quinta-feira, julho 29, 2010

Irã se diz ainda disposto a parar de enriquecer de urânio

Irã se diz ainda disposto a parar de enriquecer de urânio

O Irã declarou nesta quinta-feira (29/7) que a Declaração de Teerã, aprovada em maio sob mediação do Brasil e da Turquia, ainda está válida e, por isso, o país continua disposto a interromper o enriquecimento de urânio se a comunidade internacional fornecer combustível para seus reatores, que são de uso civil.
Em declaração transmitida pela TV Al-Alam, o diretor do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou que o compromisso assinado pelos três países está mantido, desde que o reator para pesquisa energética e tratamentos por medicina nuclear instalado em Teerã possa continuar funcionando.
"Não precisaremos enriquecer urânio a 20% se as nossas necessidades forem satisfeitas", disse.
A afirmação de Salehi foi confirmada pelo ministro do Exterior da Turquia, Ahmet Davutoglu, que se reuniu no domingo com o chanceler Celso Amorim e seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, para tratar da continuidade das ações previstas no acordo de maio. Segundo o jornal libanês The Daily Star, o chanceler turco disse que não há motivos para preocupação sobre o programa iraniano de enriquecimento de urânio, se a proposta de troca de combustível for levada adiante.
"À medida que houver progresso nessas negociações técnicas, os dois lados irão confiar mais um no outro", previu Davutoglu.

Reação boa
De acordo com a TV Al-Arabiya, os Estados Unidos já receberam favoravelmente o anúncio de hoje e manifestaram disposição para "acompanhar" o primeiro passo dado pelo Irã.
"Nós obviamente estamso totalmente preparados para acompanhar o Irã em detalhes a respeito de nossa proposta inicial, que envolve o reator de pesquisa de Teerã, além das questões mais amplas de tentar entender completamente a natureza do programa nuclear do Irã", disse o porta-voz do Departamento do Estado P.J. Crowley a repórteres em Washington.
"Esperamos ter nas próximas semanas o mesmo tipo de reunião que tivemos em outubro do ano passado," quando o Irã saiu aceitando uma troca de combustível nuclear como "medida de confiança", acrescentou Crowley.

Sem necessidade
A negociação bem-sucedida que resultou na Declaração de Teerã foi ignorada e frustrada pela aprovação de novas sanções no Conselho de Segurança, em junho, sob patrocínio dos Estados Unidos.
Assim, Brasil e Turquia esperam que o Irã chegue aos encontros com o chamado Grupo de Viena ou P5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), em setembro, já com as exigências atendidas para demonstrar a falta de necessidade das sanções.
Também hoje, a Austrália impôs mais sanções ao Irã, juntando-se a EUA, UE e Canadá, que fizeram o mesmo nas últimas semanas.

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