segunda-feira, dezembro 27, 2010

Direto da Fonte

Direto da Fonte
SONIA RACY – O Estado de São Paulo
1. Há 10 anos sustentabilidade era uma palavra desconhecida para você?
2. O que fez você mudar?
3. O que faz em prol do planeta?
ROBERTO KLABIN
1. Não. Sempre olhei para o uso dos recursos finitos do planeta e no legado que vamos deixar para as próximas gerações. Sustentabilidade não é mais moda. E sim um caminho a favor do progresso e da civilização.

2. Acordei há mais de 30 anos e sei que é difícil levar uma vida em consonância com os critérios de sustentabilidade. Pior é não tentar. Hoje é possível prever, com a tecnologia disponível e conhecimento acumulado, as consequências de nossos atos.
3. Presido o SOS Mata Atlântica, que concentra suas atenções no Congresso. Com a Frente Parlamentar Ambientalista e outras ONGs, organizamos a resistência contra a aprovação da lei que altera o Código Florestal, retrocesso liderado pelo relator Aldo Rebelo. Queremos a reformulação do Código, mas sem base cientifica sólida só vamos atender interesses unilaterais de determinados setores econômicos. Luto pelo que acho melhor para a toda a sociedade brasileira, e não apenas para parte dela.
LUZIAH HENNESSY
1. Não exatamente. Mas cresci, por exemplo, com a consciência de separar plástico com plástico, papel com papel.
2. Acho que sempre fui atenta aos recursos naturais do nosso planeta.
3. Continuo apagando luz ao sair, fazendo coleta seletiva. Mas acho que tudo tem limite. Há algum tempo me hospedei na casa de um amigo que é ligado a uma ONG ambiental. Ele começou a reclamar comigo, dizendo que eu tomava muitos banhos. Imagine só! Então eu disse: "Você me desculpe, mas dos meus banhos eu não abro mão". E fui me banhar.
LAÍS BODANZKY
1.Conhecia sim, mas ainda não era uma palavra popular. Se restringia mais a grupos ligados ao meio ambiente.
2. Os grandes congressos, os encontros de ONGs e a cobertura da mídia ajudaram a popularizar o termo. E as discussões, especialmente com a ajuda da internet, tornaram-se mais amplas e diferentes grupos foram atingidos.
3. Além de pequenas ações como separar o lixo, fechar a torneira e consumir produtos orgânicos, desenvolvo projetos sociais que provocam um olhar crítico para o mundo. Alguns dos exemplos: o Cine Tela Brasil, Oficinas Tela Brasil e o Portal TelaBr.
KÁTIA ABREU
1. Era uma palavra nova e não sabíamos do que se tratava. Discutimos o assunto há apenas uma geração. Ninguém pode ter direitos sobre a matéria. Está todo mundo aprendendo. Na CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), trabalhamos duro para entender o básico. E hoje agimos com bom senso, tentando não prejudicar o planeta.
2. O tema veio, o debate está em voga, e a CNA de fora? Não. Fui estudar. Humildemente.
3. O Projeto Biomas da CNA com a Embrapa. São 250 pesquisadores buscando alternativas de sustentabilidade. Investimento: US$ 23 milhões.
FERNANDO MEIRELLES
1. A palavra era desconhecida, mas o sentimento de que devia mudar meus hábitos para preservar o planeta já era muito forte.
2. Este é o tema sobre o qual mais me informo. A cada novo texto que leio, meu sentimento de urgência aumenta. Ainda estamos nos dando ao luxo de fingir que não estamos vendo o que está vindo.

3.Planto 12 mil árvores por ano para compensar o carbono liberado pela minha família. No filme Ensaio Sobre a Cegueira plantamos 60 mil árvores pela mesma razão. Também deixei de praticar esqui aquático há dez anos por achar que não faz mais sentido a queima de gasolina. Não como carne para poder criticar o avanço da pecuária. Troquei um jipe por um carro pequeno, e daqui para frente só rodarei com etanol ou eletricidade, preferencialmente de metrô. Reformamos a O2 pensando em sustentabilidade. Apoio a Marina Silva por entender a importância das questões que ela defende.
FÁBIO BARBOSA
1. Não era tão conhecida...Todos chamávamos de responsabilidade social. Mas, para mim, essa
palavra definiu valores nos quais sempre acreditei, como ética, transparência e cuidado. Fomos uma das primeiras instituições a ter uma diretoria para cuidar do assunto.
2. Não mudei. Evoluí. Resolvi encarar esses valores como lema da minha vida e como prática básica de negócios.
3. Acredito que é necessário fazer o que se prega. No Santander, encaramos a sustentabilidade como um jeito de fazer negócios e não como política compensatória. Dissemino esta visão estimulando atitudes, produtos e serviços que a reforcem e a valorizem.
NEY MATOGROSSO
1. Essa palavra nunca foi estranha para mim. É uma possibilidade de sobrevivência do planeta. E há muito tempo tenho certeza disso.
2. Não mudei de ideia, sempre pensei assim, e estou falando de décadas.
3. Já devo ter plantado 400 árvores neste ano no meu sítio, onde tenho uma reserva ambiental. Além disso, economizo água, luz, energia, o mínimo que podemos fazer como cidadãos.
CAROLINA FERRAZ
1. Completamente. Não tinha consciência do seu significado social, econômico e político. Não sentia o problema nas reais dimensões que ele tinha. E tem.
2. Comecei a entender que só temos este planeta e preservar é essencial. Nasceu em mim, como cidadã, uma necessidade de devolver ao mundo alguma coisa de alguma maneira.
3. Desenhei, como diretora e produtora, projeto para TV: seis programas mostrando exemplos bem sucedidos de autopreservação de comunidades. Escolhidos de maneira que possam servir de inspiração e mostrar que é possível.
ARMÍNIO FRAGA
1. Não, me interesso por ela há muitos anos. Sempre li sobre o assunto. E faço parte de ONG pró-natura há 15 anos.
2. A certeza de que era questão de tempo para a humanidade perceber.
3. No Rio, eu me engajei na campanha do Fernando Gabeira para a Prefeitura. Pelas qualidades dele e por acreditar que o Rio é a capital verde do Brasil.
MAYA GABEIRA

1. Não. Meu pai (Fernando Gabeira) sempre foi muito consciente. Cresci familiarizada com a questão.
2. Sempre tive consciência do problema. Mas a cada ano eu me motivo para mudar hábitos perigosos como o uso de muito plástico.
3. Tento ao máximo não usar plástico. Levo bolsa de pano ao supermercado.
JOSÉ SÉRGIO GABRIELLI
1.Estava em Londres. À época, a percepção era controlar os países em desenvolvimento. Sob a ótica do Primeiro Mundo, países pobres destruiriam a humanidade.
2.Não mudei. Eu já essa tinha consciência. Hoje, a diferença é que já sabemos que países em desenvolvimento não são os principais poluidores. E o sistema econômico também busca regulação. O Brasil está à frente dos EUA e China nesse sentido.
3.Busco micro-medidas, como melhorar o uso do água e do ar-condicionado.
ALDO REBELO
1. Não, não era.
2. Nada.
3. Defendi a agricultura do Brasil, que produz alimentos para o País e para o mundo. E contribui com a energia renovável através da geração de biocombustível, tornando nossa economia ambientalmente sustentável.

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