segunda-feira, maio 03, 2010

Conheça alguns dos livros vetados recentemente no Brasil e em outros países

Conheça alguns dos livros vetados recentemente no Brasil e em outros países
Colaboração para a Livraria da Folha 03/05/2010 - 08h21
O livro "Mamãe, como eu nasci?", recolhido das escolhas públicas municipais de Recife nesta semana, não foi o único a sofrer algum tipo de patrulhamento nos últimos tempos. Outros títulos também foram vetados ou provocaram polêmica por tratar de questões sexuais e comportamentais ou usar palavrões.
É o caso de "Capão Pecado", do escritor paulista Ferréz, que indiretamente levou ao afastamento de uma professora em Feira de Santana (BA), há cerca de um mês, por usar gírias e palavrões no texto. Adotado nas aulas de português da oitava série da Escola Estadual Godofredo Filho, o livro didático "Linguagem - Práticas de Leitura e Escrita" (Global e Ação Educativa), de Anna Christina Bentes, reproduzia trecho de "Capão Pecado".
Em 2009, pais de alunos e a Secretaria da Educação de Minas Gerais também questionaram se o fato de a publicação conter palavrões não era um motivo para evitar a leitura por adolescentes nas salas de aula.
Autores estrangeiros também sofrem restrições
No sul da Califórnia, dicionários foram retirados das escolas depois que pais reclamaram que seus filhos aprenderam a definição de "sexo oral" com a obra no início deste ano. A explicação contida na décima edição do Merriam Webster para o termo foi que ele era "inapropriado para a faixa etária". Ele vinha sendo adotado em turmas da quinta série.
Os livros da série "Gossip Girl", de Cecily Von Ziegesar, também entrou para a lista de banidos das escolas americanas em 2008, segundo divulgação feita pela Associação da Biblioteca Americana no ano passado. As publicações inspiraram a série homônima de TV e retratam o universo quase secreto da elite de Nova York. Entre os motivos alegados para o veto estão sexo explícito e linguagem ofensiva.
No topo da lista da associação, ficou "And Tango Makes Three", escrito por Justin Richardson e Peter Parnell, que conta a história de pinguins homossexuais que adotam um filhote. Seu conteúdo foi considerado inapropriado para a faixa etária, antiétnico, antifamiliar, contém homossexualidade e ponto de vista religioso. A obra não foi lançada no Brasil.
Nem mesmo a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 1993, Toni Morrison, escapou. Estudantes do colégio Franklin Central, no estado norte-americano de Indiana, tiveram de devolver o livro "Song of Solomon" (Canção de Salomão), inédito no Brasil, devido a reclamações de administradores regionais.
A publicação aborda as atrocidades e preconceitos sofridos por um homem negro que mora no Michigan desde o nascimento até a sua morte. Ela lida com a busca de identidade de um afroamericano nos Estados Unidos, enquanto procura resgatar ser passado e suas origens. Leitores alegaram que o livro contém cenas descritivas de sexo, profanidade, linguagem ofensiva e suicídio.
Ao levantar as discussões sobre as possíveis causas da homossexualidade feminina em "As lésbicas - mitos e verdades", a filósofa e jornalista francesa Stéphanie Arc ganhou a inimizade da imprensa inglesa, que reagiu com indignação. Foi instaurado processo contra o livro, que acabou sendo proibido na Inglaterra. Em contrapartida, a obra se tornou um best-seller nos Estados Unidos. 

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