sábado, julho 17, 2010

Extraterrestres não são problema para a religião

Extraterrestres não são problema para a religião
Teologia não estranharia eventualidade da vida noutro lugar do Universo
Jornal de Notícias - Portugal

O diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, padre jesuíta José Gabriel Funes, considera, em entrevista à revista «New Scientist», que não existe um conflito real entre os resultados da ciência e da fé: «No fim vamos encontrar uma explicação, talvez não nesta vida, mas na próxima».
O padre José Gabriel Funes assegura que o Vaticano não interfere nas pesquisas dos cientistas, pelo que pode pesquisar qualquer tema, assegurando mesmo que a eventual descoberta de vida extraterrestre não seria um problema para a religião.
«Eu não vejo nenhuma dificuldade séria para a teologia católica se nós encontrarmos vida noutro lugar do Universo», sublinha.
Aquele padre jesuíta revela ter tido uma audiência privada com Bento XVI, em 2008, e que o Papa nunca deu qualquer indicação para «estudar isto ou aquilo». Sublinha: «Nós temos completa liberdade para investigar e os tópicos que estudamos são tópicos nos quais os astrônomos estão interessados: ciência planetária, agrupamentos de galáxias, cosmologia e o big bang».
«Eu estudo galáxias próximas. Um jesuíta que se juntará a nós em Setembro estudará planetas extra-solares», refere.
Para o diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, há «problema» quando a religião «entra no mundo da ciência ou no método científico»; também quando «cientistas usam ciência fora do método científico, para fazer afirmações filosóficas e religiosas - usando ciência para uma finalidade para a qual a ciência não foi feita».
Questionado se o seu trabalho afeta de alguma maneira as suas convicções religiosas, afirma: «Diria que o meu trabalho como cientista me ajuda a ser uma pessoa religiosa, um padre».
O padre Funes tem um doutoramento em astronomia na Universidade de Pádua (Itália). Nos últimos anos, trabalhou no estudo da formação estelar nas galáxias próximas, aquelas que não se encontram a uma distância maior de 50 milhões de anos-luz. A formação estelar é um tema chave para poder entender o processo de formação e evolução das galáxias.
O Observatório Vaticano foi fundado, em 1891, pelo Papa Leão XIII. A sua sede central é em Castel Gandolfo (Roma), mas há outro centro de pesquisa, «The Vatican Observatory Research Group», desde 1981, em Tucson, Arizona (EUA), que é uma das maiores e mais modernas instituições de observação astronômica. É uma boa aliança entre a ciência e a fé.

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