sábado, agosto 07, 2010

Escritora iraniana critica Lula e Ahmadinejad na Flip

Escritora iraniana critica Lula e Ahmadinejad na Flip
Azar Nafisi não apoia relação "amigável" dos presidentes

As controversas relações entre os governos do Irã e do Brasil foram intensamente abordadas durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que termina neste domingo (8) no municipio do estado do Rio de Janeiro. Em mesa literária realizada na noite desta sexta-feira (6), a escritora iraniana Azar Nafisi - na foto, autora do best -seller Lendo Lolita em Teerã, criticou duramente tanto o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o presidente de seu país.
Azar comentou a negociação do  governo brasileiro no caso da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento em seu país.
- Ele (Lula) disse: 'Eu peço ao meu amigo, Sr. Ahmadinejad, que se esta mulher o deixa desconfortável, mande ela para o Brasil'. Esta mulher não está deixando ninguém desconfortável, é o presidente Ahmadinejad que está deixando esta mulher desconfortável matando-a. Lula pensa que este cara (Ahmadinejad) é seu amigo. Este cara apedreja seus cidadãos até a morte. No Brasil não há pena de morte. Como ele pode ser seu amigo?
A escritora foi ovacionada pelo público por suas declarações. Em 1981, a escritora, de 54 anos, foi expulsa da Universidade de Terã, onde ensinava literatura , por se recusar a usar o véu.
Também na sexta-feira, durante um encontro com a imprensa na Flip, o escritor indo-britânico Salman Rushdie havia manifestado seu apoio ao Brasil em seus esforços diplomáticos para salvar Sakineh.
- Ficaria feliz se qualquer nação pudesse ajudar neste caso. Porque isso tem que ser resolvido sem que esta pobre mulher seja executada. Se o governo brasileiro for capaz de ajudar, isso seria uma coisa excelente.
Sakineh, 43 anos, mãe de dois filhos, foi condenada em 2006 por ter mantido uma "relação ilegal" com dois homens, após a morte de seu marido por "assassinato". Lula propôs asilo à iraniana no dia 31 de julho e foi apoiado por Washington.  As autoridades iranianas negaram alegando que Lula tem um temperamento muito humano e emotivo  e, provavelmente, não recebeu informações suficientes sobre este caso". Pelo menos outras oito mulheres e três homens correm o risco de serem apedrejados no Irã, segundo a Anistia Internacional.
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