sexta-feira, julho 23, 2010

Brasil quer afastar EUA da mediação da crise Colômbia-Venezuela

Brasil quer afastar EUA da mediação da crise Colômbia-Venezuela

DE SÃO PAULO
O Brasil quer retirar a crise Colômbia-Venezuela do âmbito da OEA (Organização dos Estados Americanos) e trazer para a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), órgão do qual os Estados Unidos não são membros. A ideia, afirma reportagem de Eliane Cantanhêde e Fábio Amato na edição desta sexta-feira na Folha de S. Paulo, é evitar que a participação americana desequilibre as negociações para pró-Colômbia e anti-Venezuela.
A crise foi causada pelo anúncio nesta quinta-feira do presidente venezuelano, Hugo Chávez, do rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia, depois que essa levou à OEA provas de que haveria ao menos 87 acampamentos e 1.500 guerrilheiros colombianos em território venezuelano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou horas depois para Chávez, propondo a troca. Após a conversa, Chávez anunciou que pediu ao Equador (que ocupa a Presidência da Unasul) uma reunião de emergência.
O Brasil, afirma a reportagem, acha melhor convocar a Unasul após a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, no próximo dia 7. Apesar de ser sucessor do popular Uribe, Santos adotou um discurso de aproximação com Caracas e, diante da crise, disse que manteria o silêncio como "sua melhor contribuição'.
Para o embaixador brasileiro na Colômbia, Valdemar Carneiro Leão, a troca "cria um clima mais propício". Os embaixadores da região que servem em Caracas e Bogotá já trocam telefonemas para garantir a reunião.
Nesta quinta, Chávez disse esperar que o novo presidente colombiano não esteja envolvido na atual rixa entre os dois países.
"Espero que tome algumas medidas racionais no assunto porque acredito que já uma loucura desatada no palácio de Nariño", disse Chávez, ao entrar na sede do governo venezuelano, ao lado do técnico da seleção argentina, Diego Maradona.
Durante a campanha eleitoral colombiana, Chávez chegou a alertar que a vitória do ex-ministro de Defesa e sucessor de Uribe podia gerar uma guerra e que seria extremamente difícil restabelecer as relações bilaterais sob seu governo.
Santos, contudo, adotou um discurso de reaproximação e diálogo e chegou a minimizar as acusações de Uribe sobre os vínculos entre Chávez e as Farc. O venezuelano mudou de tom e disse que espera retomar as conversações com o país vizinho depois da posse de Santos. Ele afirmou que não irá na posse por questões de segurança.

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