segunda-feira, junho 21, 2010
A história das ambições nucleares do Irã (primeira parte)
A história das ambições nucleares do Irã (primeira parte)
Erich Follath e Holger Stark – 20/06/2010 – Der Spiegel
Na disputa sobre o programa nuclear de Teerã, o Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções. Será que o Irã está de fato construindo uma bomba como alegam os países ocidentais? Ou os países estão exagerando o perigo para obrigar o Irã a se ajoealhar? A “Spiegel” rastreou a história do programa nuclear de Teerã – com paradas em Washington, Viena e Isfaham.
Presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad (centro), rodeado de cientistas, inaugura usina de combustível nuclear
(Nota do editor: O artigo que segue, sobre a origem do programa nuclear iraniano, será publicado em duas partes. A parte I está logo abaixo, e a parte II será publicada na segunda-feira, 21)
Trata-se de mais uma reunião secreta na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O vice-diretor geral da agência, que trabalha em prol das Nações Unidas para evitar que bombas nucleares cheguem às mãos erradas, convidou 35 diplomatas para uma reunião no quinto andar do prédio da ONU em Viena. Alguns fotografam com seus celulares os flocos de gelo flutuando no rio Danúbio abaixo. Todos estão preparados para um encontro de rotina. Mas tudo será diferente desta vez. Com a ajuda da espionagem de alta tecnologia, este dia 28 de fevereiro de 2008 entrou para a história. E talvez mais tarde dirão que foi o dia em que o Irã finalmente perdeu sua inocência, e o dia em que os israelenses ofereceram argumentos para uma guerra.
Olli Heinonen confronta os diplomatas com novas informações sobre o programa nuclear de Teerã. O cientista nuclear finlandês, vice-diretor geral da AIEA e chefe do Departamento de Salvaguardas, já visitou Natanz e Isfahan várias vezes, e seus inspetores, ou “fiscais”, reportam-se a ele com regularidade. Além disso, câmeras monitoram as atividades em muitas instalações iranianas. Por mais que isso seja útil, não substitui as informações secretas suplementares.
Heinonem sabe que há muitas coisas acontecendo no Irã das quais ele não tem conhecimento. Entretanto, ele recebeu informações críticas através de fontes indiretas, incluindo gravações feitas por um importante cientistas nuclear iraniano.
Um tesouro de fatos
Sempre consciente para não ser manipulado, Heinonen passou bastante tempo comparada a informação exclusiva com seus próprios registros e checando com outros relatórios. Sua pesquisa o levou a concluir que ele havia recebido um tesouro de fatos, imagens e nomes – tudo isso “com uma possibilidade de 90% de ser autêntico.”
A sala está escura e o projetor faz ruído ao fundo. Durante as duas horas seguintes, Heinonen projeta imagens, diagramas e cópias de manuscritos na parede. A história que eles contam é diametralmente oposta à versão oficial de Teerã, que sustenta que o Irã está usando material de fissão para fins pacíficos apenas, e que não há um programa nuclear militar. O “Projeto 5” descreve o programa de mineração de urano do Irã e como ele transforma o material em hexafluoreto de urânio, um produto imediato no processo da produção de combustível nuclear. O “Projeto 110” descreve o teste de materiais nucleares altamente explosivos. O “Projeto 111” ilustra tentativas de construir uma ogiva para o míssil Shahab-3 do Irã. Os especialistas da AIEA traduziram um motivo literal na primeira página do documento que diz: “O destino não muda as pessoas desde que as pessoas não mudem o destino.”
Heinonen diz que todas essas informações levantam questões urgentes, particularmente sobre um homem chamado Mohsen Fakhrizadeh, o chefe secreto do programa, cujo nome é mencionado repetidas vezes nos documentos. Embora Heinonen não diga que sua informação constitui provas de um programa para uma bomba nuclear, ninguém nunca chegou tão perto de oferecer uma prova tão concreta sobre um programa nuclear militar do Irã. A apresentação, feita por um escandinavo conhecido por sua tranquilidade, oferece um conjunto convincente de evidências – e deixa uma impressão bastante forte nos especialistas reunidos.
