quinta-feira, junho 03, 2010

Do livro de John Stott, Christ the Controversialist (Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1970).

Sobre o que os cristãos devem fazer quando discordam entre si: 

"A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las" (p. 22

Sobre o porquê devemos falar a verdade em amor, não sendo desleais no amor ou sem amor na verdade: 
"Parece que, em nossa geração, nos movemos para longe daquele veemente zelo pela verdade que Cristo e seus apóstolos exibiam. Mas se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio". (p. 19) 

O Direito NÃO pode ignorar a realidade dos fatos, tem o dever de encontrar as soluções. Não cabe aqui discutir filosofia ou doutrina religiosa!

União homoafetiva, questão de sorte
Sylvia Maria Mendonça do Amaral, Jornal do Brasil
RIO - Há tempos o Poder Judiciário vem sendo “provocado” a enfrentar questões relacionadas aos direitos dos homossexuais. O tema que ainda é questão de discussão é a viabilidade do reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Mas as demandas hoje são muito mais complexas, envolvendo direitos decorrentes de relacionamentos homoafetivos solidificados independentemente do que pensam nossos julgadores.
Já são levados aos tribunais brasileiros temas relacionados aos direitos sucessórios, à partilha de bens na separação do casal, inseminação artificial, registro de filhos em certidão de nascimento, adoção e outros tantos de extrema complexidade e delicadeza, pois, queiram ou não os magistrados, trata-se de família e não de sociedade, como insistem em classificar.
O descompasso entre os julgadores de todas as instâncias é tão gritante que o segmento LGBT é forçado a acreditar que ver sua relação familiar reconhecida é apenas uma questão de sorte.
Quase que simultaneamente, em fevereiro deste ano foram divulgadas decisões que demonstram claramente não só as divergências como também o impasse em relação a questionamentos já ultrapassados em nossa sociedade diante dos reclamos que vemos nos dias de hoje.
Um juiz de Porto Velho, capital de Rondônia, reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, o que era imprescindível para que um dos companheiros pudesse administrar as finanças do outro, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A fundamentação utilizada foi a de que, embora nossa legislação fale em dualidade de sexos para configuração de união estável, a Constituição federal reza que nosso país é uma nação que tem como um de seus objetivos o bem-estar de todos os cidadãos, sem qualquer discriminação.
Baseando-se na argumentação da exigência legal de um homem e uma mulher para caracterização da união estável, os julgadores da 7ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negaram pedido de um homossexual para reconhecimento de união homoafetiva.
No caso do tribunal paulista, após 26 anos de vida comum, um dos parceiros faleceu. O acolhimento do pedido de reconhecimento era fundamental, já que o sobrevivente objetivava ser tido como herdeiro do falecido para, assim, receber os bens aos quais tinha direito, já que durante todo o relacionamento ambos trabalharam para formação de seu patrimônio. Por enquanto, vence a família do falecido, que pode terminar por alcançar bens que pertencem ao ex-companheiro de seu parente.
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por sua vez, reconheceu recentemente a união entre pessoas do mesmo sexo, de modo que um deles pudesse acessar os benefícios do plano de previdência privada de seu companheiro falecido, após 15 anos de convívio.
Ou seja, vale concluir que aos homossexuais que buscam seus direitos resta contar com a sorte. Deparar-se com ela ou com a ausência dela. O Poder Judiciário, mais uma vez, está fazendo o papel de legislar.
Sylvia Maria Mendonça do Amaral é advogada especialista em direito homoafetivo, família e sucessões do escritório Mendonça do Amaral Advocacia, autora do livro 'Manual prático dos direitos de homossexuais e transexuais' e editora do site Amor Legal. E-mail: sylvia@smma.adv.br
01:44 - 08/03/2010

COMENTÁRIO: As nossas convicções religiosas não podem ultrapassar as questões sobre o Direito. O Direito Romano não deixava vácuo na legislação sobre os fatos já estabelecidos na sociedade e constatados pelos pretores. Não vamos ser hipócritas e pretender tampar o sol com uma peneira. Há muita injustiça em casos reais de pessoas que construíram um patrimônio juntas e após a morte de uma delas, a família do que faleceu aparece e simplesmente confisca todos os bens e deixa a outra parte ao relento!

Metrô na Suécia

NA SUÉCIA, O PAÍS EM 2º LUGAR EM QUALIDADE DE VIDA DO MUNDO E QUE PENSAM



MUITO BEM EM CADA COROA SUECA QUE GASTAM, MOSTRAM-NOS COMO FAZER ACABAMENTOS. 


