domingo, novembro 07, 2010

Na luta pela sobrevivência

Na luta pela sobrevivência
Adriana Vasconcelos – O Globo
Após sua terceira derrota consecutiva na eleição presidencial, o PSDB terá agora quatro anos pela frente para refletir e tentar não repetir os erros que vem cometendo sucessivamente desde que Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência da República em dezembro de 2002.
Já deu para perceber que a fórmula paulista de fazer política, da autossuficiência e do confronto sangrento com adversários, se esgotou.
Isso não significa que os tucanos paulistas devam ser alijados desse processo de reflexão e de mudança interna do partido, mas é essencial que o PSDB ganhe uma cara nacional e abra espaço para lideranças de outros estados.
Também será importante que o PSDB repense a fórmula de escolher seus candidatos à Presidência e perca o medo das prévias, um instrumento que nos Estados Unidos serve para respaldar as candidaturas presidenciais e não para rachar legendas ou deixar a porta aberta para retaliações.
Tampouco o partido poderá se deixar levar novamente apenas pela lógica simplista das pesquisas de opinião, que _ antes do início efetivo das campanhas eleitorais _ são capazes apenas de refletir um recall de disputas passadas.
É fato que o candidato tucano José Serra manteve até o fim da campanha o patrimônio eleitoral que as pesquisas lhe garantiam antes mesmo da formalização de sua candidatura.
Mas não se pode negar que essa vantagem inicial foi o que levou Serra a cometer erros primários ao longo da construção de sua candidatura.
Primeiro, quando Serra adiou ao máximo a oficialização de seu nome. E depois, ao imaginar que poderia sozinho dar o tom de sua campanha, afastando as principais estrelas tucanos e mesmo seus aliados desse processo.
Isso sem falar da atrapalhada escolha de seu vice, feita numa madrugada, às vésperas do encerramento do prazo para a realização das convenções partidárias.
Se o PSDB não quiser correr o mesmo risco do DEM, que vem minguando desde que passou a ocupar as fileiras da oposição, vai ter de agir rápido, até porque os governistas já sinalizam que pretendem incluir uma janela para a troca de legendas no bojo de uma reforma política que poderá ser bancada pelo futuro governo Dilma Rousseff.
Ao traçar com antecedência uma estratégia de atuação, que lhe garanta uma perspectiva de volta ao poder em 2014, há quem acredite que os tucanos poderão até tirar proveito em benefício próprio dessa janela para o troca-troca partidário, abrindo a legenda para os governistas que não conseguirem ser contemplados a contento na composição do governo Dilma.

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