quinta-feira, setembro 23, 2010

Brasil e emergentes querem que ONU condene sanções unilaterais ao Irã

Brasil e emergentes querem que ONU condene sanções unilaterais ao Irã
Jogo diplomático. Chanceler brasileiro afirma que ideia de proteger Teerã partiu da Rússia, que tem boa relação com os iranianos; até o momento, apenas EUA e União Europeia aprovaram punições mais duras do que as ações autorizadas pelas Nações Unidas
Gustavo Chacra CORRESPONDENTE / NOVA YORK, Denise Chrispim Marin ENVIADA ESPECIAL / NOVA YORK – O Globo
 O chanceler brasileiro Celso Amorim disse ontem, em Nova York, que o Brasil apoia uma iniciativa de Rússia, Índia e China para extrair das Nações Unidas uma condenação a qualquer sanção unilateral ao Irã. Amorim salientou, entretanto, que a ideia de proteger os iranianos de medidas que não sejam as aprovadas pela ONU - prática dos EUA e da Europa - não partiu do Brasil.
A agência de notícias Reuters publicou na terça-feira à noite uma entrevista com Amorim, na qual o chanceler afirmou que os Brics - Brasil, Rússia, Índia e China -, em reunião naquela manhã, haviam decidido propor à Assembleia-Geral da ONU um projeto de resolução proibindo sanções unilaterais contra países cujos casos estão sendo discutidos no Conselho de Segurança.
A proposta teria o objetivo de deslegitimar as penalidades aplicadas individualmente por EUA e Europa contra o Irã no futuro. Amorim creditou o plano de condenação à Rússia, com quem os iranianos têm estreitas relações comerciais. "Começamos a ter alguma coordenação sobre resoluções da Assembleia-Geral. Em alguns casos, estamos até mesmo contra sanções multilaterais", afirmou Amorim à Reuters.
Ontem, o discurso do chanceler ganhou tons mais suaves. "Esta resolução vai levar um mês ou dois meses sendo discutida. Os termos exatos eu não posso dizer. As sanções unilaterais, em geral, e no Conselho não nos agradam. Mas não estamos tomando nenhuma iniciativa."
Depois de dizer que as relações com os EUA não ficariam comprometidas pelo apoio a uma iniciativa contrária aos interesses americanos, Amorim disse a questão não poderia ferir a soberania americana. "Eles (os que aplicam as punições) é que estão ferindo a soberania dos outros. Se nós queremos vender frango ao Irã, que é uma coisa absolutamente normal e serve para a alimentação das pessoas, encontramos dificuldades por causa das transações bancárias. Isso é uma coisa que não é correta", afirmou. Questionado sobre o veto das potências à participação do Brasil e da Turquia nas negociações com o Irã, o chanceler Celso Amorim retrucou: "Nós nunca pedimos para mediar nada."
A nova iniciativa foi captada como uma nova investida do Brasil e seus aliados no Bric contra medidas adicionais que a Casa Branca venha a adotar contra interesses iranianos. Rússia e China, embora tenham dado seu aval no Conselho de Segurança às sanções adotadas contra o Irã, em junho, resistiram o quanto puderam à pressão americana.
Moscou, particularmente, teme que novas medidas unilaterais dos EUA venham a prejudicar negócios em andamento com Teerã. Por causa das ameaças de retaliações, a Rússia foi obrigada a recuar em seu contrato de venda de mísseis ao Irã (mais informações nesta página).
Um julho, o presidente americano, Barack Obama, assinou uma lei que impôs sanções ao setor energético iraniano. Antes mesmo disso, as companhias americanas já estavam proibidas de negociar ou investir no Irã. A legislação dos EUA também obriga os bancos estrangeiros a decidir se preferem investir nos EUA ou no Irã. As sanções americanas contra o regime iraniano tiveram início em 1979, depois da invasão da Embaixada Americana em Teerã. Na época, Washington proibiu a venda de insumos para a indústria aeronáutica iraniana.