O embaixador iraniano para a AIEA, Ali Asghar Soltanieh, levanta-se nervosamente e declara prontamente que a informação que Heinonen acabara de apresentar não passava de “invenções”, uma afirmação que depois ele foi parcialmente obrigado a retirar. Os norte-americanos, os franceses e outros estão ocupados fazendo anotações e tentando tirar fotos dos slides com seus telefones celulares, conforme se lembra um dos presentes.
“Carruagens de Fogo”
Heinonen deixou o melhor para o final: um filme de três minutos de Teerã que era provavelmente destinado aos líderes políticos sênior do país e foi produzido profissionalmente como um trailer para um filme de Hollywood. Ele mostra uma simulação computadorizada de uma explosão de uma ogiva de míssil. Como o vice-diretor geral da AIEA observa sobriamente, a explosão simulada, a uma altitude de 600 metros, não faria sentido para o uso de armas convencionais, químicas ou biológicas.
O clipe usa o poderoso tema musical do filme “Carruagens de Fogo”, de Vangelis, que ganhou o Oscar em 1982, com o filme de mesmo nome. Mas há outro contexto para a expressão “carruagens de fogo”, e pode-se assumir que os cientistas bem educados do Irã sabiam qual era. O escritor britânico do século 19 William Blake popularizou esta expressão incomum, de origens bíblicas, num curto poema no prefácio de seu épico “Milton: Um Poema”, mais conhecido hoje como o hino “Jerusalém”. Os versos dizem: “Traga-me o meu arco de ouro em chamas!/Traga-me minhas setas do desejo/Traga-me minha lança! Nuvens, ó, se desdobram!/Traga-me minha carruagem de fogo!”. Será que os iranianos estavam usando a expressão “carruagem de fogo” como um eufemismo poético para a bomba atômica?
IRRITAÇÕES COM POUCO IMPACTO EM BERLIM
Em 2010, nada foi mais importante na agenda da diplomacia internacional do que a perspectiva de um programa nuclear secreto do Irã e o temor de que os líderes de Teerã pudessem obter armas nucleares para ameaçar seu inimigo Israel e as tropas norte-americanas no Golfo Pérsico. E nada enfatizou tanto o dramático impacto dos eventos tão efetivamente quanto o encontro secreto da AIEA em 2008.
A recusa do regime iraniano em abandonar seu programa de enriquecimento de urânio, ou pelo menos de suspendê-lo mais uma vez, fez com que o Conselho de Segurança da ONU aumentasse as sanções pela terceira vez na última quarta-feira. As novas sanções irão isolar ainda mais as companhias iranianas, impedir a importação de armas, limitar o espaço de manobra da Guarda Revolucionária e facilitar inspeções de navios iranianos. O presidente norte-americano Barack Obama as chamou de “as mais duras sanções que o Irã já enfrentou”, enquanto o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad esbravejou que a resolução da ONU não é nada além de um “documento inútil”. Na verdade, as novas regras são simplesmente irritações com pouco impacto em Teerã, em parte porque a Rússia e principalmente a China se opuseram às restrições no comércio de petróleo.
O público global está dividido. O Brasil e a Turquia votaram contra o esboço da resolução da ONU, já diluída como estava. Ninguém quer uma bomba iraniana. Os relatos deliberadamente falsos, ou pelo menos exagerados, das agências de inteligência ocidentais sobre as “armas de destruição em massa” do Iraque, que foram até mesmo usadas como justificativa para ir para a guerra, ainda são um motivo de indignação hoje. A CIA, o serviço de inteligência da Alemanha, o BND, e o MI6 britânico tiveram um problema de credibilidade desde então, principalmente ao soar o alarme sobre o tema da bomba atômica. E pendurada acima de tudo, como uma espada de Demócles, está a ameaça dos políticos israelenses de lançar um ataque militar para impedir Ahmadinejad, que nega o holocausto e disse recentemente que o ataque de Israel à frota com destino à Gaza soou como “o sino que anunciava a morte do regime sionista”.
