sexta-feira, março 25, 2011

O poder dos sentimentos


O poder dos sentimentos
NELSON MOTTA - O Globo - 25/03/2011
A relação de amor e ódio entre Lula e Fernando Henrique já foi estudada em um livro de Paulo Markun com o sugestivo título de "O sapo e o príncipe". Mas, além de um estudo psicanalítico, esse caso passional daria um romance.
Sim, os políticos também amam, também sofrem com rejeição e abandono, com ciúmes e traições. Eles têm paixão pelo poder, mas também outros amores, ambições e frustrações, da carne e do espírito. Lula e Fernando não são exceção.
Nem Dilma. Com todo respeito.
Mesmo na solidão do Planalto, ou por isto mesmo, quem sabe o seu coração não bate mais forte por alguém? Por um amor impossível e platônico? Ou por alguma fantasia, afinal, ela é presidente, mas é mulher. E por que não uma relação amorosa plena? Ela teria todo direito. Martha Suplicy trocou de marido quando era prefeita e, de novo, como senadora. Por que a presidenta seria diferente? Se Itamar namorava, por que ela não poderia?
Ao contrário de Lula, Dilma tem sido gentil, generosa e simpática com Fernando. Já fez reconhecimentos públicos de méritos de seu governo e cada vez faz menos críticas à sua administração. Conversou animadamente com ele em uma solenidade e o convidou a visitá-la, não só com o seu partido, mas também sozinho. Depois, no banquete de Obama, todo mundo viu o clima que rolou entre eles, brindando entre sorrisos e charmes. O velho professor continua em forma, a nova presidenta parecia encantada. Depois, ele falou maravilhas dela para a imprensa.
Dilma está mais segura, emagrecendo, melhorando o visual, tentando adoçar seu estilo duro e discreto. Mas as duronas também amam. E como ! É um clássico de Hollywood. Dilma é, tem que ser para ter chegado onde chegou, uma mulher forte e intensa, que pode ser muito atraente para senhores maduros apaixonados pelo poder.
Não seria nenhum absurdo se Dilma e Fernando quisessem se conhecer melhor. Ela poderia trocar ideias e afetos com um homem inteligente, culto e charmoso e não ficaria restrita às opiniões do circulo íntimo palaciano. E de Lula, que morreria de ciúmes. Seria uma espécie de Romeu e Julieta maduro - mas com final feliz.

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