domingo, maio 09, 2010

EXCESSO DE CESARIANAS

EXCESSO DE CESARIANAS
EDITORIAL - FOLHA DE S. PAULO - 09/05/2010
O PARTO cesáreo encontra-se em franca expansão no Brasil, na comparação com os nascimentos naturais. A média nacional apurada pelo IBGE alcançou 46,6% em 2007, último dado compilado. É mais que o triplo da proporção recomendada pela Organização Mundial da Saúde, 15%.
A "epidemia" de cesarianas não se restringe ao Brasil. Países latino-americanos têm índices próximos dos 40%. EUA e União Europeia ultrapassam 30%.
Por aqui, a tendência se acentua nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que superam a barreira dos 50%. O Estado de São Paulo, segundo pesquisa de 2008 da Seade, atingiu 56,7%.
O fenômeno suscita preocupação, pois cesarianas acarretam risco maior para a mãe e o bebê. A mortalidade materna é 3,5 vezes maior na cirurgia. Crianças que nascem antes do prazo, por erros de agendamento, têm risco 120 vezes aumentado de desenvolver problemas respiratórios agudos. Para o SUS, a cesariana custa cerca de 50% a mais.
Aventam-se várias motivações para elucidar a progressão, das vantagens práticas e pecuniárias para médicos e hospitais aos receios e desinformação das parturientes. Muitas parecem acreditar que o parto sem dor e com hora marcada é melhor para o filho.
Há, por certo, muitas situações -como o sofrimento fetal- em que a cesárea é a melhor indicação médica, mas elas constituem uma minoria. As exigências da vida urbana e do mundo do trabalho parecem explicar melhor a tendência observada.
O excesso de cesarianas não será contido com acessos de moralismo. A decisão, em última instância, deve ser da mulher. Mas é importante garantir o acesso a informações, papel educativo a ser exercido antes de mais nada pelos médicos.
Cabe a seus órgãos representativos zelar para que os profissionais não ponham conveniências pessoais à frente dos interesses dos pacientes.

Riscos da ‘Pílula do Amor’

Riscos da ‘Pílula do Amor’
Disseminação do uso de Viagra por jovens preocupa especialistas. Consumo regular da droga pode causar dependência emocional
POR CLARISSA MELLO
Rio - Uma farra perigosa. Curiosidade, vontade de melhorar o desempenho sexual e insegurança têm aumentado o consumo de Viagra por homens com menos de 30 anos. Especialistas alertam: o uso desenfreado desse tipo de medicamento pode causar dependência emocional, dificuldade de ereção, falta de amadurecimento sexual e até prianismo (ereção persistente por mais de 4 horas que causa dor). Ao contrário do que muitos pensam, a famosa ‘Droga do Amor’ não é recreativa e nunca deve ser usada sem orientação médica. Mesmo assim, em boates e clubes noturnos não é difícil encontrar rapazes ingerindo um verdadeiro coquetel ‘turbinado’: vodca, energético, ecstasy ou cocaína e Viagra.  “As pessoas jovens acham que vão ter uma superereção e um superprazer, por isso utilizam o Viagra. Mas isso não é verdade. A ereção do jovem já é excelente, então não faz muita diferença”, explica o chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Roberto Campos. O médico ressalta que, quando o jovem ‘falha’, não é por causas orgânicas. De acordo com ele, 99% dos homens com menos de 30 anos com disfunção erétil têm problemas emocionais.  “Ansiedade, estresse profissional, pressão por um bom desempenho e até medo do que a parceira vai achar fazem com que o jovem tenha dificuldades no início da vida sexual. Mas isso não deve ser resolvido com medicamentos”, diz. Já o diretor do Centro Especializado em Cirurgias Minimamente Invasivas, Arnaldo Cividanes, acredita que a liberdade sexual feminina possa intimidar o homem, que acaba buscando segurança nas promessas da pílula azul. “O Viagra não é afrodisíaco. Ele não aumenta a libido, não aumenta o tesão e nem potencializa o orgasmo”, explica o profissional. Segundo ele, se o homem estiver inibido, desestruturado e emocionalmente abalado, o Viagra tem o mesmo efeito de um comprimido de farinha. “Ele tem o poder de aumentar o vigor e a duração da ereção, mas não é capaz de provocá-la”, conclui Cividanes.
‘Às vezes, nem o Viagra funciona’ Segundo Roberto Campos, para ter uma relação sexual plena, é necessário que o jovem esteja inteiramente envolvido com a parceira. “Geralmente, quando não há esse envolvimento, a insegurança gera a falta de concentração e o jovem pode falhar”, explica. O especialista afirma que o tratamento da disfunção erétil causada por problemas emocionais é multidisciplinar. “O tratamento baseia-se em recuperar a confiança desse jovem. Isso é feito a curto prazo, com acompanhamento de urologista e terapia. Não é necessário o uso de medicamentos”, diz o médico.  De acordo com ele, o Viagra causa dependência emocional a partir do momento que o jovem pensa que só é capaz de conseguir uma ereção com o uso do medicamento. “Quando a ansiedade é muita, nem com Viagra o homem consegue a ereção. E então ele pensa: ‘nem com Viagra consigo’. É muito pior”, acredita.