PARA ENTENDER
As resoluções aprovadas pela Assembleia-Geral da ONU têm apenas caráter de recomendação. Conforme afirmou o próprio chanceler brasileiro, Celso Amorim, elas não possuem o mesmo peso das decisões tomadas pelo Conselho de Segurança. Dessa forma, a iniciativa de Brasil, Índia, Rússia e China não precisaria ser adotada por nenhum dos países-membros das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, esse seria um sinal de que brasileiros e russos, principalmente, estariam insatisfeitos com as medidas unilaterais aprovadas pelo Congresso dos Estados Unidos e pela União Europeia, que afetam diretamente os negócios de empresas de seus países.

Pelicano, para Bom Dia (SP)


Russos negociam com o Brasil para investir no pré-sal

Russos negociam com o Brasil para investir no pré-sal
Representantes da ANP e da Petrobrás conversaram com empresas do setor de energia da Rússia que querem se estabelecer no País
Jamil Chade / MOSCOU - O Estado de S.Paulo
 Os russos vão desembarcar no Brasil. Empresas do setor de gás natural e de tecnologia de extração vão abrir escritórios no Rio de Janeiro e propõem investimentos no pré-sal para permitir que se explore não apenas o petróleo, mas também para capturar e comercializar o gás que sairá das reservas.
Há uma semana, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Petrobrás mantiveram conversas preliminares em Moscou com algumas das gigantes do setor, entre elas a Gazprom - a maior empresa de gás natural do mundo.
A decisão foi a de iniciar rodadas de negociações ainda neste ano, no Brasil, para tentar identificar de que forma o investimento russo poderia ser incorporado aos projetos do pré-sal. "Eles (russos) se mostraram muito interessados em fazer o processo caminhar rápido", afirmou Carlos Paranhos, embaixador do Brasil na Rússia.
No segundo trimestre do ano, a estatal Gazprom obteve lucros três vezes maiores que os obtidos no início de 2009, com um total líquido de US$ 10,6 bilhões. Depois de ser afetada pela crise em 2008 e pela queda do consumo de gás na Europa com a recessão, a empresa volta agora a lucrar e pensar em novos investimentos. Nesse processo, o Brasil aparece como uma das prioridades, além do mercado asiático, que continua em plena expansão. Por enquanto, os valores dos investimentos não estão sendo divulgados.
Estratégia. Mas, segundo Paranhos, a Gazprom será a primeira a ter um escritório no País, já com vistas a uma presença permanente no pré-sal a partir deste ano. Empresas como a Zarubezhneft e a Power Machines também estão entre as que participam das negociações.
O próprio Kremlin considera a aproximação como parte de uma estratégia política na América do Sul.
"O governo russo está preparado para fornecer uma ampla variedade de serviços no setor de energia para garantir a expansão da cooperação entre Brasil e Rússia", afirmou Stanislav Dorzhunkevich, um dos principais representantes do Ministério de Energia da Rússia.
Esta não é a primeira vez que os russos ensaiam um desembarque no Brasil para investir no setor de energia. Há cinco anos, a Gazprom deixou claro que gostaria de participar das obras de dutos entre Venezuela e Brasil.
Segundo o jornal Moscow Times, de língua inglesa, empresas estrangeiras ainda têm um acesso limitado ao setor de energia no Brasil e afirma que o segmento anda é caracterizado por um "alto nível de controle estatal". Para o jornal, o fato de a candidata a presidente Dilma Rousseff ter sido ministra de Energia mostra a importância do setor na estrutura de poder no Brasil.
A aproximação entre empresas russas e brasileiras teria um sentido muito mais estratégico que benefícios tecnológicos reais para o Brasil. "A Rússia empresta sua reputação, enquanto a iniciativa permite que o Brasil mostre que está se abrindo, sempre em seu termos e condições", afirmou Andrew Neff, analista da IHS Energy, entidade com sede em Washington.
Outra prioridade da Rússia é o de direcionar mais seu abastecimento de gás para a China, reduzindo o fluxo para a estagnada Europa. Ontem, Pequim e Moscou fecharam um acordo para garantir o fornecimento de energia pela Gazprom no mercado chinês.
O primeiro fornecimento ocorrerá em 2015, mas ainda não está estabelecido o preço. A previsão é de que 70 bilhões de metros cúbicos de gás natural seriam enviados da Gazprom para a China por ano.

