terça-feira, abril 06, 2010

Mas tem alguns políticos que não gostam de responder aos posts.

Políticos buscam aproximação do eleitorado por meio da internet
Sites de relacionamento são utilizados para a criação de vínculos entre candidatos e eleitores
Reportagem Juliano Ecco  - Edição Luiza Vaz
Depois de ter mostrado sua força nas eleições norte americanas, os sites de relacionamento parecem ter chamado a atenção dos políticos brasileiros. Além de perfis nos conhecidos Orkut e Facebook, pessoas públicas – como políticos e celebridades – aderiram ao Twitter, um microblog que permite a postagem de mensagens de até 140 carcteres, com atualização rápida e ilimitada.  Com a pergunta inicial “O que você está fazendo?”, as mensagens publicadas no Twitter são geralmente respostas curtas às questões de outros usuários ou links para os textos opinativos dos blogs pessoais. Entretanto, comentários sobre assuntos cotidianos e mais comuns aos leitores, como o futebol ou música, não são ignorados. “A informação política é importante, já que faz parte do meu trabalho, mas as curiosidades do eleitor também devem ser valorizadas, até para humanizar a imagem pessoa pública”, ressalta o senador Álvaro Dias (PSDB-PR),usuário do site.
Canal de igualdade - O segredo do sucesso da interação entre políticos e público no Twitter é a igualdade que o blog gera entre os dois. “Se um político responde uma citação ou indagação, ele abre um canal direto com aquela pessoa, que passa a enxergá-lo como alguém presente, simpático e acessível”, diz Hugo Wantuil, ‘twitteiro’, idealizador e criador do site Twitterank, que lista os usuários mais ‘envolvidos e influentes’ do microblog. “O objetivo principal do site é mensurar a maneira como as pessoas interagem com o Twitter e também oferecer um rank apenas com perfis do Brasil”, completa. O Twitterank é montado com um cálculo que leva em conta o número de seguidores de cada usuário, seu número de mensagens e respostas que recebe e quantas vezes o perfil é citado por outros usuários. Segundo o ranking, o governador Roberto Requião (PMDB) e o senador Álvaro Dias(PSDB), ambos eleitos pelo Paraná, estão entre os cinco políticos mais influentes no Brasil. “O político precisa, cada vez mais, encontrar novas formas de ser transparente e prestar contas do seu serviço. Como a internet se transformou na maneira mais rápida e eficaz de fazer isso, passei a divulgar meu trabalho e minhas opiniões no blog e no Twitter”, explica Dias.  O deputado federal Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha (PT-PR), também tem seu perfil no Twitter e é citado como um dos parlamentares mais ‘influentes’ no Twitterank . “Com uma mídia convencional que carece de pluralidade e é marcada por oligopólios regionais e familiares, a internet adquire um papel de dar voz a setores que não encontram espaço nos jornais e nas emissoras comerciais de rádio e TV”, defende. O deputado também possui um perfil no formspring.me, um site que monta um formulário de questões enviadas por outros usuários, sem limites de caracteres. “O Twitter é mais dinâmico, mas acredito que o formspring.me seja mais útil a quem pergunta, já que oferece mais espaço e condições de expressão a quem elabora as respostas”, diz. Embora tenham assessores para lidar com a imprensa, Álvaro Dias e Dr. Rosinha garantem que as mensagens são criadas por eles mesmos. “O Twitter é alimentado diariamente por mim e, também, por um integrante do coletivo do nosso mandato”, diz Rosinha. “Eu próprio faço questão de postar as mensagens. É uma forma de prestar contas do mandato que me foi conferido”, explica Álvaro Dias.
Influência do Twitter - Segundo o cientista político e professor da UFPR, Adriano Codato, as mensagens triviais publicadas pelos políticos são maneiras de seguir o protocolo da rede. “Não dá pra usar o método de divulgação da rádio na televisão, assim como não se pode copiar o que passa na TV para a internet”, explica. A grande ‘militância’ que ocorre no Twitter também é assunto estudado pelos especialistas. A proximidade entre leitor e político gera um grande número de mensagens, ‘retweets’ (respostas ou repetições de informação) e infinitos focos de discussão, o que não é tão fácil de ser obtido fora da web. “As redes sociais políticas tem muito apelo porque é simples ficar em casa clicando, é cômodo. Pode ser uma maneira de reforçar a passividade do público”, diz Codato. Embora a procura por política tenha crescido na internet, de acordo com especialistas, o uso dessa ferramenta não possui o poder de decidir as eleições desse ano. “Ao contrário do Orkut, o Twitter ainda não chegou às classes C e D, onde se concentra a maior parte da população”, diz Hugo Wantuil.

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