quarta-feira, julho 14, 2010

Mulheres: Infecção por HIV

Mulheres: Infecção por HIV 

Folha de Pernambuco - 14/07/2010

O Ministério da Saúde e a Secretaria de Política para as mulheres (SPM) desenvolvem o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia do HIV/Aids e DSTs. A intenção é reduzir as vulnerabilidades das mulheres em relação ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Vale registrar que o plano - o único da América Latina - é uma resposta ao crescimento de 44%, na infecção por HIV, entre mulheres no período de 1995 a 2005. Ressalte-se que, entre as ações adotadas pelos Ministérios dentro do Plano, estão oficinas realizadas nas macrorregiões brasileiras, com gestores estaduais da saúde, das coordenadorias de políticas para as mulheres e com lideranças da sociedade civil (como grupo de mulheres que vivem com HIV; mulheres vítimas de violência; e redes: feministas, negras, jovens, mulheres com necessidades especiais, lésbicas, transexuais e prostitutas). O Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia do HIV/Aids e DSTs começou a ser implementado em 2007 e faz parte do Pacto Nacional de Enfrentamento da Violência contra mulheres. É válido destacar ainda que o Plano busca atingir as mulheres em contextos de vulnerabilidade, como é o caso das mulheres em situação de pobreza e daquelas que sofrem violência doméstica e sexual, etc. Dados comprovam que ao longo dos últimos anos, houve aumento expressivo nos casos de contágio por HIV entre as mulheres, especialmente em situação de pobreza e baixa escolaridade. Os dados mostram que 52% dos casos em mulheres são entre aquelas que não têm nenhuma escolaridade e entre aquelas que não concluíram o ensino fundamental. Atualmente, há 1,5 homem infectado com HIV, para cada mulher, quando a epidemia começou eram 16 homens com Aids para cada mulher. Vale ressaltar, que isso prova o processo de feminização da doença. Outro dado importante da epidemia é o número crescente de contágio entre as mulheres casadas e adultas.

Bachelet destaca papel do Estado na melhoria das condições de vida da mulher

Bachelet destaca papel do Estado na melhoria das condições de vida da mulher

Jornal de Brasília - 14/07/2010

A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet destacou hoje (13) o papel do Estado na melhoria das condições de vida das mulheres. Ao participar da 11ª Conferência Regional sobre a mulher da América Latina e do Caribe, ela disse que cabe ao Estado deve formular políticas públicas que atendam às reais necessidades das mulheres e garantir a igualdade entre homens e mulheres.
“[São necessárias] políticas que permitam fechar essa lacuna da desigualdade. A luta contra a desigualdade depende de um Estado forte”, afirmou Bachelet.
Ela disse ainda que é preciso expandir as políticas econômicas e a representação política das mulheres. Isso porque as mulheres representam mais de 50% da população da América latina, mas são poucas as que têm alguma ascensão na esfera política.
Michelle Bachelet defendeu também a necessidade de fortalecimento das instituições políticas para que elas possam promover uma sociedade mais igualitária para as mulheres.
A 11ª Conferência Regional sobre a mulher da América Latina e do Caribe é promovida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e tem apoio da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres.