Alecrim


Receita de pobreza

Receita de pobreza
Leandro Narloch - 23 / 9 / 2010
É difícil imaginar uma receita de criação de pobreza mais eficiente que a proposta pelos partidos nanicos da esquerda.
De todas as contradições dessa eleição, a mais interessante é a que envolve os partidos radicais da esquerda (PSOL, PSTU, PCO) e suas propostas para acabar com a miséria e a desigualdade. Nos debates, no horário eleitoral, nas entrevistas, os candidatos desses partidos falam sobre os baixos salários, mostram cenas de crianças miseráveis, desfilam como os grandes defensores da igualdade, os maiores inimigos dos ricos. Mas prometem justamente as medidas que, em todos os países em que foram implantadas, resultaram em mais miséria, mais pobreza, mais burocratas com um poder desigual diante dos outros cidadãos.
O PSOL, de Plínio de Arruda Sampaio sugere reestatizar empresas privatizadas e “refundar a estratégia do socialismo”. O PCO diz que vai suspender o pagamento da dívida pública. E os candidatos do PSTU afirmam que o único meio de acabar com a fome é romper com o imperialismo mundial e o FMI. É difícil imaginar uma receita de criação de pobreza mais eficiente que a proposta por esses partidos.
A economia fechada e o aumento do Estado fizeram a Argentina, que já foi o único país do Primeiro Mundo na América do Sul, patinar por todo o século 20. Depois do famoso calote de 2002, mais de 2 milhões de argentinos se tornaram pobres num único mês. Na Venezuela, o “socialismo do século 21” aumentou o número de bebês subnutridos (de 8,4% para 9,1% entre 1999 e 2006), as casas sem acesso a água, a pobreza e o índice de Gini, que mede a desigualdade econômica. A economia deve diminuir entre 3% e 6% em 2010 – enquanto os vizinhos comemoram os tempos de prosperidade.
Mais que multiplicar a pobreza, esse modelo cria uma desigualdade institucional que lembra os tempos de nobreza e feudalismo. Como descreveu Otto Graf Lambsdorff, ex-Ministro da Economia da Alemanha da década de 1980, o Estado pesado demais cria “uma classe parasita de burocratas socialistas e de políticos que obtém benefícios por meio de excesso de regulamentação e da corrupção ou por meio da administração de vastos impérios de indústrias e de bancos nacionalizados”.
Se os candidatos da esquerda radical estão realmente comprometidos com a redução da pobreza, devem seguir os países que conseguiram tratar esse mal. São em geral nações que percorreram um caminho parecido. Diminuíram os impostos, as barreiras comerciais e o controle do governo nos transportes e nas comunicações. E seguiram a regra ridiculamente básica sugerida pelo FMI: não gastar mais do que se arrecada.
Com poucas diferenças, foi isso que fez a Irlanda, a Coreia do Sul, Singapura e outros campeões de redução da miséria. Costa Rica e outros países da América Central, depois de estabelecer acordos de livre comércio com os Estados Unidos, estão transformando pobres em classe média. O exemplo melhor e mais próximo é o do Chile. Enquanto privatizava mais de 400 estatais, derrubava encargos trabalhistas (eles somam hoje só 4% do total do salário, dez vezes menos que no Brasil) e assinava acordos comerciais para se tornar uma dez economias mais abertas do mundo, o Chile via suas favelas virarem bairros. Em 20 anos, a taxa de pobreza caiu quase três vezes – é hoje de 13%, menos que a metade da média latino-americana.
A luta contra a pobreza encampada pelos partidos radicais esbarra num equívoco fundamental. Diante de uma multidão de miseráveis e de poucos enriquecidos, o rebelde da esquerda liga os dois pontos e explica a pobreza pela luta de classes: os pobres existiriam por causa dos ricos. Não é fácil entender que a pobreza existe por falta de ricos, de pessoas com dinheiro que disputem o serviço dos mais pobres. Mais difícil ainda é admitir que o melhor jeito de diminuir a pobreza é facilitando a vida dos geradores de riqueza. Quem é “contra burguês” também é contra os pobres – e contra o próprio país.
Será que os nanicos da esquerda não conhecem esses princípios básicos de economia? Provavelmente sabem, sim. Acontece que o objetivo deles não é acabar de verdade com a pobreza. E sim desfilar como radicais – o que acaba dando apoio a partidos mais moderados donos dos mesmos equívocos.

Vacas, Países Baixos

Fotografia por Ringen van Jorinde

Há uma crise de masculinidade na Igreja?