APESAR DE PODEREM, ELES NÃO FAZEM VIDA DE "RICOS",

O DINHEIRO QUE SE POUPA NOS ACABAMENTOS... VEJAM O RESULTADO!


Preconceito e discriminação


Pablo Neruda - La canción desesperada


La canción desesperada

Emerge tu recuerdo de la noche em que estoy.
El rio anuda ao mar su lamento obstinado.


Abandonado como los muelles en el alba.
Es la hora de partir, oh abandonado!


Sobre my corazón llueven frias corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cueva de náufragos!


En ti se acumularon las guerras e los vuelos.
De ti alzaron las alas los pájaros del canto.


Todo te lo tragaste, como la lejanía.
Como el mar, como el tiempo. Todo em ti fue naufragio!


Era la alegre hora del asalto y el beso.
La hora del estupor que ardía como un faro.


Ansiedad de piloto, furia de buzo ciego,
turbia embriaguez de amor, todo en ti fue naufragio!


Hice retroceder la la muralla de sombra,
anduve más allá del deseo y del acto.


Oh carne, carne mia, mujer que amé y perdí,
a ti en esta hora húmeda, evoco y hago canto.


Como un vaso albergaste la infinita ternura,
y el infinito olvido te trizó como a un vaso.


Era la negra, negra soledad de las islas,
y allí, mujer de amor, me acogieron tus brazos.


Era la sed y el hambre, y tú fuiste la fruta.
Era el duelo y las ruinas, y tu fuiste el milagro.


Ah mujer, no sé como pudiste contenerme
en la tierra de tu alma, y en la cruz de tus brazos!


Mi deseo de ti fue el más terrible y corto,
el más revuelto y ebrio, el más tirante y ávido.


Cementerio de besos, aún hay fuego en tus tumbas,
aún los racimos arden picoteados de de pájaros.


Oh la boca mordida, oh los besados miembros,
oh los hambrientos dientes, los cuerpos trenzados.


Oh la cópula loca de esperança y esfuerzo
en que nos anudamos y nos desesperamos.


Y la ternura , leve como el agua y la harina
y la palabra apenas comenzada en los labios.


Ése fue mi destino y en él viajó mi anhelo,
y en él cayó mi anhelo, todo en ti fue naufragio!


De tumbo en tumbo aún llameaste y cantaste
de pie como um marino en la proa de un barco.


Aún floreciste en cantos, aún rompiste en corrientes.

Oh sentina de escombros, pozo abierto y amargo.


Pálido buzo ciego, desventurado hondero,
descubridor perdido, todo en ti fué naufragio!


Es la hora de partir, la dura y fría hora
que la noche sujeta a todo horario.


El cinturón ruidoso del mar ciñe la costa.
Surgen frías estrellas, emigran negros pájaros.


Abandonado como los muelles en el alba.
Sólo la sombra trémula se retuerce em mis manos.


Ah más allá de todo. Ah más allá de todo.
Es la hora de partir. Oh abandonado!

Pablo Neruda
(1904-1973)

Amazing Optical Illusions animados!