Irã e a bomba: uma história de erros e enroscos, completa com manobras ilusórias de todos os lados. É um drama poderoso se apresentar num palco que se estende por todos os cantos do mundo, com um elenco de políticos monarquistas e guerreiros religiosos, pseudo-democratas e generais estrategistas, cientistas russos corruptos e homens de negócios suíços aparentemente corretos. O cenário inclui lugares como Viena e Washington, Teerã e Tel Aviv, Pyongyang e Berlim.
1º Ato: Por que o Xá quer armas – e os aiatolás seguiram o exemplo
Há poucos lugares no mundo em que as pessoas se orgulham da humanidade. Persépolis, no sul do Irã atual, é um deles.
Dário o Grande construiu sua capital aqui no século 6 antes de Cristo, e as ruínas da cidade, que ainda impressionam hoje, testemunham uma civilização superior. E embora os macedônios, os árabes e os mongóis tenham conquistado o país, e depois ele tenha sido dominado pelas companhias de petróleo britânicas e por generais norte-americanos, ninguém nunca tentou retirar o senso de orgulho dos persas, beirando a arrogância, de serem parte de uma cultura superior, e da convição de que eles são uma potência dominante na região dos árabes “atrasados”.
O xá só consegue preservar seu poder através de um golpe apoiado pela CIA contra Mohammed Mossadegh, o primeiro-ministro democraticamente eleito e membro do Partido Frente Nacional. Ele impõe uma mudança radical em direção à modernidade ocidental para seu povo. Com sua “Revolução Branca”, ele quer levar o progresso para o país à força e compra armas de ponta no Ociente para fortalecer seu arsenal militar. Em 1957, o Xá assina um acordo de cooperação nuclear com os Estados Unidos, e uma década mais tarde seu primeiro reator de pesquisas é construído em Teerã. Mas o regente do Irã tinha ambições ainda maiores. Em 1976, o presidente note-americano Gerald Ford assina uma diretiva de acordo com a qual ele não só promete fornecer ao Irã várias fábricas de energia nuclear, mas também uma fábrica de reprocessamento para recuperar o combustível nuclear.
Uma “suspeita invenção ocidental”
Mas o Xá nunca conseguiu realizar seu sonho de adquirir armas nucleares, e nem mesmo a fábrica nuclear em Bushehr, um projeto sob liderança alemã, está finalizada. Em 1979, o Xá é retirado do poder pela Revolução Islâmica, e o aiatolá Ruhollah Khomeini assume triunfalmente o poder no Irã. A pureza da fé xiita está no centro de sua teocracia, enquanto a pureza do urânio é vista como irrelevante. Khomeini trata o programa nuclear como “uma inovação suspeita do Ocidente” que não tem nada a ver com sua República Islâmica. Além disso, as armas de destruição em massa são haram, ou proibidas, de acordo com os ensinamentos de Alá.
A posição de Khomeini é surpreendente. Nesse momento, Israel já é uma potência nuclear, depois de ter construído um reator nuclear secreto no deserto Negev e armas nucleares funcionais. Em 1969, o primeiro-ministro israelense Golda Meir teria confessado ao presidente norte-americano Richard Nixon sobre a existência das bombas. No outono de 1980, o presidente iraquiano Saddam Hussein sentiu-se encorajado pelo governo norte-americano a atacar seus vizinhos iranianos. A guerra dura oito anos, matando meio milhão de pessoas. Bushehr é um dos alvos das bombas, e o reator nuclear do Irã no local, ainda inconcluído, é amplamente destruído.
Numa carta dramática para o líder revolucionário, Mohsen Rezai, comandante da Guarda Revolucionária (e crítico de Ahmadinejad hoje), pede permissão para desenvolver armas nucleares. Ele argumenta que esta é a única maneira de o Irã se defender e deter seus inimigos. O primeiro-ministro Hossein Mousavi (líder do atual movimento de resistência popular) escreve um apelo pessoal para apoiar o argumento de Rezai a favor da bomba.
Em julho de 1988, Khomeini, com o coração apertado, concorda com um cessar fogo com os iraquianos. O movimento, diz ele, é “mais amargo do que veneno”. Nesse ponto, ele aparentemente começa a repensar sua posição sobre as armas nucleares. Quando defrontado com uma ameaça existencial, os xiitas podem se permitir a takiya, ou a mentira sancionada para servir a um bem maior. Se Khomeini reinterpreta esse princípio, ele pode preservar seus próprios princípios, e ao mesmo tempo dizer ao seu povo que eles podem levar adiante os esforços para construir a bomba atômica.