Há uma crise de masculinidade na Igreja?
Na edição de julho-agosto da revista The Atlantic, Hanna Rosin pergunta se "O fim dos homens" está diante de nós. Ela argumenta que as mulheres – com níveis crescentes de educação e de emprego mais flexíveis nesta recessão econômica – vão assumir o controle, fazendo dos homens o segundo sexo. Nossa busca pela igualdade de gênero fez com que as mulheres disparassem na frente, deixando os homens na poeira. Será que isso é verdade?
Eu já falei anteriormente sobre isso – assim como vários outros artigos que incentivam a misandria [aversão ao sexo masculino] e que diminuem o papel dos homens –, mas, ainda em abril, eu me encontrei com Damian Wargo (foto), co-fundador e diretor do The King's Men (www.thekingsmen.us), um ministério católico masculino com sede na Filadélfia, nos EUA, que é especialista nessas questões.
Ele e eu nos conhecemos em Nova York para debater em um programa de televisão as diferenças de gênero e o namoro a partir de uma perspectiva católica. Depois de termos debatido no ar, Damian e eu tivemos a oportunidade de conversar sobre a sua organização, suas opiniões sobre sexo, namoro e vida familiar, e sobre como os jovens homens pode se envolver com a Igreja.
Ele e eu temos perspectivas diferentes sobre algumas questões referentes aos papéis de gênero, mas seu desejo de envolver os homens na família e nas atividades comunitárias é admirável. Além disso, seu conselho para homens sobre namoro e casamento (leia!) é muito sólido.
Eis a entrevista.
Conte-me um pouco sobre o The King's Men: por que ele começou? Quantos homens estão envolvidos? Qual é a sua missão e o seu objetivo?
O The King's Men teve início em resposta à crise da masculinidade. Infelizmente, muitos homens não são ativos na Igreja de forma nenhuma. Alguns homens até veem as iniciativas de fé como exclusivamente para mulheres. Além disso, muitos homens estão confusos sobre seu papel natural como líderes, protetores e sustentadores. Meu colega Mark Houck (foto) e eu começamos o The King's Men para enfrentar essa crise e para convocar os homens a agir, especialmente lutando nobres batalhas.
A missão do The King's Men é: "Sob o chamado universal de Cristo Rei a servir, nós, como homens, comprometemo-nos a unir-nos e a fortalecer outros homens nos moldes do líder, do protetor e do sustentador, por meio da educação, da formação e da ação". Existem cerca de 200 homens que são King's Men muito ativos, e nossas iniciativas chegam a milhares de homens por ano.
Você fala de ajudar a edificar a fé em uma "modalidade masculina". O que isso significa?
Todos os homens são chamados a ser líderes, protetores e sustentadores. São Tomás de Aquino ensina que "a graça supõe a natureza". Assim, para que um homem suba na vida espiritual, ele precisa de uma boa formação em um nível natural, tornando-se finalmente muito animado pela graça de Deus. Os homens gostam de construir estruturas que sustentam as necessidades dos outros. Essa é a base do amor autosacrificial, da liderança e da sustentação.
O homem, pela sua natureza física, é chamado a proteger as mulheres e as crianças. Não podemos ignorar esse fato ou fugir dessa realidade, ou a vida de fé de um homem não possuirá um componente para a sua missão dada por Deus. A fé apresentada em uma modalidade masculina sempre vai chamar os homens a agir pelo amor e pelo bem de sua família e do bem comum.
O The King's Men é muito explícito com relação aos perigos da pornografia. Por quê? Qual é o impacto que a pornografia tem nos homens jovens, e o que os grupos King's Men sugere como soluções para o amplo consumo de pornografia online entre os jovens?
A indústria da pornografia é uma indústria de 13 bilhões de dólares por ano nos EUA. Os homens são os consumidores primários. A única solução para esse problema é que os homens vejam esse flagelo na nossa cultura como uma batalha que precisa ser vencida, de forma a proteger o bem comum. A maioria dos homens cresceu em uma cultura completamente sexualizada, que ensina os homens, desde seus primeiros anos, que usar as mulheres para a luxúria e o sexo não é algo errado. Na verdade, equivocadamente, eles são ensinados que isso deve ser admirado.
Isso teve um impacto devastador sobre a nossa cultura, já que ensina os homens a desenvolver vícios nessa área em vez de virtudes. Os resultados são doenças, divórcio, violência, vícios e dor incalculáveis. A solução é que os homens se convençam que a pornografia é gravemente maligna, e que um homem pode, com a graça de Deus, levar uma vida virtuosa de castidade. Uma vez que um homem comece a desenvolver seu autodomínio, ele também pode começar a ajudar a guiar os outros nessa área e formar alianças que não irão tolerar a pornografia em suas comunidades ou por meio da Internet e de outras mídias.
Em agosto, o The King’s Men organizou um retiro chamado "Into the Wild", nos arredores de Pittsburgh (intothewildweekend.com). Como foi esse retiro? Quem participou e o que aconteceu nesse retiro?
