sexta-feira, novembro 12, 2010

No G-20, EUA e China prometem cooperação

No G-20, EUA e China prometem cooperação
O Globo
Obama diz que, como principais potências, os dois países têm obrigação de garantir o crescimento da economia global
SEUL. Os presidentes das duas principais potências econômicas do mundo, Barack Obama e Hu Jintao, prometeram ontem trabalhar juntos, depois de os dois países passarem os últimos meses em disputas comerciais e cambiais.
Eles tiveram uma reunião bilateral de 80 minutos durante a cúpula do G-20 (grupo das 20 principais economias do mundo), que começou ontem em Seul, Coreia do Sul.
Representantes do governo americano disseram à agência France Presse que o encontro dos presidentes chinês e americano foi dominado por discordâncias sobre política cambial e a necessidade de melhorar o clima entre os dois países antes da visita de Hu aos Estados Unidos, em janeiro.
Obama disse que foi “maravilhoso” ver Hu de novo — foi o sétimo encontro dos dois.
— Como as duas principais economias do mundo, temos uma obrigação especial para lidar com a garantia de um equilíbrio sólido e um crescimento sustentável — disse Obama. — A relação entre EUA e China tornouse mais forte nos últimos anos, pois nós discutimos uma série de questões, não apenas bilaterais, mas mundiais.
Geithner: China não resistirá à pressão para elevar yuan Hu adotou mesmo tom: — O lado chinês está pronto para trabalhar com o americano para aumentar o diálogo, as trocas e a cooperação, para que possamos dar continuidade à relação China-Estados Unidos em um caminho positivo, cooperativo e abrangente — disse Hu, acrescentando acreditar que o G-20 terá um resultado positivo.
Mas, enquanto Obama e Hu prometiam cooperação mútua, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmava que a China não poderá continuar resistindo às pressões para valorizar sua moeda, o yuan, sem enfrentar uma inflação maior.
— Se você resistir a essas forças do mercado, essa pressão não vai embora — disse Geithner em entrevista à rede CNBC. — Vai apenas terminar em inflação mais alta ou preços de ativos mais elevados, e isso é ruim para a China
Secretário nega que EUA desvalorizem o dólar
O secretário também negou que os EUA estejam buscando a desvalorização do dólar. A declaração era uma resposta a um artigo publicado no jornal “Financial Times” pelo ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Alan Greenspan. Este afirmou que a política dos EUA de dólar fraco, somada à manipulação cambial da China, está pressionando as demais moedas do mundo.
— Nunca tentaremos enfraquecer nossa moeda para obter vantagem competitiva ou fazer a economia crescer — disse Geithner. — Não é uma estratégia que funcione em qualquer país.
Ele se reúne hoje com o vice premier chinês, Wang Qishan, e com o presidente do Banco Popular da China (o BC chinês), Zhou Xiaochun.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também esteve com Obama ontem. Ela expressou preocupação com a decisão do Fed de injetar US$ 600 bilhões na economia, disseram fontes. Os EUA vêm pressionando a Alemanha, uma economia fortemente exportadora, para estimular sua demanda interna.
Segundo uma fonte, ambos concordaram que não é ideal que, antes de uma cúpula global, haja ataques repetidos contra as políticas econômicas e financeiras de outros países, como ocorreu às vésperas do G20. Obama e Merkel admitiram que isso poderia ser evitado por meio de uma coordenação melhor entre os países. O rascunho da declaração final do G-20 pede que os países do grupo caminhem para uma maior flexibilidade cambial, que reflita seus fundamentos econômicos.

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