quarta-feira, abril 28, 2010

O correspondente Jorge Pontual e a equipe de produção do Milênio em Nova York tiveram imensas dificuldades de contato com Yaoni Sánchez. Depois de várias tentativas, a entrevista foi feita por telefone.

Confira a entrevista com a blogueira cubana Yoani Sánchez
A entrevista foi feita pelo telefone celular. Yoani Sánchez é uma das blogueiras mais famosas do mundo e já recebeu vários prêmios internacionais, porém não pôde viajar para receber nenhum deles. Ela está impedida, pelo governo cubano, de viajar para fora do país. Seu blog é censurado em Cuba e ela mal consegue se comunicar com qualquer pessoa que esteja fora do país. O correspondente Jorge Pontual e a equipe de produção do Milênio em Nova York tiveram imensas dificuldades de contato com Yaoni Sánchez. Depois de várias tentativas, a entrevista foi feita por telefone.

A física quântica deixa muita gente confusa quando afirma que é impossível existir o nada absoluto: o espaço vazio puro.

Físicos brasileiros tiram energia do nada
RAFAEL GARCIA - da Reportagem Local - 28/04/2010 - 09h26 – Folha Online
A física quântica deixa muita gente confusa quando afirma que é impossível existir o nada absoluto: o espaço vazio puro. A constatação de que o vácuo possui uma energia própria, porém, já foi provada experimentalmente, e só não percebemos isso no dia-a-dia porque esse "conteúdo" do nada é muito pequeno. Uma dupla de teóricos brasileiros, porém, acaba de descobrir um modo de fazer com que a energia do vácuo aumente sem controle, num fenômeno de alta violência.
Essa energia não serviria para iluminar cidades ou mover carros, mas pode ajudar a entender alguns dos pontos mais obscuros da física moderna.
A ideia, descrita em um artigo de Daniel Vanzella e William Lima, do Instituto de Física de São Carlos, conquistou espaço na revista "Physical Review Letters", uma das mais disputadas da área. No trabalho, a dupla descreve como sacou a energia "do nada" usando um ingrediente inusitado: a gravidade, força de atração que os físicos consideram fraca.
Desdenhar o poder da gravitação pode parecer piada, mas os físicos sabem que ela perde de longe para outras forças. O exemplo clássico usado para ilustrar isso é o do ímã que ergue uma moeda: o magnetismo do ímã vence a gravidade de toda a Terra. Por isso é que o trabalho brasileiro chamou tanta atenção ao misturar o vácuo quântico com a gravidade.
"São dois conceitos que, se isolados, normalmente não desempenham papel muito dramático nas experiências do dia-a-dia, mas descobrimos que, em alguns contextos, um pode ajudar o outro a ficar dominante", explicou Vanzella à Folha.
O que ele e Lima fizeram foi aplicar as equações da energia do vácuo a um espaço onde a gravidade é fortíssima: uma estrela de nêutrons. É um tipo de astro extremamente compacto. Se uma estrela com duas vezes a massa do Sol fosse prensada até ficar com um centésimo de milésimo do tamanho, meros 25 km de diâmetro, ela seria uma estrela de nêutrons.
O que os físicos de São Carlos fizeram foi mostrar que a gravidade perto de um objeto desses iria interagir com o vácuo de forma tão violenta que campos de energia extremamente fracos seriam amplificados exponencialmente. Uma vez com o resultado nas mãos, porém, os físicos se perguntaram que tipo de energia contida no vácuo poderia sofrer essa explosão.
Desse exercício surgiram muitas perguntas e nenhuma resposta, mas um dos questionamentos levou Vanzella e Lima a um caminho promissor.
Os físicos verificaram que o eletromagnetismo, o tipo de energia cuja forma mais conhecida é a luz, não seria afetado pela gravidade de uma estrela de nêutrons da forma brutal como os físicos previam.
Vanzella imaginou se o efeito que ele previu poderia causar essa expansão de energia eletromagnética de outra forma, agindo não no contexto de uma única estrela de nêutrons, mas no contexto cosmológico.
Energia escura
O maior desafio da cosmologia hoje é entender o que é a chamada "energia escura", força que faz o Universo se expandir aceleradamente. Físicos não sabem dizer por que o Big Bang, a explosão que deu origem ao cosmo, não está desacelerando, o que seria de esperar - já que a gravidade das galáxias as atrai umas às outras. Já se postulou até a existência de tipos de campo de força desconhecidos para tentar explicar a energia escura, sem sucesso.
"Se o efeito que nós verificamos realmente se manifesta no caso eletromagnético em contexto cosmológico, porém, seria uma possível explicação para a energia escura", diz Vanzella. "Mas isso também já é muito especulativo da nossa parte, porque ainda estamos no meio das nossas contas."
O físico diz, porém, estar confiante em que, de um jeito ou de outro, a teoria chegará a algum tipo de previsão que pode ser colocada sob teste em observações astrofísicas num futuro próximo.