Partindo do princípio que a graça supõe a natureza, o "Into the Wild" foi principalmente um fim de semana orientado a habilidades ao ar livre, centrado em oferecer aos homens experiências ligadas à vocação natural de um homem como líder, protetor e sustentador. Situado no Estado da Pensilvânia, o "Into the Wild" treina homens em questões como orientação, topografia, armamento, defesa pessoal, técnicas de sobrevivência, construção ao ar livre, pesca, caça, jogos na selva, preparação de alimentos e muito mais. A parte inicial das manhãs consistia em oração, missa e uma pequena palestra ligada ao arquétipo masculino do dia que estávamos nos esforçando para desenvolver. Na metade das manhãs, nos dedicávamos à aquisição de habilidades, e, à tarde, a competições em equipe e/ou simulações de desafios. As noites eram um tempo para o descanso, o relaxamento, a oração e o companheirismo ao redor das fogueiras. As acomodações para o descanso consistiam em pequenas cabanas de estilo rústico sem eletricidade.
O "Into the Wild" é para qualquer homem. Em primeiro lugar, o "Into the Wild" é ótimo para um homem acostumado com a vida do campo, que busca estar com outros homens de fé no meio do campo. Em segundo lugar, também é excelente para pais e filhos e homens em geral que buscam uma tremenda experiência de ligação. Finalmente, é bom para homens que têm o desejo de compreender melhor a vida na selva e ser treinados em habilidades ao ar livre.
O "Into the Wild" e as atividades do The King's Men também estão abertos àqueles que buscam uma experiência espiritual?
Absolutamente. Muitos homens que participaram do "Into the Wild" nos disseram que esses dias foram o final de semana mais espiritual das suas vidas.
Seu padroeiro é Santo Agostinho. Como vocês o escolheram?
A maioria dos homens podem se identificar com as lutas de Santo Agostinho com a pureza e vê-lo como um homem apaixonado, que teve uma radical transformação que levou a um coração que batia apenas para Deus. Ele é um modelo para os homens de todas as esferas da vida.
Se você pudesse dar três pequenos conselhos para os homens solteiros e jovens que estão interessados em namorar e em ter um relacionamento, quais seriam?
Um: quando o Senhor coloca uma forte atração por uma mulher em seu coração, e o seu intelecto concorda, busque essa mulher com propósito e paixão. Não tenha medo de pedir o telefone para uma menina ou para sair com ela. Simplesmente por mostrar um forte e genuíno interesse de uma maneira saudável, você irá se separar da grande maioria dos homens que falha nessa área. Dois: ser muito claro com suas intenções. Deixe que a mulher saiba que você não está interessado em um relacionamento casual, mas tem o desejo em seu coração de, algum dia, ser um marido e pai. Três: se você estiver desanimado com a garota que você está namorando, não continue buscando-a. Uma mulher merece um homem que queira estar com ela e só com ela. Assim que você souber que ela não é a mulher que Deus lhe reservou, avise-a que você discerniu isso, mesmo que você só tenha saído com ela uma ou duas vezes.
E três conselhos para os homens que estão namorando ou são casados?
Um: seja um homem em busca do coração da sua esposa! Dois: sempre coloque as necessidades da sua esposa acima das suas próprias. Três: nunca fale negativamente sobre a sua esposa aos seus amigos.
Eu escrevi um artigo sobre a misandria – o ódio pelos homens. Como as mulheres podem apoiar os homens e encorajá-los a ser tudo o que podem ser?
Para os homens, ser respeitados pode ser uma necessidade tão forte assim como a necessidade de uma mulher de ser amada. Eu já encontrei algumas mulheres que eram excessivamente críticas com relação aos homens e rápidas em apontar as falhas de um homem aos outros. Isso é terrível para um homem. Além disso, por mais difícil que seja, tente confiar em um homem até que se prove o contrário. Infelizmente, muitos homens já deixaram algumas mulheres em situações muito trágicas. Isso levou a uma forte desconfiança nos homens, em geral. No entanto, existem homens bons por aí, em quem se pode confiar, e que têm o desejo de fazer a coisa certa. E isso pode prosperar quando ele sabe que as mulheres ao seu redor confiam e admiram-no.
* * *
Então, seria este o "fim dos homens" – ou há outra forma de promover a igualdade entre os sexos? Mulheres, vocês confiam que os homens podem respeitá-las? Gostariam que seus homens adotem o papel de líder, protetor e sustentador? O que você pensa sobre o papel do homem no namoro e na formação da família? Homens, o chamado do The King's Men fala algo para vocês? Vocês se sentem como se houvesse uma crise da masculinidade na sua comunidade? Qual a dimensão do problema da pornografia? Vamos dar início a esse debate.
 Autor: Christine B. Whelan
Fonte: Busted Halo e Unisinos

