quarta-feira, agosto 11, 2010

Informação e piadas proibidas

Informação e piadas proibidas
José Aparecido Miguel – Jornal do Brasil
Em tempo de eleição presidencial, as fontes de informação do eleitor brasileiro são limitadas por lei. O humor também é censurado, criando-se um “Horário eleitoral sem graça”, como escreve Hélio de La Peña, humorista do "Casseta & Planeta", exibido pela TV Globo
A rádio Jovem Pan, sediada em São Paulo, mas presente em todo o país, tem dado destaque diário ao tema em editorial, apresentado pela voz de Joseval Peixoto.
“Como vamos escolher nossos representantes? O rádio não poderá se manifestar. É vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, transmitir, ainda que sob forma de entrevista, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral. Ninguém poderá debater. Ninguém poderá ser entrevistado”. 
A emissora coloca no ar um apelo: “A escolha dependerá só de você. É muito importante votar. A eleição é o grande momento da democracia, é você quem vai falar, é você quem vai decidir, é você quem vai eleger (...). Debata, pesquise, colha informação, questione e, afinal, vote bem. Vote consciente”.

PIADA PROIBIDA

Hélio de La Peña comenta, em artigo na Folha de S. Paulo, domingo:
"E se a gente fizesse um jingle dizendo que agora o Lula está apoiando o Collor, e que o Collor apoia a Dilma?". Essa ideia poderia ter surgido numa reunião do "Casseta", do "Pânico" ou do "CQC". Mas não, o jingle existe e faz parte da campanha eleitoral de 2010. Segundo as novas regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os humoristas estão proibidos de fazer piadas sobre os candidatos”.
O humorista acrescenta, em outro trecho, que deixar o humor de fora do processo eleitoral não eleva o nível das campanhas, não esclarece a população e não torna nossos políticos mais respeitáveis. “Pelo contrário, enfraquece o debate, tira a corrida presidencial das conversas nas esquinas e nos cafés das empresas. Impede o candidato de rir de si mesmo e, quem sabe, corrigir o rumo de sua campanha. Não estamos lutando pelo direito de difamar ou ferir a honra de ninguém, mas amordaçar nossos candidatos Dilmandona, José Careca e Magrina da Silva é um gol contra a democracia”.
La Peña completa: “O público conhece os programas humorísticos e sabe quais são suas propostas. Cabe aos políticos apresentar as suas com seriedade, de forma que o povo não as confunda com as dos humoristas”.
Editorial Jovem Pan:

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