Por não ser um tema que mexe com o cotidiano da maioria da população, a política externa de um país dificilmente entra na pauta de debates de candidatos à Presidência

SEJA QUAL FOR A LINHA, É PRECISO TER UMA
EDITORIAL  - JORNAL DO BRASIL  - 28/4/2010
RIO - Por não ser um tema que mexe com o cotidiano da maioria da população, a política externa de um país dificilmente entra na pauta de debates de candidatos à Presidência. O que acaba causando algumas surpresas quando o postulante chega ao poder – e não havia tornado públicas suas ideias sobre a linha de ação com os vizinhos. 
É inegável que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, até bem mais pela solidez das estruturas internas – notadamente a econômica – do que pela ação da diplomacia, levou o Brasil a uma situação de liderança no continente e a ser um dos principais players do tabuleiro das nações. Não foi gratuito o comentário do presidente americano, Barack Obama, de que Lula era “o cara”. 
A solicitação de países emergentes e outros menos desenvolvidos para que o Brasil seja mediador nas mais variadas contingências é outra prova inequívoca do acerto da política do Itamaraty no macro. 
Mas, como se costuma dizer em política, no que um governo acerta, não fez mais do que a obrigação. É importante que se discuta o que não saiu tão bem ou, pelo menos, o que causou mais críticas e polêmicas, no sentido construtivo de que os sucessores escolham um caminho para delas fugir. 
A lição mais importante que o próximo presidente deve ter em mente é evitar as posições contraditórias entre seus próprios integrantes. Menos do que a linha que se siga, é preciso seguir uma. A falta dessa firmeza causou desgastes desnecessários a Lula. 
Como no caso do recente incidente diplomático com a Colômbia. A representação brasileira no Fundo Monetário Internacional afastou a funcionária colombiana Maria Inés Agudelo, que defendia uma política econômica com regime de metas de inflação, de superávit fiscal e flexibilidade cambial – ou seja, fundamentos que o governo brasileiro segue, mas dos quais discorda o comando brasileiro no Fundo. Outro paradoxo é o Brasil defender que ninguém interfira nas políticas de outras nações – como a nuclear do Irã – e ao mesmo tempo ceder a embaixada brasileira em Honduras para a arrastada novela protagonizada por Manuel Zelaya. 
A outra noção importante que permeia as ações diplomáticas é a de que é preciso cautela com as declarações. Mas isso vai muito da personalidade do chefe do Executivo – como é público e notório, o presidente Lula é um exímio orador e sabe (e gosta) como poucos dirigir-se a grandes plateias. E às vezes, até pelo improviso, acaba tropeçando, como ao defender posturas nada democráticas do colega venezuelano, Hugo Chávez – especialmente quanto à liberdade de imprensa, que tanto ajudou Lula no passado – ou comparar um manifestante político em greve de fome, em Cuba, a criminosos comuns. Não são fatos que coloquem em dúvida o que ficará de legado da política externa do atual governo. Ao contrário, seguramente a história será bastante generosa com Lula no reconhecimento do salto que o país deu no quesito respeitabilidade no exterior. 
Os equívocos cometidos servem muito mais para que o próximo presidente aproveite com sabedoria a trilha pavimentada pelo antecessor e se desvie das pequenas pedras.

Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros do assistencialismo, e as empresas, desassistidas.

PERDA DE OPORTUNIDADES NO TRABALHO
EDITORIAL O GLOBO -28/4/2010
As empresas vinculadas ao setor de petróleo no Brasil treinaram e formaram mais de 80 mil profissionais desde 2007, em um programa de qualificação que abrange do nível básico a cursos de pós-graduação. Mesmo assim, não conseguiram atender a toda a demanda de pessoal qualificado identificada pelo setor. A exemplo do petróleo, vários outros ramos de atividade industrial, da construção ou de serviços têm se envolvido diretamente na formação e treinamento de profissionais que não estão disponíveis no mercado.
Nem por isso os índices de desemprego se tornaram irrelevantes no país. Há muitas pessoas que permanecem sem ocupação por serem inabilitadas às vagas e aos cargos que o mercado oferece. São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento — e a qualidade da educação continuar baixa. Afinal, a dificuldade acelerada de se formar e qualificar profissionais na velocidade que o mercado hoje demanda se deve, em grande parte, a deficiências do sistema de ensino brasileiro.
Um enorme contingente de jovens deixa as escolas ainda com falta de capacidade de aprender. O ensino técnico profissionalizante, com honrosas exceções, passou anos sem sintonia com o mundo real. A escassez de profissionais qualificados vem forçando uma transformação nesse sistema de ensino, e algumas iniciativas inovadoras começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução dessa experiência pelo país inteiro. No caso do Estado do Rio, merecem atenção os chamados Centros de Vocação Tecnológica, mais voltados para jovens da região metropolitana. Esses centros se diferem do ensino técnico convencional porque ministram cursos de curta duração (de dois meses a um ano, essencialmente) e buscam atender a demandas específicas de grupos de empresas localizadas em suas proximidades. Os planos das autoridades responsáveis por esses centros são de ampliar o número de vagas para 54 mil alunos ainda este ano. O ensino técnico profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.
Mas, simultaneamente a essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que possibilitem um substancial salto de qualidade. Educadores já contam com ferramentas pedagógicas e tecnológicas que facilitam essa aceleração.
O ensino à distância, mais acessível graças às telecomunicações e aos recursos da informática, pode romper barreiras que antes impediam a universalização de um sistema educacional de boa qualidade.
O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar de fatias cada vez maiores da população brasileira.
Ao lado dos indicadores macroeconômicos, precisamos acompanhar os referentes ao sistema de ensino em geral, e, especificamente, os relativos ao ensino profissionalizante.
Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros do assistencialismo, e as empresas, desassistidas.

Skoob

BBC Brasil Atualidades

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