sábado, agosto 07, 2010

Iraniana condenada apela a Lula

Iraniana condenada apela a Lula
Iraniana condenada faz apelo dramático ao Brasil
Agência O Globo/Graça Magalhães-Ruether
06/08/2010
A Iraniana condenada à morte por adultério fez um apelo desesperado ao presidente Lula por meio dos filhos, que a visitaram na prisão.
"O senhor Lula não deve me esquecer. Deve falar com o regime islâmico", disse Sakineh Mohammadi.
Filhos têm encontro de dez minutos na prisão com a mãe, acusada de adultério e que deve ser executada em breve
O senhor Lula não deve me esquecer. Deve falar com o regime islâmico. A poucos dias da possível execução de sua sentença, a iraniana acusada de adultério e condenada à morte, Sakineh Mohammadi Ashtiani, fez o desesperado apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Presa numa cadeia em Tabriz, no Irã, ela recebeu ontem a visita dos dois filhos, Saide e Sajjad, de 17 e 22 anos, a quem afirmou que aceita a oferta de abrigo no Brasil, onde deseja morar ao lado de sua família.
Eu quero viver com os meus filhos no Brasil disse ela a Sajjad, que logo após deixar o encontro ligou para Mina Ahadi, líder da Comissão Internacional contra a Pena de Morte e o Apedrejamento, que representa a família de Sakineh.

Os próximos dias serão decisivos para a vida ou a morte de Sakineh concluiu a ativista ao GLOBO.
Demais execuções no Irã são confirmadas Segundo Mina, o encontro dos filhos com Sakineh durou apenas dez minutos. Ela ainda contou que, de acordo com o relato de Sajjad, a iraniana não sabe que as autoridades já começaram a preparar a sua execução para a próxima semana, antes mesmo de a Suprema Corte confirmar a sua sentença de morte.
Sakineh teria ficado feliz ao saber que milhares de pessoas no mundo tomaram conhecimento sobre sua situação, e lutam para salvar a sua vida. De acordo com o site Mission Free Iran, diversos protestos estão programados para hoje, sábado e domingo, em várias partes do mundo, incluindo EUA, Suécia, Escócia, Canadá, entre outros.
Em um apelo dramático, exilados iranianos exigiram ontem a libertação da iraniana e de outros condenados à morte pelo regime, durante uma manifestação no Portão de Brandenburgo, em Berlim.
Segundo Javad Dabiran, porta-voz do Conselho Nacional de Resistência do Irã, a pressão internacional precisa aumentar para evitar a execução de Sakineh. Ele vê as chances de anulação da sentença como remotas, porque nos últimos dias todas as demais execuções foram confirmadas pela Justiça de Teerã.
O regime iraniano está sob pressão interna e vê a realização das sentenças de morte como uma forma de persuasão.

(O presidente Mahmoud) Ahmadinejad quer fortalecer uma atmosfera de medo no país acusa Dabiran.
Apesar do pessimismo em relação à decisão do Irã, o funcionário da Justiça de Teerã Mossadegh Kahnemoui disse ontem, durante encontro na Comissão da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial (Cerd), em Genebra, que o destino de Sakineh ainda não foi decidido.
Seu caso está sendo examinado e nada foi decidido por enquanto afirmou, lembrando, porém, que Sakineh é acusada também de homicídio, crime para o qual a lei iraniana prevê a pena de morte.
Além do duplo adultério, essa mulher é acusada de complô para matar o marido.
A defesa nega que ela tenha cometido homicídio.
A situação do advogado de Sakineh também é delicada.
Detido como imigrante ilegal na Turquia, Mohammad Mostafaei teria direito a somente asilo temporário no país, já que não é europeu. Embora a Turquia, aliada do Irã, não exija visto dos iranianos, autoridades daquele país afirmam que o homem foi detido por problemas de documentação.
Ontem, segundo o jornal britânico Guardian, Mostafei teria recebido visitas de representantes da Noruega e dos Estados Unidos, que lhe ofereceram asilo. O iraniano, no entanto, teria sido forçado por autoridades turcas a rejeitar a oferta. O ativista Shadi Sadr contou que Mostafei foi maltratado na Turquia.Ele foi tratado miseravelmente pela polícia turca e ameaçado de ser mandado de volta ao Irã, disse Shadi ao Guardian.
Mina Ahadi, que acompanha muitos casos de perseguidos por Teerã, disse que nos últimos anos a Turquia deportou diversos fugitivos para prisões iranianas.
A Turquia é simpatizante do regime islâmico e, por isso, vejo como um país não muito confiável disse Mina.

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