quarta-feira, setembro 22, 2010

Na hora do voto, 1% dos eleitores pensa no partido

Na hora do voto, 1% dos eleitores pensa no partido
Segundo pesquisa, 73% acham que política só beneficia políticos, e 85% apoiam Ficha Limpa
Luiz Orlando Carneiro – Jornal do Brasil
 Nada menos que 73% dos eleitores consideram que a política é uma atividade que só beneficia mesmo os políticos; 43% sabem de casos de compra de votos, dos quais 41% conhecem pessoas que os venderam; o percentual de eleitores que levam em conta o partido político na escolha de seus candidatos é de apenas 1%.
 Estes são alguns dados constantes de uma pesquisa encomendada ao Ibope pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), e divulgada ontem pelo presidente da entidade, Mozart Valadares Pires. O Ibope entrevistou 2 mil pessoas de cinco faixas etárias a partir de 16 anos, das quais 52% do sexo feminino e 48% do masculino. A grande maioria dos consultados (68%) tem renda familiar de um a dois (33%) e de dois a cinco (35%) salários mínimos.
 Para o presidente da AMB, embora sejam “preocupantes” e “entristecedores” os percentuais referentes à descrença do eleitorado nos políticos, não se pode deixar de comemorar o fato de que 85% da população pesquisada são favoráveis à Lei da Ficha Limpa, e 91% reconhecem a importância da participação de associações de juízes e da Justiça especializada no combate à corrupção eleitoral.
 Mozart Valadares disse ser “positiva” a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal considere válidas – já para as eleições do dia 3 de outubro – as novas condições de elegibilidade estabelecidas pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135). Ele ressaltou que o projeto de lei de iniciativa popular – que culminou com a sanção do presidente da República, em junho último – teve sua constitucionalidade atestada pelas comissões técnicas da Câmara dos Deputados e do Congresso, e por pareceres da Advocacia- Geral da União e da Procuradoria- Geral da República.
Os números
Os índices de conhecimento de casos de compra de votos apurados na pesquisa AMB-Ibope são mais baixos entre moradores do Sudeste (38%), mas também entre os que têm nível de escolaridade mais baixo (33%). Dos 85% que disseram não votar em candidato que oferecesse “algum tipo de benefício” (contra 13% que votariam), 41%, apenas, denunciariam o crime eleitoral às autoridades.
 Os nordestinos são os que mais admitem votar em candidato que ofereça algum benefício de caráter pessoal, familiar ou comunitário (21%), vindo a seguir os eleitores do Norte- Centro-Oeste (13%), do Sudeste (10%) e do Sul (8%).
Quanto ao critério mais importante na escolha de um candidato, prevaleceu o das propostas de trabalho (53%), vindo a seguir: experiência (18%); benefícios prometidos ao bairro ou comunidade (15%); benefícios pessoais ou familiares (5%); a “simpatia do candidato” (2%); o partido (1%); a indicação de um amigo ou de um parente (1%).

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