SPONHOLZ


Serra e Marina defendem imprensa livre

Serra e Marina defendem imprensa livre
Tucano vê clima de 'chantagem' à mídia. Para candidata verde, crítica de Lula contradiz trajetória deles no PT
Flávio Freire e Adauri Antunes Barbosa – O Globo
 SÃO PAULO. Em meio aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata do PT à sucessão, Dilma Rousseff (PT), contra veículos de comunicação, o tucano José Serra e a verde Marina Silva, que disputam a eleição presidencial, defenderam a liberdade de imprensa, criticando os petistas.
Serra afirmou que existe hoje no país um clima de chantagem contra a imprensa.
Em entrevista ao programa “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, ontem, o tucano aproveitou uma pergunta sobre avanços conquistados no país para um ataque velado contra os adversários petistas: — Temos que ter uma economia forte, temos que ter avanços na segurança, avanços na educação, na defesa das liberdades, que hoje é um assunto que se coloca de forma muito impactante, inclusive da liberdade de imprensa, que é a condição para a existência da democracia.
Hoje temos uma chantagem sobre a imprensa brasileira. Eu sou um defensor da liberdade da nossa imprensa.
A declaração foi feita um dia depois de o presidente Lula dizer que nem tudo que é publicado é verdade. No sábado passado, Lula afirmara que a população não precisa mais de formadores de opinião e acrescentou: — Nós somos a opinião pública.
Marina Silva afirmou ontem que o presidente Lula faz à imprensa “uma crítica contraditória” quando ataca a cobertura dos veículos de comunicação na campanha eleitoral deste ano, pois contraria sua trajetória política.
— O presidente fez uma crítica à imprensa contraditória em relação a toda sua trajetória, e a nossa trajetória, dentro do Partido dos Trabalhadores.
Ele sempre defendeu, e eu vi ele defendendo, a liberdade de imprensa.
 A imprensa deve fazer uma cobertura isenta, equitativa. E a imprensa deve se ater a fatos com justiça em relação a esses fatos, para que os eleitores e os cidadãos, de um modo geral, possam firmar suas opiniões. Se há denúncias graves, é preciso denunciar — disse a candidata.
Mesmo sem se aprofundar no tema, a candidata verde afirmou que os veículos de comunicação não devem ter papel secundário neste momento eleitoral.
— Não vejo como os veículos de comunicação possam ter um papel secundário em um momento como este.
Eles são fundamentais para expor à sociedade aquilo que são as suas preocupações — explicou Marina.
Ontem, a candidata verde assinou, com representantes do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), o termo de compromisso com a Política Nacional dos Direitos Humanos das Crianças e dos Adolescentes. A assinatura do compromisso foi feita na sede da produtora de televisão onde Marina grava seus programas eleitorais. Lá, ela também se reuniu com a coordenação eleitoral para tratar dos objetivos e das estratégias da última semana de campanha.
De acordo com a candidata, vários dirigentes do PV e integrantes da coordenação de sua campanha foram à reunião na produtora, na Lapa, bairro na Zona Oeste de São Paulo, de ônibus, de bicicleta ou a pé, em respeito ao Dia Mundial Sem Carro.

