terça-feira, junho 15, 2010
Poder feminino
Poder feminino
Brasil Econômico - 14/06/2010 - Ieda Novais - Diretora Corporativa da BDO Brazil
Com modos de operação e ponderação bastante particulares, as mulheres mostram à sociedade uma nova maneira de gerenciar. É sabido que o comportamento gerencial das mulheres é multifacetado, pela capacidade feminina de dar atenção a diversos assuntos simultaneamente e de serem, elas, formadoras natas de pessoas.
A gestão feminina ganha força também pela clareza dos ideais e pela qualidade na gestão de pessoas - a gestão feita pela mulher é mais sensível para criar e manter uma cultura ética, talvez pelo fato de o gerenciamento feminino tender a ser permeável, multidisciplinar e mais flexível para lidar com questões intangíveis.
Hoje, essas características podem ser comprovadas por estudos científicos. O professor do Departamento de Psicologia da Universidade Yale, David Caruso, defende a tese de que as mulheres têm uma inteligência emocional diferenciada e, por isso, se tornam mais eficientes nas lideranças.
No mundo corporativo, segundo o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), 40% dos micro e pequenos negócios do Brasil são gerenciados por mulheres.
Em 2007, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) indicava que 53% dos novos empreendimentos no mundo - aqueles com menos de 42 meses de criação - tinham uma mulher à frente.
De todos os 54 países estudados pelo GEM, o Brasil está entre os que, percentualmente, têm maior número de mulheres comandando seus negócios. Esse dado fortalece a tese de que, desde meados de 2007, a mulher empreendedora brasileira é socialmente aceita.
Outro dado importante indicado pela pesquisa é a motivação que tem levado essas empreendedoras a abrir um negócio. Até 2008, o incentivo era principalmente uma necessidade financeira.
Em 2009, esse quadro mudou. Pela primeira vez, as brasileiras tomam a decisão de assumir a gestão empresarial porque têm a capacidade de detectar oportunidades no mercado de trabalho.
As mulheres vêm conquistando espaço de forma simétrica à evolução do olhar que a sociedade dedica a elas. O Sebrae, por exemplo, criou em 2004 o Prêmio Sebrae mulher de Negócios, que incentiva o empreendedorismo feminino e mostra à comunidade exemplos de vida e superação de mulheres bem-sucedidas na condução de seus próprios negócios.
A Fundação Nacional da Qualidade também é fórum para discussões nas quais as executivas têm debatido, por exemplo, a questão da ética empresarial.
O tema, cada vez mais relevante para as organizações se tornarem transparentes, foi abordado durante o 18º Seminário Internacional em Busca da Excelência, que aconteceu nos últimos dias 9 e 10 de junho, em São Paulo.
O novo papel da mulher vem sendo foco dessas discussões, e sua presença em posições estratégicas no mercado de trabalho, uma realidade cada vez mais presente.
Iêda Novais é presidente do conselho fiscal da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e diretora corporativa da BDO Brazil
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