CERCO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO

CERCO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO
EDITORIAL - O GLOBO - 9/5/2010
As ditaduras, abertas ou disfarçadas, continuam firmes na velha prática de restringir a liberdade de expressão sob os mais variados argumentos.
O objetivo é sempre impedir a livre difusão da informação para que o público só leia o que o regime deseja.
No caso de Cuba, nada se moderniza: a mídia é totalmente estatal e o cerco à liberdade de reunião, de expressão, de informação, de ir e vir prossegue como sempre. Chocou o mundo, em fevereiro, a morte do dissidente político Orlando Zapata após 85 dias em greve de fome. O fato criou um constrangimento para o presidente Lula que, em visita à ilha naquele momento, preferiu manter seu apoio ao regime castrista e teve a infeliz ideia de comparar os dissidentes políticos cubanos a presos comuns.
Mais recentemente, a jornalista de oposição Dania García foi detida e condenada a um ano e oito meses de prisão, tudo em apenas três dias, acusada de agredir a filha de 23 anos, que apoia o governo cubano. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou o aparente caráter político da punição. Segundo o site CubaNet, um dos veículos para os quais Dania trabalhava, ela não teve acesso a advogados. A jornalista, que apoia o grupo Damas de Branco, de mulheres de opositores presos, está numa prisão de segurança máxima em Havana. De acordo com a SIP, há 26 jornalistas críticos do governo presos em Cuba.
Em outro exemplo da truculência de Havana, recentemente a blogueira Yaoni Sánchez, que tenta manter no ar um canal independente de informação sobre o país, foi agredida por policiais cubanos.
Hugo Chávez, o discípulo de Cuba que acabou virando uma espécie de “paizão” do regime castrista, faz sua própria ofensiva contra os meios de comunicação venezuelanos, mais centrada nas grandes redes de TV privadas da Venezuela. Em 2007 ele cassou o sinal da RCTV, que fazia oposição ao governo, acusando-a de parcialidade e de ter dado apoio ao golpe que o tirou brevemente do poder em 2003. No final de março, o serviço secreto venezuelano prendeu por algumas horas o dono da rede Globovisión, Guillermo Zuloaga, crítico do governo Chávez.

Acossado por grave crise econômica e pela necessidade de racionar energia elétrica — o país passa por severa seca —, Chávez perde popularidade e tenta resolver o problema apertando o torniquete sobre a liberdade de expressão.

À medida que os meios de comunicação se modernizam e cada vez mais se democratizam — com a internet, as redes sociais, o twitter — os governos ditatoriais sofisticam seus meios repressores.
Na China capitalista de partido único — o Comunista —, tudo é monumental, ou passou a ser. Inclusive o aparato montado pelo Estado para censurar a internet, o que motivou a saída do país do Google, maior ferramenta de busca do mundo. Agora, uma lei passou a obrigar os provedores de internet e operadores de serviços de telecomunicação a repassar às autoridades indícios de delitos e vazamentos de “segredos de Estado”. Como o Estado é que vai decidir o que é segredo ou não, pode-se imaginar o tamanho da insegurança repassada à sociedade. 

