segunda-feira, maio 24, 2010

Domínio nuclear reforça protagonismo do Brasil

Domínio nuclear reforça protagonismo do Brasil
Jornal do Brasil
O domínio do ciclo completo do urânio em escala industrial, que, segundo a Marinha, deve ser atingido ainda neste ano, eleva o patamar geopolítico do Brasil, com reflexos inclusive na pretensão do país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A avaliação é do professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Alberto Montoya.
Para isso (conseguir uma vaga permanente no Conselho), é preciso que o país tenha capacidade militar para projetar o seu poder em escala internacional argumenta. De nada adianta você dizer que quer um assento permanente e não ter a capacidade de atuar no caso de uma responsabilidade internacional.
De acordo com Montoya, o domínio do ciclo completo do urânio em escala industrial impõe ao país não apenas maior poder, mas também novas responsabilidades.
Se um país de terceiro mundo diz que domina esse ciclo, isso acaba sendo percebido com desconfiança, porque é um fator geoestratégico para diminuir a dependência das grandes potências. Antes de impor respeito, impõe responsabilidade de que será para fins pacíficos e de que o seu uso será acompanhado de um programa muito específico de controle.
Soberania
Para o professor, a construção de um submarino nuclear, que deverá estar pronto por volta de 2020, é fator fundamental para garantir a soberania nos recursos marítimos. O submarino está relacionado à questão da Amazônia Azul, conceito que abrange a extensão territorial marítima do país, incluindo os campos petrolíferos do pré-sal.
O Brasil tem defendido que tenhamos direito de reconhecimento de uma área de 900 mil quilômetros quadrados, equivalente às áreas somadas dos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo. Para fazer o monitoramento dessa área, um submarino de propulsão nuclear será realmente importante.
Montoya alertou, porém, que não pode haver descontinuidade no projeto, que começou nos anos 70 do século passado. Para ele, o desafio é que o programa nuclear seja visto como uma política de Estado, que pense a médio e longo prazos o papel que o Brasil vai exercer nas relações internacionais.

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