A moeda de troca de Cuba

A moeda de troca de Cuba

Estadão
Fidel posa para fotos no centro de estudos cubano
Na quarta-feira passada, no mesmo dia em que o governo cubano anunciou a decisão de libertar 52 presos políticos ao longo dos próximos 4 meses, o ex-ditador Fidel Castro, que em 2008 transferiu o poder para o irmão Raúl, fez-se fotografar visitando o principal centro de pesquisas científicas de Havana. Foi a sua primeira aparição pública em 4 anos fora da residência onde costuma receber dignitários estrangeiros, como o bom amigo Lula da Silva.
Na última segunda-feira, no mesmo dia em que o primeiro grupo de libertos embarcou para a Espanha, a TV cubana levou ao ar uma entrevista gravada com Fidel a primeira em 4 anos, também. É improvável que se trate de coincidência, embora não estejam claros os nexos entre o súbito reaparecimento do "comandante" e a soltura dos prisioneiros. Nem na ida ao centro científico nem na entrevista, ele disse qualquer coisa relacionada com o acordo firmado entre o seu irmão, o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, e o governo espanhol para a libertação das vítimas remanescentes da chamada "Primavera Negra" de 2003.
À época, a repressão castrista se abateu sobre 75 supostos "conspiradores aliados aos Estados Unidos". Em processos sumários e a portas fechadas, eles foram condenados a até 28 anos de cadeia. Naturalmente, não tiveram acesso a advogados ou às provas que os incriminariam. Com o passar do tempo e sob pressão dos apenas tolerados movimentos de defesa dos direitos humanos no país, a começar das Damas de Branco, que reúnem mães, mulheres e filhas dos encarcerados, uma vintena deles, muitos com graves problemas de saúde, foi solta.
Em fevereiro, o preso Orlando Zapata Tamayo morreu depois de 85 dias de greve de fome. O presidente Lula estava lá confraternizando com os seus algozes e cometeu a infâmia de culpá-lo pela tragédia. Seguiu-se outro protesto, dessa vez por um cubano em liberdade  valha o que valer o termo sob o tacão do regime de partido único. O dissidente Guillermo Fariñas só voltou a se alimentar depois de 135 dias quando, aproveitando-se da visita do chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, Raúl Castro comunicou a libertação dos 52 da "Primavera Negra". Segundo cálculos conservadores, continuam trancafiados, por motivos políticos, 115 cubanos.
Terá Fidel desejado fazer, com as suas aparições, uma advertência velada contra o que deve considerar concessões excessivas do irmão? Ou, com a sua mera presença pública, indicar que, apesar delas, nada mudará essencialmente na ilha? O fato de, na entrevista televisada, ele ter falado em "risco de guerra" no Oriente Médio, que culminaria com um ataque nuclear dos Estados Unidos e Israel ao Irã, pode ser interpretado como uma forma de sabotar qualquer nova iniciativa de reaproximação entre Washington e Havana, a partir da soltura dos presos.
Ninguém conhece melhor do que ele os perversos benefícios do bloqueio econômico americano para a sobrevivência da ditadura. O boicote, por sinal, não impede que os americanos vendam alimentos a Cuba, pagos à vista: só isso já faz dos EUA o quinto maior parceiro comercial do país. Para o castrismo, pior é o definhamento das transações com a União Europeia, em protesto contra a onda repressora da primavera de 2003 e como pressão para o fim dos encarceramentos políticos na ilha.
Essa a razão essencial da atual "magnanimidade" do regime. De há muito que em Cuba os chamados prisioneiros de consciência são usados como moeda de troca para manter respirando a agonizante economia local. Não há, por isso, motivos para acreditar que a abertura seletiva dos cárceres castristas prenuncia uma abertura política, com imprensa livre, Judiciário independente e direito de ir e vir.
A nota de rodapé no episódio foi a ridícula tentativa do assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, de atribuir ao governo brasileiro a paternidade do acordo. Embora o próprio presidente tenha dito que não estava a par dos entendimentos, o seu assessor internacional disse que o chefe fez "gestões discretas" para a soltura dos presos. Com a sutileza de sempre, acusou os espanhóis de "pegar carona" nas conversações. "A bola caiu no pé deles e eles chutaram para dentro", inventou.

Medida dura pela impessoalidade

Medida dura pela impessoalidade
Editorial, Jornal do Brasil

RIO - Deve ser elogiada a iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como publicou ontem o Jornal do Brasil em sua primeira página, de exigir concurso público para cartórios. O CNJ declarou vagas as titularidades de 5.561 dos 14.964 cartórios de notas e registros do país, incluindo 153 que o órgão máximo da Justiça brasileira considera fantasmas.
A medida vem em boa hora e atende aos necessários princípios da impessoalidade e da igualdade que devem nortear o serviço público. A decisão regulamenta resolução anterior do conselho (nº 80/09), que determinara o afastamento dos responsáveis por cartórios que não tenham sido investidos por meio de concurso público de provas e títulos específico para a outorga de delegações de notas e de registro.
É o que prevê a Constituição de 1988, mas não vinha sendo cumprido. A situação dos cartórios é um exemplo de resquícios da conhecida tradição patrimonialista brasileira. Os cartórios exercem uma função evidentemente pública, mas cuja administração, em larga escala (37% deles), permanece como um negócio privado, que passa de pai para filho. Há casos em que os lucros mensais chegam a mais de R$ 5 milhões, segundo o CNJ.
Desde 1994, quando uma lei regulamentou o que estabelece a Carta de 88, o regime começou a mudar não sem resistência.
Os notários argumentam terem direitos adquiridos e, no ano passado, tentaram aprovar uma proposta de emenda constitucional, a chamada PEC dos Cartórios, que efetivaria nos quadros do serviço público os titulares sem concurso. A ideia, no entanto, não prosperou no Congresso.
Com a decisão do CNJ, os atuais responsáveis pelos cartórios cujas titularidades foram declaradas vagas deverão continuar oferecendo os serviços, até que a repartição seja assumida por um delegado aprovado em concurso público. Enquanto isso, na situação de interinos, eles não poderão receber acima do teto salarial dos servidores estaduais (R$ 24.117,62). O que superar esse valor deverá ser recolhido aos cofres públicos.
É uma medida dura, que se insere no contexto de afirmação do Conselho Nacional de Justiça. Instaurado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que lançou as bases da reforma do Judiciário, o CNJ tem entre suas principais funções, como órgão de controle do Judiciário, a missão de dar agilidade à Justiça brasileira e moralizá-la. Ainda encontra obstáculos à sua plena atuação. Mas, desde que aja com sabedoria e sem excessos, tem o apoio da sociedade para combater privilégios e corporativismos, desfazendo a imagem de caixa-preta que o Poder Judiciário um dia teve.

