quarta-feira, julho 28, 2010

WikiLeaks não identifica origem de documentos secretos - Pentágono investiga soldado por vazamento de dados

WikiLeaks não identifica origem de documentos secretos
28 de julho de 2010 | 15h 39
AE-AP - Agência Estado

O editor-chefe do site WikiLeaks (wikileaks.org), Julian Assange, afirma que não sabe quem enviou para a organização os mais de 90 mil documentos secretos referentes a ações do Exército dos Estados Unidos no Afeganistão. Segundo ele, o WikiLeaks - uma espécie de Wikipedia de documentos secretos - foi montado de forma que esconde a fonte dos dados recebidos. "Nós nunca sabemos a fonte de um vazamento", disse aos jornalistas em Londres, na noite de ontem. Assange não explicou, porém, se não sabe quem vazou os documentos, ou se sua organização não tinha certeza sobre a identidade do autor. Mas ele afirmou que a não identificação das fontes serve também para protegê-las de agências de espionagem e de corporações hostis.
Funcionários norte-americanos disseram que soldados no Afeganistão e no Paquistão podem estar em perigo por causa da divulgação, no domingo, dos documentos por meio do WikiLeaks. O procurador-geral dos Estados Unidos disse que uma investigação do Pentágono - na foto acima -  vai determinar se acusações criminais serão feitas sobre o vazamento dos documentos.
Assange reconheceu que a aceitação anônima de informações pelo site levante dúvidas sobre a autenticidade do material publicado e disse que o WikiLeaks já foi enganado por documentos falsos. "Recebemos conteúdo totalmente fabricado, geralmente da época de eleição", disse ele, mas acrescentou que isso é "bastante raro". Por outro lado, o editor-chefe afirmou que o WikiLeaks usa ex-funcionários de inteligência e ex-militares para ajudar a avaliar se os documentos vazados das forças armadas ou de agências de espionagem são genuínos. O pior medo do site, disse ele, não é a divulgação de uma fraude completa, mas de um documento verdadeiro que tenha sido discretamente alterado.
Ameaças
Funcionários norte-americanos também temem que os dados possam ser úteis não apenas ao Taleban, mas a serviços de inteligência hostis, como os da China e da Rússia, que têm recursos para processar esse grande volume de informação, disse Ellen McCarthy, ex-funcionária de inteligência e presidente da Aliança Nacional de Segurança.
Assange concordou que os arquivos oferecem uma visão interna das táticas norte-americanas, mas discordou sobre consequências em grande escala para o país. "Você geralmente ouve que algo pode ameaçar a segurança nacional dos Estados Unidos. Isto precisa ser derrubado. Uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos? Sério? A segurança de toda a nação? Isso é ridículo!"
Ele admitiu, no entanto, que casos individuais são diferentes. "Se falarmos sobre uma ameaça a soldados individualmente, ou cidadãos dos Estados Unidos, então há potencialmente uma preocupação genuína." 

O WikiLeaks é um site com servidores espalhados pelo mundo e que publica documentos confidenciais fornecidos por denunciadores e outras fontes anônimas. O WikiLeaks não tem ligação com a Wikipedia, embora os dois sites usem o mesmo software. Em abril, o WikiLeaks publicou um vídeo confidencial, produzido em 2007, que mostrava um ataque aéreo dos Estados Unidos a Bagdá (Iraque) e que causou a morte de 12 pessoas – entre elas, dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Outros vazamentos notáveis incluem uma amostra dos e-mails privativosda candidata à vice-presidência dos EUA Sarah Palin e a publicação de documentos do banco suíço Julius Baer.
Pentágono investiga soldado por vazamento de dados

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos indicou ontem que não acredita que apenas uma pessoa esteja por trás do vazamento de mais de 92 mil documentos militares secretos norte-americanos para o portal WikiLeaks. Mas o soldado Bradley Manning - na foto, de 22 anos, está entre os alvos do inquérito aberto pela Divisão de Investigação Criminal do Exército.
Segundo o secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell, Manning seria uma pessoa "interessada" nesse novo vazamento de informações. Ele trabalhava como analista do setor de inteligência e já estaria respondendo desde maio a uma acusação por colocar na internet informações secretas referentes a operações de guerra dos EUA.
O soldado foi acusado de ser o responsável pela divulgação, ao mesmo portal, de um vídeo que mostrou o ataque de um helicóptero Apache do Exército norte-americano que matou 12 civis iraquianos e dois jornalistas da agência Reuters em Bagdá, há três anos. O vídeo foi exposto pelo WikiLeaks em abril.
Dois meses depois, Manning foi preso no Kuwait, graças à delação de um "amigo", a quem o soldado se gabava de ter encaminhado ao WikiLeaks 260 mil mensagens diplomáticas dos EUA e um vídeo sobre um ataque aéreo do país que matou 97 civis no Afeganistão, em 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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