sábado, junho 12, 2010

Andar com fé eu vou...


Já dizia o Gilberto Gil: andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá...”, até aqui tudo bem! Mas diferentemente do poeta, a minha fé não está na maré, não está na mulher, na cobra coral nem na ponta de um punhal. Minha fé, também, não morrerá triste na solidão...
A verdadeira fé é a antítese da desesperança, o antídoto da incerteza e a existência antecipada do final feliz que ainda virá na vida. A fé move montanhas sim, mas também sabe esperar com paciência, sabe descobrir e discernir caminhos encobertos desde a antiguidade. Ela é a trilha do justo e o andar de mãos dadas com quem criou todas as coisas, cavou mares, abriu céu, pintou estrelas, soprou vida em um mundo que era vazio e sem forma. Quem anda e vive por fé tem a consciência plena e absoluta de que todas as coisas, sim! Todas mesmo! Vão vindo em nossa direção sem que precisemos temê-las, correr em direção a elas ou delas.
A fé também é um escudo por meio do qual apagamos os incêndios desesperados da existência, dos ataques do medo, da angústia e de todas as surpresas malignamente desagradáveis, que vão surgindo ou sendo plantadas nos nossos caminhos todos os dias.
A fé é a certeza do abraço dado no bem, na esperança e no amor e de que todas as existências, daqui ou do além, um dia se dobrarão ao Sol da Justiça e confessarão Seu nome eterno.
Eu posso não ter alcançado, ainda, tudo o que sonho ou planejo. Pode ser até que haja dores, eu posso lançar olhares cansados à minha volta sem estar experimentando existencialmente a minha própria alegria ou liberdade, pode acontecer de vir à minha mente, e às vezes vem mesmo, pensamentos que, momentaneamente, queiram me forçar a desistir de sonhar com fé nas Promessas. Mas por saber que a minha espera não se condiciona ao que eu posso fazer sozinho nem se baseia na minha própria sorte aleatória, o que eu faço é aguardar em fé, com os olhos indesviáveis, Naquele que é o penhor, a garantia eterna e real do bem que me resgatou e mora em mim para todo o sempre.
Eu vou andar pelo vale da sombra da morte e não temerei mal nenhum, cairão mil ao meu lado e dez mil à minha direita, vou enfrentar mares, ventos contrários, terrores noturnos, mas eu não serei removido porque eu sei que o meu redentor vive pelos séculos do séculos. Minha esperança está além da vida e, até mesmo, muito além da morte.
Minha fé não é show e também não projeta a prosperidade que a traça, a ferrugem e os ladrões da “fé” levam embora de um dia para o outro. Minha fé também não é boba, muito menos alienada da vida e das realidades que andam lado a lado no meu caminho. Minha fé identifica tempos e eras, oportunidades e desafios, pessoas e princípios, coisas concretas e poderes informes.
Já me acostumei a enxergar sem ver, sentir sem saber, ouvir somente com o coração e ter consciência de onde estou sem saber para onde vou. Simplesmente porque a fé que opera em mim, mesmo sem eu saber, não joga comigo, nem me empurra para lugar nenhum, ela se apresenta em amor e por amor. Eu sei que, ao optar por andar em fé no Eterno, corro o irremediável risco de que todas as coisas concorram inevitavelmente, sempre, para o meu bem.
O Senhor, que é plantador de fé, lhe abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
Pablo Massolar - Pastor da Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica.
Publicitário / Diretor de Arte

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