De Entebbe a Gaza – Israel perde a guerra da opinião pública

De Entebbe a Gaza – Israel perde a guerra da opinião pública

por Gustavo Chacra - 03.junho.2010 09:22:23 - Blogs do Estadão
“Abbas Eban, o ex-estadista israelense, teria dito em 1973 que ‘os árabes não perdem uma oportunidade de perder uma oportunidade’. Mas, como disse um rabino no meu Facebook, atualmente ‘é Israel que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade’” Nicholas Kristof, colunista do New York Times
Israel sofreu duros golpes na disputa pela opinião pública internacional nos últimos meses. Apenas neste ano, foram cinco episódios em que a imagem israelense saiu afetada, provocando discussões nos jornais de Tel Aviv, Jerusalém e mesmo Nova York sobre quais as falhas da “hasbara” (palavra em hebraico para designar relações públicas diplomáticas).
Houve o assassinato de um membro do Hamas em Dubai, a inclusão de uma forma negativa do nome de Israel na ratificação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, a irritação do governo americano com o anúncio de novas casas em assentamentos durante a visita do vice-presidente Joe Biden a Jerusalém, a publicação de um livro mostrando as ligações de Israel com o regime de Apartheid na África do Sul e, para completar, o episódio envolvendo a frota de Gaza.
Em quase todos estes casos, na avaliação da imprensa israelense, Israel saiu com uma imagem negativa. A Suécia já entrou com um pedido, segundo o Haaretz, para cancelar uma partida contra os israelenses na categoria sub-21 marcada para esta semana. Pesquisa do Comitê Judaico Americano, divulgada em reportagem de capa da revista New York Review of Books, indica que apenas 16% dos judeus não-ortodoxos dos EUA com menos de 40 anos se sentem muito próximos de Israel.
“Esta nova geração, de 20, 30 anos não se identifica mais com determinadas políticas israelenses e não enxergam mais Israel como um ator moral”, disse a mim o editor da prestigiada revista Foreign Affairs, Sasha Polakov-Suransky, que acabou de publicar nos EUA um livro sobre as relações de Israel com África do Sul do Apartheid.
No passado, operações como a perseguição aos terroristas do massacre em Munique eram vistas com admiração. O resgate de um avião seqüestrado em Entebbe, em 1976, sob o comando do irmão do atual premiê, Benjamin Netanyahu, que acabou morto, recebeu elogios ao redor do mundo.
Agora, os adversários de Israel são rápidos em mostrar o seu lado. No caso da frota, os participantes estavam munidos de câmeras e usaram sites como o Youtube, Twitter e o Facebook para divulgá-las quase imediatamente. Já os filmes do Exército de Israel, mostrando ataques aos seus soldados, demoraram horas para chegar aos jornais e TVs, quando a maioria das pessoas tinha visto as cenas enviadas pelos grupos integrantes da frota.
Em entrevista ao Jerusalem Post, Malcolm Hoenlein, diretor-executivo da Conferência dos Presidentes das Maiores Organizações Judaicas Americanas, afirmou que “há muita irritação com a hasbara e com a forma como ela foi conduzida. Por que demorou tanto para divulgarem os filmes (dos soldados sendo atacados)? Parece até que eles não estavam preparados”.
O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de “O Estado de S. Paulo” em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

Obama diz que bloqueio a Gaza barra 'oportunidades econômicas'

Obama diz que bloqueio a Gaza barra 'oportunidades econômicas'

Presidente definiu ataque a missão humanitária como 'trágica'.
Entrevista concedida a Larry King vai ao ar nesta quinta-feira.

Do G1, com informações de agências
"O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama disse nesta quinta-feira (3) que Israel tem preocupações legítimas de segurança em Gaza, mas o bloqueio de Israel está impedindo as pessoas de conseguirem oportunidades econômicas". Obama participou nesta quinta da gravação do programa Larry King, que vai ao ar na noite desta quinta pela rede norte-americana de TV CNN.
A Faixa de Gaza vive sob bloqueio imposto por Israel desde que o grupo extremista islâmico Hamas assumiu o controle da região, em junho de 2007. De acordo com o site de notícias CNN, Obama definiu como "uma situação trágica" o ataque contra uma missão de ajuda hunanitária ocorrido esta semana. Na segunda-feira, Obama pediu a Israel uma solução urgente sobre o ataque.
Durante a gravação, Obama criticou ainda  a lei de imigração do Arizona, alertando que, entre outras coisas, poderia levar a “50 leis diferentes em 50 estados diferentes”.
A nova lei, com data prevista para entrar em vigor no fim de julho, torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais e dá à polícia o poder de exigir documentos de pessoas suspeitas. Caso a polícia comprove a situação ilegal destas pessoas, elas podem ser presas e deportadas.
Vazamento de óleo O presidente disse ainda que ainda apoia a exploração de petróleo em alto mar “se ela puder ser feita de maneira segura”. Ele disse que a situação no Golfo do México é um “vazamento de óleo sem precedentes”. Mas, segundo ele,  “poderia ter sido ainda pior” se o governo federal não tivesse agido rapidamente. Obama disse que está “furioso com essa situação toda” no Golfo do México porque “alguém não pensou nas conseqüências de suas ações”. Obama disse que a reação da BB não foi rápida o suficiente.

