre da expiação de seus atos. Trata-se de preocupante tendência a profusão de candidatos que se apresentam às eleições não com uma plataforma de trabalho, mas com um prontuário policial que os remete à promiscuidade com o crime organizado, a condenáveis avanços sobre a burra pública ou a uma infinidade de ações de afronta à sociedade. 

É na possibilidade de dotar o Legislativo de um filtro capaz de reter no nascedouro tais postulações que reside a importância do projeto Ficha Limpa. Iniciativa de origem popular que chegou ao Congresso avalizada por 1,3 milhão de assinaturas, se for transformada em lei tornará inelegíveis políticos com condenações na Justiça. Depois de gramar na Câmara em razão de manobras de deputados contrários ao espírito depurador do texto, a proposta foi aprovada na Casa anteontem, e agora será encaminhada à apreciação do Senado. 
Sob risco de ser mandado às calendas, por ter sido considerado radical em excesso por boa parte dos deputados, o texto primordial foi flexibilizado. Mas, ainda assim, preservou-se a essência da proposta: a vedação do registro eleitoral aos políticos com condenação na Justiça. Originalmente, o projeto estabelecia o julgamento na primeira instância como parâmetro para a decisão dos tribunais eleitorais, mas, após uma série de negociações, ficou acertado que o registro só deve ser negado se a sentença tiver sido dada por um colegiado de magistrados. Juntou-se ao texto, também, a possibilidade de o candidato alcançado pela lei recorrer a instâncias superiores para tentar registrar a postulação. 
Agora é a vez de o Senado se manifestar, mostrando se está ou não a favor da moralização política. E é imperioso que o faça o mais rapidamente possível, aprovando o projeto até o próximo dia 5, quando começam as convenções partidárias que homologarão as respectivas listas de candidatos. Feito isso, cai-se em outra discussão sobre a aplicabilidade da lei já na próxima eleição. Esta, no entanto, é uma questão posterior, a ser tratada não mais no âmbito do Legislativo, mas pelo Judiciário. O fundamental é que o Senado, a exemplo da Câmara, sinalize que, se não será vetado na instância que o projeto original estabelecia, o assalto de candidatos fichas-sujas às instituições ao menos encontrará barreiras com as quais serão dotados os tribunais eleitorais. 
O ideal é que as regras valham já nas próximas eleições. Mas uma decisão que se tome agora, ainda que aplicável somente em 2012, já terá sido um avanço no aperfeiçoamento da legislação, com vistas a expurgar da vida pública criminosos e políticos de prontuários que não os recomendam como dignos de obter mandatos eletivos. A Câmara fez a sua parte. Com a palavra, o Senado. 

Especialistas dão a receita para 2016: investimento em ciência e treinadores

Especialistas dão a receita para 2016: investimento em ciência e treinadores
País também terá de escolher rapidamente atletas com potencial para brilhar
Por Danielle Rocha - Rio de Janeiro - 12/05/2010 20h09
O conselho veio daqueles que já viveram a experiência de organizar Jogos Olímpicos e ajudaram na preparação de equipes nacionais. Se o Brasil quiser conquistar um número maior de medalhas nas Olimpíadas do Rio, em 2016, e seguir entre as maiores potências nas edições posteriores, terá de mudar a forma de pensar o esporte. O investimento em técnicos de qualidade, associado ao uso tecnológico e da ciência no aprimoramento dos atletas terá que ser feito. E rapidamente. Essa foi a conclusão de especialistas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá e Austrália, durante as palestras dadas nesta quarta-feira, no Seminário de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
No momento, o maior desafio do planejamento é detectar e mapear os talentos potenciais. Para isso, o COB criou o Laboratório Olímpico, que funcionará no Parque Aquático Maria Lenk e terá Antonio Carlos Gomes como consultor. Mestre em Treinamento Desportivo, o ex-atleta dos 110m com barreiras e do salto em distância se mudou para a antiga União Soviética em 1988. Trabalhou e estudou no Leste Europeu por 11 anos e de lá trouxe preciosas lições.
- Nós vamos muito no talento, na alegria, mas chega uma hora que falta algo para ajudar no resultado. E a ciência pode ajudar. O esporte de alto rendimento é difícil de ser praticado no país. O Brasil tem pagode, praia, muita música. Na Rússia, o camarada entra no ginásio para fazer alguma coisa porque senão ele enlouquece com os nove meses de neve. Quando vêm aqui, ficam loucos ao verem tantos talentos. Nós precisamos sair do empirismo que reina no nosso esporte. Temos que implantar de vez um programa de busca de talentos em Universidades, escolas, etc e tal. Temos uma guerra daqui a cinco anos e meio e não temos tempo - disse.
A ideia é que o Laboratório possa fazer um levantamento dos atletas que terão condições de estar entre os oito primeiros do mundo em 2016. A faixa etária a ser pesquisada será entre 16 e 19 anos. Todos serão testados, medidos, avaliados fisiologicamente, do ponto de vista biomecânico e genético, além de serem comparados com a realidade internacional.
- Precisamos saber qual distância que o atleta em formação está com relação ao de elite. As Confederações não podem perder tempo com aqueles que não chegarão entre os cinco, oito primeiros do mundo. Precisamos diminuir os erros o máximo possível porque o tempo é curto. Um treinador pode chegar a 11 ciclos olímpicos na carreira e terá a chance de formar campeões durante todo este tempo. Mas um atleta, às vezes, pode ter apenas um.
Para o consultor, também há a necessidade de ser revisto o hábito de os atletas no Brasil competirem quase todo fim de semana. Segundo Antonio Carlos,  nos primeiros dois anos de um ciclo olímpico é preciso se dedicar a um tempo maior de treinamento.
- Talvez tenhamos que aperfeiçoar o sistema e criar uma cultura esportiva. Temos a prática de poucos esportes no país. Também não há uma política de esportes unificada. Também vamos depender muito de investimento para realizar este processo.
Na tentativa de dar sua contribuição no projeto, o Ministério do Esporte está fechando um conjunto de medidas que deverão ser anunciadas em breve. Segundo Marco Aurélio Klein, diretor do Departamento de Excelência Esportiva da Secretaria Nacional de Alto Rendimento, uma das mudanças diz respeito ao programa Bolsa-Atleta, que poderá beneficiar atletas que têm patrocínio individual. Na área tecnológica, está sendo estudada a possibilidade de ser fechado um convênio com as Confederações, a exemplo do que foi feito no Canadá para os Jogos de Inverno de Vancouver. 

Marcus Vinícius Freire, do COB, participou do seminário nesta quarta-feira (Foto: COB)

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