domingo, julho 18, 2010

Festival de cinema brasileiro chega à oitava edição em Nova York

Festival de cinema brasileiro chega à oitava edição em Nova York

Premiere Brazil! 2010 apresenta filmes como 'Dzi Croquettes' e 'Reidy'.
Cacá Diegues é homenageado com exibição de obras restauradas.

Cristina Indio do Brasil Do G1, em Nova York
Da esquerda para a direita: Jytte Jensen, curadora do departamento de filme do MoMa, os diretores Tatiana Issa e Raphael Alvarez e ator Claudio Tovar, na apresentação do longa 'Dzi Croquettes'. (Foto: Cristina Índio do Brasil / G1)
O filme “Dzi Croquettes” fechou as sessões do primeiro dia da oitava edição da Premiere Brazil! 2010 nesta sexta-feira (16). Neste ano a parceria entre o MoMa e o Festival do Rio reúne 16 filmes inéditos, curtas e clássicos restaurados.
A produção dirigida por Tatiana Issa e Raphael Alvarez lotou no cinema 1 do Museu de Arte Moderna de Nova York. Uma plateia empolgada acompanhou a história do grupo que com muita irreverência mudou a cena cultural nos anos 70 no Brasil e ainda conquistou admiradores na Europa. O público riu, bateu palmas durante a exibição e se emocionou com momentos dramáticos.
Na apresentação do filme, os diretores disseram que enfrentaram dificuldades para a montagem, inclusive pela falta de registros visuais de apresentações do grupo. Um dos integrantes dos Dzi Croquettes, Cládio Tovar, revelou que se emociona toda vez que vê o filme. "Isso é parte da minha vida". Tovar lembrou, ainda, a importância de Liza Minelli para a carreira do grupo. Nos anos 70, a cantora e atriz viu uma apresentação dos Dzi Croquettes em Paris, gostou tanto, que chamou atenção da imprensa e ainda levou muitas celebridades para ve-los. "Se alguém aqui é amigo da Liza Minelli diga a ela que eu a amo", pediu Tovar em tom de agradecimento.
Depois da exibição, a diretora Tatiana Issa comemorava a recepção do público ao filme, que mostra também que o grupo nunca tinha se apresentado em Nova York. “Agora sim eles vieram a Nova York", disse animada como se, enfim, os Dzi Croquettes tivessem realizado uma vontade antiga.
Ana Maria Magalhães, diretora de 'Reidy, a
construção da utopia'. (Foto: Cristina Índio do
Brasil / G1)

O documentário “Reidy, a construção da utopia”, abriu o primeiro dia. Para a diretora Ana Maria Magalhães levar o filme para Nova York é expandir as idéias do arquiteto que tinha preocupação de desenvolver projetos que dessem melhor qualidade de vida, o que para ela, a maioria das cidades está precisando. Agora a diretora espera que o documentário entre em circuito comercial no ano que vem além de começar a venda em DVD.
Mais cedo, um almoço reuniu atores, diretores, produtores, imprensa e organizadores do festival em uma churrascaria brasileira no centro de Nova York.
'Lula, o filho do Brasl' atrasa nos EUA
A produtora Paula Barreto contou que uma questão política vai atrasar o lançamento do filme "Lula, o filho do Brasil" nos Estados Unidos, previsto para março do próximo ano. De acordo com Paula Barreto, o distribuidor escolhido para incluir a produção no circuito de Nova York resolveu cancelar o compromisso por temer prejuízo. O distribuidor é de origem judaica e o motivo da suspensão é a participação do Brasil no acordo nuclear com o Irã. “Ele disse - eu não posso porque a maioria dos meus frequentadores aqui em Nova York é judia, se eu botar o filme de Lula eu vou à falência, porque ninguém judeu vai assistir esse filme ali, depois do acordo que ele fez com o Irã" comentou a produtora.

Paula disse que a família Barreto estava acostumada a trabalhar com este distribuidor que já tinha lançado nos Estados Unidos os filmes “Dona Flor” e “Bye bye Brasil” e agora vai precisar arranjar outro esquema para a distribuição no país.
Cacá Diegues homenageado
Neste ano, a mostra está fazendo homenagem ao diretor Cacá Diegues e serão apresentados os filmes “Xica da Silva” e “Bye bye Brasil”, que foram restaurados. A atriz Zezé Motta, que já trabalhou em cinco filmes do diretor, e representou o personagem principal em “Xica da Silva” disse que foram momentos importantes da carreira dela.

Zezé destacou o cuidado do diretor para fazer a pesquisa sobre o personagem, junto com ela. “Nós conversávamos até sobre detalhes, como qual seria o signo dela? De que santo era deveria ser? Pra mim era Iansã. Em uma cena em que a personagem se revoltava por não poder se casar na igreja porque era negra, eu precisava demonstrar muita raiva. Eu costumo ser muito doce e ele acabou me fazendo soltar este sentimento", contou a atriz elogiando o trabalho do diretor.
A parceria entre o MoMa e o Festival do Rio já faz parte do calendário de verão de Nova York e o público tem prestigiado e se interessa cada vez mais pelos filmes brasileiros. Os filmes são exibidos em português com legendas em inglês. E os preços também favorecem. Para os associados ao Museu o ingresso é gratis. Para adultos US$10, idosos US$8 e estudantes US$6. Os shows de música com artistas brasileiros também atraem um grande público que se diverte nas apresentações nos jardins do Museu. Como são ao ar livre ninguém se preocupa com o calor que faz nesta época do ano.

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