sexta-feira, maio 14, 2010

Invasão francesa

Invasão francesa
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Outro dia postei "Invasão italiana" e um amigo me pediu que escrevesse também sobre outra "invasão" ocorrida na mesma época: a francesa.
É verdade e a invasão francesa foi ainda mais profunda, pois não se limitou ao cinema e à musica.
Envolveu também a filosofia e a literatura. Ou alguém não se lembra de Jean Paul Sartre com seus "O inferno são os outros" e  "os uns e os outros"? E de Simone de Beauvoir com "A velhice"? E Françoise Sagan com seu "Bom dia tristeza"? E o filósofo Raimond Aron que tanto nos influenciou? E a Sorbonne que forjou o pensamento de muitos brasileiros que se tornaram presidentes, legisladores e magistrados? Realmente a influência foi, e ainda é, marcante.
No cinema tivemos os diretores François Truffaut, Jean Luc Godard, Louis Malle, Jean Renoir, Roger Vadim, Claude Lelouch e tantos outros. Lembro-me perfeitamente quando eu e meus amigos íamos ao Cine Coral na Rua Sete de Abril assistir os filmes franceses. Eram precedidos sempre pelo jornal "Atualidades francesas" patrocinado pela Air France. Parecia que a França era uma espécie de Eldorado cultural onde tudo acontecia.
Nesse cinema assisti "O desprezo" de Jean Luc Godard, com Brigitte Bardot; "A chinesa" também de Godard e tantos outros.
De Louis Malle lembro-me de sempre de "Viva Maria" com Brigite e Jeanne Moreau. Um ótimo filme que não sei porque não se encontra mais em nenhum catálogo.
E o que dizer de "O sol por testemunha"(Plein soleil) de René Clément, com Alain Delon, Maurice Ronet e Marie Laforet? Foi baseado no livro de Patricia Highsmith e recentemente teve uma refilmagem: O talentoso Ripley.
Outro filme que me marcou profundamente foi "O salário do medo" de Henry-George Clouzot. A clássica cena inicial de crianças brincando com insetos numa poça de lama foi adotada por outros diretores mais tarde.
Atores franceses que marcaram aquela época e os filmes em que se destacaram:
Yves Montand - O sálario do medo
Jean Paul Belmondo - Cartouche e Borsalino
Jean Gabin - A grande ilusão e Os sicilianos
Lino Ventura - Os sicilianos
Jean-Louis Trintignat - Um homem, uma mulher
Simone Signoret - A viúva
Catherine Deneuve - A bela da tarde
Brigitte Bardot - E Deus criou a mulher
Jeanne Moreau - Jules et Jim
Michele Morgan - La symphonie pastorale (Michele foi considerada a mais bela atriz francesa da época)
Leslie Caron - Gigi
Phillipe Noire - A comilança
Annie Girardot - Rocco e seus irmãos
Michel Piccoli - O discreto charme da burguesia
Dominique Sanda - O jardim dos Finzi-Contini
Na música,ah!....a música francesa....quem não se lembra de Alain Barriére cantando "Ma vie" e  "Elle était si jolie"? E Charles Aznavour com "Que c'est triste Venise", "She", "Isabelle" e "La boheme"? E Gilbert Becaud com seu "Et maintenant" e "Nathallie"?
Quero lembrar também dois grandes cantores que embora fossem de épocas anteriores foram destaque na música francesa:  Maurice Chevalier que foi cantor, ator e humorista. Veio ao Brasil em 1951 para a inauguração da TV Tupi. Encantou a todos com sua verve e seu charme. Charles Trenet cantor e compositor de "Douce France" hino da resistencia francesa durante a ocupação nazista. Foi o compositor e intérprete da obra prima "Vous qui passez sans me voir".
Já eu adorava as cantoras francesas. Deliciava-me com a voz açucarada de Françoise Hardy cantando "Tous les garçons et les filles" e com Juliette Grecco cantando "Je suis comme je suis". Minha preferida era Mirreile Mathieu. Quando esteve no Brasil em 1968 fui vê-la no Teatro Paramount e me deliciei com sua "La dérniere valse". Chegou a ser mencionada como a sucessora de Edith Piaf, esta sim, a maior de todas as cantoras francesas e que merece um post especial para qualquer dia destes. Será que esqueci alguém?

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