Muddy Waters & The Stones - Baby Please Don't Go


 

Eder, para o Comércio Araraquara

Notívagos, c.1942 Hopper, Edward

Secretário: Receita sabe quem acessou dados de Eduardo Jorge

Secretário: Receita sabe quem acessou dados de Eduardo Jorge
Laryssa Borges - Direto de Brasília - Terra

O secretário-geral da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou nesta quarta-feira (14), que sabe quais funcionários do Fisco foram responsáveis por acessar dados confidenciais do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. Em depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Cartaxo disse, no entanto, que não poderia revelar suas identidades por ainda estar em fase de investigação o processo que apura se partiu desses funcionários o vazamento de uma série de três depósitos na conta de Jorge e de informações sobre seu Imposto de Renda.
"Os acessos (aos dados de Jorge) foram identificados, a autoria dos acessos foram identificados, dia e hora. E agora investigamos se procede à queixa da quebra do sigilo. Isso é o escopo final do processo investigativo. Não foi um único funcionário que acessou as declarações. Foram vários funcionários, e vários acessos. Eu não posso entre esses funcionários formular nenhuma acusação. Tem que se revelar primeiro se houve quebra de sigilo do funcionário que está nesse rol", explicou Otacílio Cartaxo, se recusando a tornar a sessão da CCJ secreta para que os nomes dos servidores em investigação fossem revelados aos parlamentares.
Ao explicar o suposto vazamento ilegal de dados do Imposto de Renda de Jorge, Otacílio Cartaxo, o chefe da Receita informou ainda que, independentemente do suposto vazamento, o sistema de dados do Fisco não foi violado. Aos senadores, ele disse que ainda está sendo apurada a origem do vazamento das informações fiscais, mas se recusou, no entanto, a afirmar se havia "indícios" de crime por parte da Receita em razão de acessos motivados ou imotivados - autorizados apenas a funcionários específicos.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, um grupo de investigação supostamente ligado à petista Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, obteve documentos de uma série de três depósitos na conta de Jorge, além de informações sobre seu Imposto de Renda. O caso ainda está sendo apurado pela corregedoria-geral da Receita. O depoimento foi acompanhado pelo próprio Eduardo Jorge no Senado Federal, em Brasília.
"Todas as entradas e saídas de informações da Receita são criptografadas. Têm acesso às informações sigilosas apenas os servidores previamente cadastrados. Só os servidores que têm perfil adequado estão autorizados a fazer o acesso às informações. Não são todos os auditores, nem todos os analistas nem qualquer outro funcionário da Receita Federal que tem acesso a essas informações. Seria prematuro me antecipar às investigações da comissão de inquérito que certamente ao final dará uma resposta conclusiva a essa matéria", disse Cartaxo.
"A Receita Federal não transige em questões de ética. É ilusão pensar que qualquer autoridade ou qualquer funcionário possa acessar o banco de dados e bisbilhotar dados de qualquer contribuinte", rebateu o secretário-geral. "Não houve violação ou invasão nos sistemas. Se por acaso tivesse havido violação ou invasão demonstraria a fragilidade ou a vulnerabilidade do sistema. Tivemos a confirmação da não violação ou da invasão dos sistemas. No final do ano passado determinei a revisão de todo o sistema de segurança da Secretaria e determinei que sua blindagem fosse reforçada", explicou.
Guilherme Leal
Também sem dar detalhes, o secretário da Receita confirmou que ainda está sob investigação a denúncia de quebra de sigilo do empresário Guilherme Leal, candidato a vice-presidente na chapa da candidata do PV, Marina Silva. "Pelo que me consta não houve quebra de sigilo de Guilherme Leal. Houve quebra de sigilo da pessoa jurídica de que ele é controlador. O processo de sindicância foi aberto e está em fase de apuração", disse o secretário da Receita. 

