sexta-feira, novembro 05, 2010

Governadores de oposição são contra novo tributo da saúde

Governadores de oposição são contra novo tributo da saúde
O GLOBO
Para Alckmin, "população não aguenta mais impostos". Anastasia é o único a favor
BRASÍLIA, SÃO PAULO, CAETÉ (MG), MACEIÓ, RIO e PORTO ALEGRE. - A proposta de criação de uma nova fonte de recursos para financiamento da saúde — em substituição à CPMF, extinta pelo Senado em dezembro de 2007 —, encampada ontem pelos governadores do PSB, não deverá ser respaldada por governadores de oposição. Pelo menos quatro deles já se colocaram contra a criação de tributos, como os governadores eleitos de São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.
— É preciso resolver o grave problema do subfinanciamento da saúde, mas o ideal é evitar a criação de novos tributos — disse o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Em nota divulgada à imprensa, o tucano afirmou que, “para fazer os investimentos necessários em áreas como saúde, educação, segurança, o governo precisa de recursos, e a população não aguenta mais impostos.
Portanto, só existe um caminho a trilhar: aumentar a eficiência do Estado para gastar melhor o dinheiro do contribuinte”.
Por enquanto, o governador reeleito de Minas, o tucano Antonio Anastasia, foi o único que admitiu ser favorável à ideia, seguindo a postura assumida pelos ex-governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) há cerca de três anos, que acabaram contrariados pela bancada do PSDB no Senado.
— Quando a matéria foi discutida três anos atrás, a maioria esmagadora dos governadores se posicionou publicamente a favor, tendo em vista a necessidade sempre de termos financiamento para a questão da saúde.
E naturalmente será esse também o nosso comportamento, mas sabendo que é uma matéria de competência do governo federal. Naturalmente, a matéria ainda está começando agora, isso vai ser discutido à exaustão, mas não nos furtamos a discutir sempre com muito empenho para ajudar o país e o estado — disse Anastasia.
“Precisamos é regulamentar a Emenda 29” Já o governador eleito de Goiás, o também tucano Marconi Perillo, tem uma posição diferente. Na sua opinião, a solução para os problemas da saúde não passa pela criação de um novo tributo.
— Sou contra aumento de impostos.
Votei contra a CPMF.
Precisamos, sim, é regulamentar a Emenda Constitucional 29. Estarei à disposição para colaborar com o governo Dilma desde que não seja para aumentar ou criar novos impostos.
A governadora eleita do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, do DEM, é outra que não quer nem ouvir falar em criação de tributos, mesmo que sejam vinculados à saúde.
— Sempre fui contrária a aumento de impostos e participei do movimento contrário à prorrogação da cobrança da CPMF. Não há necessidade de penalizarmos novamente o contribuinte. Esse não é o caminho.
A CPMF não resolveu o problema da saúde no passado e não vai resolver agora.
Essa também é a opinião do governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM): — A solução não é criar novos impostos, mas regulamentar a Emenda 29. A sociedade não pode sofrer por causa de problemas de gestão pública e não deverá aceitar nenhuma iniciativa neste sentido.
Reeleito, o governador tucano de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, disse, por meio de sua assessoria, que só falará sobre a criação de um novo imposto para a saúde depois que o PSDB se posicionar nacionalmente.
Governadores de partidos da base aliada preferiram evitar polêmica. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), informou por meio de sua assessoria que ouviu as palavras da presidente eleita e que, quando for o caso, discutirá a CPMF com os demais governadores.
Fontes do governo, contudo, indicam que ele apoia a retomada do imposto, mas que não irá se expor como um dos líderes desse movimento por temer um desgaste político.
O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), informou que “sempre foi favorável à CPMF”, mas disse que vai aguardar uma consulta da presidente eleita antes de se pronunciar.

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