Em 1988, o Irã conduz suas primeiras negociações sérias com o vizinho Paquistão. Nos anos 70, o primeiro-ministro paquistanês Zulfikar Ali Bhutto disse: “Mesmo que tenhamos que comer grama, faremos bombas nucleares”. E de fato, o Paquistão se tornou uma potência nuclear. Mas seu governo sunita é profundamente desconfiado dos xiitas e fala para seus políticos interromperem as negociações com o Irã.
Mas os homens em Teerã têm um plano B: negociações diretas com o “pai da bomba atômica do Paquistão”, Abdul Qadeer Khan. Khan está mais do que disposto a passar seu conhecimento para seus colegas muçulmanos no Irã, desde que um acordo como esse se traduza numa compensação suficiente para ele. Khan não vê contradição entre ser um pretenso jihadista e um aspirante a milionário.
2º Ato: Como Khan aprendeu a amar a bomba
Mesmo quando criança, Abdul Qadder Khan sempre detestou a sensação de ser humilhado por um adversário superior. Depois da sangrenta separação da Índia Britânica em 1947, seu pai, um professor muçulmano, decidiu deixar a cidade indiana de Bhopal e se mudar para o Paquistão (“A Terra dos Puros”). Khan, então com 16 anos, assiste soldados hindus roubarem as mulheres. Um guarda de fronteira rouba uma caneta esferográfica dele, um presente do irmão que significa muito para Khan. O rapaz humilhado jura que vai se vingar um dia e sonha com os detalhes exatos disso, numa posição de força.
epois de frequentar a escola em Karachi, o prodigioso Khan recebe seu doutorado em metalurgia na cidade belga de Leuven. Ele aceita um emprego com um fornecedor de centrífugas, Urenco, onde, graças à incompreensível negligência da companhia, ele ganha acesso ao coração nuclear que é o sonho de qualquer fabricante de bomba. Ninguém reclama quando o paquistanês leva os documentos ultra-confidenciais para casa, onde pode calmamente fazer cópias da tecnologia desenvolvida pelos engenheiros alemães.
O cientista sabe o que tem em mãos: o início de um programa de armas nucleares. O maior obstáculo para fazer uma bomba é adquirir suficiente material de fissão. A mais discreta entre as duas abordagens possíveis é a do enriquecimento de urânio e centrífugas. Isso por sua vez exige minério de urano, que é relativamente acessível no mercado global e também é extraído no Irã. O enriquecimento para o grau de material para armas pode ser feito em instalações que são facilmente escondidas. O enriquecimento de urânio é uma versão high-tech de peneirar o ouro: centenas de centrífugas construídas com exatidão precisam operar em altas velocidades e com grande precisão para obter o material para a bomba.
Um primeiro encontro com os iranianos
O simpático Khan desaparece em janeiro de 1976. Em 1983, um tribunal em Amsterdã condena o paquistanês por espionagem industrial e o sentencia in absentia a quatro anos de prisão. Em 1985, o Paquistão já está enriquecendo urânio com sucesso, e o instituto de pesquisa nuclear em Kahuta, 40 quilômetros ao sul da capital Islamabad, é chamado de Laboratórios de Pesquisa Khan, em homenagem a seu diretor.
Khan se encontra com os iranianos pela primeira vez em Dubai. Planos detalhados de construção são entregues durante uma reunião em 1987 com Masoud Naraghi, chefe da comissão de energia nuclear do Irã.
É o começo de uma grande amizade de irmãos de armas para o Irã e de uma carreira lucrativa como negociante de armas para Khan. Importantes cientistas paquistaneses fazem pelo menos uma dúzia de viagens para a Coreia do Norte, Dubai e norte da África, literalmente vendendo seus componentes para armas nucleares. O especialista em bomba é convidado para ir a Teerã várias vezes e ganha até mesmo uma mansão no Mar Cáspio. De acordo com um desertor, Khan raramente sai do país sem uma mala cheia de dinheiro.
