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quarta-feira, outubro 13, 2010

Muito além do petróleo

Muito além do petróleo
ANTONIO MARQUES JR.
 No Brasil, todas as atenções estão voltadas para os investimentos da área de petróleo, que são cada vez mais impulsionados pelas descobertas de empresas como a Petrobras e OGX. No governo, praticamente só se discutem os investimentos em tecnologia quando o foco é a área de petróleo, e a grande vedete do momento foi o plano de capitalização da Petrobras.
O país vem sendo capa das maiores publicações mundiais do setor e dos jornais mais renomados, despontando como a grande referência mundial quando se fala em exploração de petróleo.
Empresas do mundo inteiro têm procurado os consulados locais, com o objetivo de encontrar uma parceria milagrosa que lhes permita tomar posse de sua fatia do tão esperado petróleo brasileiro. O governo aposta todas as suas fichas no pré-sal, e espera que todos os problemas sociais sejam resolvidos pelo mercado de óleo e gás.
Com tudo isso, a atenção dedicada aos combustíveis alternativos vem diminuindo ano após ano, o que, a longo prazo, tende a tornar o país cada vez mais dependente do petróleo. Os estrategistas não parecem concordar com a máxima de “não colocar todos os ovos em uma mesma cesta”, e a economia brasileira fica cada vez mais sujeita às variações nos preços do petróleo. É claro que os mais céticos dirão que as teorias apocalípticas sobre o término ou a substituição do petróleo já ultrapassam os 50 anos de existência sem que nada tenha, de fato, mudado para pior no setor, mas é sempre interessante que haja ao menos um plano B para uma situação adversa.
O resultado das contas do país está fortemente atrelado aos resultados da Petrobras, o que, enquanto a empresa tem dado bons frutos, é ótimo, mas, imaginando a possibilidade de uma queda a longo prazo no preço do petróleo, podendo inviabilizar o lucro advindo da exploração da camada pré-sal, pode se tornar um grande problema.
Com grande parte do capital brasileiro fortemente atrelado ao petróleo, talvez seja a hora de avaliar os investimentos em tecnologias que propiciem um melhor aproveitamento energético dos combustíveis. Talvez seja mais barato economizar — ou desperdiçar menos — energia do que simplesmente procurar mais petróleo para que se possa consumir sem arrependimentos.
Sem falar nas diversas fontes alternativas de energia, que têm recebido proporcionalmente pouca atenção, como a energia eólica, cada dia mais popular, o álcool aditivado, tão utilizado em motores diesel nos anos 80 no Brasil, e ainda todas as fontes de energia advindas da biomassa. É importante o reconhecimento de que a Petrobras tem contribuído para esta diversificação das fontes energéticas, mas é preciso que outras empresas também se iniciem nesta jornada para valer
ANTONIO MARQUES JR. é engenheiro.

sábado, agosto 14, 2010

P-33: parada obrigatória

P-33: parada obrigatória
Em decisão inédita, ANP interdita plataforma da Petrobras por falta de segurança
Ramona Ordoñez e Cássia Almeida - O Globo

Em decisão inédita, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou ontem a suspensão das operações da plataforma P33, situada no Campo de Marlim na Bacia de Campos, por falta de condições de segurança operacionais e para os trabalhadores. A agência também autuou a Petrobras, o que pode levar a uma multa. A interdição da plataforma, que atualmente produz cerca de 20 mil barris de petróleo por dia (bem abaixo de sua capacidade, de 63 mil de barris por dia), veio depois da vistoria feita por fiscais da agência nos últimos dois dias, em razão das denúncias que O GLOBO tem publicado desde segunda-feira sobre as condições de segurança na plataforma.
“A Agência Nacional do Petróleo decidiu suspender cautelarmente as operações na Plataforma P-33, até que os níveis de segurança requeridos pela ANP sejam restabelecidos, autuando a Petrobras e garantindo-lhe o direito ao contraditório e à ampla defesa”, diz o comunicado divulgado pela ANP.
Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF), foi a primeira vez que uma plataforma da Petrobras foi interditada.
A Petrobras informou que não foi notificada pela ANP e que não tem conhecimento dos dados obtidos pelos fiscais da agência durante a vistoria feita na plataforma. A estatal diz, em nota, ter sido surpreendida pelas notícias veiculadas pela imprensa, uma vez que a própria agência reconhece em sua nota que “uma série de não conformidades, identificadas pela ANP, já foram sanadas”. A Petrobras informou também que, tão logo tome conhecimento das decisões da ANP, se dispõe a adotar as recomendações técnicas no menor tempo possível.

Produção de gás era garantida por liminar
A ANP não detalhou a situação encontrada pelos fiscais, mas afirma que, após sua visita ao local, “com o objetivo de resguardar a segurança das operações e dos trabalhadores”, decidiu suspender as operações da P-33 temporariamente. O SindipetroNF protocolou na agência um pedido de interdição emergencial da P-33 no último dia 10. Em 14 de julho, houve uma explosão sem feridos na plataforma.
Desde março, o sindicato vem denunciando as condições de segurança da P-33 ao Ministério do Trabalho.
Em vistoria realizada no último dia 3, fiscais do trabalho encontraram 35 tubulações com vazamento e interditaram três filtros de óleo por falta de válvula de segurança. A Petrobras informou anteontem que iria realizar uma parada programada para manutenção na P-33 em outubro. Segundo o auditor fiscal do trabalho José Roberto Aragão, esta paralisação estava prevista para julho, mas foi adiada.
A ANP informou que vem intensificando a fiscalização em plataformas marítimas e que, atualmente, vem fazendo cerca de 80 ações de fiscalização por mês. No caso das plataformas do Campo de Marlim, onde fica a P-33, a ANP disse que as fiscalizações constataram irregularidades que já estariam sendo regularizadas pela Petrobras.

.São produzidos 500 mil barris de petróleo por dia no Campo de Marlim.
A produção de gás da P-33 estava sendo garantida por liminar da juíza Ana Celina, da 2ª Vara do Trabalho de Macaé, que tornou sem efeito as interdições feitas pelos auditores fiscais do trabalho. Segundo o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Aloysio Santos, essa liminar não libera a plataforma da interdição da ANP: — Para derrubar essa interdição, a Petrobras precisará recorrer administrativamente ou à Justiça Federal.
Segundo Santos, o tribunal ainda não recebeu recurso para cassar a liminar que suspendeu a interdição dos equipamentos.
A Advocacia Geral da União, a quem cabe recorrer, informou que ainda não foi notificada da decisão. O Ministério Público do Trabalho de Cabo Frio, que responde pelos processos em Macaé, recebeu ontem o dossiê dos petroleiros sobre a P-33.
— Ainda estamos analisando o dossiê, para saber que medida tomar — disse o procurador do trabalho Fabio Iglessia.

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