TV do governo não dá acesso a imagens de Lula

TV do governo não dá acesso a imagens de Lula
Simone Iglesias - FOLHA DE S. PAULO
DE BRASÍLIA - A TV oficial do governo, a NBR, não respondeu ao pedido da Folha para ter acesso às imagens gravadas do presidente Lula, a partir de junho, nos comícios de campanha da candidata petista Dilma Rousseff.
O primeiro pedido foi feito anteontem, às 11h, por e-mail, para a assessora de imprensa da estatal Adriana Motta. Ela respondeu às 17h56 do mesmo dia, dizendo que a solicitação deveria ser feita ao diretor de Serviços, José Roberto Garcez.
A ele foram enviados dois e-mails entre o fim da tarde de terça-feira e a tarde de ontem. Não houve resposta até a conclusão da edição.
Reportagem da Folha publicada no início da semana mostrou que, por determinação do governo, cinegrafistas e auxiliares da NBR gravam todos os discursos de Lula nos eventos da campanha eleitoral.
A TV NBR é o canal da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) que noticia atos e políticas do governo.
Contrato de prestação de serviços da NBR com a Secretaria de Comunicação da Presidência estabelece que as gravações sejam disponibilizadas "indiscriminadamente" a todos os veículos de comunicação.
O contrato da Presidência da República com a NBR estabelece que a transmissão dos eventos da Presidência ao vivo ou gravados em áudio e vídeo "atende ao preceito da democratização do acesso à informação", com exceção de casos em que o sigilo é determinado por lei.
O Ministério Público Eleitoral vai investigar se a NBR está sendo utilizada na campanha eleitoral para filmar comícios da candidata com participação de Lula.

SPONHOLZ


Blogueiro que critica a mídia é contratado da EBC

Blogueiro que critica a mídia é contratado da EBC
Leandro Colon / BRASÍLIA - O ESTADO DE S. PAULO
Luiz Nassif, que desde terça-feira vem apoiando protesto contra imprensa, vai ganhar R$ 180 mil para atuar como entrevistador
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) contratou há uma semana, sem licitação, os serviços do jornalista Luis Nassif por R$ 180 mil. O contrato terá vigência de seis meses. Foi assinado pela presidente da estatal, Tereza Cruvinel, no dia 16 e publicado na segunda-feira no Diário Oficial da União.
Nassif foi contratado, segundo a EBC, para prestar serviços de "entrevistador e comentarista" para o telejornal Repórter Brasil e o Programa 3 a 1.
Desde terça-feira, o jornalista tem destacado em seu blog informações em defesa do protesto contra a imprensa marcado para hoje a partir das 19 horas no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Nassif é do conselho consultivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que integra a organização do protesto, intitulado "Contra o Golpismo Midiático e em Defesa da Democracia". Movimentos sociais de apoio ao governo, como centrais sindicais e a UNE, já manifestaram adesão ao movimento.
A EBC informou que o jornalista foi contratado porque a legislação "prevê a dispensa de licitação para pessoas ou empresas de notória especialização".
Nassif fechou um novo acordo depois de ter expirado, em julho, o contrato de R$ 1,2 milhão que tinha para fazer o programa Brasilianas.
Nassif disse que sua contratação sem licitação se deve ao fato de o contrato ter como objetivo um "trabalho intelectual", com "pessoas com reputação em sua área e reconhecimento público, que ajudam a reforçar a cara da emissora". "Em relação à minha área - comentários econômicos -, há muitos e muitos anos fico entre os três jornalistas mais votados (no prêmio Comunique-se) na categoria jornalismo de economia, mídia eletrônica, além dos prêmios que recebi como jornalista de economia da mídia impressa", afirmou.

