segunda-feira, novembro 15, 2010

Erradicar a miséria

Erradicar a miséria
EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO - editoriais@uol.com.br
Reportagem publicada ontem pela Folha mostra que a promessa de campanha mais ambiciosa da presidente eleita, Dilma Rousseff -erradicar a miséria do país- poderá ser cumprida em seu mandato. Para tanto, será preciso ampliar os gastos com o Bolsa Família e manter o crescimento econômico com expansão do emprego.
No que tange ao programa de transferência de renda, consomem-se hoje R$ 13,4 bilhões ao ano para atender 12,7 milhões de famílias. Segundo cálculos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o país precisaria de mais R$ 21,3 bilhões anuais para atingir a meta de retirar da miséria e da indigência todos os brasileiros. O gasto nesse caso iria a 1% do PIB por ano.
É preciso no entanto fazer uma ressalva: no Brasil são considerados pobres os indivíduos com renda mensal abaixo de R$ 140 ao mês (R$ 4,60 ao dia). São classificados como indigentes os que recebem apenas R$ 70. Há quem entenda, com razão, que a linha deveria subir ao patamar do salário mínimo ou não muito abaixo.
Cerca de 30 milhões de pessoas (15,5% da população) vivem hoje com menos de R$ 140 ao mês.
Essa massa de pobres era praticamente o dobro (57 milhões, 33,3% da população) há dez anos. Para que caísse de maneira significativa foi preciso contar também com o fator emprego. Aproximou-se de 14 milhões o número de vagas formais criadas no período de Lula. Mas será difícil o próximo governo manter esse ritmo, já que o aumento da produtividade exigirá crescimento maior do PIB para ampliar a oferta de postos.
O desafio de deixar a pobreza para trás dependerá ainda da melhoria das políticas públicas - em especial da educação, o principal instrumento de democratização do acesso ao mercado de trabalho e de redução de desigualdades.

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