PROMISCUIDADE QUE CONDENA

PROMISCUIDADE QUE CONDENA
EDITORIAL - O ESTADO DE S. PAULO - 09/05/2010
Quem ocupa o cargo de secretário nacional de Justiça, no exercício do qual comanda áreas estratégicas do Estado - como a de rastreamento de dinheiro ilegal no exterior e o controle da regularidade da situação de estrangeiros no País -, e, além do mais, é presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria não pode ter relações tão estreitas com um cidadão preso há vários meses sob a acusação de comandar uma quadrilha especializada em contrabando de telefones celulares, como tem o delegado Romeu Tuma Júnior com Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. Se, por razões de amizade ou de qualquer outra natureza, tiver esse tipo de relação, não pode ocupar os cargos públicos que ocupa no governo federal.
Não se trata de condenar antecipadamente o secretário nacional de Justiça sem que lhe tenha sido dado o direito de explicar suas relações com Paulo Li. Ele tem todo o direito de se justificar e as autoridades policiais têm o dever de investigar esse caso em profundidade, para que não restem dúvidas ou suspeitas. Trata-se de começar, de uma vez por todas, a combater com eficácia a cultura da promiscuidade que prevalece no País, sobretudo no setor público - e, de maneira notável, na área federal.
Já para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não há nada de condenável na relação de amizade entre o secretário nacional de Justiça e o indigitado Paulo Li. Na opinião do senador do Maranhão (Estado onde efetivamente exerce seu poder político, embora tenha sido eleito pelo Amapá), não têm substância as investigações da Polícia Federal (PF) ligando o delegado a uma pessoa acusada de chefiar "uma das maiores organizações criminosas de São Paulo e, consequentemente, do País". O que há, segundo o senador, são apenas informações sobre a compra de um telefone (por Tuma Júnior, de Paulo Li) e um pedido de emprego para o "genro".
Não haveria nada de mais, de fato, se a compra fosse de um objeto importado regularmente, fornecido por comerciante legalmente estabelecido, e o pedido de emprego não envolvesse pressões sobre funcionários públicos por meio do uso do prestígio do cargo que ocupa.
Mas não é disso que se trata. Como mostrou reportagem de Rodrigo Rangel publicada pelo Estado quarta-feira, gravações telefônicas e mensagens eletrônicas interceptadas pela PF durante investigação sobre contrabando revelam muito mais.
Ao ser preso, no ano passado, com mais 13 pessoas acusadas de chefiar a quadrilha que contrabandeava celulares da China - os aparelhos recebiam placas com marcas de produtos conhecidos no mercado e eram vendidos no comércio paralelo de São Paulo e do Nordeste -, Li telefonou para Tuma Júnior na frente dos agentes federais. Ele fazia isso com frequência. As gravações mostram que o secretário nacional de Justiça encomendava a Li telefones celulares, computador e aparelhos de videogame.
Paulo Li, de sua parte, tinha livre trânsito na Secretaria Nacional de Justiça e se apresentava como "assessor especial" do órgão. Segundo a PF, Li também ganhava dinheiro fazendo andar mais depressa os processos de emissão de vistos permanentes de chineses em situação irregular no País. Esses vistos são emitidos pelo Departamento de Estrangeiros, subordinado ao secretário nacional de Justiça.
Em outras gravações, a PF descobriu que Tuma Júnior tentou pressionar as autoridades policiais de São Paulo - ele é delegado estadual - para conseguir aprovar o namorado da filha em concurso para escrivão de polícia. O secretário nacional de Justiça não teve êxito na pressão, pois o namorado de sua filha foi reprovado. 
Não são relações e atitudes simples e fáceis de justificar - e até o momento o delegado Tuma Júnior não apresentou justificativas convincentes. Mas, mesmo que as apresente e comprove que nada tem a ver com as ilegalidades praticadas pelo amigo e que não utilizou o prestígio do cargo que ocupa para beneficiar parentes ou contraparentes, as informações já conhecidas sobre o caso recomendam seu afastamento imediato do cargo - para o qual foi nomeado por razões meramente políticas. 

Reflexão

 Ser mãe é todo dia para as mães com familiares com Alzheimer ,
é ser sempre alguém que não dorme direito, briga para dar o remédio na hora certa, leva horas dando a comidinha na boca, troca as fraldas diversas vezes por dia, dá banho e penteia afagando os cabelos,
responde mil vezes a mesma pergunta, volta ao médico várias vezes,
mas só quem sentiu o prazer de superar as adversidades entre suor e lágrimas
reconhece a plenitude de amar incondicionalmente e que amor mesmo aquele que se chama " Ágape" é por eles,
é se tornar mãe de seus próprios pais e mães doentes"
Feliz dias das mães...Que Deus lhes conceda muitas bênçãos!

Nani, na Folha de SP


Skoob

BBC Brasil Atualidades

Visitantes

free counters