Aumento de queimadas na Amazônia é preocupante

Aumento de queimadas na Amazônia é preocupante

Estudo anglo-brasileiro mostra que embora o desmatamento tenha caído, as consequências dos incêndios ainda são pouco estudadas
EFE | 03/06/2010 16:44
Tronco de árvore queimado em floresta no Mato Grosso: incêndios florestais estão aumentando


A taxa de desmatamento na Amazônia diminuiu, mas o aumento dos incêndios florestais poderia anular os benefícios dessa queda, segundo um artigo publicado hoje pela revista Science.
O estudo foi realizado pelos pesquisadores Luiz E.O.C. Aragão, da Universidade de Exeter no Reino Unido, e Yosio E. Shimabukuro, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São Paulo, que usaram imagens de satélites para observar a Floresta Amazônica de 1998 a 2007.
"A redução das emissões procedentes do desmatamento e a degradação podem limitar as emissões de carbono, mas pouco se sabe sobre as consequências dos incêndios", afirma o artigo. "A análise de dados recolhidos por satélites sobre o desmatamento e os incêndios na Amazônia indicam que a ocorrência de queimadas cresceu 59% na região que teve menores taxas de desmatamento", acrescentaram os pesquisadores.  A redução das emissões procedentes do desmatamento e a degradação podem limitar as emissões de carbono, explicaram os cientistas, mas a eficácia do mecanismo "depende da estabilização do desmatamento e da degradação na maior floresta tropical do mundo".  Até 2004, a perda anual de áreas florestais chegava a mais de 27 mil quilômetros quadrados, mas desde então o ritmo de desmatamento foi diminuindo e em 2009 se calculava uma perda de pouco mais de 7,4 mil quilômetros quadrados.
Os pesquisadores observaram que a perda de arborização resulta na emissão à atmosfera de 24% de todas as emissões mundiais de carbono procedentes da mudança na cobertura florestal da terra.  Os esforços para reduzir o desmatamento e a degradação dos solos, que incluem incentivos financeiros, poderiam falhar em suas metas, a menos que os habitantes da Amazônia adotem uma política organizada para lidar com os incêndios, defendem Aragão e Shimabukuro.  Os pesquisadores sugerem que a adoção de técnicas modernas de agricultura, ao invés vez das tradicionais queima e poda, poderia diminuir o número de incêndios e consequentemente as emissões de dióxido de carbono em nível mundial.

The Marmalade - Reflections Of My Life

Plano de saúde condenado em danos morais por negar cobertura

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - 02/06/2010 - 08h46 - DECISÃO
Plano de saúde condenado em danos morais por negar cobertura
O plano de saúde que se nega a cobrir o tratamento do segurado pode ter que indenizá-lo por danos morais, em razão do sofrimento psicológico acrescentado à doença. Em decisão unânime, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou a Unimed Porto Alegre a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais a uma segurada que havia sido submetida a cirurgia de urgência para retirada de vesícula biliar. Três dias após a operação, o plano de saúde negou-se a cobrir as despesas. 
A Justiça do Rio Grande do Sul condenou a Unimed a pagar pelas despesas médico-hospitalares, por entender que, em situações de urgência ou emergência, a carência é de apenas 24 horas, independentemente de prazos maiores previstos no contrato. Esta garantia é dada pela Lei n. 9.656, de 1998. Porém, tanto na primeira instância quanto no Tribunal de Justiça, a segurada teve negado seu pedido de indenização por danos morais, os quais só vieram a ser reconhecidos quando o caso chegou ao STJ. 
“A jurisprudência deste Tribunal vem reconhecendo que a recusa indevida à cobertura médica é causa de danos morais, pois agrava o contexto de aflição psicológica e de angústia sofrido pelo segurado”, diz a ministra Nancy Andrighi, relatora do processo na corte superior. Pesou contra a Unimed a circunstância de que a negativa de cobertura, além de ilegal, aconteceu após a realização da cirurgia, quando a paciente estava em recuperação e de repente se viu envolvida pelas preocupações com a conta do hospital. 
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Ser evangélico

Ser evangélico

Philip Yancey

Nós não precisamos abandonar nosso nome – apenas viver de acordo com ele.