Saúde: empresa é suspeita de lavar dinheiro

Saúde: empresa é suspeita de lavar dinheiro
O Globo - 14/07/2010
Campeã de vendas de remédios sem licitação já era investigada pelo Ministério Público estadual desde 2008

A empresa Barrier Service, campeã em vendas sem licitação para a Secretaria estadual de Saúde do RJ, é investigada pelo Ministério Público estadual desde 2008, por movimentação financeira atípica e suspeita de lavagem de dinheiro. O MP apura ainda suposto envolvimento em cobrança de comissões ilícitas efetuadas por servidores da Secretaria. A Barrier Service vende remédios e material médico hospitalar a preços muito mais altos que os de mercado — em alguns casos, cobrou quase o triplo do valor.
A denúncia faz parte de uma série de reportagens que está sendo exibida pelo “RJ-TV”, da Rede Globo. A reportagem mostrou também que, do total de mais R$ 500 milhões gastos no ano passado pela Secretaria estadual de Saúde só com medicamentos e material médicohospitalar para hospitais e UPAs, 13,7% correspondem a compras feitas sem licitação — e com preços mais altos.

A alegação da Secretaria para as compras sem concorrência pública é de que eram aquisições emergenciais. Um dos exemplos do mau negócio é justamente com a Barrier Service, que cobrou pelo pacote de gaze, em grande quantidade, quase pelo mesmo preço que o material é vendido unitariamente nas farmácias.

Em 2009, os contratos sem licitação entre a Barrier Service e a Secretaria de Saúde somaram R$ 17 milhões. A empresa também participa de pregões eletrônicos e, nessa modalidade, vendeu R$ 24 milhões no ano passado. De cada R$ 100 que a Secretaria gasta em todas as compras que faz de remédios e material, R$ 13 são com dispensa de licitação, mas quando compra da Barrier de cada R$ 100 o estado gasta R$ 40 sem licitação.
O principal dono da Barrier, com 99,9 % das ações, é uma outra empresa: a Sommar Investments que não fica no Brasil. É uma offshore, com sede no estado americano de Delaware, considerado um paraíso fiscal.
Uma equipe do “RJ-TV” foi até o endereço da Sommar, segundo os registros oficiais, nos Estados Unidos. Lá, no entanto, funciona uma outra empresa e ninguém conhecia a Sommar.
A empresa tem um procurador no Brasil, segundo documento registrado na junta comercial do Rio. José Joaquim dos Santos Mansur responde pela controladora da Barrier Service. No entanto, apesar da movimentação milionária da empresa, Mansur vive num apartamento simples num conjunto residencial em Colubandê, São Gonçalo.
Além da Sommar Investments, a Barrier tem um segundo sócio. Leandro Pinto Coccaro, dono de 0,1 % das ações da empresa. Leandro aceitou dar explicações sobre os negócios da Barrier com a secretaria. Ele disse que a empresa fornece medicamentos também para hospitais federais, Marinha, Exército, Aeronáutica e prefeituras municipais.
Segundo Leandro, a falta de matéria-prima fez subir os preços de medicamentos. Além disso, disse que o preço depende de quem está fornecendo e também se a compra é feita diretamente com o fabricante ou com distribuidores, como a Barrier.
O subsecretário executivo da Secretaria estadual de Saúde, Maurício Passos, negou que a Barrier tenha sido favorecida.
Segundo ele, a empresa que se lança na compra emergencial é aquela que vai garantir a entrega, então a Secretaria não tem como escolher.
Quanto ao fato de a Secretaria fechar contrato com uma empresa com dúvidas sobre quem é o dono, o subsecretário disse que os documentos são sempre verificados e que o fato de a empresa ter sede em outro país não é da competência da Secretaria de Saúde.

