terça-feira, julho 13, 2010

EUA anunciam nova suspensão de exploração de petróleo em águas profundas

EUA anunciam nova suspensão de exploração de petróleo em águas profundas
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington

Governo dos EUA diz que exploração representa riscos ao ambiente
O Departamento do Interior dos Estados Unidos determinou nesta segunda-feira uma nova suspensão da exploração de petróleo em águas profundas no país.
Ao anunciar a decisão, o secretário do Interior, Ken Salazar, disse que é preciso interromper as operações até que as empresas implementem medidas de segurança para reduzir riscos de acidentes e estejam preparadas para conter vazamentos como o que ocorre no Golfo do México desde 20 de abril, após a explosão de uma plataforma operada pela petroleira britânica BP.
“Mais de 80 dias depois do início do vazamento da BP, uma pausa nas perfurações em águas profundas é essencial e adequada para proteger as comunidades, o litoral e a vida selvagem do risco que a exploração em águas profundas representa no momento”, disse o secretário.
Segundo o Departamento do Interior, a decisão é apoiada em dados que indicam que a permissão de novas operações de exploração de petróleo em águas profundas representaria riscos ao ambiente costeiro, marítimo e humano.
“Estou baseando minha decisão nas evidências, a cada dia maiores, da incapacidade das empresas que operam em águas profundas de conter rupturas catastróficas, responder a um eventual vazamento de petróleo, e operar de maneira segura”, afirmou Salazar.
Garantias
A nova suspensão deverá permanecer em vigor até 30 de novembro.
Em maio, o governo americano já havia determinado uma suspensão de seis meses na exploração em águas profundas, válida para profundidades superiores a 500 pés (152 metros).
Essa medida, porém, foi derrubada por um juiz federal no fim do mês passado, depois de intenso lobby da indústria petroleira.
O Departamento do Interior afirmou que a decisão desta segunda-feira está baseada em novos dados relativos à preocupação quanto à segurança das operações em águas profundas.
Segundo o governo, ao contrário da suspensão anterior, baseada na profundidade das operações, a nova medida tem como base configurações e tecnologias usadas na exploração em águas profundas e deixa aberta a possibilidade de retomada das operações, caso as empresas comprovem determinadas garantias de segurança.
“Eu permaneço aberto a modificar a nova suspensão de exploração em águas profundas baseado em novas informações”, disse o secretário.
Segundo Salazar, porém, para que isso ocorra, as indústrias devem responder a questões fundamentais sobre segurança, prevenção, contenção e resposta a vazamentos de petróleo.
Reação
Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, uma das principais entidades representativas da indústria petroleira, o American Petroleum Institute (Instituto Americano do Petróleo), disse que a nova suspensão é desnecessária e vai custar empregos.
“É desnecessária e míope”, disse presidente da entidade, Jack Gerard, ao afirmar que o governo já impôs diversos pré-requisitos de segurança adicionais, apoiados pela indústria.
“(A suspensão) coloca os empregos de dezenas de milhares de trabalhadores em sério e imediato risco e promete uma substancial redução na produção de energia doméstica”, afirmou Gerard.
O vazamento de petróleo no Golfo do México é o pior desastre ambiental da história americana e permanece sem solução. Desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon, diversas estratégias para conter o fluxo de petróleo fracassaram.
Nesta segunda-feira, a BP anunciou ter instalado com sucesso um dispositivo para tentar capturar o óleo que continua vazando no poço do Golfo do México.
A empresa disse esperar que o dispositivo consiga recolher o óleo antes que ele vaze para o mar.
Segundo a empresa, no entanto, este tipo de dispositivo nunca foi usado em grandes profundidades e a “sua eficiência e habilidade de conter o óleo e o gás não podem ser garantidas”.

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