quarta-feira, junho 30, 2010

Alagoas decreta estado de emergência na saúde pública

CHUVA NO NORDESTE
Alagoas decreta estado de emergência na saúde pública

MACEIÓ – O governo de Alagoas decretou estado de emergência de saúde pública por conta do alto risco de ocorrência de casos de doenças nos municípios afetados pelas enchentes das últimas semanas. A informação foi divulgada ontem pela Secretaria de Saúde do Estado. Até agora, já foram registrados seis casos de leptospirose, 49 de diarreia, 42 de síndrome respiratória e nove de acidentes causados por animais peçonhentos em várias das 28 cidades alagoanas destruídas pelas águas.
O decreto de estado de emergência coincidiu com a divulgação do total de investimentos necessários para recuperação de 94 unidades de saúde seriamente danificadas em municípios de Alagoas (43 hospitais e postos de atendimentos) e Pernambuco (51). De acordo com o diretor de Vigilância Ambiental do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Neto, será preciso R$ 60 milhões do governo federal. O dinheiro deve ser liberado nos próximos dias, por meio de uma medida provisória a ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Boa parte da estrutura de atendimento a doentes foi afetada em Alagoas, onde as unidades médicas de 20 municípios não funcionam ou funcionam precariamente. E são justamente elas um importante braço da assistência às vítimas das chuvas.
 Ruas de Murici foram invadidas pela água do Rio Mundaú (Foto: Marcelo Albuquerque/GA)
SISTEMA DE ALERTA
Depois da tragédia que deixou 37 mortos em Alagoas, o estado vai ganhar um sistema de alerta contra enchentes, similar ao instalado em Santa Catarina. Técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) chegaram a Maceió para implantá-lo. Eles começam hoje uma viagem pelas bacias hidrográficas dos Rios Mundaú e Paraíba para identificar pontos de cheia.
De acordo com o técnico da ANA Maurrem Vieira eles seguirão até as nascentes dos dois rios em Pernambuco, juntamente com técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do Instituto do Meio Ambiente (IMA). O grupo percorrerá toda bacia para identificar quais pontos ideias para instalação dos sensores que transmitirão as informações sobre o nível dos rios e a intensidade das chuvas, via celular ou satélite.
 População acompanha a elevação do rio (Foto: Marcelo Albuquerque/GA)
Rio transborda e famílias ficam ilhadas

Apesar do dia ensolarado, era difícil trafegar pelo Centro do município de Barreiros, ontem pela manhã e à tarde, por causa do Rio Una, que estava uns quatro metros acima do seu nível normal. Moradores do Centro e das comunidades de Tibiri, Abaité, do Una e da Barragem do Una ficaram ilhados. Em Água Preta, também na Zona da Mata, o dia serviu para limpar casas e ruas, tomadas pela lama e por lixo.
“Dormimos no carro, pois não deu para entrar em casa. Mais uma vez, infelizmente, o rio inundou tudo. O jeito vai ser esperar a água baixar e recomeçar a limpeza”, afirmou a dona de casa Maria de Fátima Mendes, 34 anos, moradora do bairro de Itaperibu. De acordo com o coronel Carlos d’Albuquerque, o Hospital de Campanha, montado na Escola Agrotécnica, funcionou ontem, mas com menos atendimentos por causa da dificuldade de acesso dos moradores, já que o local ficou isolado.
Em Água Preta, moradores e comerciantes da Rua Dantas Barreto, no Centro, tiveram trabalho para tirar a sujeira provocada pela segunda cheia do Rio Una em menos de 15 dias. “Pensei que não aconteceria de novo”, lamentou a professora Maria Aurelina Alves, 46, enquanto limpava a geladeira no meio da rua.
 Matriz ficou assustada com a nova invasão do rio (Foto: Marcelo Albuquerque)
BARRAGEM
Com o objetivo de diminuir o nível da água que invadiu a PE-50, que liga as cidades de Limoeiro e Feira Nova, no Agreste, a Secretaria de Recursos Hídricos abriu, ontem, uma das duas comportas da Barragem de Carpina. A rodovia está interditada até que o nível da água volte ao normal. O governo tem considerado a barragem imprescindível para evitar cheia no Recife. A abertura das comportas está sendo acompanhada pela Codecipe para evitar prejuízo à população ribeirinha.

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