Paulinho da Viola & Convidados - Eu Canto Samba

Receita admite o acesso a dados de tucano e de Leal

Receita admite o acesso a dados de tucano e de Leal

José Cruz/Ag.Senado – Blog do Josias

Em depoimento à Comissão de Justiça do Senado, o secretário da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, admitiu: Servidores do fisco acessaram nos computadores do fisco dados sigilosos de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB; e de Guilherme Leal, vice de Marina Silva (PV).
 Disse ter determinado a abertura de processo disciplinar na Corregedoria-Geral da Receita. Detectado o indício de crime, a encrenca vai ao Ministério Público.
Cartaxo negou-se a revelar os nomes dos bisbilhoteiros. Prefere aguardar a conclusão da investigação. Informou que são “cinco ou seis” servidores.
O secretário fez a defesa protocolar do órgão que dirige: “A Receita Federal, como organização de Estado, legalista e...” “...E transparente em suas relações com seus contribuintes, não compactua com más práticas”.
Declarou que o fisco “tem combatido” os desvios de conduta. Trabalha para “eliminar comportamentos contraventores, ilícitos, que chegam à órbita criminal”.
O secretário foi convidado a prestar esclarecimentos ao Senado depois que o repórter Leonardo Souza divulgou a quebra de sigilo fiscal do grão-tucano Eduardo Jorge.
Contou que as informações sigilosas migraram das máquinas da Receita para as folhas de um dossiê preparado por um “grupo de inteligência” que operava no comitê de campanha da presidenciável petista Dilma Rousseff.
Bisbilhotaram-se cinco declarações de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, de 2005 a 2009.
Ao espantoso, o secretário Cartaxo acrescentou o inacreditável: foram acessados também as informações fiscais do vice de Marina Silva. Um espanto!
A Receita Federal renderá homenagens ao bom senso se concluir as suas apurações antes de outubro, o mês das eleições.
Está-se diante de um desses casos que, se não forem acomodados em pratos asseados, deixam no ar a impressão de que o fisco foi convertido em máquina eleitoral.

Na corda bamba

Na corda bamba
Merval Pereira

A candidata oficial, Dilma Rousseff, continua tentando se equilibrar entre o agronegócio e o MST, e decididamente não está tendo bons resultados falando o que cada plateia gostaria de ouvir.
Em uma reunião da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ontem, ela garantiu que vai continuar a reforma agrária “não porque o MST quer a reforma ou outro movimento queira. Nós vamos continuar fazendo reforma porque é bom para o Brasil”.
Dias antes, em uma feira agrícola no interior de São Paulo, ela garantira aos representantes do agronegócio que não toleraria “invasões de terra”, que considerou “atitudes ilegais”.
Entre essas duas declarações, aconteceu uma entrevista do comandante do MST, João Pedro Stédile, prometendo um aumento das ocupações de terra se a petista Dilma Rousseff vencer as eleições, “pelas afinidades históricas entre os dois grupos”.
Com Dilma, disse Stédile, “nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves”.
Na análise do comandante do MST, “se o Serra (José Serra, candidato do PSDB) ganhar, será a hegemonia total do agronegócio. Será o pior dos mundos. Haverá mais repressão e, por isso, tensão maior no campo”.
A sensação de Stédile é de que a vitória de Dilma pode dar novo fôlego ao movimento, mas ele não está tão seguro assim da vitória, definindo assim sua decisão: “É como se você percebesse que seu time pode cair pra segunda divisão e faz o que for possível para vencer o campeonato.

Não temos alternativa”.
Na Contag, Dilma jactouse das ações governamentais nessa área, afirmando que mais de 60% dos assentamentos existentes foram realizados no governo Lula.
Já Stédile diz que a maior parte do que o governo Lula anuncia ter feito “é propaganda”, sem base na realidade.
A candidata colocou o boné da Contag ao discursar, da mesma maneira que em reunião do PT em Sergipe colocara o boné do MST. Mas ela já dissera anteriormente que “não é cabível vestir o boné do MST.