O programa nuclear clandestino do Irã toma ritmo em 1991. É o ano em que as agências de inteligência norte-americanas reunidas dão um sinal claro num relatório sobre Teerã, observando que, embora a liderança iraniana esteja interessada numa arma atômica, o programa é “muito desorganizado para ser levado a sério.”
Um ano depois, o diretor da CIA (e atual secretário de Defesa) Robert Gates qualifica os resultados do relatório. Ele agora tem informações de Naraghi, o chefe nuclear do Irã, que desde então perdeu seu emprego e pediu asilo nos EUA. Ele também revela seu contato: Khan. Mas os norte-americanos não dão nenhuma importância para a conexão paquistanesa, nem alertam os inspetores da AIEA. Anos valiosos são perdidos, anos nos quais o Irã começa o desenvolvimento sério de suas centrífugas.
Camuflagem e engano
Em meados dos anos 90, os iranianos começam a construir instalações secretas para abrigar as centrífugas, marcando o começo de um jogo de camuflagem e engano que continua até hoje, e com o qual o país está perdendo o direito de enriquecer urânio, direito que possui formalmente. A fábrica de relógios Kalaye Electric nos subúrbios de Teerã é transformada numa instalação para abrigar uma centrífuga, e um novo e secreto complexo nuclear é construído próximo de Natanz, 250 quilômetros ao sul da capital.
Depois da devastadora Guerra do Iraque, um peso caiu sobre o país. Ficou cada vez mais evidente que os mulás não têm soluções eficazes, nem para a economia nem para lidar com os problemas sociais. O Ociente, por sua ez, não sabe o que pensar de um regime que está enviando sinais cautelosos de boa vontade, e que ao mesmo tempo envia esquadrões da morte contra membros da oposição que vivem no exterior.
Enquanto isso, no vizinho Paquistão, Khan está celebrando o maior triunfo de sua vida. Em 28 de maio de 1998, o Paquistão conduziu vários testes nucleares com sucesso. Khan se torna um herói nacional, ajudado em grande parte por uma família suíça de engenheiros. Khan ficou sabendo de Friedrich Tinner quando obteve a lista de fornecedores da Urenco na Holanda, e o paquistanês logo fez amizade com o filho de Tinner, Marco. Khan chama os Tinners, que se tornaram parte desta rede, de “uma família maravilhosa e honesta”. O filho mais novo, Urs, que deixou a escola aos 16 anos e logo se endividou, é a ovelha negra da família, o que o torna um alvo ideal para a CIA.
A agência de inteligência norte-americana desde então ficou mais vigilante e identificou o jihadista nucleear paquistanês como uma ameaça à paz mundial. Mas a extensão de seus negócios ainda não está clara. Langley decide se infiltrar na organização com um intermediário. O agente da CIA com o codinome “Mad Dog” descobre que Urs Tinner havia se mudado para Dubi e estava trabalhando para amigos de Khan.
É o ano 2000, e há um espião na rede de Khan, alguém com conexões muito próximas. Urs Tinner desfruta da confiança de seu chefe e, no escritório de Dubai onde trabalha, pode escanear planos secretos de construção nuclear destinados a venda ilegal a terceiros. Em meados de 2000, os esforços norte-americanos são recompensados quando eles descobrem que o Irã e a Líbia ofereceram novos contratos nucleares para Khan. Mas Washington ainda acredita numa política de não interferência nesse momento, e logo o 11 de setembro cria novas prioridades, nas quais é necessária a cooperação do Paquistão. O Conselho de Segurança da ONU dá sua bênção ao ataque de retaliação contra o campo de terroristas do líder da Al-Qaida Osama bin Laden, e Islamabad oficialmente se coloca ao lado de Washington.
A CIA acredita que tem tudo sob controle em relação a Khan, mas ele prova que não é nenhuma marionete facilmente controlada. E há outro ator no programa nuclear iraniano que ainda nem apareceu na tela de radar dos norte-americanos, alguém cujo papel continua misterioso até hoje. As pistas levam até a Rússia.
Tradução: Eloise De Vylder
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