Nos dias de hoje, o crescimento do evangelho transformou-se em um fenômeno global. Enquanto que as igrejas mais tradicionais mudam lentamente, os chamados evangélicos tendem a dar passos mais leves, adaptando-se rapidamente às tendências culturais.
O Jesus Movement (movimento de Jesus), o movimento das igrejas nas casas, as igrejas emergentes, e tantos outras propostas diferenciadas de se fazer uma igreja nesses tempos pós-modernos crescem na América Latina, na África, no Oriente Médio – e também na América Anglossaxônica e na Europa. Parece que os cristãos estão aprendendo novas formas de ser e de fazer igreja. A ideia parece ser a mais pragmática possível: se uma técnica não funciona, então encontremos uma que funcione. Nesta onda, as bandas de louvor substituíram os órgãos e corais, as apresentações em PowerPoint e clipes de filmes animam os sermões e lanchonetes que servem café ajudam a manter os fiéis ligados.
A inovação sempre deve ser admirada, mas é preciso lembrar que imitar tendências culturais tem seu lado negativo. Em uma recente conferência para obreiros de jovens da qual participei, o louvor era um DJ tocando música techno no volume de turbina de avião, enquanto um público suado pulava e gritava correndo o risco de soar antiquado, não pude deixar de questionar a profundidade da adoração. Os seminários agora recomendam preparar sermões de 15 minutos em função do menor nível de atenção. As editoras querem livros mais finos com palavras e conceitos mais simples. Será que logo vamos ter um evangelho do Twitter com 140 caracteres?
Talvez devêssemos apresentar uma alternativa à cultura dominante ao invés de simplesmente adotá-la. Como seria a igreja que criasse um espaço para tranqüilidade e que contrariasse a tendência ao estrelismo e se desconectasse da mídia que nos cerca e que criasse uma resistência ativa contra uma cultura consumista?
Como seria a nossa adoração se fosse direcionada mais para Deus e menos para satisfazer as nossas preferências de entretenimento?
Nós temos muito a aprender com outras tradições cristãs. Apesar de todo o seu destaque atual, os evangélicos compõem uma fatia pequena do mundo. Um pouco menos de um terço do mundo se identifica como Cristão.
Destes, quase dois terços são Católicos ou Ortodoxos. Dos Cristãos restantes que compõem apenas 10 por cento da população mundial, eles resistiriam ao rótulo de evangélico.
Quando escrevi um livro sobre oração aprendi mais com os católicos do que com qualquer outro grupo. Afinal de contas eles tem dedicado ordens monásticas inteiras a praticarem a oração. Dos Ortodoxos eu aprendo sobre mistério e reverência. Na música, na adoração, na teologia eles me ensinam sobre o mysterium tremendum que acontece quando nós, meros humanos, nos aproximamos do Deus do universo.
Quando avalio o evangelicalismo, principalmente o norteamericano, eu vejo muita coisa boa, mas também vejo que há muito espaço para melhorias. A nossa história inclui a desunião – de quantas denominações diferentes são os leitores desta revista? – e um passado que inclui lapsos de ética e julgamento. Nós trouxemos energia à fé, mas também divisão. Nós celebramos a transformação do indivíduo, mas muitas vezes ficamos aquém do nosso alvo maior de transformar a sociedade.
Fico entristecido quando ouço a caricatura que a mídia faz dos evangélicos como sendo direitistas fanáticos. A palavra de Deus significa “Boas Novas” e eu tenho visto esta mensagem sendo transmitida de forma criativa e prática em mais de 50 países. Mas, eu posso ver aonde a mídia consegue encontrar os seus estereótipos. Eu tenho um arquivo com e-mails abrasadores que foram espalhados durante a eleição presidencial americana de 2008 e agora uma coleção mais recente alimentando temores sobre a reforma do sistema de saúde. Estes e-mails se somam a uma pasta maior sobre questões homossexuais. Nem sempre os Evangélicos encontraram uma maneira de combinar atos de amor com um espírito amoroso.
Em uma tendência encorajadora a divisão do Evangelho fundamentalista-social que marcou a igreja há um século, desde há muito tempo está desaparecido. Agora as organizações evangélicas lideram os esforços em ajuda humanitária e desenvolvimento, microcrédito, ministérios com HIV/AIDS e alcançando os profissionais do sexo. Eu visitei ministérios que estavam prosperando no meio de lixões na periferia de cidades como Manila, Cairo e Guatemala City. Os Evangélicos realmente levaram a sério o chamado de Jesus para cuidar dos “menores destes” (dos menos favorecidos)
Recentemente eu ouvi o seguinte relato de um amigo que visitou um bairro carente na cidade de São Paulo, Brasil. Ele estava ficando muito preocupado, pois notou que os traficantes estavam guardando a comunidade com armas de fogo automáticas. Eles lhe estavam encarando, pois era um gringo que estava invadindo o seu território. “Aí então o chefão daquela vizinhança reparou na minha camiseta que tinha a logomarca de uma igreja pentecostal local. Ele abriu um sorriso bem grande: “Ó, evangélicos!” ele gritou e veio nos abraçar. Por vários anos aquela igreja havia cuidado das crianças daquela comunidade e agora éramos recebidos com alegria.”
Alguns dos meus amigos acreditam que devemos abandonar a palavra evangélico. Eu não. Simplesmente anseio para que possamos honrar o significado do nosso nome.

Skoob

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