Governo é governo, movimento é movimento”.
As posições ambíguas da candidata oficial criam momentos de constrangimento como o que ela passou ontem na Contag, quando foi cobrada por pontos que constavam de diversos documentos do PT e do governo e que acabaram desaparecendo por obra e graça dos prejuízos eleitorais que poderiam trazer à sua candidatura: Atualização dos índices de produtividade no campo para permitir mais desapropriações, e o limite de propriedade da terra por pessoas físicas e jurídicas brasileiras e estrangeiras, além da revogação das medidas provisórias editadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “que criminalizam a luta pela terra e suas organizações”.
O alvo prioritário é a medida provisória das invasões de terra, que retira do programa de Reforma Agrária por dois anos qualquer área invadida.
Essa MP não foi revogada formalmente pelo governo Lula, mas na prática está extinta, pois não é utilizada.
Mas os “movimentos sociais” do campo querem a revogação oficial.
Os pontos estavam tanto no Programa Nacional dos Direitos Humanos quanto no programa do PT registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas despareceram em sucessivas versões que foram sendo amainadas.
Dilma ouviu as reivindicações, mas fez “cara de paisagem” sobre esses pontos polêmicos. Também em 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, o MST intensificou a invasão de terras na suposição de que estava sendo eleito “o Lula de 1989”.
Aquele Lula, que perdeu para Fernando Collor naquela eleição, não estava preparado para governar, na avaliação do próprio Lula presidente, que já admitiu que teria sido “uma tragédia” se tivesse sido eleito.
Stédile, até hoje, lamenta que “aquele Lula de 1989” não exista mais hoje. E pelo jeito está renovando as esperanças de que, eleita, a companheira Dilma se revele mais próxima “daquele Lula” do que hoje se imagina.
Ao contrário, se eleita presidente a candidata oficial Dilma Rousseff não se submeter à política agrária do MST, terá força política, como Lula teve, para conter o movimento ou, como anda dizendo o candidato oposicionista José Serra, “Lula é mais forte do que o PT. Dilma é mais fraca do que o PT. Se ela ganhasse, quem iria estar por cima era o PT, com todas aquelas contradições, todas aquelas dificuldades que sempre enfraquecem um presidente”.
O presidente Lula está diante de uma nova oportunidade para demonstrar na prática que sua política de aproximação de ditadores tem objetivos mais valorosos do que simplesmente se omitir em relação à defesa dos direitos humanos para aumentar nossas exportações.
Lula sempre alega que pode influir mais positivamente junto a ditadores amigos, como Fidel Castro, de Cuba, ou Mahmoud Ahmadinejad, do Irã se trabalhar com discrição.
No caso de Cuba, não se sabe de nenhum movimento que tenha dado certo, como agora mesmo a Espanha e a Igreja Católica conseguiram com a libertação de presos políticos.
Agora, vários países já pediram ao governo do Irã que suspenda a pena de morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério.
Existe até mesmo um abaixo-assinado internacional on-line, coordenado pela Anistia Internacional, em http://freesakineh.org. Já assinado por diversos brasileiros ilustres.
Não se tem notícia de algum movimento do governo brasileiro no sentido de influenciar nesse caso

Os levados da breca

Sigue la lucha de Julio César Gálvez por la libertad

Miércoles 14 de julio de 2010
http://cubanoticiasdisidentes.blogspot.com/
(Radio Martí) - El ex prisionero de conciencia de la causa de los 75, Julio César Gálvez, dijo este martes en España que después de más de siete años de cárcel en Cuba, su lucha por los cambios en la Isla no ha terminado. 
Reiteró que no olvidará a los presos políticos que aún son mantenidos tras las rejas en Cuba. "Llevan años, están pasados de lo que establecen las leyes penitenciarias. Hay que hacer más por los que quedaron en Cuba, hay que hacer que la palabra cambio sea realidad, sea efectiva. No una utopía o un sueño, sino una realidad", afirmó el activista por los derechos humanos.
Asimismo recordó y agradeció la heroica y valiente acción de Orlando Zapata Tamayo, al ofrendar su vida por la libertad de Cuba. También agradeció a Guillermo Fariñas y a las Damas de Blanco. 
Respecto al diálogo entre la Iglesia y el gobierno cubano, Gálvez dijo que guarda esperanzas de que el mismo dé más resultados positivos para la oposición y el pueblo. 
El opositor pacífico también agradeció al exilio cubano. "Jamás podemos olvidar a nuestros hermanos del exilio, que son parte insoluble de nosotros mismos. El apoyo, tanto moral como físico de ellos ha sido fundamental en estos momentos". 
Gálvez fue condenado en el año 2003 a 15 años de prisión. "Han sido más de siete años duros, pero creo que ha valido la pena", concluyó.
Publicado por  en 02:29  

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BBC Brasil Atualidades

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