Corrida de dez dias

Corrida de dez dias
L.F.VERISSIMO - O GLOBO 23/09/10
De hoje à data da eleição teremos dez dias de manchetes nos jornais e duas edições da Veja. Não sei até quando podem ser publicadas as pesquisas sobre intenção de voto, mas até a última publicação – aquela que, segundo os céticos, é a mais confiável, pois é a que garante a credibilidade e o futuro dos pesquisadores – veremos uma corrida emocionante:
o noticiário perseguindo os índices da Dilma para tentar derrubá-los antes da chegada, no dia 03.
O prêmio, se conseguirem, será um segundo turno. Se não conseguirem a única duvida que restará será: se diz a presidente ou a presidenta?
Até agora as notícias de corrupção na Casa Civil não afetaram os índices da Dilma. Estou escrevendo na terça, talvez as últimas pesquisas mostrem um efeito retardado. Mas ainda faltam dez dias de manchetes e duas edições da Veja, quem sabe o que virá por aí? O governo Lula tem um bom retrospecto na sua competição com o noticiário. A popularidade do Lula não só resistiu a tudo, inclusive as mancadas e os impropérios do próprio Lula, como cresceu com os oito anos de denúncias e noticiário negativo. Desde UDN x Getúlio nenhum presidente brasileiro foi tão atacado e denunciado quanto Lula. Desde sempre, nenhum presidente brasileiro acabou seu mandato tão bem cotado. Acrescente-se ao paradoxo o fato de que o eleitorado brasileiro é tradicionalmente, às vezes simplisticamente, moralista. Elegeu Jânio para varrer a sujeira do governo Juscelino, elegeu Collor para acabar com os marajás, aplaudiu a queda do Collor por corrupção presumida e houve até quem pedisse o impedimento do Itamar por proximidade temerária com calcinha transparente. Mas o moralismo tornou-se politicamente irrelevante com Lula e, por tabela, para os índices da
Dilma. É improvável que volte a ser decisivo em dez dias. Mas nunca se sabe. O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito da imprensa como formadora de opiniões.
Mas a corrida dos dez dias começa hoje e seu resultado ninguém pode prever com certeza. Virá alguma bomba de fragmentação de última hora ou tudo que poderia explodir já explodiu? O que prevalecerá no final, os índices inalterados da Dilma ou o noticiário? Faça a sua aposta.
De hoje à data da eleição teremos dez dias de manchetes nos jornais e duas edições da Veja. Não sei até quando podem ser publicadas as pesquisas sobre intenção de voto, mas até a última publicação – aquela que, segundo os céticos, é a mais confiável, pois é a que garante a credibilidade e o futuro dos pesquisadores – veremos uma corrida emocionante:
o noticiário perseguindo os índices da Dilma para tentar derrubá-los antes da chegada, no dia 03.
O prêmio, se conseguirem, será um segundo turno. Se não conseguirem a única duvida que restará será: se diz a presidente ou a presidenta?
Até agora as notícias de corrupção na Casa Civil não afetaram os índices da Dilma. Estou escrevendo na terça, talvez as últimas pesquisas mostrem um efeito retardado. Mas ainda faltam dez dias de manchetes e duas edições da Veja, quem sabe o que virá por aí? O governo Lula tem um bom retrospecto na sua competição com o noticiário. A popularidade do Lula não só resistiu a tudo, inclusive as mancadas e os impropérios do próprio Lula, como cresceu com os oito anos de denúncias e noticiário negativo. Desde UDN x Getúlio nenhum presidente brasileiro foi tão atacado e denunciado quanto Lula. Desde sempre, nenhum presidente brasileiro acabou seu mandato tão bem cotado. Acrescente-se ao paradoxo o fato de que o eleitorado brasileiro é tradicionalmente, às vezes simplisticamente, moralista. Elegeu Jânio para varrer a sujeira do governo Juscelino, elegeu Collor para acabar com os marajás, aplaudiu a queda do Collor por corrupção presumida e houve até quem pedisse o impedimento do Itamar por proximidade temerária com calcinha transparente. Mas o moralismo tornou-se politicamente irrelevante com Lula e, por tabela, para os índices da
Dilma. É improvável que volte a ser decisivo em dez dias. Mas nunca se sabe. O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito da imprensa como formadora de opiniões.
Mas a corrida dos dez dias começa hoje e seu resultado ninguém pode prever com certeza. Virá alguma bomba de fragmentação de última hora ou tudo que poderia explodir já explodiu? O que prevalecerá no final, os índices inalterados da Dilma ou o noticiário? Faça a sua aposta.

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